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“A Chapeuzinho está mais esperta, o Lobo mais burro.

E pra ajudar ela recebe


visitas incríveis na floresta. Tem gente misturando as coisas nessa maravilhosa
aventura onde toda criança gostaria de dar uma lição nas criaturas malvadas
dos contos de fadas, não economize essa doce vingança!”.

CHAPEUZINHO EM DOSE
DUPLA

Betho Ragusa
CIA VIRA VOLTA
CHAPEUZINHO 2007.
Escrita por: Betho Ragusa

Personagens:
Vovó do mundo real, e Vovó de Chapeuzinho.
Menina do mundo real é também a Chapeuzinho Falsa.
Lenhador é também o caçador.
Bruxa da Branca de Neve passa a ser a Mãe de Chapeuzinho
Lobo-Mau
Príncipe da Bela Adormecida
Chapeuzinho Vermelho
Dona Cebola

CENA 1
(Vovó e menina surgem do fundo do palco conversando, a menina é elétrica e
a vovó bem calma e sorridente).
Menina: Vovó, não estou com sono!
Vovó: Minha netinha, não é hora de uma criancinha linda como você, estar
acordada.
Menina: Eu só vou dormir se a senhora contar uma história pra mim.
Vovó: Tudo bem, espertinha, vamos então para seu quarto. (Sobem ao palco,
há somente a cama da netinha, e o livro da história “Chapeuzinho Vermelho”
sobre a cama).
Menina: Pronto, vovó. Pode começar a contar.
Vovó: Então, oh... O livro já está aqui. Vou te contar a história da menininha
que ficou muito conhecida por usar uma capa com capuz vermelha, a
Chapéuzi (...).
Menina: Ah, não vovó, eu já cansei de ouvir essa história. O final é sempre o
mesmo, e não gosto do Lobo Mau, ah se eu conhecesse ele pessoalmente,
daria uma surra naquele bicho.
Vovó: Ah, então você não sabe da outra história? (coloca o livro do lado).
Menina: Que outra história?
Vovó: Bem, espere e verá, dessa vez será muito diferente. E o lobo mau não é
nem um pouco assustador, (à parte) é só pra disfarçar...
Menina: Então conta logo vovó.
Vovó: Deixa comigo(...) “Naquela manhã, os pássaros cantavam (barulho
de pássaros,as luzes se apagam, a menina sai escondida e vai trocar de roupa
para se transformar em Chapeuzinho Vermelho) os cavalos passavam a todo
vapor em frente da casa de Chapeuzinho. Ela acordou diferente (a cama é
retirada, deve ser posto o cenário da cozinha da casa de Chapeuzinho no local)
tinha uma alma atrapalhada dentro dela, sua energia parecia estar a
mil....e claro, realmente estava. (assim que a montagem é terminada, a vovó
também sai, para ser transformada na vovó da história, as luzes finalmente se
acendem ao som de uma música para a entrada de Chapeuzinho, que entra
toda atrapalhada tentando por a capa.).

CENA 2

Chapeuzinho: Mamãe...Mamãe? Mas que coisa, essa capa diminuiu, ou eu


engordei...(tenta e cai no chão com a capa).
Lenhador: Oi, tem alguém aí..
Chapeuzinho: Ai...Ui...Ai..
Lenhador: Chapeuzinho, você está bem?, Você caiu, está doendo? Não ne?
Chapeuzinho: Não, só dói quando eu respiro. Ai, ui, Ai, ui. (vai saindo).
Lenhador: Hei, preste atenção minha amiguinha, vim da floresta ate aqui,
para dizer que sua vovozinha esta doente. Que você como neta dedicada deve-
lhe levar estes remédios a ela, pobre coitada (mostra a folha). Está de cama e
não pode nem mexer com sua hortinha. Até mais (Sai.).
Chapeuzinho: Oh, minha vovozinha, (grita) mamãe!
Mamãe: O que foi, minha filha?
Chapeuzinho: O lenhador trouxe este bilhete da casa da vovó. Ela está de
cama, doentinha (a mamãe lê).
Mamãe: Vou agora mesmo providenciar, você aproveita e leva alguns
doces e bolos a ela, vamos preparar...(música, elas dançam e Chapeuzinho
Vermelho faz trapalhadas na cozinha, derruba algo, esconde. Quebra algo,
etc...Ao final a mamãe coloca a capa na Chapeuzinho e diz): Tome cuidado
com a floresta, e não fale com estranhos.
Chapeuzinho: Ah mamãe, não sou mais um bebê ne... Alô...
Mamãe: Sei, então vá, e dê lembranças a vovó...
(elas se abraçam e Chapeuzinho sai, as luzes então se apagam, o cenário da
floresta deve ser posto, ao som de uma música animada.).

