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RECICLAGEM – UMA APRESENTAÇÃO DESTE PROCESSO DE

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS

Resumo: “É sabido que os recursos naturais mostram os primeiros sinais de


esgotamento. Com este argumento, não queremos dizer que estamos reduzindo a
quantidade de água, por exemplo, existente no planeta, pois devido ao ciclo hidrológico
que mantém a quantidade de água existente quase que inalterada, o problema na
verdade consiste no fato de que com a poluição dos corpos hídricos, a quantidade de
água com qualidade para utilização humana é reduzida. O desenvolvimento
tecnológico se deu inicialmente sem um pensamento ambiental estruturado aonde os
acontecimentos simplesmente iam ocorrendo sem que houvesse a menor preocupação
com os recursos e suas fontes. Atualmente vem crescendo cada vez mais o debate sobre
Questões ambientais vs. Desenvolvimentos tecnológicos, cada vez mais se discutem
maneiras de se desenvolver de forma sustentável e conservando os recursos existentes
para a posteridade. Uma maneira encontrada para reduzir a utilização de recursos
naturais é a reciclagem, a qual é um conjunto de técnicas que visa reaproveitar a
matéria tida como não útil com a finalidade de reduzir a utilização de recursos naturais
como matéria-prima”.
Palavra-chave: Desenvolvimento, Ambiental, sustentável.

Abstract: “It’s known that natural resources shown their first symptoms of finish. With
such an argument, it doesn’t mean that the amount o water is getting lower, as an
example, because the water cycle keeps the amount of the water almost the same as
always, the problem of this matter is that with water pollution, the amount of water for
human utility is reduced. The technological development started with no structured
environmental thought and things just happened with no worries about the natural
resources and its sources. On these days the debate between Environment Issues and
Technological development has coming often, and discussions about sustainable
development and conservation of the existent resources to the population of the future.
A way that was found to reduce the quantity of resources used it is recycling, that is a
group of techniques that reuse trash to reduce de amount of natural resources used as
raw material.”
Keyword: Development, Environmental, Sustainable.
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1. INTRODUÇÃO

Cada brasileiro produz uma quantidade média de 800 gramas de lixo, caso esta
quantidade seja mantida, na haverá mais local onde depositar todo este lixo. A
reciclagem por si só não resolverá o problema, irá apenas minimizar as conseqüências
geradas.

Figura 1: Separação de lixo para reciclagem

Devido à quantidade de lixo jogada em aterros, estes se encontram cada vez mais
com seu tempo de vida útil reduzido, para que seja possível aumentar o tempo de vida
útil destes, deve-se aprender a reutilizar e a reciclar parte do nosso lixo.
Além do fator ambiental existente no ato da reciclagem, existem também: os
fatores econômicos, onde existem cooperativas de catadores de lixo que separam o lixo
em várias categorias para reciclagem e reutilização do material. A única atividade que
as cooperativas não praticam é a redução de formação de resíduo, onde podemos dizer
que esta responsabilidade não é apenas das cooperativas, mas sim de cada cidadão. O
fator educacional, onde, hoje em dia, as entidades educacionais de nível fundamental e
médio estão cada vez mais aumentando a difusão do conhecimento da educação
ambiental para seus estudantes, e as instituições de nível superior cada vez mais
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acrescentando as cadeiras de engenharia ambiental e as diversas especializações na área
de meio ambiente, onde estas são cada vez mais freqüentes.
Em áreas industriais existe uma forte consciência para o meio ambiente, onde
podemos ver normas industriais, municipais, estaduais e federais sendo seguidas à risca
para que seja possível a conservação do meio ambiente, obtendo assim um
desenvolvimento sustentável. Vale salientar que existem leis e regras impostas ao ramo
industrial para que possa ser possível a produção em massa sem que exista uma
degradação ambiental tão grande quanto a produção.
Existem 3 (três) maneiras de limitar os efeitos do lixo e dos resíduos gerados no
meio ambiente: Reduzir, Reutilizar, Reciclar.
1.1 Reduzir
O primeiro passo a ser seguido para diminuir a quantidade de lixo é sem dúvida
reduzir a quantidade de lixo e resíduos gerados.
Muitas vezes são feitas compras de produtos, quaisquer que sejam, e estes estão
envoltos com bastantes embalagens, que no final acabam por ser jogadas fora sem poder
ao menos ser reutilizadas, ou até mesmos quando se compram produtos com
embalagens que não podem ser recicladas, como por exemplo o isopor. Existe um termo
que pode descrever uma forma de reduzir a compra destes utensílios com materiais que
não podem ser reciclados, este termo é a “pré-reciclagem” que nada mais é que a
seleção de produtos ecologicamente corretos, visando a menor geração de resíduos.
1.2 Reutilizar
Após reduzir o que é consumido, o segundo passo é reutilizar produtos que
normalmente são jogados fora. Existe uma infinidade de produtos usados pelas pessoas
que são jogados fora sem que estas saibam que poderiam estar reutilizando os mesmos.
Um bom exemplo que pode ser citado de reutilização são os recipientes utilizados para
armazenar sorvete, os quais são utilizados após o término do sorvete por donas de casa
como depósitos alimentícios.
Como a população estaria, em termos de geração de resíduos e lixo, se reutilizasse
pelo menos uma vez os produtos consumidos?
1.3 Reciclar
Após evitar o consumo de coisas desnecessárias, reaproveitar outras, o terceiro
passo é a reciclagem. Muitos materiais podem ser reciclados e cada um por uma técnica
diferente.
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A reciclagem permite uma diminuição da exploração dos recursos naturais e
muitas vezes é um processo mais barato do que a produção de um material a partir da
matéria-prima bruta. A reciclagem é feita para lixo orgânico e inorgânico.
2. RESÍDUO x LIXO

