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DIREITO

CONSTITUCIONAL
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
TRF/TRE
I. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
É comum apontar-se os conceitos sociológico,
político e jurídico. O conceito sociológico foi
desenvolvido por Ferdinand Lassalle e enfatiza
os fatores reais de poder na sociedade. O
conceito político está relacionado a Carl Shimitt,
para quem a constituição se refere à decisão
política fundamental. O conceito jurídico está
ligado a Hans Kelsen e entende a Constituição
como uma norma jurídica fundamental. Kelsen
também elaborou um, conceito lógico de constituição
ao desenvolver a norma fundamental hipotética
que não é norma jurídica, mas um fundamento lógico
para o sistema de normas.
II. CLASSIFICAÇÕES DAS
CONSTITUIÇÕES
Critério formal: escritas e não escritas; As constituições escritas são
reduzidas a um documento. As não escritas abrangem textos esparsos,
precedentes judiciais e costumes constitucionais.

Critério da origem: outorgadas, promulgadas e cesaristas; As constituições


outorgadas resultam de uma vontade autoritária, a exemplo das
brasileiras de 1824, 1937 e 1967. As promulgadas são elaboradas por
representantes do povo. As cesaristas resultam de uma elaboração
autoritária, mas são submetidas ao referendo popular.

Critério da estabilidade (processo de alteração): rígidas flexíveis e semi-


rígidas. As constituições rígidas são alteráveis por procedimentos
complexos, diferentes dos estabelecidos para alteração das leis comuns.
As constituições flexíveis são modificáveis pelos mesmos procedimentos
previstos para alteração das leis comuns. As semi-rígidas ou semi-flexíveis
distinguem uma parte, considerada mais importante e alterável de forma
rígida e outra modificável pelos procedimentos comuns. A constituição
brasileira de 1824 foi semi-rígida. As demais são classificadas como
rígidas.
II. CLASSIFICAÇÕES DAS
CONSTITUIÇÕES
Critério da formação: históricas e dogmáticas. As constituições
históricas são formadas lentamente ao longo da história: as
dogmáticas surgem em determinado momento, refletindo os
ideais ali dominantes.
Critério do conteúdo: materiais e formais. A constituição
material trata dos aspectos essenciais ao Estado (forma de
Estado, forma de governo, regimes políticos, poderes do
Estado e direitos fundamentais) e podem até existir fora da
constituição formal. A constituição formal corresponde às
normas que passaram pelo procedimento de elaboração das
normas constitucionais, seja qual for o conteúdo.
Critério da extensão: analíticas e sintéticas. As constituições
analíticas são extensas, tratando de muitos assuntos com o
propósito de atribuir-lhes status constitucional, já as
constituições sintéticas têm poucos artigos e tratam dos
aspectos essenciais ao Estado.

OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
DOUTRINÁRIAS
Podem ainda ser mencionadas outras
classificações:
Constituição-garantia: é a que se destina a
garantir as condições existentes para o
desenvolvimento da liberdade, limitando o
poder. É típica do Estado-Liberal.
Constituição-dirigente: é a que pretende
transformar a realidade sócio-econômica.
Caracteriza-se pela existência de um grande
número de normas programáticas. É típica do
Estado intervencionista, do Estado Social.
III. PODER CONSTITUINTE
Sempre houve diferença entre o poder de
elaborar as normas fundamentais e o de criar
as normas comuns.
No entanto, a teoria do Poder constituinte
somente se desenvolveu no século XVIII, a
partir do abade Sieyès com o panfleto
denominado “O que é o terceiro estado? ”,
indicando como titular de tal poder a nação.
Depois, prevaleceu o reconhecimento do povo
como titular do poder constituinte.
III. PODER CONSTITUINTE

Podemos distinguir o poder constituinte originário


e o derivado.
O originário é o verdadeiro poder constituinte e
tem as seguintes características: inicial,
autônomo, ilimitado juridicamente,
incondicionado.
III. PODER CONSTITUINTE
poder constituinte derivado é na realidade um
poder constituído, já que está disciplinado pela
constituição. Trata-se de poder secundário,
limitado, condicionado. Abrange o poder de
alterar a constituição, através de reforma ou de
revisão e também o poder de elaborar as
constituições estaduais, o que se chama de
poder decorrente.
Deve-se distinguir a titularidade e os agentes do
poder constituinte. A titularidade pertence ao
povo. Agentes são os que em nome do povo
exercem o poder constituinte.
IV. A NOVA CONSTITUIÇÃO E AS NORMAS
DO ORDENAMENTO ANTERIOR

O surgimento de uma nova constituição


acarreta a total revogação da constituição
anterior, vez que são normas da mesma
hierarquia. Não é aceita no Brasil a tese da
desconstitucionalização pela qual as normas
da constituição anterior poderiam continuar em
vigor com o status de lei ordinária no que
fosse materialmente compatível com a nova
constituição.
IV. A NOVA CONSTITUIÇÃO E AS NORMAS
DO ORDENAMENTO ANTERIOR
As normas do ordenamento infraconstitucional
anterior podem ser recepcionadas ou não. A
recepção ocorrerá se houver compatibilidade
material com a nova constituição. Ainda que não
haja compatibilidade formal, é possível a recepção.
Por exemplo, lei ordinária anterior editada para
regular matéria para a qual a nova constituição exigiu
lei complementar poderá ser recepcionada, havendo
compatibilidade material, passando a ter o nível de lei
complementar. As normas incompatíveis
materialmente serão consideradas não recepcionadas
ou revogadas, não prevalecendo na jurisprudência do
STF a tese da inconstitucionalidade superveniente.
V. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS QUANTO À EFICÁCIA

Segundo a conhecida classificação de José


Afonso da Silva, as normas constitucionais
podem ser de eficácia plena, contida e
limitada.
Todas as normas constitucionais possuem algum
grau de eficácia.
As de eficácia plena e as de eficácia contida têm
aplicabilidade imediata.
V. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS QUANTO À EFICÁCIA

A diferença é que as de eficácia contida podem


ter o seu alcance restringido por outras normas
(p.ex. o art.5º, XIII, da CF assegura a
liberdade do exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, mas permite que a lei
estabeleça qualificações profissionais o que
representa a possibilidade de limitação do
alcance da liberdade concedida).
V. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS QUANTO À EFICÁCIA

As de eficácia plena, além de serrem aplicadas


imediatamente, não podem receber
limitações como, por exemplo, as normas
que organizam os Poderes do Estado.
As de eficácia limitada possuem eficácia
mínima, dependendo da lei para a plena
produção dos seus efeitos como, por
exemplo, algumas normas que consagram
direitos sociais.
V. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS QUANTO À EFICÁCIA
As normas programáticas são espécie de
eficácia limitada e caracterizam as
constituições-dirigentes, estabelecendo
princípios de transformação da realidade sócio-
econômica para concretizar os valores de
justiça social. Vinculam o legislador e o
administrador público porque o
desenvolvimento do programa traçado pela
norma programática deve ser realizado,
embora, muitas vezes, fique condicionado à
existência dos meios materiais para tanto.
VI. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
As constituições modernas têm consagrado a
supremacia dos princípios.
Trata-se de mandamentos nucleares do sistema
constitucional, que dão consistência a um
conjunto de normas. Os princípios são, na
verdade, as normas mais importantes,
consagrando os valores de maior relevância
para o sistema normativo estabelecido pela
Constituição.
VI. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Os princípios jurídicos apresentam grau de
generalidade maior do que as regras, por isso
se amoldam com mais facilidade às novas
exigências normativas.
O título I da Constituição de 1988 estabelece
os princípios fundamentais do Estado
brasileiro. Inicialmente, determina a forma
de governo: República. A forma de Estado
também vem indicada: Federação. O
sistema de governo não foi incluído entre os
princípios fundamentais. A Constituição
adotou o sistema presidencialista.
VI. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Foram mencionados os seguintes fundamentos da
República Federativa do Brasil: Soberania (poder
político supremo e independente), cidadania,
dignidade da pessoa humana (valores
fundamentais da pessoa humana que assumem
sentido normativo-constitucional), os valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa (respeito à
liberdade e à dignidade do trabalhador – fundamentos
da ordem econômica), pluralismo político (liberdade
de convicção filosófica, política e possibilidade de
organização e participação em partidos políticos).
VI. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil: construir
uma sociedade livre, justa e solidária; garantir
o desenvolvimento nacional; erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
VI. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

