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Evolução Semântica
1
Comunidade linguística
Uma comunidade linguística é um grupo de pessoas
que utiliza uma língua ou um dialecto, para
comunicarem entre si, num dado momento da
história de uma população.
Para se pertencer a uma comunidade linguística, não
é obrigatório que a língua em questão seja a língua
materna de todos os elementos que a actualizam,
basta apenas conhecer a língua a um nível que
permita a comunicação com as pessoas que a
utilizam no seu dia-a-dia.
2
Competência linguística
A competência linguística consiste na capacidade intuitiva que o
falante tem para utilizar a sua língua materna.
Isto quer dizer que qualquer pessoa sabe regras de concordância
gramatical sem nunca as ter estudado, ou seja, qualquer
pessoa pode falar uma língua desde que a tenha aprendido
oralmente.
A competência linguística também é denominada por faculdade
da linguagem e conhecimento da língua, ou seja, o principal
objecto de conhecimento da linguística generativa. Apenas
por termos competência linguística conseguimos comunicar e
organizar-nos em sociedade.
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Competência comunicativa
A competência comunicativa é uma capacidade do falante
para usar a competência linguística de forma adequada a
situações sociais específicas.
Uma pessoa apenas consegue comunicar mediante o
domínio de conhecimentos extralinguísticos e contextuais.
Quer isto dizer que temos de adequar a nossa atitude
comunicativa às situações com que nos deparamos, e tal
consiste em saber o que dizer, a quem o dizer e a forma a
adoptar para nos exprimirmos de acordo com cada
situação.
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Competência metalinguística
A competência metalinguística é a capacidade que o
falante tem de trazer para o nível do consciente
traços inconscientes da sua língua por meio de
múltiplas estratégias entre as quais se contam os
trocadilhos e os jogos de palavras.
Esta competência metalinguística está intimamente
relacionada com o conceito desenvolvido por
Vygotsky sobre as consequências linguística-
cognitivas decorrentes da aprendizagem de uma
Segunda Língua.
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Vygotsky afirma:
«a foreign language facilitates mastering the
higher forms of the native language. The child
learns to see his language as one particular
system among many, to view its phenomena
under more general categories, and this leads
to awareness of his linguistic operations.
Goethe said with thuth that “he knows no
foreign language does not truely know his
own”»
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Vygotsky e a metalinguística
A aprendizagem de L2 (língua segunda) é condição que
promove e estimula o desenvolvimento das capacidade
metalinguísticas .
A aprendizagem de L2 contribui para um melhor domínio
das “formas superiores” de L1 (língua primeira ou
materna).
Desta forma associamos o fenómeno linguístico ao
metalinguístico.
Uma criança bilingue consegue distinguir mais cedo a
distinção entre a forma física da palavra e o seu
correspondente significativo.
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competência textual
A competência textual é a correcta interpretação
de um enunciado introduzido num contexto ou
numa situação.
Existem textos que variam de acordo com o
contexto social ou a situação histórica em que
se encontram.
O domínio da competência textual é fundamental
para a correcta interpretação de um enunciado
linguístico.
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Domínio das competências
Um bom domínio de todas estas competências
proporciona ao indivíduo um acesso ao
conhecimento que é fundamental para o seu
desenvolvimento pessoal.
Deste modo é essencial conhecermos bem a
nossa língua materna, para podermos
comunicar e interpretar correctamente os
conteúdos das palavras e frases que nos
entram pelos olhos e pelos ouvidos.
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Faculdade da linguagem
A Linguagem é a capacidade humana, inata e universal,
que permite a aquisição rápida das regras de
funcionamento da língua que a criança ouve durante
os primeiros anos de vida e que lhe possibilita a
construção progressiva da respectiva gramática.
A Linguagem é um sistema em mudança constante
Linguagem infantil é fundamental na moderna
concepção de definição de norma linguística, o
sistema da língua que avalia e gere a mudança.
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Aquisição da linguagem
Processo através do qual o indivíduo aprende a
sua língua materna, adquirindo as regras de
funcionamento dessa língua por simples
exposição à sua utilização no contexto em que
está inserido.
O processo de aquisição denomina-se por input
linguístico.
Opõe-se ao conceito de aprendizagem, que
implica o outro tipo de competências.