Normalmente existe uma separação entre o conceito de resíduo, que é


normalmente denominado para elementos líquidos ou gasosos descartados, enquanto
que lixo é normalmente denominado para elementos sólidos descartados. Contudo, os
termos lixo e resíduo podem ser utilizados tanto para fluídos como para sólidos.
O conceito de lixo pode ser considerado uma concepção do homem, uma vez que
no decorrer dos processos naturais não existe a formação de lixo, e sim a formação de
produtos inertes. Em termos práticos, o lixo ou resíduo é todo e qualquer material
orgânico e/ou inorgânico que é supérfluo ou perdeu a sua utilidade e necessita ser
descartado, contudo quase todo material pode ser reutilizado e/ou reciclado desde que
receba o tratamento adequado para este fim.
3. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS OU LIXO

Existem várias maneiras pela qual podemos classificar e separar os resíduos


gerados devido ao descarte cotidiano e dentro dessas separações podemos, ou não,
encontrar subdivisões para melhor classificar os resíduos e dar um tratamento mais
adequado a estes. Podemos classificar os resíduos gerados quanto a:
3.1 Origem
• Domiciliar
O lixo domiciliar é aquele proveniente do cotidiano domiciliar, ou seja, aquele
produzido pela atividade doméstica, constituído por alimentos, produtos de limpeza,
embalagens plásticas dentre outros. Dentro dos resíduos domiciliares existem alguns
que são considerados tóxicos.
Os maiores problemas com a limpeza municipal estão relacionados com lixo
domiciliar, onde este deve ser separado em lixo molhado e lixo seco.
O lixo domiciliar também pode possuir a categoria de lixo domiciliar perigoso, na
qual estão inclusos os produtos de limpezas, solventes e tintas, dentre outros.
Um modo prático para identificar se o lixo doméstico é perigoso ou não, pode-se
procurar por símbolos de perigo nos rótulos dos produtos. Normalmente poucos
produtos possuem o indicativo de perigo do produto.
• Comercial
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O lixo comercial é proveniente de estabelecimentos comerciais, como o próprio
nome já diz, como, por exemplo, supermercados, escritórios, estabelecimentos
bancários, dentre outros. Dentro desta gama de estabelecimentos existe o maior
percentual de materiais recicláveis. Normalmente, os resíduos gerados são papéis,
plásticos e papelões.
• Público
O lixo público é aquele gerado pelos serviços de limpeza pública, seja de vias
públicas ou de praias, restos de podas, ou até mesmo de limpeza de feiras livres, sendo
constituído em sua maioria por restos de leguminosos, embalagens etc.
• Industrial
Este tipo de lixo ou resíduo é originado de atividades industriais, normalmente de
industrias do segundo setor, variando de cinzas e lodos até cerâmicas, ou resíduos
químicos proveniente de algum processo. Alguns dos resíduos gerados neste ramo estão
a grande maioria de resíduos considerados tóxicos.
• Hospitalar ou de Serviços de Saúde
É constituído por todo resíduo gerado por hospitais e localidades onde existe o
serviço de saúde. Este tipo de resíduo exige cuidado e atenção especial quanto a coleta,
acondicionamento, transporte e destino final, porque as substâncias contidas podem ser
prejudiciais à saúde humana. Alguns exemplos de resíduo são seringas, vidros de
remédios dentre outros.
• Agrícola
Estes resíduos são compostos por embalagens de adubos, defensivos agrícolas,
