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CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

ANTEPROJETO DE PESQUISA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
São Luís
2010

O AMICUS CURIAE A FAVOR DO CONTROLE CONCENTRADO DE


CONSTITUCIONALIDADE PERANTE O SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL

AMANDA LEITE DE ARAÚJO

Projeto de Pesquisa apresentado à


disciplina Trabalho de Conclusão de Curso,
para elaboração da monografia visando a
conclusão do curso de graduação em
Direito no Centro Universitário do Maranhão
- UniCeuma.
Centro Universitário do Maranhão - UniCeuma
São Luís
Dezembro - 2010

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO......................................................................................................3

2- OBJETIVOS..........................................................................................................5

3- JUSTIFICATIVA....................................................................................................7

4- REVISÃO TEÓRICA.............................................................................................9

5- METODOLOGIA.................................................................................................12

6- CRONOGRAMA..................................................................................................14

7- BIBLIOGRAFIA...................................................................................................15
3

1-INTRODUÇÃO

Em um Estado de Direito, que se fundamenta nos princípios inerentes à

democracia, deve se ter por escopo a participação daqueles que compõe a força

soberana do Estado, ou seja, o povo, em todas as partes da Administração lato sensu.

Se assim não o fosse estaria apta a democracia a transformar-se em uma autocracia,

representada apenas.

È como forma de instrumentalizar a participação popular, sem mais

representatividades, que surge nos primórdios do direito anglo-saxão, como evolução

da intervenção de um terceiro à parte do processo, a figura do amicus curiae, hoje

presente também no direito supranacional e debatido das mais variadas formas.

Entre as funções de enriquecer o processo com conhecimento ilibado e

fundamentos desconhecidos, mas pertinentes à causa, nasce também para o amicus

curiae, o dever de zelar pelos princípios da democracia, agindo diretamente nos

julgamentos de alta indagação que versam sobre interesses diretos do povo e da

sociedade com um corpo uno e indivisível.

Nessa perspectiva é extremamente oportuno um estudo aprofundado sobre o

instituto do amicus curiae, sendo precisamente dimensionado quanto a sua contribuição

efetiva no ordenamento jurídico brasileiro como defensor da instituição democrática a

favor do procedimento concentrado de controle de constitucionalidade das leis, onde foi

estabelecido pioneiramente e unicamente no Direito Brasileiro. Se revelando, portanto,

um verdadeiro componente do aperfeiçoamento da prestação jurisdicional oferecida

pelo Supremo Tribunal Federal quando do controle de constitucionalidade.


4

Para que seja possível uma abordagem na essência do referido processo de

controle, especificamente nessa contribuição influente que representa o instituto,

impende a elaboração de um estudo histórico, conceitual e demonstrativo, tal qual

como este que pretende se elaborar.

Frise-se que não se objetiva dirimir todas as dúvidas, nem tão pouco retratar

todas as situações em que o instituto alienígena se faz presente, mas sim enriquecer o

tema e difundir a necessidade de recepção do ordenamento jurídico brasileiro, que

ainda restringe uma das formas mais ricas de intervenção democrática junto ao

processo de constitucionalidade.
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2- OBJETIVOS

O presente anteprojeto pretende delinear o tema a ser desenvolvido quando da

elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), qual seja: O amicus curiae a

favor do controle concentrado de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal

Federal.

Desta feita, será abordado assunto de alta relevância no ordenamento

jurídico brasileiro, haja a vista as inúmeras dúvidas que se revelam na utilização e na

aplicação do instituto. Sendo necessário, antes de analisar profundamente sua

influência e repercussão no controle concentrado de constitucionalidade ante a

Suprema Corte, a conceituação do amicus curiae e a delimitação de sua utilização no

direito supranacional, onde, pioneiramente, foi coadunado e regulado.

Não obstante a análise conceitual do instrumento alienígena é de suma

importância situar a sua localização no mundo jurídico (natureza jurídica), tendo em

vista a necessidade ímpar de demonstrar – se, que ele se perfaz como forma de

participação democrática à frente do processo que hoje se estabelece para auferir o

controle de constitucionalidade das leis, recaindo-se pormenorizadamente sobre o

controle concentrado ante à Constituição Federal de 1988.