São princípios das relações internacionais:


independência nacional; prevalência dos
direitos humanos; autodeterminação dos
povos; não-intervenção; igualdade entre os
Estados; defesa da paz; solução pacífica dos
conflitos; repúdio ao terrorismo e ao racismo;
cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade e concessão de asilo político.
Estado democrático de direito
O Estado de direito corresponde a pressupostos que se
apresentam da seguinte forma: juridicidade,
constitucionalidade e direitos fundamentais.
Juridicidade – significa organizar as estruturas do poder político
e da sociedade, conforme o Direito.
Constitucionalidade – o Estado de direito pressupõe a
existência de uma Constituição que sirva de ordem jurídica-
normativa fundamental.
Direitos fundamentais – reduto antropológico do Estado de
direito.
Subprincípios do Estado de Direito: legalidade da
administração, segurança jurídica e proteção da confiança dos
cidadãos, proibição do excesso.
O Princípio democrático: não se limita a uma compreensão
estática da democracia. É um processo em direção a uma
sociedade livre, justa e solidária.
Estado democrático de direito
Soberania popular: fundamento do Estado
democrático.
Representação democrática formal: autorização
dada pelo povo a um órgão previsto
constitucionalmente para agir em seu nome.
Princípio participativo: A forma representativa não
tem sido considerada suficiente para o exercício da
soberania popular. Deve-se assegurar também a
participação direta do povo, através dos institutos da
democracia semidireta (referendo, iniciativa popular,
plebiscito) ou mediante reivindicações diretamente
apresentadas. É competência exclusiva do Congresso
Nacional autorizar plebiscito e convocar referendo.
Estado democrático de direito
Referendo – consulta feita aos eleitores sobre uma questão ou
sobre um texto. Trata-se de consulta posterior para ratificar ou
não uma decisão.
Iniciativa popular – consiste em facultar ao povo a iniciativa
das leis. No plano federal,pode haver iniciativa popular
para os projetos de leis complementares e ordinárias,
mediante a reunião de eleitores no percentual de 1%
do eleitorado nacional, distribuídos em pelo menos
cinco estados com não menos de 0,3%, do eleitorado
de cada um deles. Os estados deverão dispor, através de lei,
sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.A Lei
Orgânica dos Municípios deverá prever a iniciativa popular para
as leis municipais, exigindo a manifestação de cinco por cento
do eleitorado municipal. Não cabe à iniciativa popular a
apresentação de propostas de emendas constitucionais.
Plebiscito – pronunciamento popular sobre escolhas ou decisões
políticas. Trata-se de consulta prévia.
VII. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE

A) A Supremacia da Constituição

A norma constitucional é a que tem


maior importância no Direito positivo,
servindo de fundamento de validade de
todas as demais normas. Por isso, afirma-se
que a norma constitucional possui supremacia.
Tal supremacia pode ser formal e material.
VII. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
A supremacia formal significa que todas as normas devem
ser elaboradas conforme os requisitos estabelecidos na
Constituição.
A desobediência aos mencionados requisitos vai acarretar
a nulidade da norma produzida contrariamente à
Constituição.
Por outro lado, a supremacia material significa que o
conteúdo das normas não pode contrariar o conteúdo
da Constituição.
A supremacia constitucional requer a existência de
mecanismos jurídicos destinados a preservar a
Constituição.
Dessa forma, as normas que contrariarem a Constituição
devem ser combatidas através de instrumentos que
permitam o reconhecimento da sua nulidade.
VII. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
B) Os Tipos de Controle de Constitucionalidade
É possível proceder a uma classificação dos
instrumentos de controle conforme o momento do seu
exercício e também de acordo com o órgão que o
realiza.
O controle de constitucionalidade pode ser desempenhado
antes da existência da norma, na fase da sua
elaboração, sendo chamado de controle preventivo. Por
exemplo, o controle exercido pelas comissões das casas
legislativas ao se pronunciarem sobre a
constitucionalidade de um projeto de lei.
Tem a mesma natureza o veto proferido pelo presidente
da República ao projeto de lei, por motivo de
inconstitucionalidade, que se chama de veto jurídico. O
controle repressivo é exercido após a existência da
norma jurídica, com o objetivo de retirá-la do
ordenamento.
VII. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE

O controle também pode ser classificado


em função do órgão que o exerce. Existe
o controle político exercido pelo
Parlamento e chefes de Executivo e
também pode ser mencionado o controle
jurisdicional exercido por tribunais.
VII. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
O controle político pode ser preventivo, quando se destina
a evitar que projetos se transformem em leis
inconstitucionais.
Pode também ser repressivo, quando, por exemplo, as
casas do Congresso Nacional se manifestam sobre a
presença dos pressupostos constitucionais para a
edição de medidas provisórias.
O controle jurisdicional, em regra, é repressivo, mas pode
excepcionalmente ser preventivo, em face da
admissibilidade pela jurisprudência de mandado de
segurança impetrado por parlamentar, visando a
combater a tramitação de proposta de emenda
constitucional violadora de cláusula pétrea.
VII. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
O Controle Jurisdicional
A jurisdição é o poder de dizer o direito,
resolvendo os conflitos em caráter definitivo. Em
muitos países o controle da constitucionalidade é uma
das atividades inerentes á função jurisdicional. É
possível classificar o controle jurisdicional em
concentrado e difuso.

O controle concentrado é entregue apenas a


determinado tribunal e vai ser desempenhado
independentemente da incidência da norma
sobre um caso concreto. Por isso, é chamado
controle em tese, em abstrato, por via direta.
VII. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
O segundo sistema é chamado de difuso porque
todos os juizes e tribunais têm a possibilidade
de reconhecer a inconstitucionalidade, quando
estiverem examinando um caso concreto.
No sistema difuso, não existe a apreciação da
inconstitucionalidade em tese, mas tão somente a sua
proclamação quando for necessária para o julgamento
de uma determinada questão. Por isso, esse
sistema é também chamado de incidental, por via de
exceção, do caso concreto. O sistema difuso está
inspirado na Constituição dos Estados Unidos da
América
VII. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
A Constituição de 1988 consagrou o duplo sistema: difuso e
concentrado, fortalecendo de certa forma o sistema
concentrado. Além da ação direta de inconstitucionalidade
genérica e da ação interventiva previu também outros
mecanismos de controle concentrado da constitucionalidade,
quais sejam: ação direta de inconstitucionalidade por
omissão, argüição de descumprimento de preceito
fundamental da Constituição. Posteriormente através de
emenda constitucional foi criada a ação declaratória de
constitucionalidade.

Deve-se ressaltar que a possibilidade de propor a ação direta de


inconstitucionalidade genérica, até então restrita ao Procurador
Geral da República, foi ampliada para abranger diversas
pessoas e entidades.
O Controle Concentrado de Constitucionalidade
na Constituição de 1988
Conforme já foi mencionado, a Constituição de 1988 reproduziu a
previsão de ação direta de inconstitucionalidade de
competência do Supremo Tribunal Federal. A ação
direta é cabível para a impugnação de leis ou de atos
normativos federais ou estaduais perante o STF.
Não pode ser utilizada para o exercício de controle
concentrado sobre as leis municipais. A lei para ser
objeto de controle pela ação direta deve possuir o
conteúdo de lei, ou seja, caracterizar lei também no
sentido material. Se uma lei, embora elaborada de acordo
com o processo legislativo, tratar de um caso concreto, será lei
apenas no sentido formal e não poderá ser objeto de uma ação
direta de inconstitucionalidade. No entanto, a
jurisprudência do STF admite ADIN sobre as leis de
criação de Municípios e as leis orçamentárias.
O Controle Concentrado de Constitucionalidade
na Constituição de 1988
O controle concentrado pode ser provocado pelas seguintes
pessoas e entidades:

 Presidente da República,
 mesa da Câmara dos Deputados,

 mesa do Senado Federal,

 Procurador Geral da Republica,

 partido político com representação no Congresso Nacional,

 Conselho Federal da OAB,

 Governador de Estado ou do Distrito Federal,

 Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF,


 Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional.
O Controle Concentrado de Constitucionalidade
na Constituição de 1988

