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Vitalismo
Vitalismo
Canguilhem”, de Rodolfo Franco Puttini e Alfredo Pereira Júnior, aborda a epistemologia das
ciências da saúde de Georges Canguilhem, em que o pensador avalia a concepção de patologia
e normalidade. Canguilhem elabora o conceito de normatividade da vida, que trata-se das
normas que a vida estabelece por si mesma. De outra maneira, poderia ser considerado como
princípio de inteligência inata teorizado pela Quiropraxia. De acordo com Puttini e Pereira
Júnior, Canguilhem “resgatava a ideia de autodeterminação, que era a cara do vitalismo,
porém num contexto diferenciado”.
Canguilhem definiu medicina como sendo uma atividade clínica e terapêutica, “uma
arte situada na confluência de várias ciências, mais do que uma ciência propriamente dita [...]
que não pode ser reduzida ao simples conhecimento”. Ele se esforçou para integrar a filosofia
aos métodos médicos e, a partir daí, considerou os conceitos de normalidade e patologia
problemáticos, questionando se o estado patológico seria apenas uma modificação
quantitativa do estado normal. Entretanto, o próprio uso do termo “normal” mostrou-se um
equívoco, pois acabou designando “ao mesmo tempo, um fato e um valor atribuídio a esse
fato por aquele que fala [...] assinalando uma confusão análoga em medicina, em que o estado
normal designa oa mesmo tempo o estado habitual dos órgãos e seu estado ideal, já que o
restabelecimento desse estado habitual é o objetivo usual da terapêutica.”
Por outro lado, convém lembrar que Canguilhem tem uma diferença marcante: a
inversão de fatores no conceito de normatividade da vida. Para ele, o processo vital antecede e
determina a emergência de normas – os adversários do mecanicismo acreditavam na
existência de uma meta para a atividade dos seres vivos como preexistente e condicionante
desta atividade. Esse pensamento discorda dos primeiros princípios quiropráticos, e deve-se
ressaltar que, neste caso, os princípios carecem de uma atualização, pois à luz das pesquisas, já
mostram-se um pouco defasados.
Na verdade, merecem ter uma outra abordagem, que englobasse novos e atuais
conceitos médicos e científicos. Dessa forma, a Quiropraxia pode tornar-se uma respeitada
como teoria e prática, alcançando o patamar de ciência da saúde e o reconhecimento pelas
outras áreas, principalmente no Brasil, onde ainda há disputas profissionais sobre o exercício
da atividade.
FEEVALE
Centro da Saúde
Filosofia Quiroprática II