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Cal -dicas de uso!

A escolha

O produto de má qualidade compromete a construção, apresentando problemas típicos


de esfarelamento, manchas, trincas, fissuras e descolamento de reboco.
A Norma Brasileira determina o grau de pureza mínimo de 88%.
Os produtos misturados ou de segunda, no entanto, apresentam pureza muito baixa,
geralmente inferior a 50%.

De origem duvidosa, a cal de segunda normalmente é resultado da mistura de uma


pequena quantidade de cal virgem e alguns tipos de materiais argilosos, como saibro,
caulim, terra preta ou barro.
O primeiro efeito negativo dessa mistura é que o produto perde sua função aglomerante,
fazendo com que os grãos de areia se descolem com o passar do tempo, tornando a
argamassa facilmente esfarelável.
Os materiais orgânicos são também um meio fácil para a proliferação de fungos e
formação de manchas. Já os materiais argilosos tornam a argamassa sensível ao tempo,
formando fissuras e trincas na superfície do revestimento.

Para ter a garantia de que está levando cal de primeira, o consumidor deve prestar
atenção na embalagem. Ela deve conter o selo de qualidade da ABPC e trazer a
impressão "NBR 7175", que mostra o comprometimento do fabricante com a Norma
Brasileira que regulamenta o produto.
Outra dica importante é que o nome "cal hidratada" deve estar visivelmente impresso na
embalagem, junto com o tipo de cal (CH-I, CH-II e CH-III).
O consumidor não deve se iludir com denominações enganosas tais como "preparador
de argamassas", "produto de assentamento" ou "argamassa à base de cal".
MARCAS COM O SELO NACIONAL DE
QUALIDADE DA ABPC

BRANCOR FRICAL
BRASICAL ITACOLOMBO
CAL CEM MASSICAL
CAL GULIN MINERCAL
CAL HIDRA MINERSOL
CAL ITAÚ PINOCAL
CAL TREVO QUALICAL
CAL VOTORAN SOLOBRANCO
CIBRACAL SOLOFINO
CONSTRUVIP SUPERCAL Ical
FINACAL

Como comprar e estocar?

Se não for pura, a cal hidratada não vai proporcionar todos os benefícios citados.
A cal deve ser fabricada de acordo com as normas técnicas, o que pode ser facilmente
identificado verificando na embalagem (saco) do produto se constam a sua marca; seu tipo
(CH-I, CH-II ou CH-III);

o número da Norma Técnica (NBR-7175); o nome, ou razão social, do fabricante; e,


para maior segurança, com o Selo de Qualidade da Associação Brasileira dos
Produtores de Cal (ABPC) estampado na embalagem.

O consumidor não deve se deixar levar pelo menor preço, que pode ter por trás produtos
de má qualidade ou falsificados. A loja ou depósito devem também ter boas referências
e oferecer materiais de boa procedência e com qualidade.

De uma boa compra vai depender a vida longa das construções e essa regra vale
também para a areia, que não deve conter impurezas, e para o cimento portland, que
também deve obedecer as normas da ABNT, mas não deve estar estocado por muito
tempo, porque pode empedrar e reduzir seu potencial aglomerante.

A areia deve ser a mais seca possível e armazenada em local limpo, onde não se
esparrame.
Quanto à água, não pode conter matéria orgânica, como argila, folhas e materiais
oleosos.
Para não comprar gato por lebre

O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial)


coletou para análise, em outubro de 2004, amostras de 25 marcas de produtos vendidos
como cal hidratada em todo o País.
Dessas, dez tiveram de ser excluídas porque não eram cal, mas produtos com outras
características físicas e químicas, embora vendidas como cal.
Apenas 15 marcas puderam ser submetidas a testes de laboratório e seis foram
reprovadas. O filito, um tipo de pó de rocha, foi apontado no relatório do Inmetro como
o material mais comum adicionado à cal no processo de adulteração.
Produtos adulterados ou “de segunda” aparecem com a expressão “cal” em sua marca
fantasia, confundindo o consumidor, mesmo em casos em que o fabricante descreve na
embalagem que seu produto não é cal. O Inmetro comenta ainda que os fabricantes que
alegaram que seu produto é apenas um plastificante para argamassas deveriam
apresentar informações claras, de modo a não infringir os direitos básicos do
consumidor.

O uso de produto não-conforme provoca, depois de meses ou até anos, o aparecimento


de problemas típicos de falta de poder aglomerante: esfarelamento, manchas, trincas,
fissuras, queda do reboco.

Deve-se fazer as contas quanto ao rendimento dos produtos também. Aqui, o barato
realmente sai caro, porque o rendimento da cal de segunda é tão baixo que torna a
argamassa muito mais cara.
A explicação é simples: a cal hidratada e o cimento são comprados a peso, mas dosados
na argamassa em volume.

Normalmente, a dosagem deve ser :

1 lata de cimento,
2 latas de cal hidratada
9 latas de areia.

Enquanto um saco de 20kg de cal hidratada de qualidade tem volume de 30 litros, um


saco de cal de segunda pode não chegar a 15 litros, dependendo da sua quantidade de
impurezas.
Fonte: ABPC
O Inmetro alerta os consumidores para que na hora da
compra da cal hidratada tomem os seguintes cuidados:

* Procurar na embalagem o nome “cal hidratada”, que deve estar bem visível na frente e
no verso;

* Ficar atento para produtos que denominam na embalagem “cal hidratada com adição”
ou “cal hidratada com leucofilito” ou “cal hidratada pozolânica”. Esses produtos não
possuem norma técnica e buscam confundir o consumidor justamente pela forma como
são comercializados;

* Verificar na embalagem se a cal é do tipo CH I, CH II ou CH III (os únicos tipos


previstos na norma técnica da cal hidratada) informação que deve constar na frente e no
verso;

* Constatar que na embalagem está o nome e a marca do fabricante de forma clara. O


Inmetro alerta que é comum que produtos adulterados ou “de segunda” não se designem
“cal hidratada”, mas utilizam a expressão cal em suas marcas fantasia, para confundir o
consumidor.

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