ração restos de colheita, etc. Em algumas regiões do mundo, este tipo de resíduo já é
considerado uma preocupação constante. As embalagens de agrotóxicos tem sido alvo
de legislação específica, definindo cuidados na sua destinação final.
• Portos, aeroportos e terminais rodoviários ou ferroviários
Constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou potencialmente
podem conter organismos patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e
aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio pessoal e restos de
alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e
países. Também neste caso, os resíduos assépticos destes locais são considerados como
domiciliares.
• Entulho (Construção civil)
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Resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações
etc. O entulho é, geralmente, um material inerte, passível de reaproveitamento.
• Nuclear
Composto por produtos altamente radioativos, como restos de combustível
nuclear, produtos hospitalares que tiveram contato com radioatividade (aventais, papéis,
etc), enfim, qualquer material que teve exposição prolongada à radioatividade e que
possui algum grau de radioatividade. Devido ao fato de que tais materiais continuarem a
emitir radioatividade por longos períodos de tempo, eles precisam ser totalmente
confinados e isolados do resto do mundo.
3.2 Composição química
• Orgânico
Lixo orgânico é todo o lixo que tem origem animal ou vegetal. Nesta categoria
incluem-se restos de alimentos, folhas, sementes, restos de carnes e ossos, etc.
O principal componente do lixo orgânico é o lixo humano, o qual pode ser
altamente perigoso, uma vez que pode ser dispersor de diversas doenças bactérias, etc.
• Inorgânico
Lixo inorgânico é todo o resíduo gerado que não possui origem biológica, ou seja,
elementos produzidos pela atividade humana, como plásticos, metais dentre outros.
Muito do lixo inorgânico possui um grande problema: quando jogado diretamente
no meio ambiente, sem tratamento prévio, demora muito tempo para ser decomposto.
3.3 Periculosidade Oferecida
• Classe I (Perigosos)
Este tipo de resíduo apresenta risco a saúde pública ou ao meio ambiente,
independente da intempérie do resíduo gerado. Alguns exemplos são: resíduos
hospitalares, industriais e agrícolas etc.
• Classe II (Não-Inerte)
São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
• Classe III (Inertes)
São os resíduos que não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no
solo, são resíduos como restos de construção, os entulhos de demolição, pedras e areias
retirados de escavações.
3.4 Classificação mais simplificada
• Lixo Comum
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São os resíduos mais comuns gerados pela população. Dentro da categoria de lixo
comum podem existir as 3 categorias citadas acima de periculosidade.
• Lixo Especial
Lixo especial é aquele resíduo que necessita de coleta ou destino diferenciado lixo
comum, devido ao fato de que este pode causar impactos ambientais como também
podem causar problemas para a saúde pública.
Exemplos: Entulhos e resíduos perigosos.
Em todas as fontes geradoras podem existir diferentes tipos de resíduos. Portanto,
é de suma importância que cada resíduo seja identificado e separado corretamente para
que tenha tratamento e destinação adequados. E esta separação deve ser realizada na
fonte geradora, ou seja, por cada um de nós.

