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Ensaio de Embutimento

1 Ensaios de Estampabilidade
Durante uma seqüência de estamparia complexa de chapas finas podem coexistir
várias operações, que são denominadas genericamente de conformação de chapas. Entre
essas operações, destacam-se o estiramento, ou repuxamento, e a estampagem. Os ensaios
mais utilizados para se determinar as características de estampabilidade são ensaios que
simulam estas duas operações. Existem inúmeros ensaios de estampabilidade, dos quais os
mais empregados são os ensaios de embutimento Erichsen, o ensaio Olsen e o ensaio de
Nakazima, em que predomina a operação de estiramento, e o ensaio Swift, em que
predomina a operação de estampagem.
O processo de estiramento consiste em afinar a espessura de uma chapa por meio de
um punção, prendendo-se a chapa numa matriz, de modo a impedir que o material deslize
para dentro da matriz. No caso do processo de estampagem, por outro lado, a chapa não é
presa, sendo então arrastada para dentro da matriz durante a operação. Dificilmente, em um
processo de conformação de chapas, ter-se-á estiramento ou estampagem puros. Sempre
existirá uma combinação destas duas operações com outras (dobramento, corte, etc...).
O ensaio Erichsen é padronizado por normas internacionais, sendo freqüentemente
realizado para comparação de materiais e para se verificar se a chapa possui a ductilidade
desejada.

1.1 Ensaios de estiramento


Os ensaios de estiramento são realizados em máquinas apropriadas, onde se coloca a
chapa entre uma matriz e um anel de fixação, sendo presa por uma carga de compressão. O
punção aplica uma carga que força a chapa a se abaular, formando um copo (ver Figura 1).
Esses ensaios avaliam a profundidade do copo no momento da estricção ou no momento em
que ocorra a ruptura do copo. O punção tem cabeça esférica, com 20mm de diâmetro, sendo
que utiliza-se graxa grafitada no punção como lubrificante. No ensaio Erichsen, o resultado
final é a medida da altura do copo (em milímetros) no momento em que se dá a fratura no
topo do copo. A altura do copo após o ensaio é o índice Erichsen de embutimento (IE).
Existem várias especificações de chapas na ABNT que exigem um valor mínimo para o
índice de Erichsen para cada espessura de chapa, ou tipo de estampagem para qual a chapa
foi fabricada (média, profunda ou extraprfunda).

Figura 1 – Ensaio de embutimento Erichsen.


Algumas máquinas são equipadas com dinamômetros, que medem a força aplicada
pelo punção durante o ensaio. Assim, pode-se tomar a queda brusca da carga, no momento
da ruptura do corpo de prova, como o fim do ensaio. A importância de se registrar a carga
de fratura se justifica pelo fato de que duas chapas supostamente semelhantes, quando
ensaiadas nas mesmas condições, podem apresentar a mesma altura do copo (mesma
ductilidade), porém uma das chapas pode precisar de uma carga muito maior do que a
outra. Assim, a chapa que rompeu com a carga menor seria a chapa preferida, visto que
numa operação de estiramento da chapa mais resistente, ocorreria muito mais deformação
da prensa, o que poderia acarretar danos do equipamento, caso a operação tivesse sido feita
próximo da sua capacidade máxima.
Apesar de muito simples e muito utilizado, o ensaio Erichsen apresenta como maior
desvantagem uma má reprodutibilidade, como conseqüência do emprego de pressões
diferentes para a fixação da chapa na matriz, a diferenças de rugosidades nas matrizes e nos
punções das diversas máquinas existentes e, principalmente, devido à qualidade
diversificada do lubrificante utilizado e à velocidade do ensaio.

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