CENA 3

Chapeuzinho Vermelho (cantando): Pela estrada afora eu vou bem sozinha,


levar esses doces para... para... Pra quem mesmo? Ah, deixa pra lá. Oh, que
belo dia. Eu caminho sozinha, levando esses doces para a minha vovozinha
(sussurrando) Logo aquele lobo patife vai aparecer, he, he... Nunca mais ele
vai querer comer a vovozinha dessa história e(...)
(Surge a cebola, preocupada)
Dona Cebola: Eu sou a Cebola, sou preferida por todas as cozinheiras, na
cozinha não posso faltar e quem mexe comigo, todas às vezes tem que
chorar...(Chapeuzinho arregala os olhos assustada.)
Chapeuzinho: De onde a senhora surgiu? De qual horta? Você não pode estar
aqui.. dê o fora...
Dona Cebola: Me desculpe, mas estou à procura dos meus filhos, O
Cebolinho, Cebolonho e Cebolunho, eles devem ter se perdido por aqui.
Chapeuzinho: Ah, sim. E devem ser lindos. Três cebolas perdidas pela
floresta. E se o Lobo Mau aparecer?
Dona Cebola: Oh, não diga uma coisa dessa menina.
Chapeuzinho: Me desculpe, é que tenho uma tarefa a fazer. E..
Dona Cebola: Eu sei, levar esses doces para a vovozinha. Aí vem o Lobo e...
Chapeuzinho: Errou... Errou. Dessa vez vou acertar as contas com o Lobo.
Dona Cebola: Mas você é uma menininha muito nova, e o Lobo é grande e
perigoso.
Chapeuzinho: Não se preocupe, sei como enganar ele.
Dona Cebola: Tudo bem, então tome muito cuidado. Mas antes, (olha pra
platéia) Alguém viu meus filhos? Não...
Chapeuzinho: É claro que ninguém viu, muito obrigada. A senhora foi uma
ótima companhia. Até mais (vai puxando a Dona Cebola para algum lado ate
sair de cena).
Chapeuzinho: Ah, enfim só. A não ser que resolva aparecer uma senhora
bondosa me oferecendo maças...e...(Surge a bruxa da Branca de Neve, mas
como senhora boazinha).
Bruxa: Olá, minha querida...
Chapeuzinho: Não vou comentar mais nada. Olá senhora bondosa (olha pra
platéia) Imagino que trazes nesta cesta, maças saborosas.
Bruxa: Claro. Muito saborosas. Não aceitas uma?
Chapeuzinho: Não, a senhora esta procurando uma casinha pequena. Pois não
fica por aqui não. Não me chamo Branca de Neve. Mas será possível que
vocês estão me perseguindo.
Bruxa: Aceite uma maça querida.
Chapeuzinho (disfarçando): Aceito. (pega a maça, disfarça e enfia na boca da
Bruxa, que sai cuspindo, e ainda sai pelo lado errado, Chapeuzinho grita ela e
faz ela ir pelo outro lado) Errando o caminho, pergunta lá para o teu espelho
se existe alguma menina mais esperta do que eu. Ora, faça o favor, ne?.
Chapeuzinho: Esse lobo está demorando pra aparecer... Acho que devo
descansar um pouco. (deita, e logo dorme.).
Dona Cebola: Olá, vocês sabem, sou uma cebola, sou preferida por todas as
cozinheiras, na cozinha não posso faltar, ai de quem mexer comigo, com
certeza irá chorar... Estou a procura do Cebolinho, Cebolonho e Cebolunho.
Vocês não sabem onde eles estão? (vê Chapeuzinho) Essa menina não pode
dormir... A cada dia que passa, mais diferente fica essa história. Bons tempos
na horta, em que mamãe, contava a história da Chapeuzinho Vermelho.
Menina doce e ingênua. Não se fazem mais contos como antigamente. (sai).
(Chega o príncipe da Bela Adormecida).
Príncipe: Por onde deve ser, o castelo de minha doce princesa, presa por uma
maldição num castelo cercado por grandes espinhos.
(Chapeuzinho acorda e vê que é um príncipe, volta afingir que dorme).
Príncipe: Ora, e quem será essa que também dorme como, como. Mas é
apenas uma menina...
Chapeuzinho (sussurrando): Sou eu..
Príncipe: Eu quem?
Chapeuzinho: A Bela Adormecida, que aguarda o beijo de um príncipe.
Príncipe: Mas, você e tão pequena, parece um anão...Da Branca de Neve!
Chapeuzinho (levantando furiosa): Agora ele misturou tudo! E a sua mãe, vai
bem? Então, mais um que se perde. Creio que o castelo que você procura fica
pra lá (aponta a direita do palco) você já é o segundo que aparece aqui e nada
do lobo. Você esta atrapalhando minha história.
Príncipe: Me desculpe, jovem criança pelo incômodo. Já vou indo.
Chapeuzinho: Ah, não vai embora não...Tem certeza que você precisa
encontrar essa princesa? Não serve uma Chapeuzinho Vermelho?
Príncipe: Me desculpe, não podemos misturar as histórias...
Chapeuzinho: Olha quem fala... Então suma daqui. (O príncipe sai, então
Chapeuzinho percebe que há uma placa caída ao chão e quando levanta,
percebe que mostrou ao príncipe, o caminho errado, faz cara de tacho, e sai.
Vai retornar pelo fundo da platéia).