Para tanto, ressaltar-se-á a evolução do instituto mencionado alhures, seu

procedimento e regulamento no processo de constitucionalidade e, por fim, relacionar-

se-á as mais decisivas e influentes participações, que se revelaram verdadeiras

contribuições históricas ao longo da vigência da Carta Magna.


6

Ao final, como forma de fomentar o debate à ampliação fática e jurídica do

instrumento, comenta-se sobre a real possibilidade de utilização do amicus curiae fora

do âmbito da Suprema Corte, especificamente ante os juízes de 1º grau, através do

controle difuso de constitucionalidade.


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3- JUSTIFICATIVA

As razões que justificam a elaboração deste trabalho de pesquisa se sustentam

na necessidade de localizar um instituto construído no direito anglo-saxão no

ordenamento sistematizado que é o Direito brasileiro, sem, sobretudo classificá-lo como

alienígena ou corpo estranho ou, talvez, como querem muitos, estudá-lo a parte do

sistema de normas.

É sobressalente a importância da interveniência dos amicis curiae, como

terceiros (em sentido amplo e não no sentido estrito que denota o processo civil)

constituídos ante o processo, com capacidade de influenciar e enriquecer o

conhecimento dos julgadores e fazer prevalecer os princípios democráticos. Para isto é

imprescindível à sua caracterização além do status de um mero interventor no processo

de constitucionalidade.

A pesquisa se aprofunda, então, na relevância e alta contribuição desse

instrumento ante o procedimento mais complexo, em termos de fundamentação e

dispositivo dos magistrados, qual seja, aquele que questiona a constitucionalidade da

lei de modo concentrado, abarcando diretamente a própria Constituição da República

para que seja comparada ante à lei sub judice.

É por demasiado oportuno o estudo, haja vista que estabelecerá a necessidade

constante de utilização do instituto em destaque, que hoje tem participação tímida e

escassa regulamentação, tendo em vista que quanto mais se omitem os juristas em

delineá-lo mais surgem novas questões a cerca dos efeitos imediatos e mediatos que

seu uso pode gerar.


8

Isto se fundamenta nas próprias utilizações anteriores do desígnio, que se

revelaram verdadeiros ápices do Estado Democrático, aclarando, enriquecendo e

aperfeiçoando às decisões da Suprema Corte em julgamento das normas

constitucionalmente questionadas.

Ademais, o processo de constitucionalidade é basilar no ordenamento

jurídico pátrio, além de ser recorrente e vastamente discutido e aprimorado com o

passar dos anos. Portanto o amicus curiae é a chave que abre a possibilidade de uma

prestação jurisdicional límpida e rica, apesar do pouco uso e do pouco conhecimento

que os juristas detém sobre a sua aplicação.

Não há outra saída se não a de destrinchá-lo, para que se possa extrair o que

de mais construtivo e justo o instituto pode acrescentar às questões que versam

diretamente sobre a norma em discussão ante a Carta Magna na Suprema Corte.


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4- REVISÃO TEÓRICA

Nenhuma pesquisa se inicia do marco zero. Para que este trabalho fosse

elaborado, o impulso foi a disciplina Direito Constitucional I, ministrada no 2º ano do

Curso de Direito no UniCeuma. Entre o estudo dos princípios democráticos e as

possibilidades de iniciativa popular se obteve a descoberta de um interventor

processual que não possuía natureza jurídica definida nem regulamentação, mas que

se revelava o ápice do binômio democracia – iniciativa popular: o amicus curiae.

Não é solitária essa vontade de aprofundamento do instituto, mas podemos

considerar como relativamente recentes as fontes provenientes de publicações

bibliográficas, documentais e jurisprudenciais sobre o tema.