4. RECICLAGEM

Figura 2: Símbolo internacional da reciclagem


A reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por objetivo o aproveitamento de
detritos, ou materiais, que porventura sejam considerados sem utilidade para o uso, no
ciclo de produção. De forma resumida a reciclagem é o processo de reutilização do
produto final como matéria-prima. Não se devem confundir os termos reciclagem com
reutilização, pois na reutilização o produto final não necessita retornar ao estado de
matéria-prima para entrar novamente no ciclo de produção e formar o produto final, ou
seja, o produto final continua com suas características sem ter que ter passado pelo ciclo
de produção novamente, enquanto que na reciclagem, o material utilizado retorna ao
estado de matéria-prima retornando ao processo produtivo para se tornar novamente o
produto final.
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A reciclagem é considerada o melhor método de tratamento de lixo uma vez que,
em termos ambientais, reduz a quantidade de lixo enviado a aterros sanitários e também
reduz a quantidade de matéria-prima extraída diretamente da natureza.
Vale salientar que este retorno ao estado de matéria-prima é dado por processos
industriais.
A difusão na mídia da palavra “reciclagem” se deu a partir do final da década de
1980, época na qual foi constatado que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas
não renováveis estavam em processo de esgotamento, além do fato de que o espaço para
disposição de lixo e outros dejetos da natureza estava reduzindo. A expressão
“reciclagem é proveniente do inglês ”recycle”, onde re = repetir, e cycle = ciclo, ou seja,
a expressão reciclagem quer dizer que o produto irá repetir o ciclo de produção, o que
reforça os argumentos ditos anteriormente.
5. TIPOS DE RECICLAGEM

Figura 3: Cestos de lixo para reciclagem


Existem diversos tipos de materiais que podem ser reciclados, existem também os
materiais que não podem ser reciclados, que precisam ser ou descartados ou dispostos
em algum armazém ou local propício para este tipo de rejeito.
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Figura 4: Ilustração de um cesto contendo o símbolo da reciclagem
No Brasil, os recipientes para receber materiais recicláveis seguem o seguinte
padrão de cores:
• AZUL: Papel/ Papelão;
• VERMELHO: Plástico;
• VERDE: Vidro;
• AMARELO: Metal;
• PRETO: Madeira;
• LARANJA: Resíduos perigosos;
• BRANCO: Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;
• ROXO: Resíduos radioativos;
• MARROM: Resíduos Orgânicos;
• CINZA: Resíduo geralmente não reciclável ou misturado, ou
contaminado não passível de separação;
Abaixo está uma tabela com alguns materiais recicláveis e alguns não-recicláveis:

Reciclável Não-Reciclável
Papel
Jornais e Revistas Etiqueta adesiva
Folha de caderno Papel carbono
Formulário de computador Fita crepe
Caixas em geral Papéis sanitários
Aparas de papel Papéis metalizados
Fotocópias Papéis parafinados
Envelopes Papéis plastificados
Provas Papéis sujos
Rascunhos Guardanapos
Cartazes velhos Bitucas de cigarro
Papel de Fax Fotografias
Metal
Lata de folha de flandres (lata de óleo,
salsicha, leite em pó etc).
Lata de alumínio Canos
Sucatas de reformas Esponjas de aço
Vidros
Embalagens Espelhos
Garrafas de vários formatos Vidros planos
Lâmpadas
Cerâmica
Copos
Porcelana
Tubos de TV - gesso
Plástico
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Embalagem de refrigerante Cabo de panela
Embalagem de material de limpeza Tomadas
Copinho de café Embalagem de biscoito
Embalagem de margarina
canos e tubos Misturas de papel, plásticos e metais.
sacos plásticos em geral
Tabela 1: Tabela de exemplos de materiais recicláveis x não-recicláveis

6. ASPECTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DA RECICLAGEM

De acordo com a Engenheira Ambiental Iele Janine de Moura Nascimento, em


sua apresentação sobre educação ambiental para a empresa Oxiteno Nordeste S/A, a
reciclagem beneficia não somente o meio ambiente como também a sociedade que
coloca em prática esse método de disposição de resíduos.
Em sua apresentação para a empresa Oxiteno Nordeste S/A, ela diz que os
benefícios para a sociedade são diversificados, onde cita como exemplo o fato de que ao
se reciclar, cooperativas de catadores de lixo são formadas assegurando uma geração de
renda para esta população, além desta conseqüência econômica também reduz a
quantidade de matéria-prima extraída da natureza melhorando a qualidade do meio
ambiente.
Na cidade do Salvador, uma cooperativa de catadores de lixo denominada
CAEC, se formou no intuito de separar o lixo por categorias e fazer uso da reciclagem
para geração de renda e redução de uso de matéria-prima.
Seguindo esta mesma linha de raciocínio, também é mostrado que com esta
geração de renda, são injetados recursos nas economias locais, também beneficiando
entidades assistências, como igrejas e escolas. Fazendo um paralelo com os benefícios
ambientais, podemos dizer com isso é formada uma consciência ambiental nas pessoas
que atuam neste setor que possivelmente não existia antes, tanto na população quanto
nas empresas.
No setor industrial existem setores responsáveis pela questão ambiental, onde
são criadas políticas internas de meio ambiente que são criadas de acordo com as
normas brasileiras de meio ambiente.
Nesta linha de pensamento, é possível dar aos órgãos governamentais subsídios
para que possam ser definidas as políticas ambientais destinadas à reciclagem de
resíduos em geral. A reciclagem, de modo geral, reduz a quantidade de energia que seria
utilizada no processo produtivo utilizando matéria-prima extraída da natureza.
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Nos estudos feitos na Oxiteno Nordeste S/A, estudos estes realizados para a
apresentação sobre educação ambiental para suas empresas terceirizadas, foi visto que a
reciclagem contribui decisivamente para a melhoria da saúde pública evitando a
proliferação de vetores (ratos, baratas e insetos em geral) ligados à transmissão de
doenças.
No ramo educacional, podemos dizer que as entidades atuantes no ramo da
reciclagem podem funcionar como grande laboratório de ciências para que professores e
alunos tenham aulas práticas relacionadas com a reciclagem do lixo urbano;
A reciclagem dá oportunidade aos cidadãos de preservarem o meio ambiente de
uma forma concreta. Assim, as pessoas se sentem mais responsáveis pelo lixo que
geram tendo a idéia de que todo e qualquer habitante de sua população é responsável
pelo meio ambiente.

7. ASPECTOS ECONÔMICOS DA RECICLAGEM

Para que seja possível uma análise do aspecto econômico da reciclagem, é


necessário fazer uma analise macroeconômica. Pode-se dizer que o desenvolvimento
econômico será sustentável quando a inevitável agressão ambiental for menor do que a
velocidade com que a natureza consegue reagir para compensar os danos causados pelo
ser humano.
Tradicionalmente, não se deve pensar no aspecto econômico da reciclagem
como um processo imediatista, uma vez que se devem considerar vários fatores para que
este processo de disposição de lixo.
“Uma abordagem macroeconômica da reciclagem de resíduos sólidos pode
indicar os ganhos que ela pode proporcionar, tanto do ponto de vista da
sociedade como um todo, quanto de cada um dos agentes envolvidos nesse
processo (empresas que desejam valorizar os resíduos que geram, empresas
recicladoras, empresas que utilizam como insumos materiais recicláveis ou
reciclados, prefeituras municipais, etc.)”.
(ASPECTOS ECONÔMICOS DA RECICLAGEM DE MATERIAIS, BRITO, Hélio)

Como disse Hélio Brito em seu trabalho sobre aspectos econômicos da


reciclagem de materiais, os fatores a serem relevados para a viabilidade econômica de
todo e qualquer material deve ser estudada antes de qualquer coisa, no fator de quem vai
processar, para que com estes dados seja possível identificar em qual quantidade será
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feita à disposição, se será viável para aquela quantidade. Para cada segmento que deseje
praticar a reciclagem existem alguns estudos de viabilidade a serem feitos.
Uma empresa, por exemplo, que deseja valorizar os resíduos gerados em seu
processo produtivo, ou seja, trata os resíduos gerados como matéria-prima, esta empresa
deve calcular o ganho, levando em consideração todos os gastos que terá, utilizando o
cálculo abaixo:

Sendo: G =V −C + E
• V = valor de venda dos materiais reciclados (resíduos
valorizados), se for o caso;
• C = custo do processo de reciclagem;
• E = o custo evitado pelo processo de reciclagem. (incluindo
custos de armazenamento, tratamentos diversos, transporte,
disposição em aterro, etc.).
De um modo geral, a maior ou menor viabilidade do reaproveitamento dos
resíduos dessa Indústria vai depender de fatores tais como:
• Proximidade da instalação de reprocessamento;
• Custo do transporte de resíduos;
• Volume de resíduos disponíveis para o reprocessamento;
• Custo de armazenagem do resíduo no ponto de geração ou fora do
local de origem;
• Utilidade para o produto reciclado;
• Mercado para o produto reciclado.
Em um segundo caso, para uma indústria que trabalha com insumos recicláveis,
o mesmo enfoque é dado para o estudo de viabilidade. Embora, em primeira instância,
para essa indústria só seja evidente o custo dos insumos, em comparação com o
emprego de materiais não reciclados (feitos a partir de matéria-prima virgem) esse custo
embute um ganho que pode ser expresso como:

G = −V + W + M + H + A + D
Onde:
V = valor da venda dos materiais recicláveis (que, para esta indústria, é despesa);
W = ganhos decorrentes da economia no consumo de energia;
M = ganhos decorrentes da economia de matérias-primas;
H = ganhos decorrentes da economia de recursos hídricos;
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A = ganhos com a economia de controle ambiental (poluição da água, do ar,
etc.);
D = demais ganhos econômicos (vida útil dos equipamentos, subsídios, etc.).
Em um terceiro caso que pode ser citado, vemos os possíveis ganhos de uma
prefeitura municipal.
Para a prefeitura de um município que encaminha seus resíduos para a
reciclagem (via de regra mediante coleta seletiva ou, pelo menos, postos de entrega
voluntária), o ganho (G) com a reciclagem deve ser computado como:

G =V −C + E
Onde:
V = valor da venda dos materiais recicláveis pela prefeitura;
C = custo do processo de reciclagem para a prefeitura (incluindo coleta, triagem,
beneficiamento, acondicionamento, estocagem, etc.);
E = custo evitado de coleta, transporte, transbordo e disposição final
(presumivelmente, aterro ou incineração, mas, eventualmente, também a disposição em
locais inadequados, como lixões, rios, terrenos públicos, etc.).

No quarto e último caso, vemos como a sociedade como um todo pode ganhar
com a reciclagem.
A abordagem apresentada sugere que, para a sociedade como um todo, a
reciclagem de resíduos sólidos poderá resultar em um ganho líquido, expresso por:
G = (V − V ) − C + E + E + M + H + A + D
Onde:
V = valor da venda dos materiais recicláveis;
C = custo do processo de reciclagem;
E = custos das prefeituras e das indústrias com a disposição final dos resíduos
sólidos, evitados em função do processo de reciclagem;
W = economia no consumo de energia;
M = economia de matérias-primas;
H = economia de recursos hídricos;
A = economia devida à redução dos custos de controle ambiental;
D = demais ganhos econômicos – não só da indústria, mas também ganhos para
os governos federal e estadual: redução de dispêndios com saúde pública; divisas (por
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exemplo, petróleo, insumos para produção de materiais como vidros, metais, etc.);
geração líquida de empregos.
8. COMO RECICLAR O LIXO EM CASA