CENA 4

(Chapeuzinho Vermelho entra pelo fundo olhando para os lados, do outro lado
O Lobo se prepara para o primeiro encontro. Quando Chapeuzinho chega no
palco, O Lobo aparece e a surpreende)
Lobo: Ora, ora... Se não é a doce (lambe os beiços) e apetitosa, digo
maravilhosa.. Chapeuzinho Vermelho.
Chapeuzinho: Ora, ora, se não é o asqueroso, digo honroso, e idiota, quero
dizer patriota, Lobo.
Lobo: Hum, não gostei, você esqueceu de dizer a palavra “mau” depois do
Lobo.
Chapeuzinho: Lobo Mau? Creio que o senhor já tenha perdido a fama de
mau, as crianças não têm mais medo do senhor.
Lobo: Não. É mentira, elas têm sim. Posso provar. (olha pra platéia) Tem ou
não tem?
Chapeuzinho: Está bem. Mas posso ajuda-lo, seria interessante.
Lobo: Não, tudo que tenho a fazer, é lhe perguntar onde está indo.
Chapeuzinho: Não se faça de bobo, o senhor sabe que estou indo na casa de
minha vovozinha, levar essas guloseimas pra ela, e estes remédios também,
ela está doentinha e não pode sair da cama, pobrezinha...
Lobo: Agora sim... Olha, conheço uma trilha que vai dar lá também na casa de
sua vovozinha.
Chapeuzinho: Hei, eu nem disse onde ela mora, como sabe que vai dar lá
também... O senhor vai dar? Ou a casa?
Lobo (furioso): Nenhum dos dois, eu quis dizer que conheço um caminho que
fará você chegar mais cedo lá.
Chapeuzinho: Ah..., Não entendi!
Lobo: Ora, esqueça. Tudo que tem a fazer é ir por ali. (ele mostra o caminho
mais longo, como na antiga história, e ela sai).
Lobo: Foi mais fácil do que eu pensei. He. Agora posso ir na frente e chegar
primeiro que ela, quando ela chegar lá, eu já terei almoçado a vovozinha,
esperando a sobremesa... Que prato maravilhoso. Quero comer Chapeuzinho
com geléia de morango.
Cebola (entrando): Como sabem, sou a Cebola (mesma fala de sempre, o
Lobo não se conforma de haver uma cebola na história).
Lobo: Você está na história errada, não te disseram isso?
Cebola: Vejam só, se não é o poderoso Lobo- Mau.
Lobo: Agora gostei. Você precisa dar algumas aulas aquela Chapeuzinho
Vermelho, ela se esqueceu disso!
Cebola: Sr. Lobo Mau, aquela menina se esqueceu de muitas coisas. Peguei
ela dormindo aqui na floresta. Ela não está normal, há algo de errado.
Lobo: Vou investigar.
Cebola: Como sabem, sou a cebola (tenta começar a mesma história de
sempre, só que o Lobo dá uma paulada nela, e ela fica meio boba e sai
cambaleando)
Lobo: Essa cebola ainda vai pra panela, guardem o que estou dizendo.
(O Lobo sai, e aparece a Chapeuzinho que estava o tempo todo escutando a
conversa dos dois).
Chapeuzinho: Caminho mais curto. Sei, onde isso vai dar! Minha chance
chegou...(sai sorrindo, enquanto passa sorridente, a verdadeira Chapeuzinho
Vermelho cantando a velha música, e desta vez certa.)
(O palco se fecha, começa a montagem do cenário da casa da vovozinha,
enquanto isso, no meio da platéia. A falsa Chapeuzinho encontra o caçador).
Caçador: Oh, minha pequena, o que fazes no meio da floresta perigosa?
Chapeuzinho: Eu te conheço?
Caçador: Ora, sou o caçador.
Chapeuzinho: Ah, ta bom... Já vi de tudo aqui hoje. Cebola falante, Príncipe,
Bruxa..
Caçador: Tome cuidado, um lobo percorre a floresta atrás de alimento.
Chapeuzinho: Ah, esse corre atrás de qualquer coisa, o que é isso aí em seu
bolso, senhor caçador?
Caçador: É uma planta muito perigosa, que além de ser apimentada quando
comida, produz uma coceira interminável, quando é passada no corpo.
Chama-se “manira do campo”.
Chapeuzinho: Huummm, o senhor sabe onde posso encontrar isso? Minha
mamãe precisa disso há muito tempo...
Caçador: Claro, venha comigo, lhe mostro. (os dois saem).