Assim, este trabalho de pesquisa não é ímpar1, fundamentando-se como base

de consulta no excelente Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Thais Catib de

Laurentiis (2007) intitulado A Caracterização do Amicus Curiae à Luz do Supremo

Tribunal Federal2·, tendo, porém objetivo diverso do aqui pretendido, objetivo que a

autora assim o define:

“O foco principal é chegar às conclusões sobre quais são os critérios


trabalhados e argumentados pela jurisprudência do Supremo no que
tange à entrada de amici curiae nos processos de controle concentrado
de constitucionalidade. Para que este escopo seja alcançado, fez-se
necessária uma separação, mediante critérios que em seguida discutirei,
das 180 decisões monocráticas para que seja possível chegar ao real
objeto deste trabalho." (op. cit. pág. 7)

1
adj. Que não se pode dividir em dois números inteiros iguais./Que não tem igual: é de uma coragem
ímpar.DICIONÁRIO Aurélio Online. Diponível em http://www.dicionariodoaurelio.com/. Acesso em 10 dez. 2010
2
Thais apresentou a monografia à Escola de Formação da Sociedade Brasileira de Direito Público em 2007,
disponível em http://www.sbdp.org.br/arquivos/material/298_MonografiaThaisCatibamicuscuriaeSTF.pdf
10

Portanto, a presente pesquisa tem inúmeros precedentes anteriores com foco

diversificado, porém sempre alcançando o mesmo escopo, o de obter o

aprofundamento do instituto do amicus curiae, pela necessidade urgente de arraigá-lo

no ordenamento jurídico brasileiro.

Nessa esteira as obras de Carlos Gustavo Rodrigues Del Prá e Isabel da

Cunha Bisch3 são verdadeiras jóias que adentram a perspectiva histórica do desígnio e

caracterizam sua inserção no direito brasileiro pioneiramente junto ao controle de

constitucionalidade concentrado. Impende citar curto trecho da obra Amicus Curiae:

instrumento de participação democrática e de aperfeiçoamento da prestação

jurisdicional, do professor Del Prá:

“Cuidaremos tão – somente, do instituto recentemente surgido no direito


brasileiro, o qual podemos, ao lado da assistência, considerar como
outra verdadeira forma de intervenção de terceiros: a intervenção do
amicus curiae. Eis aí o objeto deste estudo.
Pelas razões que expusemos, pensamos que a intervenção do amicus
curiae, admissível em ações de substrato público, demanda uma
interpretação que extraia o máximo da sua essência, sob pena de
neutralizar uma inovação que declaradamente veio para aperfeiçoar a
prestação jurisdicional.” (sic)(op.cit. pág.23)

Do exposto, o que se extrai é que a gama de doutrinadores e estudantes que

propuseram - se a estudar o tema, cada qual em seu ponto específico de atuação,

diverso também do que se pretende abordar (o amicus curiae ante o controle

concentrado de constitucionalidade) perceberam ao final de suas obras a importância

latente de inserção e regulamentação do instituto, tendo em vista a contribuição que é

arraigada em sua base democrática.

3
Bisch, Isabel da Cunha. O amicus curiae , as tradições jurídicas e o controle de constitucionalidade: um estudo
comparado à luz das experiências americana, européia e brasileira.
11

Por ser este um projeto de pesquisa, cabe mencionar sucintamente outras

obras que serão alvo de estudos analíticos para abordagem do tema principal:

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Elementos de direito administrativo. São Paulo:

Revista dos Tribunais, 1991; Buenos, Cássio Scarpinella. Amicus curiae no processo

civil brasileiro - Um terceiro enigmático, São Paulo: Saraiva, 2006; Mendes, Gilmar

Ferreira. Controle de constitucionalidade: Uma análise das leis 9868/99 e 9882/99.

Revista Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ – Centro de Atualização Jurídica, nº11,

fevereiro, 2002. Disponível em: www.direitopublico.com.br. SILVA, José Afonso da.

Curso de Direito Constitucional Positivo. 15. ed. Malheiros, 1998; Entre outros.
12

5- METODOLOGIA

A pesquisa será a ser abordada será preferencialmente do tipo bibliográfica e

documental. Sendo o assunto de caráter exclusivamente teórico não há possibilidade

de uma abordagem de campo.