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Gramática Interiorizada
Conhecimento que o falante, a pessoa que comunica
numa determinada língua, tem do modo de
funcionamento da sua língua, das estruturas
gramaticais e lexicais.
Este conhecimento é adquirido inconscientemente
durante o período da aquisição da língua.
Este conceito foi desenvolvido pela linguística
generativa, a escola Chomskyana, que pensa na
linguagem como uma característica da espécie
humana.
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Gramática
Estudo do funcionamento das línguas,
geralmente de uma língua, com referência aos
seus aspectos fonológicos, morfológicos,
sintácticos e semânticos.
O termo gramática aplica-se ao livro que
explicita esse estudo mas pode também
aplicar-se ao conhecimento implícito que os
falantes têm do funcionamento da sua língua.
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Mudança Fonética
Fenómeno que ocorre durante um
determinado período da história de uma
língua e que consiste nas evoluções operadas
no seu sistema sonoro. Reconhecem-se vários
tipos de mudanças fonéticas (ou fonológicas),
que podem afectar o número total de
fonemas (quando um fonema se divide em
dois ou quando o inverso se verifica) ou
apenas os alofones de um fonema.
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Regularidade da mudança fonética
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Fonologia
Ramo da linguística que estuda os sistemas sonoros das
línguas. Da variedade de sons que o aparelho vocal humano
pode produzir, e que é estudado pela fonética, só um
número relativamente pequeno é usado distintivamente
em cada língua.
Os sons estão organizados num sistema de contrastes,
analisado em termos de fonemas, segmentos, traços
distintivos ou quaisquer outras unidades fonológicas de
acordo com a teoria usada.
A enorme variedade de sons produzidos pelo aparelho
fonador humano não é totalmente uniforme nem
classificável do ponto de vista fonológico.
É indispensável saber fazer uma análise pormenorizada
para distinguir os fonemas e os traços fonológicos de
outras unidades com valor acústico também produzidas
pelo aparelho fonador.
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Fonologia
A análise fonológica divide-se em dois níveis:
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Morfologia
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Sintaxe
Área da linguística que estuda as regras, as
condições e os princípios subjacentes à
organização estrutural dos constituintes das
frase, ou seja, o estudo da ordem dos
constituintes das frases.
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Semântica
Área da linguística que estuda o significado tal como ele é
estruturado nas línguas.
O termo é usado de formas variadas em diversos campos,
entre os quais é de salientar a filosofia e a lógica em virtude
da sua relação com a semântica linguística.
Em filosofia é dada importância fundamental à relação
entre linguagem (ou língua) e mundo, assumindo formas
diversas consoante a concepção filosófica subjacente
(realismo, nominalismo, conceptualismo...).
Em lógica, a semântica de uma língua ou de um sistema
formal é sobretudo o estudo das relações entre o sistema
(estudado pela sintaxe) e os seus modelos ou
interpretações.
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Mudança Linguística
Mudança Linguística:
«Qualquer modificação sofrida pela estrutura de uma língua (a nível fonético,
fonológico, morfológico, sintáctico ou semântico) ao longo do tempo.»
Variação Linguística:
«[O] fenómeno pelo qual uma determinada língua nunca é, numa dada
época, lugar e grupo social, igual ao que era numa outra época, num
outro lugar e num outro grupo social.
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Variação Linguística
1. A variação diacrónica ou diafásica é o objecto de
estudo da gramática e da linguística históricas.
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Conceito de Diacronia
Dá-se o nome de diacronia ao carácter dos
factos linguísticos considerados na sua
evolução através do tempo ou à disciplina
que se ocupa do seu estudo (linguística
diacrónica). A diacronia pode ainda ser
encarada como uma sucessão de sincronias.
23
Conceito de Sincronia
O conceito de Sincronia refere-se ao estado de língua considerado no
seu funcionamento num dado momento do tempo, sem ter em conta o
processo de mutação histórica. Estuda a variação nas vertentes
diastráticas (sociolinguística) e diatópicas (dialectologia).