A decisão definitiva do STF que considerar a lei


inconstitucional produzirá efeitos perante todos,
ou seja, erga omnes. Esses efeitos vinculam a
administração pública e o Poder Judiciário. Não há
necessidade de pronunciamento do Senado para que a
decisão do Supremo produza tais efeitos quando se
tratar do controle concentrado. O efeito erga omnes e
vinculante para o Poder Judiciário e a Administração
Pública Federal, Estadual e Municipal encontra-se
expressamente previsto na Constituição Federal,
no §2o do art. 102, com a redação dada pela EC nº
45/04. Não há efeito vinculante da decisão para o
Poder Legislativo.
O Controle Concentrado de Constitucionalidade
na Constituição de 1988

A Constituição de 1988 trouxe como novidade a Ação Direta de


inconstitucionalidade por omissão.
Refletiu a preocupação de tornar efetivas as normas
constitucionais que muitas vezes deixam de ser
observadas diante da ausência de regulamentação. Se
tal acontecer, podem os legitimados que são os mesmos da
ADIN ajuizar a ação de inconstitucionalidade por omissão . No
entanto, os efeitos práticos do reconhecimento da
inconstitucionalidade por omissão são mínimos, pois o STF se
limitará a comunicar a omissão ao órgão ou poder que deveria
ter elaborado a norma. Tratando-se de órgão administrativo
será fixado prazo de trinta dias para que a omissão seja
sanada.
O Controle Concentrado de Constitucionalidade
na Constituição de 1988

A Emenda Constitucional nº3 criou novo mecanismo de exame


da constitucionalidade em tese, qual seja a ação declaratória
de constitucionalidade. Destina-se a permitir o
pronunciamento do STF quando houver dúvida sobre a
constitucionalidade de uma lei ou de um ato normativo federal,
não sendo cabível em relação às leis ou atos normativos
estaduais e municipais. A legitimidade para a ADECON é a
mesma prevista para a ADIN. É possível também a concessão
de medida liminar na Ação Declaratória que poderá acarretar a
suspensão do andamento dos processos nos quais se esteja
discutindo a constitucionalidade da lei ou do ato normativo. Em
tal caso, o uso da Ação Declaratória produz o efeito de inibir o
controle difuso de constitucionalidade. A decisão proferida,
afinal, na Ação Declaratória produzirá efeitos vinculantes para a
administração e para os órgãos do Poder Judiciário.
O Controle Concentrado de Constitucionalidade
na Constituição de 1988
A Constituição de 1988 previu também uma modalidade
de controle concentrado chamada de argüição de
descumprimento de preceito fundamental da
Constituição. No entanto, deixou a Constituição para
a lei regulamentar o processamento dessa argüição, o
que somente foi feito em 1999 através da lei 9882/99.
A ADPF destina-se a proteger as disposições
constitucionais consideradas preceitos
fundamentais. É cabível em relação a leis e atos
normativos federais, estaduais e municipais,
inclusive os anteriores a atual Constituição. A
legitimidade para a ADPF é a mesma prevista
para a ADIN.
OBSERVAÇÃO

Os Estados poderão instituir controle concentrado


de constitucionalidade das leis estaduais e
municipais perante a Constituição Estadual.
Em tal caso, será cabível Recurso Extraordinário
da decisão perante o STF, quando a norma da
Constituição Estadual for reprodução
obrigatória de norma da Constituição Federal.
O Controle Difuso de Constitucionalidade na
Constituição De 1988
A Constituição de 1988 concedeu a todos os
juizes e tribunais a possibilidade de, no
caso concreto, declararem a
inconstitucionalidade da lei ou do ato
normativo. Essa declaração se faz de modo
incidental, como um pressuposto para que
determinado processo seja julgado. Por isso, os
efeitos da declaração de inconstitucionalidade
ficam limitados às partes envolvidas no
processo.
O Controle Difuso de Constitucionalidade na
Constituição De 1988
O controle difuso pode ser exercido inclusive pelo STF
quando apreciar concretamente um processo. Tal
apreciação pode acontecer nos casos de ações que são
propostas diretamente no Supremo, os chamados casos de
competência originária, ou através dos recursos.
Os efeitos das decisões do Supremo no exercício do controle
difuso também estão limitados às partes. No entanto, a
Constituição Federal estabeleceu um mecanismo que permite
generalizar esses efeitos. Julgada inconstitucional uma lei no
controle difuso por decisão definitiva do STF, a corte suprema
fará comunicação ao Senado que poderá editar uma resolução
atribuindo efeitos erga omnes, ou seja, para todos, à decisão
do Supremo. O Senado não está obrigado a editar a resolução,
cabendo-lhe apreciar a conveniência e a oportunidade de
generalizar os efeitos da decisão do Supremo. Predomina o
entendimento de que a resolução do Senado produz efeitos “ex
nunc”.
DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
 A Constituição de 1988 distribuiu os direitos e
garantias fundamentais da seguinte forma:
 direitos individuais e coletivos,

 direitos sociais,

 direitos de nacionalidade,

 direitos políticos, partidos políticos.

Estabeleceu a aplicabilidade imediata das


normas definidoras dos direitos
fundamentais democráticos e individuais
A) Direitos e garantias individuais:

Aplicam-se aos brasileiros, bem


como aos estrangeiros, no
território nacional.
A Constituição estabelece o direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade.
A) Direitos e garantias individuais:

PRINCÍPIO DA IGUALDADE:
Todos são iguais perante a lei. A
Constituição proíbe as distinções que não
se destinem a atender a uma finalidade
juridicamente protegida.
É possível, por exemplo, exigir idade máxima
para provimento de um cargo público, se as
respectivas atribuições assim exigirem.
A) Direitos e garantias individuais:

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de
lei. Nenhuma obrigação pode ser imposta
às pessoas sem previsão em lei no
sentido formal.
A) Direitos e garantias individuais:
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO:
A casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou durante o dia,
por determinação judicial. O conceito de
domicílio é amplo. Também inclui o lugar
em que alguém exerce, de modo
particular, uma profissão, a exemplo de
escritório de advocacia.
A) Direitos e garantias individuais:
INVIOLABILIDADE DO SIGILIO DA
CORRESPONDÊNCIA E DAS COMUNICAÇÕES
TELEGRÁFICAS, DE DADOS E DAS
COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS:
A correspondência, as comunicações telegráficas,
de dados e as comunicações telefônicas, em
regra não podem ser interceptadas. A
Constituição permitiu as interceptações
telefônicas por ordem judicial. Prevaleceu o
entendimento de que era imprescindível a
existência de lei regulamentando a
possibilidade de interceptações telefônicas.
Para tal finalidade, foi editada a lei n 9.296 de
24/07/96. As interceptações somente são
cabíveis para prova em investigação criminal e
em instrução processual penal.
A) Direitos e garantias individuais:
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO:
A Constituição estabelece a plena liberdade de associação
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. A
criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência
estatal em seu funcionamento. As associações só poderão
ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se para a dissolução o
trânsito em julgado. As entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente. Existe o
entendimento de que o direito de representação se distingue
da legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo.
Logo, no caso de representação, a autorização dos
representados é imprescindível, enquanto, no caso de mandado
de segurança coletivo não é exigida.
A) Direitos e garantias individuais:
PROTEÇÃO DA SEGURANÇA JURÍDICA:
A Constituição assegura a estabilidade das
relações jurídicas, por isso veda a
aplicação retroativa da lei para atingir o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada. A proteção ao direito
adquirido deve ser reconhecida inclusive diante
das chamadas leis de ordem pública, a exemplo
das que prevêem planos econômicos.
A) Direitos e garantias individuais:
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI PARA O
JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA
A VIDA:
A Constituição reconheceu a instituição do júri e
definiu os seguintes princípios: a plenitude de
defesa, o sigilo das votações, a soberania dos
veredictos, a competência para o julgamento
dos crimes dolosos contra a vida. Não fica
excluído o recurso contra as decisões, no entanto o
Tribunal ao julgar a apelação determinará, se for o
caso, que novo julgamento seja realizado pelo júri.
Prevalece o entendimento de que se o réu
possuir prerrogativa de foro concedida pela
Constituição federal, não será submetido a
julgamento pelo júri, predominando o foro
especial.
A) Direitos e garantias individuais:
DIREITO DE PETIÇÃO E DE OBTER CERTIDÕES:
São a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas o direito de petição aos
poderes públicos em defesa de direito ou contra
ilegalidade ou abuso de poder, bem como a
obtenção de certidões em repartições públicas
para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal. Se for negado o
direito de certidão, é cabível mandado de
segurança.
A) Direitos e garantias individuais:
PLENITUDE DA TUTELA JURISDICIONAL:
A lei não excluirá da apreciação do poder
judiciário lesão ou ameaça a direito.
O ingresso em juízo não está condicionado à exaustão
de esferas administrativas.
Apenas em relação aos litígios decorrentes de
competições esportivas, a Constituição estabelece que
o Poder Judiciário somente admitirá ações após
esgotarem-se as instâncias da justiça Desportiva
regulada em lei. No entanto, existe o prazo máximo
de 60 dias para que a justiça Desportiva profira
decisão final.
A) Direitos e garantias individuais:
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA
ANTERIORIDADE DA LEI PENAL:
Não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal.
Trata-se de garantia constitucional da
liberdade.
A) Direitos e garantias individuais:
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL:
Ninguém será privado da liberdade ou dos seus
bens sem o devido processo legal.
Tem a sua origem na Magna Carta Inglesa. É também
previsto na Declaração Universal dos Direitos do
Homem. Implica a ampla defesa e o
contraditório, que deverão ser assegurados aos
litigantes em processo judicial ou
administrativo e aos acusados em geral. Por
outro lado, também é possível apreciar o devido
processo legal do ponto de vista substantivo ou
material, identificando-o com a proporcionalidade e a
razoabilidade.
A) Direitos e garantias individuais:
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA
INOCÊNCIA:
Ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.
Entende a jurisprudência que a presunção de
inocência não impede a prisão do réu
condenado antes do trânsito em julgado da
sentença. Não é possível lançar o nome do
réu no rol dos culpados, enquanto não
transitar em julgado a condenação.
A) Direitos e garantias individuais:
MANDADO DE SEGURANÇA, HABEAS CORPUS, HABEAS
DATA, MANDADO DE INJUNÇÃO E AÇÃO POPULAR:
O Mandado de Segurança se destina a proteger direito
líquido e certo não amparado por habeas corpus ou
habeas data contra ilegalidade ou abuso de poder,
praticado por autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica, no exercício de atribuições do Poder Público.
Direito líquido e certo é o que pode ser demonstrado
mediante prova documental. Os particulares, como por
exemplo, concessionários de serviços públicos e
dirigentes de estabelecimentos de ensino superior,
podem responder a mandados de segurança, em
relação aos atos praticados no exercício de atribuições
delegadas do Poder Público.
A) Direitos e garantias individuais:
OBSERVAÇÃO!!!!

A Constituição de 1988 previu o mandado


de segurança coletivo que pode ser
impetrado por partido político, com
representação no Congresso Nacional,
entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses dos seus membros
ou associados.
A) Direitos e garantias individuais:
O mandado de injunção é cabível sempre que a
falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Entende o Supremo Tribunal Federal que, se o
legislador, notificado sobre a omissão não a
suprir, deve-se assegurar, de logo, ao
interessado por ela prejudicado, a possibilidade
de exercitar o seu pretenso direito por meio de
ação comum.
A) Direitos e garantias individuais:

O habeas corpus é cabível sempre que


alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção por ilegalidade
ou abuso de poder.
A) Direitos e garantias individuais:
Conceder-se-á habeas data para assegurar o
conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante constante do
registro ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público, e
também, para a retificação de dados
quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou
administrativo. A lei 9507/97 estabeleceu o
procedimento do habeas data. É necessário
prévio requerimento administrativo das
informações ou retificações pleiteadas.
IMPORTANTE!!!!
AS CPIS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS:
podem quebrar diretamente, os sigilos
bancário, fiscal e telefônico. Não podem,
no entanto, realizar as restrições a
direitos fundamentais que estejam sob
reserva de jurisdição, tais como
interceptação das comunicações
telefônicas, decretar a prisão, quebrar a
inviolabilidade de domicílio. Essas
decisões dependem de ordem judicial.
B) Direitos Sociais:

A Constituição de 1988 estabeleceu como princípio


fundamental os valores sociais do trabalho. No
artigo 6o, define como direitos sociais a
educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância e a
assistência aos desamparados.
Deve-se ressaltar que a moradia foi incluída entre os
direitos sociais por força da emenda constitucional
nº26/00.
Classificam-se os direitos sociais em direitos
individuais dos trabalhadores e direitos
coletivos. Os direitos individuais dos trabalhadores
estão previstos no artigo 7o, enquanto os direitos
coletivos estão estabelecidos nos artigos 8o ao 11º.
B) Direitos Sociais:
A enumeração constitucional não tem caráter taxativo. A maior parte
dos direitos sociais está disciplinada em normas de eficácia
limitada.

Entre os direitos coletivos, incluem-se a sindicalização e o direito


de greve. Foi prevista a autonomia sindical. Não é necessária a
autorização para a criação de sindicatos. A personalidade jurídica
dos sindicatos é adquirida na forma da lei. São registrados perante
o Ministério do Trabalho para controle do princípio da unidade
sindical.

Foi adotado o princípio da unicidade sindical, não podendo haver


mais de um sindicato da mesma categoria profissional em idêntica
base territorial. Compete aos trabalhadores a definição da base
territorial, que não pode ser inferior ao território de um município.

O direito de greve é assegurado pela Constituição competindo à lei definir


serviços ou atividades essenciais e dispor sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade. A lei 7783 de 28/07/89 disciplina a
matéria.
C) Da nacionalidade:

A nacionalidade é um vínculo jurídico-político entre o


indivíduo e o Estado. A nacionalidade primária ou
originária resulta do nascimento. É atribuída com base
em dois critérios fundamentais: ius soli e ius sanguinis.
O primeiro confere a nacionalidade em função do lugar
de nascimento, o segundo considera a ascendência, os
laços de família.
Na maioria das vezes temos a preponderância de um desses
requisitos, fazendo-se, no entanto, concessão ao outro. A
nacionalidade originária brasileira é adquirida nos
termos do artigo 12, inciso I da Constituição. Prevalece
o critério do ius soli no nosso Direito, mas existem
hipóteses de adoção do ius sanguinis.É possível afirmar
que a nossa constituição consagrou um sistema misto
de atribuição da nacionalidade originária.
C) Da nacionalidade:

A nacionalidade secundária resulta de um


ato de vontade, em regra, a
naturalização.
Os casos de nacionalidade secundária
brasileira estão previstos no artigo 12
inciso II da Constituição.
A concessão da naturalização é ato político,
é ato discricionário.
C) Da nacionalidade:
São brasileiros natos os nascidos na
República Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros.
No entanto, nem todos nascidos no Brasil
são considerados brasileiros natos,
porque se os pais forem estrangeiros e
aqui estiverem a serviço público dos seus
países, os filhos não adquirirão a
nacionalidade originária brasileira.
Existem duas hipóteses de atribuição de
nacionalidade originária brasileira pelo
critério do jus sanguinis.
C) Da nacionalidade:
A primeira está prevista no art. 12, I, “b” e exige que o
pai brasileiro ou a mãe brasileira esteja a serviço
público da República Federativa do Brasil. Trata-se de
nacionalidade originária incondicionada.
A segunda hipótese de aplicação do jus sanguinis está
prevista no art. 12, I, “c” da CF e não exige que o pai
brasileiro ou a mãe brasileira esteja no estrangeiro a
serviço público do Brasil. No entanto, são estabelecidas
duas condições, quais sejam, vir a residir na República
Federativa do Brasil e optar, a qualquer tempo, pela
nacionalidade brasileira. Com a Emenda Constitucional
de Revisão nº3/94, deixou de existir a exigência de
residência no Brasil antes de atingir a maioridade e de
opção no prazo de 4 anos após a maioridade. O artigo
12, I, “c” contempla a atribuição condicionada da
nacionalidade brasileira.
C) Da nacionalidade:
A lei não pode fazer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados. A única distinção é feita
pela própria Constituição Federal que reserva os
seguintes cargos para os brasileiros natos:
Presidente e Vice-Presidente da República,
Presidente da Câmara dos Deputados,
Presidente do Senado Federal, Ministro do
Supremo Tribunal Federal, cargos da carreira
diplomática, Oficial das Forças Armadas e
Ministro da Defesa. Esses cargos estão situados
na linha de substituição do Presidente da
República ou se relacionam com a defesa
nacional.
OBSERVAÇÃO!!!!
A propriedade de empresas jornalísticas e de radiodifusão
sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros
natos ou naturalizados há mais de dez anos.
Nos termos da Emenda Constitucional nº36, de 28 de maio de
2002, a propriedade das referidas empresas também
pode pertencer a pessoas jurídicas constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sede no país.
Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do
capital total e do capital votante das empresas
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos
que exercerão obrigatoriamente a gestão das
atividades e estabelecerão o conteúdo da programação.
C) Da nacionalidade:

As hipóteses de perda da nacionalidade


brasileira estão previstas no parágrafo 4o
do artigo 12 da Constituição que ora
apresenta a redação determinada pela
Emenda Constitucional de Revisão n 3 de
7/06/94 com o seguinte teor: “ será
declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que:
C) Da nacionalidade:
1. tiver cancelada sua naturalização, por sentença
judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
2. adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
de reconhecimento de nacionalidade originária
pela lei estrangeira;
3. de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em
Estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis.
C) Da nacionalidade:
Deve-se ressaltar que a aquisição de outra
nacionalidade não implicará a perda da
nacionalidade brasileira, nos casos de:
1).reconhecimento de nacionalidade
originária pela lei estrangeira.
2) imposição de naturalização pela norma
estrangeira ao brasileiro residente em
Estado estrangeiro como condição para
permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis.
D) Direitos Políticos:

O regime democrático está fundamentado


na soberania popular. A capacidade
eleitoral ativa é o direito ao sufrágio.
Doutrinariamente, sufrágio é o direito de
votar, voto é o exercício do direito e
escrutínio é a forma de exercer o direito.
O sufrágio pode ser universal ou restrito.
Sufrágio universal é concedido a todos.
Sufrágio restrito é reservado aos que têm
capacidade econômica (sufrágio
censitário) ou capacidade intelectual
(sufrágio capacitário).
D) Direitos Políticos:

No nosso país, o sufrágio é universal e


obrigatório, para os maiores de dezoito
anos, sendo facultativo para os
analfabetos, os maiores de setenta anos,
os maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos. A aquisição do direito ao
sufrágio pressupõe o alistamento
eleitoral. São inalistáveis os estrangeiros
e os conscritos, durante o período do
serviço militar obrigatório
D) Direitos Políticos:
A capacidade eleitoral passiva é a possibilidade de ser
eleito. Nos termos do artigo 14, parágrafo 3 da
Constituição, são condições de elegibilidade:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:

trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e


Senador;
trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal;
vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
dezoito anos para vereador.
OBSERVAÇÃO!!!!!
Os inalistáveis e os analfabetos não possuem a
capacidade eleitoral passiva.
Existem situações de inelegibilidade absoluta, afastando
a capacidade eleitoral passiva, em qualquer situação.
São os casos dos inalistáveis e dos analfabetos. As
inelegibilidades relativas são estabelecidas em função
dos cargos exercidos e das relações de parentesco.
A partir da Emenda Constitucional n16, de 04-
06-97, foi admitida a reeleição do Presidente da
República, dos Governadores de Estado e do
Distrito Federal e dos Prefeitos ou de quem os
houver sucedido ou substituído no curso dos
mandatos.
IMPORTANTE (1)!!!!

A perda dos direitos políticos ocorre no


caso de cancelamento da naturalização,
por sentença transitada em julgado.

A suspensão dos direitos políticos ocorre


nos casos de incapacidade civil absoluta,
condenação criminal com trânsito em
julgado, enquanto durarem seus efeitos e
improbidade administrativa.
IMPORTANTE (2)!!!!
A Constituição previu a liberdade de criação,
fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos, resguardados a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os preceitos de caráter nacional,
proibição de recebimento de recursos
financeiros de entidade ou governo estrangeiro
ou de subordinação a estes, prestação de contas
à Justiça Eleitoral e funcionamento parlamentar
de acordo com a Lei.
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de
direito privado. Adquirem a personalidade
jurídica, através do registro no cartório civil.
Necessitam de registrar-se perante o TSE para
que possam funcionar regularmente.
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA

O Estado Federal é o todo, com personalidade


jurídica de direito público internacional. A União
é pessoa jurídica de direito público interno, com
autonomia em relação aos Estados-membros e
aos municípios, cabendo-lhe exercer as
prerrogativas de soberania do Estado brasileiro.
A União não é soberana. A soberania é do
Estado Federal.
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA
A autonomia dos Estados-membros está caracterizada por
três aspectos: capacidade de auto-organização e
normatização própria, autogoverno e auto-
administração.
A auto-organização corresponde à existência das
constituições estaduais representando o exercício do
poder constituinte decorrente.
A normatização própria significa a existência de
competências legislativas constitucionalmente
reservadas aos Estados. O auto-governo é a escolha dos
titulares dos poderes executivo e legislativo pelo
próprio povo do Estado e a existência do Poder
Judiciário Estadual.
Os Estados-membros possuem autonomia administrativa,
instituindo e mantendo os seus próprios órgãos
administrativos.
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA

O Distrito Federal é também ente


federativo, acumulando as competências
dos Estados-membros e dos municípios.
No entanto, a organização e manutenção
do Poder Judiciário, do Ministério Público,
da Polícia Civil e Militar, do Corpo de
Bombeiros Militar e da Defensoria Pública
do Distrito Federal competem à União.
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA

A Federação brasileira, de maneira


singular, inclui o município como ente
federativo, reconhecendo-lhe capacidade
de auto-organização e normatização
própria, autogoverno e auto-
administração.
A) Repartição de Competências Na Federação:

A Constituição de 1988 estabeleceu campos


específicos de competências
administrativas e legislativas, da seguinte
forma:
 poderes enumerados para a União,

 poderes remanescentes para os Estados-

membros ,
 poderes indicados para os municípios,

 atribuição ao Distrito Federal dos poderes

previstos para os Estados e municípios.


A) Repartição de Competências Na Federação:

Os Estados elaboram suas constituições no


exercício do Poder Constituinte decorrente.
Devem obedecer aos princípios estabelecidos,
sensíveis e extensíveis da Constituição Federal. Alguns
exemplos: os casos de iniciativa privativa do
processo legislativo devem guardar simetria
com o modelo federal. Se um projeto de lei, no
plano federal, é de iniciativa privativa do
Presidente da República, no plano estadual será
de iniciativa privativa do Governador.
A organização do Tribunal de Contas Estadual deverá
seguir o modelo federal. Por isso, as funções de
membros do ministério público perante o Tribunal de
Contas não poderão ser exercidas por membros do
ministério público estadual comum.
A) Repartição de Competências Na Federação:

Não se estende aos Governadores de Estado a


imunidade temporária à persecução penal que
protege o Presidente da República. No entanto,
a instauração de processo por crime comum
contra o Governador pode estar condicionada à
licença da Assembléia Legislativa.
OBSERVAÇÃO!!!!!
As constituições estaduais podem prever a
expedição de medidas provisórias pelos
Estados. É possível também a edição de medida
provisória municipal, se houver previsão na lei
orgânica do Município.
A) Repartição de Competências Na Federação:

As competências administrativas da União estão


enumeradas no artigo 21 da Constituição
Federal. Os Estados-membros possuem competências
remanescentes, cabendo-lhes todas as
competências que não forem da União e dos
municípios. O artigo 30 prevê as competências
dos municípios. A competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
municípios está prevista no artigo 23 da
Constituição Federal. A competência comum é uma
classificação da competência material. P.Ex.:Os
Estados possuem competência expressa na
Constituição para explorarem o serviço local de gás
canalizado.
A) Repartição de Competências Na Federação:

A competência legislativa foi distribuída da seguinte


forma: competência privativa da União (art. 22, CF),
competência remanescentes dos Estados-membros,
competência concorrente da União, dos Estados e do
Distrito Federal (art. 24 CF).
Em relação à competência concorrente, a União editará
as normas gerais.
Os Estados exercerão a competência suplementar. Se não
houver Lei Federal de normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena sobre a
matéria.
Sobrevindo a Lei Federal sobre normas gerais, ficará
suspensa a eficácia da Lei estadual no que lhe for
contraditório. Observamos que não se trata de
revogação da lei estadual pela lei federal.
A) Repartição de Competências Na Federação:

A competência exclusiva do município está


prevista no art. 30 da CF. o município
pode suplementar a legislação federal e
estadual no que couber.