Nessa esteira, as legislações a serem aprofundadas são: as Leis nº. 9.868 de

1999, 9.882 de 1999, ambas versam sobre a regulamentação do procedimento das

Ações Diretas de Inconstitucionalidade, Ações Declaratórias de Constitucionalidade e

Arguições de Preceito Fundamental (enquanto a Lei 9.698 trata das ADINs e ADCs a

Lei 9.882 trata somente das ADPFs); a Constituição da República de 1988; Lei 5.869 de

1973 (Código de Processo Civil);

O sítio do Supremo Tribunal Federal4 também será fonte material de pesquisa,

haja vista que lá se encontram as mais ricas e complexas decisões da Suprema Corte,

quanto ao controle de constitucionalidade, em vasto repertório, além de outros sítios de

credibilidade de colhimento de jurisprudência e artigos de destaque5.

Ademais, nenhuma pesquisa é procedida sem utilização de vasta doutrina

sobre o assunto discorrido, esta não transcorrerá de modo diverso, sendo objeto de

análise Códigos Processuais Civis Comentados, livros de Direito Constitucional e livros

específicos sobra o Amicus Curiae.

Por fim, impende mencionar o tipo de pesquisa selecionado, utilizado após a

coleta de dados, abordando uma proposta reflexiva e analítica das leituras procedidas,

4
www.stf.gov.br
5
É cediço que nos dias de hoje nenhuma pesquisa, seja objetivada ou por liberalidade, é procedida sem a utilização
da internet, dos sites que oferecem leis e jurisprudências nacionais e internacionais, bem como artigos e publicações
de revistas de grande renome.
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procedendo em pequenos pontos à uma pesquisa descritiva, apenas com análise dos

documentos e relação dos mesmos.

Ressalte-se que outros recursos podem ser acrescidos ao decorrer do trabalho,

visando tão somente o enriquecimento do estudo e o aclaramento do tema.


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6- CRONOGRAMA

Para elaboração da pesquisa é pertinente um cronograma que estabelece

diretrizes que devem ser seguidas para a conclusão tempestiva do Trabalho de

Conclusão de Curso, assim estabelecido:

MES/ETAPAS Nov/10 Dez/10 Jan/11 Fev/11 Mar/11 Abr/11 Mai/11 Jun/11 Julh/11
Escolha do X
tema
Levantamento X X X
bibliográfico
Elaboração do X
anteprojeto
Apresentação X
do projeto
Coleta de X
dados
Análise dos X X
dados
Organização do X
roteiro/partes
Redação do X X X X
trabalho
Revisão e X X
redação final
Entrega da X
monografia
Defesa da X
monografia
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7-BIBLIOGRAFIA

Livros:
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 13. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.

DEL PRÁ, Carlos Gustavo Rodrigues. Amicus Curiae: instrumento de


participação democrática e de aperfeiçoamento da prestação jurisdicional .
Curitiba : Juruá, 2008.

DEL PRÁ, Carlos Gustavo Rodrigues. Breves considerações sobre o amicus


curiae na ADIN e sua legitimidade recursal. In: DIDIER, Fredie Jr.; WAMBIER,
Teresa Arruda Alvim (coords.) Aspectos polêmicos e atuais sobre os terceiros no
processo civil e assuntos afins. São Paulo: RT, 2004.

Buenos, Cássio Scarpinella. Amicus curiae no processo civil brasileiro - Um


terceiro enigmático, São Paulo: Saraiva, 2006; SILVA, José Afonso da. Curso de
Direito Constitucional Positivo. 15. ed. Malheiros, 1998; Entre outros.

Artigos de revistas:

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Elementos de direito administrativo.


São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991.

Mendes, Gilmar Ferreira. Controle de constitucionalidade: Uma análise das


leis 9868/99 e 9882/99. Revista Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ – Centro de
Atualização Jurídica, nº11, fevereiro, 2002.

Material da Internet:

LAURENTIIS, Thais Catib de. A Caracterização do Amicus Curiae à Luz do


Supremo Tribunal Federal. São Paulo, 2007. Disponível em: <
http://www.sbdp.org.br/arquivos/material/298_MonografiaThaisCatibamicuscuriaeSTF >

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