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Faculdade

de Educação
Física
e Desporto A DETECÇÃO E FORMAÇÃO DE ATLETAS

Carlos Cruz

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Carlos Cruz – Fac. Ed. Física e Desporto - ULHT 2010
Faculdade
de Educação
Física A DETECÇÃO E FORMAÇÃO DE ATLETAS
e Desporto

A procura de jovens com talento universalizou-se

modalidades desportivas e países,


aplicam programas para a identificação e atracção
de jovens para a prática de alto nível

A cultura
As ciências ditas exactas,
As Faculdades
Concentram-se na procura de jovens prodígio
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e Desporto

 Ao nível empresarial – nos


Recursos Humanos – existem
departamentos de “Caçadores de
Talentos” =

 Conjunto de procedimentos que


visam ATRAIR os melhores e
consequentemente “captá-los”

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PROCURAR ALGUÉM
ESPECIAL !
O talento é resultado:
Da parte emersa do “Iceberg”

Da parte imersa do “Iceberg”

Adaptado de M. Laguna 4
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Talento pode ser definido como:


uma pessoa que desde idades precoces
demonstra uma aptidão especial para um
tipo de actividade,

apesar de tais condições poderem ser


consequência da oportunidade de prática.
(Ruiz e Sanchez, 1997)

A confirmação depende das condições de


preparação que forem criadas - do treino

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A QUALIDADE DO TRABALHO
saber escolher os pais

A QUANTIDADE DO TRABALHO

DIFICILMENTE SE PODE CHEGAR AO


ALTO RENDIMENTO SE NÃO SE TEM UM A QUALIDADE DA MATÉRIA PRIMA
POTENCIAL GENÉTICO ADEQUADO
Adaptado de M. Laguna 6
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• O POTENCIAL GENÉTICO
RENDIMENTO
• O TREINO

RENDIMENTO
TREINO

POTENCIAL
GENÉTICO
Às vezes... chega-se antes,
mas menos longe...
10 12 14 16 18 20 22 24 26
IDADE
IDADE
Adaptado de M. Laguna 7
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NECESSIDADE DE IDENTIFICAR TALENTOS EM IDADES


PRECOCES:

Períodos críticos para o


desenvolvimento de
determinadas qualidades

Tempo para acumular o


trabalho

Evitar as interferências ou
transferências negativas

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Adaptado de M. Laguna
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QUATRO CAMPOS BÁSICOS

BIOMÉDICOS

PSICOLÓGICO

CAPACIDADES
CAPACIDADE
MOTORAS
DE
JOGO

Adaptado de P. Alvarez 9
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OBJECTIVAS SUBJECTIVAS
BIOMÉDICAS FORMAS C.P. DESENV. DO JOGO FORMAS
Características
Antropométricas Capacidade de deslocamento
Testes específica Escalas
Avaliação médico-biológica
Medidas Descritivas
Composição corporal Capacidade de manipulação .
Provas
Idade biológica especial
História Clínica Inteligência táctica
OBJECTIVAR
MOTORAS FORMAS PSICOLÓGICAS
FORMAS
VALIDAR
Velocidade
Controlo emocional Entrevista
Testes
Força explosiva do trem
superior e inferior Focalização Observ.
Provas Motivação Testes
Agilidade
e
Receptividade
Provas

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Adaptado de M. Laguna e SLB Carlos Cruz – Fac. Ed. Física e Desporto - ULHT 2010
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Quais os instrumentos utilizados?


Avaliação Biomédica

Adaptado de DTN da FAP 11


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Quais os instrumentos utilizados?


Avaliação Condicional

Adaptado de DTN da FAP 12


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Quais os instrumentos utilizados?