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Eixo paradigmático
Eixo diacrónico
Eixo sincrónico
25
Ferdinand de Saussure (1857-1913)
Significante X Significado
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Ferdinand de Saussure (1857-1913)
Língua X Fala
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Ferdinand de Saussure (1857-1913)
Sincronia X Diacronia
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Ferdinand de Saussure (1857-1913)
Sintagma X Paradigma
29
factores externos da mudança
30
factores internos da mudança
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História da gramática
O estudo da gramática iniciou-se à mais de quatro mil anos.
A primeira gramática de que se tem notícia é a de Panini para o sânscrito,
uma língua ainda hoje falada na Índia que terá surgido em torno de 1500 a.C.
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História da gramática
No século XVIII iniciaram-se as comparações entre as várias línguas europeias e
asiáticas. No século XIX, surgiu a gramática comparativa, como enfoque
dominante da Linguística.
Gottfried Wilhelm Leibniz, linguista comparativista, afirma que
"maioria das línguas provinha de uma única língua, a indo-européia".
Até o início do século XX, ainda não havia descrição gramatical da língua dentro de
seu próprio modelo.
33
História da gramática
Para Ferdinand de Saussure, "a língua é o sistema que sustenta qualquer
idioma concreto", isto é, o que falam e entendem os membros de
qualquer comunidade linguística, pois participam da gramática.
34
História da gramática
Foram os gregos os primeiros a elaborar gramáticas em
função dos sistemas de escrita.
O pensamento Grego deu origem a considerações sobre a
linguagem em termos cognitivos, estreitamente
relacionada com a vertente normativa que regula o “bom
uso da linguagem”.
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Abordagens gramaticais
Podemos considerar três grandes correntes gramaticais:
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história externa e história interna
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História do Latim
Para compreendermos efectivamente a origem do português é
fundamental conhecer a origem da língua e da cultura de Roma.
O latim é a língua mãe de todas as línguas românicas tendo os
fundamentos da civilização ocidental sido lançados pela
expansão Império Romano.
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História da Língua
Embora o latim seja hoje uma língua morta, com poucos
falantes fluentes e sem que ninguém o tenha por língua
materna, ainda é usado pela Igreja Católica.
Exerceu enorme influência sobre diversas línguas vivas, ao servir
de fonte vocabular para a ciência, o mundo académico e
o direito.
O latim vulgar, um dialecto do latim, é o ancestral das línguas
neolatinas, italiano, francês, espanhol,
português, romeno, catalão, e outros idiomas.
Muitas palavras adaptadas do latim foram adoptadas por outras
línguas modernas, como o inglês.
O latim gozou do estatuto de língua franca do mundo
ocidental por mais de mil anos é prova de sua influência.
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História da Língua
O latim é uma antiga língua indo-europeia do ramo itálico originalmente falada
no Lácio, a região do entorno de Roma.
Foi amplamente difundida, especialmente na Europa, como a língua
oficial da República Romana, do Império Romano e, após a conversão deste
último ao cristianismo, da Igreja Católica.
Através da Igreja, tornou-se a. língua dos académicos
e filósofos europeus medievais .
Galileu Galilei com o «Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo» publicado
em 1632, foi o primeiro académico europeu a escrever em língua vulgar, no
dialecto toscano, a partir do qual é fixada a norma linguística italiana.
O latim, por ser uma língua altamente flexiva e sintética, tem uma sintaxe variável
quando comparada com a de outros idiomas.
A sintaxe latina é indicada por uma estrutura de afixos (sufixos e prefixos) ligados a
temas.
O alfabeto latino, derivado dos alfabetos etrusco e grego (por sua vez, derivados
do alfabeto fenício), continua a ser o mais usado no mundo.
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A formação do Império Romano
A língua latina está documentada pelo menos a partir do
século VI a.C. e a sua localização inicial correspondia
apenas à cidade de Roma e à região que a circundavam.
Nessa longínqua época Roma encontrava-se rodeada de
povos que falavam outras línguas indo-europeias e não
indo-europeias.
Entre as línguas não indo-europeias destacava-se a norte
o Etrusco, que inicialmente ocupava uma área
geográfica mais ampla que o latim e também era
dotada de um maior prestígio.
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Mapa da Europa antes da Expansão de Roma
43
Latim - Períodos históricos
Pré-clássico, do século VII a.C. ao século II a.C.. As inscrições mais antigas procedem
do século VII a.C. Nos séculos III e II a.C. a literatura faz sua aparição, sob
influência grega (Plauto, Terêncio).
