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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Capacidade Térmica e Calor Específico


Flávison de Almada Vieira
Matrícula: 0320841
Centro de Tecnologia
Curso de Engenharia Mecânica
Turma L
Prof. Luciano Teophilo
OBJETIVOS

Determinar a capacidade térmica de um calorímetro e determinar o calor


específico de determinados sólidos.

MATERIAL UTILIZADO

 Calorímetro com agitador;


 Água;
 Amostras de ferro, alumínio e cobre;
 Balança;
 Termômetro;
 Fonte de calor.
INTRODUÇÃO

Capacidade térmica trata-se da quantidade de calor necessária para que um corpo


varie uma unidade de temperatura. Baseado nisso:
Q
C=
∆θ
Onde Q é a quantidade de calor e ∆ θ a variação de temperatura.
Calor específico está mais diretamente ligado à composição do material de um
corpo, como cobre, pois ele indica a quantidade de calor necessária para que cada
unidade de massa do corpo varie uma unidade de temperatura, portanto:
Q
c=
m∆θ
Onde m é a massa.
Vale ressaltar também, através dessa equação que:
C=mc
Onde C é a capacidade térmica e c o calor específico.
De acordo com a termodinâmica, um sistema físico é termicamente isolado
quando não há troca de calor entre o sistema e o meio externo. Portanto, pode-se dizer
que:
¿ ∑ Qced ido ∨¿∨∑ Qrecebido∨¿
“Cedido” e “recebido” referem-se ao princípio de que toda a energia térmica que
é liberada de alguns corpos é igual à recebida por outros até que se atinja o equilíbrio
térmico o que significa que todos os corpos presentes no sistema termicamente isolado
estão na mesma temperatura.
O calorímetro, o instrumento a ser utilizado no experimento, trata-se de um
recipiente feito de isopor, pois esse material é um bom isolante térmico, mas isso não
significa que não haverá trocas de calor com o meio externo, pois sempre há essa troca
na prática. Além disso, o calorímetro possui um vaso de cobre no fundo do recipiente e
dois buracos na tampa do recipiente, onde em um é por onde passará o termômetro e no
outro passará um agitador composto de um material mau condutor. Vale ressaltar que a
função do agitador é homogeneizar a temperatura dentro do recipiente.
No calorímetro será colocada água para que se encontre capacidade calorífica do
conjunto termômetro, vaso de cobre e agitador, ou seja, uma quantidade de água que
absorverá a mesma quantidade de calor do conjunto. Isso será útil para um cálculo mais
preciso do calor específico de determinados materiais que serão colocados após esse
primeiro procedimento.

PROCEDIMENTO

Procedimento – Parte 1
1. Coloca-se uma massa de 100g de água no calorímetro;
2. Agita-se a água com o agitador até que o equilíbrio térmico seja atingido e anota-se
a temperatura que o termômetro indica;
3. Num outro recipiente, aquecer 100g de água até 10ºC a mais do que a temperatura
encontrada anteriormente, assim, coloca-se essa água no calorímetro rapidamente
para evitar perda de calor.
4. Com as duas águas misturadas no calorímetro, utilizando o agitador, aguardar o
equilíbrio térmico e, assim, anotar a temperatura atingida após a mistura.
5. Como, pela conservação da energia, o calor cedido pela água quente é igual ao calor
ganho pela água fria mais o calor ganho pelo calorímetro, pode-se encontrar a
capacidade calorífica com a seguinte equação:
m c 0 ( T −t )=m' c0 ( t−t 0 ) +C (t−t 0 )
Onde, m é a massa da água quente; m’ a massa da água fria; T a temperatura da
água quente; to a temperatura da água fria; t a temperatura final da mistura e C a
capacidade calorífica do calorímetro.
6. Depois de encontrado o valor de C, anota-se o mesmo.
Procedimento – Parte 2
1. Colocam-se 200g de água no calorímetro à temperatura ambiente e anota-se essa
temperatura;
2. Aquecer, num outro recipiente com água, o material, cujo valor do calor específico
se queira determinar, a temperatura de ebulição da água. Anota-se essa temperatura.
3. Colocar rapidamente no calorímetro a substância utilizada;
4. Acionando sempre o agitador, aguardar até que ocorra o equilíbrio térmico e anotar
essa temperatura.
5. Utilizando a equação, baseada nos princípios já mencionados, encontra-se o calor
específico da substância escolhida:
c 0 ( m ' + m 0) (t−t 0)
c=
M (T −t)
Onde, c é o calor específico da substância em teste; co é o calor específico da
água; m’ é a massa de água no calorímetro; M é a massa da substância em teste; T é a
temperatura inicial da substância em teste; mo é capacidade calorífica encontrada na
primeira parte do procedimento; t é a temperatura de equilíbrio da mistura e to a
temperatura da água fria.
6. Anota-se o valor do calor específico encontrada para a substância escolhida.