O Distrito Federal tem as competências


reservadas aos Estados e municípios (art.
32 parágrafo 1o da CF).
A) Repartição de Competências Na Federação:

Em matéria de competência tributária, a


Constituição enumerou os impostos que podem
ser instituídos no âmbito de cada uma das
pessoas políticas.
A competência residual para a instituição de impostos
foi atribuída à União, que para exercê-la deverá editar
Lei Complementar, somente podendo instituir outros
impostos que não tenham fato gerador e base de
cálculo idênticos aos já previstos na Constituição, e
que também não sejam cumulativos. A competência
comum, em matéria tributária, abrange a
instituição de taxas e de contribuição de
melhoria. Os empréstimos compulsórios
somente podem ser instituídos pela União.
B) Intervenção:

A supressão temporária da autonomia de


Estados e municípios é admitida em
situações excepcionais para a
preservação da soberania e da
integridade nacional, a manutenção da
ordem pública, a garantia do livre
funcionamento dos poderes e a
reorganização das finanças públicas.
Os casos de intervenção encontram-se
taxativamente previstos na Constituição,
não podendo ser ampliados.
B) Intervenção:

 A União pode intervir nos Estados e nos


municípios situados em territórios
federais.
 Os Estados podem intervir nos
municípios.

A intervenção é decretada pelo Poder


Executivo. Existem casos em que o Chefe
do Executivo age de ofício e em outras
hipóteses necessita de ser provocado.
B) Intervenção:

A intervenção pode ser decretada de ofício para


manter a integridade nacional, repelir invasão
estrangeira ou de uma unidade da federação em
outra, por termo a grave comprometimento da
ordem pública e reorganizar as finanças
públicas.

Nos casos de garantir o livre exercício de


qualquer dos poderes nas unidades da
federação, prover a execução de lei federal,
ordem ou decisão judicial e de assegurar a
observância dos princípios constitucionais
sensíveis, o Chefe do Poder Executivo age
mediante provocação.
B) Intervenção:

Existindo coação contra o Poder Executivo ou o


Poder Legislativo dos Estados, o Presidente da
República poderá decretar a intervenção por
solicitação do Poder coagido.
Apreciará, no entanto, discricionariamente a necessidade
da intervenção. Se a coação for exercida contra o
Poder Judiciário, é imprescindível requisição do
Supremo Tribunal Federal. Nas hipóteses de
intervenção para assegurar a execução de lei federal,
ordem ou decisão judicial e a observância dos
princípios constitucionais sensíveis também é
imprescindível a requisição do Poder Judiciário.
B) Intervenção:

A intervenção será formalizada por decreto, que


nomeará o interventor e indicará o prazo e a
amplitude da intervenção.
Exceto no caso de requisição do Poder Judiciário,
o decreto será submetido ao controle político do
Congresso Nacional no prazo de vinte e quatro
horas.
Se for rejeitado, a intervenção deverá cessar
imediatamente sob pena de crime de
responsabilidade do Presidente da República.
Nem sempre haverá necessidade de nomeação
de interventor
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Pode ser apreciada em dois aspectos: o


orgânico, que corresponde às estruturas
governamentais instituídas para o
desempenho da função administrativa e o
material ou funcional, que significa a
atividade destinada a atender de modo
concreto e imediato necessidades
coletivas.
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Constituição de 1988 trouxe capítulo específico
sobre a Administração Pública, que recebeu
modificações significativas com a Emenda
Constitucional n19 e também com as Emendas
20, 41 e 47.
São princípios constitucionais da Administração
Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
Existem normas constitucionais que devem ser
observadas pela Administração pública direta,
indireta e fundacional, em todas as entidades
federativas, sendo interessante destacar os
seguintes aspectos:
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 - Acessibilidade aos cargos, empregos e funções
públicas a todos os brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como
aos estrangeiros, na forma da lei. Não podem
ser estabelecidas exigências para o provimento
dos cargos públicos que não resultem da lei.
 - Não são inconstitucionais exigências de idade
máxima e altura mínima, quando se revelarem
necessárias ao exercício do cargo, observada a
razoabilidade e proporcionalidade. O exame
psicotécnico pode ser exigido, se houver previsão legal
e possibilitar apreciação objetiva.
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 - Exigência de prévia aprovação em
concurso público para a investidura em
cargo ou emprego público: estende-se à
Administração direta e indireta. Implicou
a proibição de provimentos derivados
para carreiras diversas (afastou a
ascensão funcional e a transferência).
 - Remuneração mediante subsídio do membro
de Poder, detentor de mandato eletivo,
Ministros de Estado, Secretários Estaduais e
municipais.
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 - Exigência de Lei para fixar e alterar a
remuneração dos servidores públicos e o
subsídio e proibição de que excedam o subsídio
mensal dos ministros do Supremo Tribunal
Federal. A Emenda Constitucional 41 alterou a
redação do art.37, XI, da Constituição,
estabelecendo que a fixação do subsídio de
Ministro do STF não mais necessita de projeto
de lei de iniciativa conjunta, sendo apenas do
próprio STF a iniciativa do processo legislativo
em tal caso. Foram instituídos pela referida
emenda subtetos no âmbito dos Estados e do
Distrito Federal.
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 - Possibilidade de ser adotado o contrato de gestão para
ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e
financeira dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta.
 - Obrigatoriedade da licitação para a contratação de
obras, serviços, compras e alienações. É possível a lei
estabelecer normas diferenciadas de licitação para as
empresas públicas, sociedades de economia mista e
suas subsidiárias que explorem atividade de natureza
econômica.
 - Exigência de lei específica para criar autarquia e
autorizar a criação de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, bem como de suas
subsidiárias e também para que possam participar de
empresas privadas..
O Servidor Público
CONCEITO: refere-se a todas as pessoas que
mantêm relação de trabalho com a
Administração Pública, direta, autárquica e
fundacional.
Os servidores Públicos constituem uma espécie de
Agentes Públicos.
A Emenda Constitucional n 19 eliminou a exigência de
regime jurídico único para a administração direta,
autárquica e fundacional.
Sabemos que a CF previu a existência de um REGIME
JURÍDICO ÚNICO (RJU) para os servidores da
Administração Direta, das Autarquias e das Fundações
Públicas – esse Regime Jurídico Único é de natureza
estatutária e no âmbito da União está previsto na Lei
8112/90.
O Servidor Público
A Lei nº9.962, de 22 de fevereiro de 2000 , disciplinou o
regime de emprego público do pessoal da
Administração federal direta, autárquica e fundacional,
no âmbito federal.
Regulou a aplicação do regime celetista aos servidores
federais. No entanto, o referido regime apresenta
peculiaridades, aplicando-se a legislação trabalhista
naquilo que a lei não dispuser em contrário. É
imprescindível a criação dos empregos públicos, por leis
específicas. Os atuais cargos do regime estatutário
poderão ser transformados em empregos, também por
leis específicas. Não poderão submeter-se ao regime
trabalhista os cargos de provimento em comissão, bem
como os que forem servidores estatutários
anteriormente às leis que criarem os empregos
públicos.
O Servidor Público
Estabilidade

É necessário distinguir efetividade e estabilidade.