Avaliação da Capacidade de Desenvolvimento de Jogo

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Adaptado de DTN da FAP Carlos Cruz – Fac. Ed. Física e Desporto - ULHT 2010
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Uma das
fichas de
Escalas de
Capacidade
de Jogo

Adaptado de SLB 14
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ADULTOS
O critério básico é o do rendimento,
selecciona-se os que mais rendem

NOS TALENTOS
Um critério geral - Seleccionar os
jogadores com qualidades
importantes para o rendimento, não
se podem ganhar com o treino

Adaptado de M. Laguna 15
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L3 L8 CA IT
CD

QUALIDADES
CONDIÇOES PARA O
FISICAS SH

DESENVOLVIMENTO
DO JOGO
V CM

TC

DB

CE

DM
CARACTERISTICAS
PSICOLOGICAS
F

E
CARACTERISTICAS
BIOLOGICAS
P T CB R M A

Adaptado de M. Laguna
MAPA DO JOGADOR MAPA COLECTIVO 16
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Mapa de capacidades do atleta CA


CONDIÇOES PARA O
L8 DESENVOLVIMENTO
L3 IT
DO JOGO
CD
CAPACIDADES SH
MOTORAS

V CM

TC

DB

CE

DM

E
CARACTERISTICAS
BIOLOGICAS
A
P
T M
CB R
CARACTERISTICAS
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PSICOLOGICAS
Adaptado de M. Laguna
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A partir de aquí...o que podemos saber?


 Não existe um perfil único para o alto
rendimento
Mapa de capacidades  Todos os desportistas que queremos dirigir
para o alto rendimento devem ter um mapa
L
L
C
A I
extenso.
8 C
3 T
S
H
D  Qualquer um que entre no limite inferior
V C
terá poucas possibilidades para o alto
M
rendimento, mesmo que tenha um mapa
T
C extenso.
D
B C
 Os mapas mais simétricos são de
D
M F
E
desportistas equilibrados.
E  Os mapas assimétricos são de desportistas
P
T
C R
M
A
que têm grandes valores mas grandes
B
defeitos.
Adaptado de M. Laguna 18
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Métodos de Identificação do Talento Desportivo

A Selecção Natural:
Abordagem normal. O atleta envolve-se num desporto por influência local
(tradição local e/ou escolar, desejo ou influência dos pais ou dos pares);

A evolução, a velocidade da evolução da performance tem muito de


casuística, depende de ter escolhido a modalidade desportiva mais
adequada às suas características e capacidades

A Selecção Orientada:
Seleccionam-se jovens (prospectivos) que demonstraram ter capacidades
naturais para um dado desporto;
O tempo necessário para que os jovens seleccionados por este método
atinjam performances elevadas é muito menor;
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Fases da Identificação do Talento Desportivo


Fase Primária: dos 3 aos 10 anos:
 médicos (motivo - a saúde e o desenvolvimento físico geral);
 Detecção de dominantes genéticas – direcção para grupos de desportos onde se
poderão especializar mais tarde.

Fase Secundária: durante e após a puberdade

• Sobre adolescentes já em processo de treino desportivo;


• As técnicas utilizadas devem se adequadas à avaliação da dinâmica dos
parâmetros bio métricos e fisiológicos, (o organismos do jovem já tem ;
• Os exames médicos detalhado e detectar obstáculos à performance (por
exemplo: reumatismo, hepatites, doenças renais crónicas, etc.);
• Os psicólogos começam a ter papel importante - os traços psicológicos
necessários à competição e à modalidade.
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Fases da Identificação do Talento Desportivo


Fase Final: diz respeito, fundamentalmente, a candidatos às
equipas nacionais
 Os testes terão que ser elaborados, fiáveis e altamente
relacionados com as exigências e especificidades da modalidade
desportiva;
 Os principais factores a serem examinados incluem: saúde do
atleta, adaptação fisiológica ao treino e competição, capacidade
para lidar com o stress e potencial para mais melhorias da
performance.