É certo o fato de que quase 99% do resíduo gerado nas residências pode ser
aproveitado de alguma maneira. Antes de iniciar o processo de reciclagem, é necessário
separar o lixo residencial para um melhor aproveitamento dos resíduos.
Inicialmente deve-se separar todo o material orgânico do material inorgânico.
Com o material orgânico pode ser feito composto orgânico utilizado como adubo, como
o processo de compostagem pode ser feito de maneiras bem simples, o lixo orgânico
residencial pode ser disposto em um processo de compostagem caseira. A compostagem
consiste na transformação de sobras de comida, restos de podas de árvores e esterco de
animais em adubo e/ou composto.
Com o material inorgânico, pode-se separá-los em sacos. Normalmente em todos
os locais só existe um cesto de lixo. Em resumo, separam-se vários sacos plásticos e
coloca-se cada tipo de lixo em cada um destes sacos.
Este processo é simples e consiste apenas em "guardar" os sacos de embalagens
que são adquiridos nos supermercados. Depois se fixa um painel de uns dois metros na
parede do quintal ou da área de serviços e penduram-se os sacos com um prego, e vai
substituindo-os conforme eles encherem. É possível também escrever no painel, um
nome para o destino de cada saco. Nas empresas os funcionários são orientados e
colocam-se tambores grandes com os respectivos nomes, logo terão muitas pessoas de
olho naquele lixo.
É recomendável a utilização de sacos plásticos biodegradáveis para separar seu
lixo doméstico.
Então na separação dos sacos plásticos podemos fazer a seguinte distribuição:
1. Papeis: neste saco serão jogados revistas papéis, jornais e seus derivados,
vale salientar que papel higiênico ou algum similar não pode ser disposto
neste saco.
2. Vidro: neste saco serão jogadas lâmpadas queimadas, garrafas, copos
dentre outros utensílios de vidro.
3. Plásticos: neste saco serão colocados os brinquedos e garrafas plásticas
além dos recipientes reutilizados que são provenientes de sorvetes dentre
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outros. Não serão dispostas garrafas PET neste saco devido à disposição
de óleo de cozinha que será explicada em tópicos posteriores.
4. Artigos de borracha: Caso tenha pneus velhos para jogar, devem-se
tomar cuidados para deixá-los sempre secos, devido ao risco da Dengue.
Fura-se ou corta-se em pedaços. Ou também é possível levá-los em lojas
de vendas de pneus.
5. Entulhos: neste saco serão depositados os entulhos de construção civil e
restos de sujeiras de faxina.
6. Objetos perigosos: Estes objetos não podem ser dispostos em lixo
comum devido à presença de produtos que são altamente contaminantes
como baterias em geral, pilhas ou lâmpadas fluorescentes.
7. Metais diversos: neste saco serão dispostos as latas diversas, arames,
pregos, alumínio etc.
8. Orgânicos: a disposição final deste saco foi citada logo mais acima.
9. Papel usado: Papel higiênico, por exemplo, guardanapos, fotografias, fita
crepe, tocos de cigarros, esponjas de aço usadas, panos sujos
dentre outros.
10. Óleo de cozinha: neste caso em especial não se deve utilizar os sacos
plásticos, o óleo de fritura deve ser disposto em garrafas PET, que não
deverão ser jogadas em lixo comum, o óleo de cozinha é utilizado na
produção do Biodiesel, e também pode virar sabão.
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9. CONCLUSÃO

É verdade que o Brasil é um país agraciado com a riqueza de recursos naturais,


contudo, com o desenvolvimento contínuo e o aumento populacional o meio ambiente
não consegue reagir em velocidade suficiente para repor a demanda de recursos
necessários para suprir as necessidades básicas industriais e residenciais.
A reciclagem surge como um dos meios de redução da utilização de matéria-
prima virgem retirada da natureza.
A necessidade da reciclagem de resíduos sólidos sob o ponto de vista ambiental
é incontestável, diante do fato de que toda a produção dos bens gerados em todos os
países, mais cedo ou mais tarde acabará despejada no meio ambiente.
Cada cidadão deve ter noção da responsabilidade que tem para com o ambiente
em que vive, pois este é tão responsável quanto qualquer outro cidadão ou órgão que
venha a degradar o meio ambiente. As conseqüências virão para todos.
Não somente os resíduos inorgânicos devem ser reciclados como também os
orgânicos.
Com o crescente aumento demográfico e o aumento da geração de resíduos, com
o tempo não haverá onde dispor tanto resíduo gerado, mais uma vez é fixado que a
reciclagem vem como um meio de reduzir a velocidade com o que os aterros são
utilizados e reduzir a quantidade de matéria-prima virgem utilizadas. Deve-se trabalhar
hoje para que as gerações futuras possam desfrutar do que existe hoje.
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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004: Resíduos sólidos –


classificação. Rio de Janeiro, 1987.
BANAS AMBIENTAL. Gestão ambiental aumenta a competitividade empresarial.
Abril de 2000, p. 26-46.
BARTON, A. F. M. Resource recovery and recycling. John Wiley & Sons, New York,
1979.
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