Efetividade é uma característica do provimento do
cargo, os cargos públicos podem ser providos em
caráter efetivo ou em comissão.
Efetivos: são aqueles cargos em que se exige
aprovação em concurso público e pressupõem
uma situação de permanência.
Comissão: são os livremente nomeados, mas em
caráter provisório. São de livre nomeação e
exoneração.
A efetividade refere-se ao cargo. É uma
característica do provimento do cargo.
O Servidor Público
Estabilidade é a permanência do Servidor Público
que satisfez o estágio probatório e exige
avaliação especial de desempenho por comissão
constituída para essa finalidade.
É por isso que se diz que estabilidade se dá no
Serviço Público e não no cargo – é o direito de
permanência no Serviço Público, mas não é
o direito de permanência no mesmo cargo para o qual
o Servidor foi nomeado.
É por isso que o Servidor Estável não pode se
opor à extinção do cargo. Se este for extinto,
ficará em disponibilidade.
O Servidor Público
Disponibilidade: é um sistema correlato à
estabilidade, extinto o cargo ou declarada a sua
desnecessidade.
Extinção necessita de uma lei.
Declaração de sua desnecessidade pode ser feita
por um ato do Poder Executivo.
O Servidor Estável que ocupar o cargo extinto
ou declarado desnecessário será colocado em
disponibilidade.
O Funcionário colocado em disponibilidade
poderá ser aproveitado em um outro cargo de
padrões semelhantes, de vencimentos
semelhantes.
O Servidor Público
O servidor estável poderá perder o cargo
nas seguintes hipóteses:

 Falta grave apurada em processo


administrativo disciplinar;
 Sentença judicial;

 Insuficiência de desempenho ;

 Necessidade de adequação da despesa


com pessoal.
O Servidor Público
Quais as diferenças entre estabilidade e
vitaliciedade?
 A vitaliciedade somente é aplicável a algumas
categorias de agente públicos, quais sejam,
magistrados, membros do Ministério Público e
dos Tribunais de Contas;
 A vitaliciedade é adquirida pelos magistrados de
primeira instância e membros do MP após dois
anos de exercício. A estabilidade requer três
anos de exercício.
 O vitalício somente perderá o cargo por
sentença judicial transitada em julgado. O
estável também poderá perder o cargo por
decisão administrativa.
O Servidor Público
Acumulação: Hoje a sua vedação é
extensiva aos cargos e empregos nas
Empresas Públicas. Autarquias, Sociedade
de Economia Mista e Fundações.
Exceções: Dois cargos de profissões
regulamentadas na área de saúde
(alterada pela EC n 34)
 Dois cargos de Professor
 01 de professor e outro de natureza técnico-
científica.
REGIME PREVIDENCIÁRIO DO
SERVIDOR PÚBLICO

Os servidores públicos estatutários e


ocupantes de cargos efetivos têm
assegurado pela Constituição regime
previdenciário próprio.
Os ocupantes de cargos em comissão,
embora regidos pelos estatutos, estarão
sujeitos ao regime geral da previdência
social.
REGIME PREVIDENCIÁRIO DO
SERVIDOR PÚBLICO
A aposentadoria será concedida nas seguintes situações:
por invalidez, compulsoriamente por idade (70 anos) ou
voluntariamente.
A aposentadoria por invalidez será com proventos
integrais se resultar de acidente em serviço ou de
doença específica em lei. Será com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição quando
decorrer de outras causas.
A aposentadoria compulsória por idade (70 anos) será
concedida com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.
A aposentadoria voluntária exige sempre o mínimo de dez
anos de serviço público e de cinco anos no cargo efetivo
em que se dará a aposentadoria.
REGIME PREVIDENCIÁRIO DO
SERVIDOR PÚBLICO
Será concedida com proventos
proporcionais, quando o servidor
preencher cumulativamente os seguintes
requisitos: 60 anos de idade e 35 anos de
contribuição, para homens e 55 anos de
idade e 30 anos de contribuição, para as
mulheres.
Será concedida com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição
ao homem com a idade de 65 anos e à
mulher com a idade de 60 anos.
REGIME PREVIDENCIÁRIO DO
SERVIDOR PÚBLICO
Poderá ser instituído o regime de previdência
complementar por lei de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, possibilitando que
o valor dos benefícios no regime
previdenciário do servidor público também
passe a observar o teto fixado para os
benefícios do regime geral da Previdência
Social.

A contribuição alcançará também os aposentados


e pensionistas, tendo o STF considerado
constitucional tal incidência.
PODERES DO ESTADO

Os Estados democráticos organizam-se


com base na divisão e separação de
poderes. É evidente que não se pretende
questionar a unidade do Poder do Estado,
mas tão somente estabelecer a atribuição
de competências dos órgãos de
soberania. Cada um dos poderes recebe
uma função típica, que, no entanto, não é
a única a ser desempenhada. Existem
funções típicas e atípicas no âmbito dos
Poderes do Estado.
A) PODER LEGISLATIVO
O Poder Legislativo tem a função primordial de
legislar e fiscalizar. No âmbito da União, foi
adotado o bicameralismo, compondo-se, o
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal.
Cada legislatura terá a duração de 4 anos,
tanto para o Senado como para a Câmara, não
obstante o mandato de 8 anos que têm os
senadores. O período anual corresponde à
sessão legislativa, que se divide em 2 períodos
legislativos (15 de fevereiro a 30 de junho e, 1
de agosto a 15 de dezembro)
A) PODER LEGISLATIVO
Poderá haver a convocação extraordinária do
Congresso Nacional, nos casos previstos no art.
57, §6º da CF. Na sessão legislativa
extraordinária, o Congresso deliberará sobre a
matéria objeto da convocação, sendo
automaticamente incluída na pauta a
apreciação das medidas provisórias pendentes.
A Câmara dos Deputados constitui-se de
representantes do Povo eleitos em cada Estado,
no Distrito Federal e nos Territórios pelo
sistema proporcional.
O referido sistema possibilita a representação dos
partidos proporcionalmente às votações obtidas pelas
respectivas legendas, ensejando que também sejam
eleitos candidatos de partidos minoritários.
A) PODER LEGISLATIVO

A Constituição no artigo 45, parágrafo 1o


estabelece que o número de Deputados
será determinado por Lei Complementar
(Lei Complementar n 78, de 30.12.93),
proporcionalmente à população de cada
Estado e do Distrito Federal, observado o
mínimo de oito e o máximo de setenta
Deputados. Cada território (se for criado)
elegerá quatro Deputados.
A) PODER LEGISLATIVO
O Senado Federal compõe-se de representantes dos
Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário. Cada Estado e o Distrito Federal
elegerão três senadores com mandato de oito anos. Os
territórios não elegem senadores.

As Casas do Congresso Nacional são dirigidas pelas


respectivas Mesas. Existem as Mesas do Congresso
Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal. A Mesa do Congresso será composta pelo
Presidente do Senado, 1o Vice-Presidente da Câmara,
2o Vice-Presidente do Senado, 1o Secretário da
Câmara, 2o Secretário do Senado, 3o Secretário da
Câmara e 4o Secretário do Senado.
A) PODER LEGISLATIVO
Não há predominância de uma Casa sobre a
outra. No entanto, os projetos de lei, de
iniciativa do Presidente da República, do
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal
de Justiça e dos cidadãos começam a tramitar
pela Câmara dos Deputados.

A competência do Congresso está prevista nos


artigos 48 e 49 da Constituição. Os casos de
competência exclusiva do Congresso Nacional
(art. 49) serão tratados tão somente no âmbito
do Poder Legislativo, disciplinados por
Decretos-Legislativos e não permitem
delegação de competência.
A) PODER LEGISLATIVO
A competência privativa da Câmara dos Deputados está
prevista no art. 51 e a do Senado no art. 52.