CENA 5

(O palco se abre, a vovozinha está com a sua netinha verdadeira).


Chapeuzinho: Mas vovó, está tudo bem mesmo?
Vovozinha: Não vê? Ora, só estou com um pouco de gripe minha netinha.
Chapeuzinho: Sinto que há algo de errado. Eu não vi nenhum lobo pela
floresta vovó, e quando eu chegaria aqui, o certo é vê-lo no lugar da senhora...
Vovozinha: Não se preocupe minha querida, tudo irá se acertar.
Chapeuzinho: Vou deixar as guloseimas aqui. E agora vou te dar os
remédios...(serve os remédios, dois vidros de xarope). Ainda sim, está
acontecendo algo de muito estranho. O Lobo deveria estar aqui, chegar antes
da Chapeuzinho... É assim a história. Estou com medo vovó.
Vovozinha: Já disse, fique fria, digo... Acalme-se.
(Enquanto a verdadeira Chapeuzinho ampara sua vovozinha, a dona Cebola
vem do fundo do palco querendo falar sua velha fala de sempre e desta vez
quem a encontra é a mamãe da Chapeuzinho falsa, que está passando pela
horta (o mundo real é paralelo ao da história em questão, por isso alguns
personagens não se conformam da bagunça que está havendo).
Mamãe: Minha nossa, que cebola enorme...Tempero para o ano todo!
Cebola: Olá senhora... Procuro pelos meus filhos, o Cebolinho, Cebolonho e
Cebolunho... A senhora sabe onde posso encontra-los?
Mamãe: Venha comigo, sei perfeitamente onde você pode encontrá-los.
Cebola: Como assim? Pra onde a senhora quer me levar?
Mamãe: Relaxe, não vai doer nada, só vou fazer um belo tempero com
cebola, alho, pimentão, orégano e sal. É rapidinho...(sai puxando a Dona
Cebola).
Lobo (surgindo): Uma já foi hehehe. Agora vamos ao que interessa. (chega
perto do que supostamente é a entrada da casa da vovó, lá do fundo também,
surge a Chapeuzinho falsa, com um maço da tal erva)
Chapeuzinho: Minha nossa, estou atrasada, tenho que pular a janela. (da a
volta e entra na casa da vovó, o Lobo está cheirando e fungando na porta,
senta na escada, para deixar a cena das três correr)
Chapeuzinho: Olá pra todas, vovó!?
Vovozinha: Duas?
Chapeuzinho Verdadeira: Ah não. Então tudo se encaixa, você roubou meu
lugar.
Chapeuzinho Falsa: Vamos deixar as heranças pra depois, escutem, se
escondam o Lobo está vindo aí, aliás creio que esteja perto da porta, então se
escondam, já.
Lobo: Estou com uma sensação nem um pouco agradável, e não é vontade de
soltar um pum.
Lobo:Vovó... A sua netinha chegou.. trazendo guloseimas e remédios para a
vovozinha... – isso é ridículo – Vovozinha...
Chapeuzinho Falsa: Entre minha netinha, o ferrolho... - É isso mesmo o
nome daquilo, ah, não importa.. - Está aberta!
(O Lobo entra, e vai até a cama. Espanta-se)
Lobo: Nossa vovozinha, você diminuiu de tamanho, parece tão pequena.
Chapeuzinho Falsa: Depois de velha a gente vira criança de novo. Nossa,
mas que olho grande minha netinha.
Lobo: É pra te olhar melhor minha vovozinha... Mas já estamos nessa parte?
Chapeuzinho Falsa: Estamos... (puxa o Lobo de novo)continue...
Lobo: Estranho.
Chapeuzinho Falsa: E que braços grandes... E fedidos!
Lobo: Como? Vovozinha... Como fala assim de sua netinha, estou