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O Modelo de enquadramento dos talentos pode-se dividir em 3


momentos:

Prospecção e Cativação

Detecção e Orientação – Treino

Selecção e Descriminação

Este processo não é um sistema fechado,


o desenvolvimento e crescimento são processos individuais, a
maturação crescente influencia saltos quantitativo e qualitativo.

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O TREINO
Reter os dados de estudos sobre a distribuição do tipo de
treino nos escalões jovens de Andebol que Marques et col.
(1999), citado por Silva (2000) e Cruz (2007):

evidenciando que nos escalões de 10 aos


14 anos = uma percentagem de treino
geral na ordem dos 30,5% e de treino
específico em 69,5%,

acentuando-se esta tendência nas idades


seguintes para 22,3 e 77,7
respectivamente.
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O TREINO
o treino individualizado ou por grupos de níveis deverá prevalecer em relação
a um determinado conceito de colectivismo técnico,
…trabalhar para o ponto médio é inadequado, por inexistente,
e torna-se mais grave em presença de talentos já que os sistemas
homogéneos são menos estimulantes para quem tem potencial superior.
…Alvarez (1999)

…em cada treino colectivo o atleta deverá ser considerado em função das suas
particularidades,

…distinguindo-se por isso os exercícios, as tarefas e repetições, as


actividades suplementares

…seja em postos específicos,

…seja em acções especiais (Bota, Amaral, 2002)

…numa clara individualização do processo de treino.


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TREINADOR
A direcção do treinador assenta na escolha e selecção de
estímulos (dinâmica de cargas com papel preponderante) – de
exercícios que têm de respeitar a individualidade, a personalidade
e potencial que cada atleta demonstra;

A comunicação entre treinador e atleta determina em muito a


eficácia do treino, pois a interacção entre ambos vai influenciar as
condições de desenvolvimento do processo desportivo.

Nos JDC o treinador determina em cada momento a participação


do jovem atleta na actividade – em particular na competição.

Paciência, Persistência, Conhecimentos do Jogo, conhecimentos


das Metodologias, Trabalho de equipa (outros treinadores e
equipa de especialistas, PAIS, namorados)
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O PLANEAMENTO A LONGO PRAZO


 É assumido como a principal metodologia
de organização do treino para estes jovens
– onde os planos individuais de progresso
têm de ser tidos em permanente presença.

 Distante do planeamento competitivo,


determinado por micro ciclos deduzidos
dos calendários desportivos

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A COMPETIÇÃO

 O tipo de competições – com dificuldades variáveis, tempos de


sequência respeitando tempos de recuperação e de preparação e
de adaptação pedagógica competitiva e regulamentar.
 Os objectivos preconizados para as diferentes competições –
enquadrando a cultura do clube e as finalidades de preparação
 O tempo de jogo (importante nos JDC) onde as oportunidades
devem ser bem equacionadas (senão a selecção está a ser feita
num aspecto determinante da formação – o tempo de competição)
 As posições relativas de actuação, no sentido semelhante à
especialização por jogar sempre no mesmo posto antes de tempo.
 A necessidade de estar presente nas principais competições
internacionais e respeitar o processo de desenvolvimento e sobretudo a
saturação das cargas – com as inconvenientes consequências de saúde e
de desgaste rápido

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OS ESCALÕES ETÁRIOS
 A idade biológicas e a idades cronológicas
é um desafio permanente – há atletas a
fazerem o dobro das competições em dois
escalões etários

 A avaliação do percurso passa por este


equilíbrio entre o valor – nível de
exigências do jogo e a capacidade de
recuperação e desenvolvimento do jovem
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e Desporto ATLETAS

Para finalizar gostaria de deixar duas ideias:


A Detecção de Talentos deve ser selectiva e
não eliminatória
Segundo Bouchard (1991) “A relação entre as
condições inatas do atleta e o seu rendimento
posterior é de apenas 45%, os outros 55% provêm
do treino, dos factores sociais e dos factores
psicológicos.”

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