Funcionam no Congresso as Comissões


Parlamentares, que têm participação no
processo legislativo, exercem papel fiscalizador
e outras atribuições. Podem ser permanentes,
mantendo-se nas diversas legislaturas ou
temporárias, constituídas para apreciação de
determinada matéria ou se extinguindo com o
término da legislatura. As Comissões Mistas são
formadas de Deputados e Senadores.
A) PODER LEGISLATIVO

Podem ser constituídas Comissões


Parlamentares de Inquérito, para a
apuração de fato determinado e por prazo
certo, com poderes de investigação
próprios das autoridades judiciárias,
sendo as suas conclusões encaminhadas
ao Ministério Público para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.
A) PODER LEGISLATIVO
A constituição de Comissões Parlamentares de
inquérito exige o apoio de 1/3 da Câmara ou
1/3 do Senado. As referidas comissões não
exercem a jurisdição, por isso, não podem
restringir direitos individuais quando as
restrições estão sob reserva de jurisdição.
Por exemplo, não pode a CPI decretar prisão ( a
não ser realizar a prisão em flagrante),
determinar a interceptação das comunicações
telefônicas ou determinar a busca e apreensão
domiciliar, sem ordem judicial.
A) PODER LEGISLATIVO
A Jurisprudência do STF reconhece a
possibilidade de a CPI quebrar o sigilo
bancário, fiscal e telefônico,
independentemente de ordem judicial,
através de decisão devidamente
fundamentada. A quebra do sigilo
telefônico enseja o acesso aos dados
sobre as ligações realizadas, mas não se
confunde com a interceptação telefônica,
ou seja, a escuta da conversa.
A) PODER LEGISLATIVO

Os Deputados e Senadores têm a imunidade


parlamentar, que sofreu modificações com a EC
n 35. Foi preservada a imunidade material,
também chamada de inviolabilidade pela qual
os Deputados e Senadores não respondem civil
e penalmente por quaisquer das suas opiniões,
palavras ou votos. Foi sensivelmente
modificada a imunidade formal que tornava
imprescindível a licença da Casa respectiva para
processo criminal contra os parlamentares.
A) PODER LEGISLATIVO

A partir da vigência da referida Emenda, os


processos podem ser instaurados sem
necessidade de licença, devendo o Supremo
Tribunal Federal, foro competente para o
processo, comunicar o recebimento da denúncia
à Casa respectiva que, tratando-se de crime
cometido após a diplomação, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros poderá, até a
decisão final, sustar o andamento da ação, caso
em que ficará suspensa a prescrição.
A) PODER LEGISLATIVO
Os Deputados e Senadores, desde a expedição do
diploma, não poderão ser presos, salvo em flagrante de
crime inafiançável, hipótese na qual os autos serão
remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para
que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão. As imunidades dos Deputados e
Senadores subsistirão durante o Estado de Sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de 2/3 dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional.
Os Deputados Estaduais podem ter imunidade material
e formal, nos mesmos moldes previstos para os
parlamentares federais. Os vereadores terão apenas a
inviolabilidade (imunidade material) pelas opiniões,
palavras e votos que emitirem no exercício do mandato,
no âmbito do Município.
A) PODER LEGISLATIVO
Os parlamentares têm, ainda, a prerrogativa de
foro. Os Deputados Federais e Senadores são
processados e julgados perante o Supremo
Tribunal Federal. A suprema corte cancelou
uma súmula que entendia persistir a
prerrogativa de foro, mesmo após o
encerramento do exercício do cargo para os
fatos praticados durante o exercício. A Lei
10.628/2002 alterou o artigo 84 do Código de
Processo Penal, pretendendo restabelecer a
súmula. No entanto, a referida lei foi
considerada inconstitucional pelo STF. Logo, a
competência por prerrogativa não se mantém
após a cessação do exercício.
PROCESSO LEGISLATIVO
É o conjunto de atos realizados pelos
órgãos legislativos visando à formação
das leis constitucionais, complementares
e ordinárias, resoluções e decretos-
legislativos (José Afonso da Silva).
As fases do processo legislativo podem ser
apresentadas da seguinte forma:
iniciativa legislativa, emendas, votação,
sanção e veto, promulgação e publicação.
PROCESSO LEGISLATIVO
Iniciativa é a faculdade que se atribui a alguém
ou a algum órgão para apresentar projetos de
lei ao Legislativo. Em regra, a iniciativa do
processo legislativo é atribuída
concorrentemente ao Presidente da República,
Deputados, Senadores e aos cidadãos. P.Ex.: O
Supremo Tribunal Federal tem a iniciativa da Lei
Complementar dispondo sobre o estatuto da
magistratura, das leis de criação e extinção de
cargos e fixação de vencimentos de seus
membros e de seus serviços auxiliares.
PROCESSO LEGISLATIVO
Emendas - Correspondem à atribuição que
têm os parlamentares de poderem alterar
os projetos que lhes são submetidos.
Não se admitem Emendas que aumentem
despesas em projetos de lei de iniciativa
exclusiva do Presidente da República,
nem nos projetos sobre organização dos
serviços administrativos da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, dos
Tribunais Federais e do Ministério
Público.
PROCESSO LEGISLATIVO
Votação - É a decisão sobre os projetos, no
âmbito das Casas Legislativas.
Exige-se a maioria dos membros presentes
(maioria simples), para a aprovação dos
projetos de lei ordinária, maioria absoluta
dos membros das Casas Legislativas, para
aprovação dos projetos de lei
complementar e maioria de três quintos
dos membros das Casas do Congresso
para aprovação de Emendas
Constitucionais.
PROCESSO LEGISLATIVO

Sanção - É a concordância do Presidente da


República ao projeto de lei aprovado pelo
Poder Legislativo.
Pode ser expressa, quando o Presidente
emite o ato de sanção, no prazo de 15
dias úteis ou tácita, quando o Presidente
silencia no referido prazo.
A Sanção é prerrogativa EXCLUSIVA do
Presidente da República.
PROCESSO LEGISLATIVO
Veto - É a manifestação de discordância do
Presidente da República com o projeto
aprovado pelo Legislativo. Fundamentando-se
em inconstitucionalidade, teremos o chamado
veto jurídico, enquanto se o fundamento
invocado for a contrariedade ao interesse
público, teremos o chamado veto político.
O veto poderá ser derrubado pela maioria
absoluta dos Deputados e Senadores em
escrutínio secreto, em reunião conjunta do
Congresso Nacional.
PROCESSO LEGISLATIVO
Promulgação - O projeto de lei torna-se lei com a
sanção presidencial ou a derrubada do veto pelo
Congresso Nacional. A promulgação apenas
constata a existência da lei.

Se houver rejeição do veto ou sanção tácita, a


promulgação, em princípio, deverá ser realizada
pelo Presidente da República. No entanto, se
este não promulgar dentro de 48 horas, o
Presidente do Senado promulgará a lei e se este
não fizer em igual prazo, caberá ao vice-
presidente do Senado fazê-lo.
PROCESSO LEGISLATIVO

Publicação - É condição para a lei entrar em


vigor.
É realizada pela inserção do texto
promulgado no Diário Oficial.
Espécies Normativas
O artigo 59 da Constituição Federal menciona as
espécies normativas primárias, ou seja,
aquelas que retiram seu fundamento de
validade diretamente da Constituição Federal.
O processo legislativo compreende a
elaboração de:
1. Emendas à Constituição;
2. Leis Complementares;
3. Leis Ordinárias;
4. Leis Delegadas;
5. Medidas Provisórias;
6. Decretos-Legislativos;
7. e Resoluções.
Espécies Normativas
Emendas à Constituição – Correspondem ao
exercício do Poder Constituinte Derivado.
Estão sujeitas a limites circunstanciais, materiais
e formais. Os limites circunstanciais estão
previstos no art. 60, parágrafo 1o (a
Constituição não poderá ser emendada na
vigência de intervenção federal, de estado de
defesa ou de estado de sítio). Os limites
materiais são as chamadas cláusulas pétreas,
previstas no artigo 60, parágrafo 4o (não será
objeto de deliberação a proposta de Emenda
tendente a abolir a forma federativa de Estado,
o voto direto, secreto, universal e periódico, a
separação dos poderes, os direitos e garantias
individuais).
Espécies Normativas
Leis Complementares – são elaboradas para
disciplinarem as matérias previstas na
Constituição Federal. Exigem o “quorum” de
maioria absoluta dos membros das Casas
Legislativas. Existe entendimento de que podem
ser alteradas por leis ordinárias, nos pontos em
que tratam de matéria estranha ao âmbito que
lhes foi reservado pela Constituição. Segundo
tal entendimento, acolhido pela jurisprudência
do STF, não existe propriamente hierarquia
entre lei complementar e lei ordinária.

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