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segunda-feira, 26 de Outubro de 2009 | 11:08  

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Primeira mensagem de correio electrónico enviada há 40 anos

A primeira mensagem de correio electrónico entre dois computadores (e-mail em rede)


situados em locais distantes foi enviada em 29 de Outubro de 1969, quase dois meses depois
do primeiro nó que deu origem à Internet.

O texto dessa primeira mensagem continha apenas duas letras e um ponto - "LO.". O investigador da
Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) Leonard Kleinrock queria escrever "LOGIN", mas o
sistema foi abaixo a meio da transmissão.

A mensagem seguiu do computador do laboratório de Kleinrock na UCLA para o de Douglas Engelbart no


Stanford Research Institute, utilizando como suporte a recém-criada rede da ARPA (Advanced Research
Projects Agency), agência financiada pelo governo norte-americano.

O primeiro nó de ligação entre dois computadores da Arpanet tinha sido estabelecido pouco tempo antes,
em 02 de Setembro de 1969, pelo que a história da Internet e do e-mail em rede se confundem.

No início da década de 1960, surgiram alguns sistemas de troca de mensagens entre terminais de um
mesmo computador, em tempo diferido (1961) e em tempo real (1965), mas o primeiro e-mail em rede foi
transmitido apenas em 1969. 

Dois anos depois, em 1971, Ray Tomlinson inventou os primeiros programas para envio de e-mails em
rede através da Arpanet e criou a arroba ("at", em Inglês - @) para separar o login do utilizador do
domínio do servidor.

Em 1976, a rainha de Inglaterra, Isabel II, enviou o seu primeiro e-mail, e em 1978 surgiu o primeiro
spam, entendido como mensagem de correio electrónico enviada para múltiplos destinatários sem
consentimento destes.

Quarenta anos depois, 70 por cento dos e-mails enviados diariamente são "spam", uma "praga" que
acompanha o crescimento dos vírus e do marketing na Internet, mas que tem sido combatida, com
relativo sucesso, por diversos sistemas de filtragem entretanto desenvolvidos. 

O "spam" não é, contudo, o único adversário do e-mail, que encontra cada vez mais concorrentes noutros
sistemas de comunicação de texto, áudio e vídeo, de envio de ficheiros e de troca de mensagens
instantâneas, através de ferramentas como o Messenger, Skype e Twitter, a que se juntará em breve o
Google Wave.

"Pela sua formalidade, o e-mail é algo pouco apelativo para os utilizadores mais jovens. Os blogs e o
Twitter ocupam um espaço menos informal", disse à agência Lusa Libório Silva, autor do livro sobre
correio electrónico mais vendido em Portugal, "e-mail", editado em 2008.

Libório Silva afirmou que o e-mail continua a ser uma ferramenta em expansão em todo o Mundo, pela
facilidade de utilização e pela capacidade de envio de ficheiros associados a mensagens. 

Libório Silva destacou como principal ruptura na história do e-mail o surgimento dos serviços de webmail,
que são actualmente líderes de mercado entre utilizadores individuais, mas não nas empresas, que
continuam a preferir servidores internos.

Outro momento importante foi o surgimento do e-mail da Google (gmail), oferecendo um gigabyte de
capacidade, quando os serviços de então ofereciam apenas quatro megabytes, "250 vezes menos".

Apesar de popular, o e-mail continua a ser utilizado pela esmagadora maioria das pessoas sem certificados
digitais de segurança, pelo que cada mensagem pode ser interceptada por "um qualquer técnico de
informática que tenha acesso a um dos 'routers' por onde passa".
"Mais de 99 por cento dos e-mails são como postais, sem terem envelope por fora", comparou Libório
Silva, realçando que só um por cento são "cartas lacradas". 

Outros dos pioneiros da Internet em Portugal, Vítor Magalhães, disse à Lusa que "o e-mail continua a ser
a funcionalidade da Internet que mais se mantém e que tem tido um desenvolvimento normal", sendo os
fóruns de discussão e o Twitter "alternativas e não concorrentes".

Para Vítor Magalhães, "a tentativa da Google de destruir o e-mail através do Google Wave" não deverá ter
o sucesso que a empresa prevê, porque o novo serviço contém o mesmo mecanismo e funcionalidade
básica do e-mail, de comunicação textual e de transferência de conteúdo multimédia, pelo que não há
uma mudança de conceito.

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