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A Romanização
A Romanização é o processo pelo qual Roma expande as suas
fronteiras políticas com o objectivo de exercer domínio com os
diferentes povos. Foi um longo processo de expansão que se iniciou
no século IV a.C. até ao século IV d.C.
A Romanização fez-se em diferentes graus, com diferentes ritmos e
com diferentes intensidades.
Houve zonas que assimilaram a cultura e a civilização romanas com
relativa rapidez e profundidade e houve zonas em que a Romanização
foi tardia, menos profunda, mais superficial.
A Romanização fez-se então de diversos modos, graus, épocas e de
acordo com as características culturais de cada região.
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Latinização
Latinização é o processo através do qual a língua latina vem
sendo imposta nos territórios romanizados.
A assimilação linguística processou-se numa linha de latinização
das populações integradas no império. Não correspondeu a
uma política sistemática e consertada do povo Romano,
consistiu sim na difusão e adopção da língua latina por parte
das populações que integraram o Império Romano.
No seio deste enorme império ocorreu uma difusão e uma
assimilação pela quase totalidade das populações aloglotas,
isto é, populações que falavam outras línguas.
A relação que hoje existe entre a língua e a identidade
comunitária não existia na antiguidade, tendo nascido esta
consciência étnica com o estabelecimento das nações
modernas.
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A invasão da península Ibérica
A invasão da Península Ibérica ocorreu segundo duas vias de penetração
quase simultânea de colonos romanos. Houve uma invasão de legiões,
que chegaram pelo Rio Ebro e percorreram todo o território do norte
em direcção à Galiza, constituída por colonos Oscos e Úmbrios.
Uma outra vaga de legiões aporta a Sul, na região da cidade de Cádis,
junto ao estreito de Gibraltar, e segue pela Lusitânia chegando às
costas do mar Cantábrico formada por colonos oriundos do Sul da
Itália e da Sicília.
Esta bivalência no local de entrada das legiões romanas e de origem das
populações invasoras, tanto de militares como de colonos, conduz
necessariamente a uma diversidade. Estas diferenças verificaram-se
tanto a nível linguístico, como a nível da identidade da origem
geográfica e sócio-cultural dos colonos e dos militares.
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Divisão administrativa Romana na
Península Ibérica
Para uma correcta e profícua administração, Roma opta pela divisão da
Hispânia em duas regiões. A primeira divisão administrativa de 192 a.C.
dividiu a Península Ibérica entre Hispânia Citerior e Hispânia Ulterior.
Posteriormente, em 27 a.C., no tempo do imperador Augusto, é feita uma nova
divisão administrativa que divide a Península Ibérica em três regiões, a
Hispânia Citerior Tarraconense permanece indivisa e a Hispânia Ulterior é
dividida em duas províncias, a Lusitânia e a Bética.
A subdivisão da Ulterior sedimenta as grandes diferenças culturais e linguísticas
então já existentes.
A terceira e última divisão administrativa ocorre em 216 d.C. com a
constituição de uma província no Noroeste peninsular, até então incluída na
Hispânia Citerior.
Esta nova região é denominada por “Galécia” ou “Gallaecia et Asturica” ou
ainda a “Hispânia Citerior Nova”.
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49
Édito de Caracala 212 d.C.
No ano de 212 d.C. o imperador Caracala, compreendendo
que a assimilação cultural e linguística estava praticamente
consumada em todo o império, não havendo já uma
verdadeira distinção entre vencidos e vencedores, decretou
uma medida legislativa segundo a qual todos os cidadãos
livres do Império gozavam da cidadania romana.
Esta medida ficou conhecida como o Édito de Caracala.
Este édito determinava que todos os súbditos livres do
império podiam gozar da categoria de “cidadão romano”
desde que soubessem falar e escrever em latim.
50
A importância do latim como língua de
cultura e ascensão social
51
Mudança Linguística
A transformação ou evolução de uma língua para outra
língua decorre, normalmente, segundo um processo de
mudança linguística influenciada por factores internos e
externos.
Os factores da estrutura interna resultam na transformação
estrutural de uma língua, e no caso do latim estes processos
de mudança permitem compreender que a partir de
determinada altura já não se falava Latim, tendo por base os
documentos escritos, produzidos pelas populações ao longo
do tempo.