RESULTADOS

Dados coletados:
 Primeiro procedimento:
m = 100g
m’ = 100g
co = 1 cal/gºC
T = 38 ºC
to = 28 ºC
t = 32 ºC
C = 50 cal/ºC
 Segundo procedimento:
Material M(g) m’(g) mo(g) T(ºC) to(ºC) t(ºC) c(Cal/gºC)
Alumínio 60,5 200 50 101 35 39 0,267
Ferro 150 200 50 101 30 35 0,126
Cobre 106 200 50 101 26 30 0,133
QUESTIONÁRIO

1. Lembrando que o calor específico da água é maior que o da areia, explique por que
as brisas marítimas sopram, durante o dia, do mar para a terra, e, à noite, em sentido
contrário. Discuta a influência destes fatos sobre o clima das regiões à beira mar.
Como o calor específico da água é maior que o da areia, então a areia sofre
uma mudança de temperatura mais rapidamente que a água, portanto, durante o dia, a
areia esquenta o ar próximo a sua superfície e, por convecção, esse ar quente sobe,
enquanto o ar mais frio próximo à superfície do mar começa a transitar para a costa,
criando-se a brisa marítima do dia. Durante a noite acontece o inverso, ou seja, a areia
torna o ar próximo mais frio e a água, como demora mais para esfriar, acomoda o ar
quente e, dessa forma, a brisa marítima sopra da terra para o mar. Esse fato permite que
a temperatura nas regiões costeiras seja mais estável, ou seja, a variação de temperatura
durante o dia é pouca em relação a outros locais continentais.

2. O calor pode ser absorvido por uma substância sem que esta mude sua temperatura?
Sim, basta que esse calor não seja utilizado como energia térmica e sim como
algum outro tipo de energia. Ou seja, você ainda terá uma conservação de energia,
porém essa energia será utilizada em forma de trabalho, por exemplo, e não como
energia térmica.

3. Quando um objeto quente esquenta um frio, suas mudanças de temperatura são


iguais em magnitude? Dê exemplo extraído desta prática.
Não, pois essa mudança de temperatura está ligada com o calor específico, ou
seja, num sistema isolado termicamente, se duas substâncias estiverem com
temperaturas diferentes e possuírem calores específicos diferentes, então essa mudança
não será igual em magnitude. Um exemplo é o metal que estava aquecido e depois foi
colocado na água em temperatura ambiente. A diferença de temperatura que cada um
sofreu foi diferente, provando que a mudança de temperatura é diferente em magnitude
se os calores específicos forem diferentes.
4. Dois sólidos de massas diferentes, a uma mesma temperatura, recebem iguais
quantidades de calor e sofrem a mesma variação de temperatura. Que relação há
entre seus calores específicos?
S 1→ Q=m1 . c1 . ∆ θ
S 2→ Q=m2 . c2 . ∆ θ
Como as quantidades de calor são iguais:
m1 . c 1 . ∆θ=m2 .c 2 . ∆ θ
Como as variações de temperaturas são iguais:
m1 . c 1=m2 . c2
c 1 m2
=
c 2 m1

5. Consultar a Literatura Científica de modo a obter os calores específicos das


substâncias abaixo.
 Alumínio: 0,215
 Cobre: 0,092
 Latão: 0,092
 Ferro: 0,108
 Ouro: 0,032
 Prata: 0,056
 Água: 1,000
 Mercúrio: 0,033
Obs: Unidade dos dados: cal/g °C.

Fonte: http://www.fisica.net/ead/mod/glossary/showentry.php?
courseid=1&eid=422&displayformat=dictionary, acessado em 22/09/2010.

CONCLUSÃO
Foi possível determinar a capacidade térmica do calorímetro e os calores
específicos do alumínio, do cobre e do ferro. Os valores foram próximos das fornecidas
pela Literatura Científica provando que as pequenas diferenças ocorreram devido ao
sistema não estar muito bem isolado termicamente, gerando perdas de calor para o
ambiente. Houve perdas de calor também durante a transferência dos metais para o
calorímetro, assim como da água quente, no procedimento um, para o calorímetro

BIBLIOGRAFIA
 Dias, N.L. Roteiros de aulas práticas de física;
 http://www.fisica.net/ead/mod/glossary/showentry.php?
courseid=1&eid=422&displayformat=dictionary, acessado em 22/09/2010.
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Calor_espec%C3%ADfic, acessado em 22/09/2010.
 http://www.sofi.com.br/node/336, acessado em 22/09/2010.,
 http://www.brasilescola.com/fisica/propagacao-calor.htm, acessado em
22/09/2010.

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