cheirosinha.
Chapeuzinho Falsa: Está nada, que porquinha, sua mãe não te dá banho não?
Tenho aqui uma erva que irá tirar esse cheiro ruim e ainda te dará a sensação
de realização... Energia, para se alimentar mais e mais.
Lobo: Sério? Sério... Vovozinha linda do meu coração, acho que vou aceitar a
erva. (pega e passa pelo corpo todo) Quando que acontece o efeito de
realização?
Chapeuzinho Falsa: Em breve minha netinha... Ou melhor, Lobo Mau! (se
apresenta, a vovozinha e a Chapéu verdadeira se apresentam)
Lobo: Ora, ora. Um plano dessa falsa Chapeuzinho para me enganar... Vocês
verão o que irei fazer (sai correndo atrás delas, a vovozinha não corre muito, o
Lobo a agarra, mas a Chapéu falsa, pega uma frigideira e dá na cabeça dele.
Que grita ai ai, e logo a erva começa a agir.)
Lobo: Nossa, está subindo um calor..
Chapeuzinho Falsa: É o sentido de realização, não disse?
Lobo: Ai, ai, que coceira, sua danada, o que é isso? Socorro, Chapeuzinho
Vermelho, afinal qual das duas é a verdadeira, socorro! (pula na platéia, logo
surge o caçador)
Lobo (aos berros): Caçador, me leve longe daqui, aquela menina é muito má,
parece vilã, ela é malvada, me tire daqui. Socorro!
(O caçador leva o Lobo, as três dão risadas e se abraçam... a Chapeuzinho
pode questionar o desaparecimento da Dona Cebola, para ficar mais bonito,
então o pano se fecha para voltar ao cenário inicial da peça, ao som de uma
musica animada, detalhe: em baixo da cama há a cesta de guloseimas e o
remédio de uma das Chapeuzinhos, debaixo do travesseiro dela, o capuz).
(O pano se abre, e lá está a vovó e a menina felizes e alegres)
Menina: Nossa, vovó que historia legal!
Vovó: Gostou, viu, eu disse que essa seria diferente!
Mamãe (entrando): Mãe, ainda não colocou minha filhota pra dormir?
Vovó: Eu estava contando uma historinha pra ela.
Mamãe: Gente, eu encontrei uma cebola gigantesca no quintal, fiz tanto
tempero!
Menina: Cebola?? Será que..
Mamãe: Uma cebola falante gente, uma tagarela. Vocês a viram?
Vovó: Não...
Menina: Eu também não. Não vi nada...
Mamãe (beija a mãe e a filha e sai) Durma bem.
Menina: Vovó, estou tão cansada (boceja) A senhora não sabe o quanto eu
gostei da história e se eu te contasse uma coisa, não acreditaria em mim,
(boceja, tira uma capa vermelha debaixo do travesseiro, se espanta, a esconde
novamente e se vira, dormindo em seguida).
Vovó (conferindo se ela já esta dormindo): Nem você minha netinha, nem
você! (come os doces da cestinha, ri bastante, beija a netinha, e pisca pra
platéia, saindo de cena, e o pano se fecha).

Fim? Ah, dizem que o Lobo está até agora se coçando... E a Dona Cebola,
coitada, virou tempero mesmo!

Homenagens:
1- Rita Aparecida de Cássia: Co- autora do personagem ‘Dona Cebola’.

2-

“A não ser que resolva aparecer uma senhora bondosa, me oferecendo


maças... / Não vou comentar mais nada”.
(Chapeuzinho Vermelho antes de se deparar com a Bruxa da Branca de Neve, bem no meio da
história dela / a próxima frase: resultado do encontro).

FIM.

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