Os factores externos relacionam-se com o momento em que
as populações da România tomaram consciência de que o que
falavam já não era Latim.
52
Evolução do português
Em 30 AC, os romanos conquistaram a parte ocidental da
Península Ibérica, composta principalmente pelas províncias
romanas da Lusitânia e da Galécia.
Os soldados romanos trouxeram com eles uma versão popular
do Latim, o Latim Vulgar, do qual se acredita que descendem
todas as línguas latinas e que contribuiu com cerca de 90% do
léxico do português.
Embora a população da Península Ibérica se tenha estabelecido
muito antes da colonização romana, poucos traços das línguas
ibéricas nativas persistiram no português moderno.
Os únicos vestígios das línguas anteriores encontram-se numa
parte reduzida do léxico e na toponímia da Galiza e Portugal.
53
Invasões Bárbaras
Entre 409 e 711, dado o colapso do Império Romano, a
Península Ibérica foi invadida por povos de origem germânica,
conhecidos pelos romanos como bárbaros.
Estes bárbaros, Suevos e os Visigodos, fixaram-se na
Península Ibérica e absorveram rapidamente a cultura e
língua romanas da península.
Estavam lançados os dados do contacto entre os povos
invasores e os povos invadidos que juntos contribuíram para
a da mudança linguística do latim falado na Península.
As línguas germânicas influenciaram particularmente o
português em palavras ligadas às guerra e violência, tais como
"Guerra"
54
Invasão dos mouros
Desde 711, com a invasão da península pelos mouros (a partir do Norte de
África), o árabe foi adaptado como língua administrativa nas regiões
conquistadas.
Contudo, a população continuou a falar latim vulgar; logo que os mouros
foram expulsos, em 1249 (conquista de Faro), verificou-se que a influência
exercida pelo árabe na língua foi pequena, exceptuando no léxico: o
português moderno ainda tem um grande número de palavras de origem
árabe, especialmente relacionadas com comida e agricultura, o que não
tem equivalente noutras línguas latinas.
A influência árabe é também visível nos nomes de locais no sul do país, tais
como "Algarve" e "Alcácer do Sal". Muitas palavras portuguesas que
começam por al- são de origem árabe.
Estamos mais uma vez na presença do contacto de línguas, um dos
factores que mais contribuem para a mudança linguística.
55
Invasão Árabe
Durante o período Árabe a Península Ibérica
viveu numa situação de diglosia.
A diglosia é a situação linguística em que um
uma determinada comunidade linguística vive
num estado de bilinguismo, ou seja, possui duas
línguas. Uma que usa no âmbito familiar e outra
que usa no ambiente social.
Este é um dos aspectos que mais contribuem
para a mudança linguística.
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Mapa da evolução da conquista dos territórios
ocupados pelos Mouros
58
Mapa da Península Ibérica
59
O português
No segundo período do português arcaico, entre os séculos XIV e XVI,
com as descobertas portuguesas, a língua portuguesa espalhou-se por
muitas regiões da Ásia, África e Américas.
Hoje, a maioria dos falantes do português encontram-se no Brasil,
na América do Sul.
No século XVI, torna-se a língua franca da Ásia e África, usado não só
pela administração colonial e pelos mercadores, mas também para
comunicação entre os responsáveis locais e europeus de todas as
nacionalidades.
A irradiação da língua foi ajudada por casamentos mistos entre
portugueses e as populações locais e a sua associação com os esforços
missionários católicos levou a que fosse chamada Cristão em muitos
sítios da Ásia
60
Países que de Língua Oficial Portuguesa
61
O português
O fim do português arcaico é marcado pela publicação
do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende em 1516.
O período do português moderno (do século XVI até ao presente)
teve um aumento do número de palavras originárias do latim
clássico e do grego, emprestadas ao português durante
a Renascença, aumentando a complexidade da língua.
Este período também ficou conhecido como o período do
português Clássico. Pois foi nesta altura que Camões escreve a
epopeia que coloca o português entre as línguas eruditas da
Europa.
Desde o período clássico aos nossos dias poucas alterações
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Via popular e via erudita
Existem palavras na língua portuguesa que de forma diferente derivam do mesmo
étimo latino.
63
Fernão de Oliveira 1507 - 1581
Também conhecido por Fernando de Oliveira este frade , gramático, construtor bélico-naval
renascentista, era natural de Aveiro e foi um dos expoentes renascentistas portugueses.
Com efeito, consta que, em 26 de Outubro de 1555, entre tantas outras prisões:
"[...] Deu entrada nas masmorras da Inquisição, em Lisboa, o insigne aveirense Padre Fernão de
Oliveira, clérigo dominicano e diplomata, escritor e filólogo, marinheiro e soldado, aventureiro e
perseguido, «o primeiro gramático da língua portuguesa e porventura o primeiro tratadista naval de
todo o mundo» [...]“ (Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, I, fl. 9).
65
Palavras convergentes
Há palavras que provêm de étimos diferentes e se apresentam sob a
mesma forma vocabular.
São:
Sanu- (adjectivo) > são (adjectivo)
Sunt (verbo) > são (forma verbal)
Rio:
Rivu- (substantivo) > rio (substantivo)
Rideo (verbo) > rio (forma do verbo rir)
66
Evolução semântica
Na passagem do latim para o português as palavras além
da evolução fonética, sofreram, por vezes, uma
evolução de sentido ou evolução semântica.
68
Evolução semântica
• O substantivo calamitatem > calamidade foi
pelos romanos aproximado de calamus, a
cana ou haste de trigo ou de qualquer outro
cereal; especializou-se no sentido de flagelo
(temporal, saraivada) que ocasionava a perda
das colheitas. Este sentido veio a perder-se
completamente e a palavra passou a designar
«qualquer espécie de desgraça, desventura,
infelicidade, calamidade».
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Semântica lexical
• Denotação é o nome que designa o seu
significado mais usual. É o sentido estável,
fixo, da palavra.
• Ex. negro – cor escura
• Conotação é o nome dado às possibilidades
de significação que um sujeito falante pode
incluir ou sugerir no seu discurso.
• Ex. negro – luto, tristeza, morte
70
Vocabulário do Português
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca
de 228 500 entradas, 376 500 acepções,
415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000
palavras arcaicas, é um exemplo da riqueza léxical da
língua portuguesa.
O Português, quer em morfologia, quer em sintaxe,
representa uma transformação orgânica
do latim sem intervenção de qualquer língua
estrangeira.
Algumas mudanças tomaram corpo durante o Império
Romano, outras tiveram lugar mais tarde.
Na Idade Média Alta, o Português estava a erodir
tanto como o francês, mas uma política
conservadora reaproximou a língua ao latim.
71
Classificação e línguas relacionadas
com o português
O português é uma língua indo-europeia, do grupo das línguas
românicas (ou latinas), as quais descendem do latim, que pertence
ao ramo itálico da família indo-europeia.
72
Classificação e línguas relacionadas
com o português
Enquanto os falantes de português têm um nível notável de compreensão do
castelhano, os falantes castelhanos têm, em geral, maior dificuldade de
entendimento. Isto acontece porque o português, apesar de ter sons em
comum com o castelhano, possui outros que são únicos.
No português, por exemplo, há vogais e ditongos nasais (provavelmente
herança das línguas célticas). Além disso, no português europeu há
profunda redução de intensidade das sílabas finais e as vogais átonas
finais tendem a ser ensurdecidas ou mesmo suprimidas.
Esta particularidade da variedade europeia, que resulta do chamado
‘processo de redução do vocalismo átono’, dificulta a compreensão por
parte de falantes castelhanos, galegos e brasileiros.
O português é, naturalmente, relacionado com o catalão, o italiano e todas as
outras línguas latinas.
Há muitas línguas de contacto derivadas do ou influenciadas pelo português,
como por exemplo o patuá macaense de Macau.
73
Mudança Linguística
75
Fonética Acústica
Ocupa-se das propriedades físicas dos sons de fala, do
seu funcionamento enquanto gerador de sons, e das
principais correspondências entre traços acústicos e
elementos dos sistemas fonológicos das línguas.
76
Fonética Acústica
Para que seja possível a um ser humano a capacidade de
emitir sons são necessárias três condições fundamentais:
1. A existência de uma corrente de ar;
2. A passagem dessa corrente de ar por obstáculos;
3. Condições de ressonância do ar dentro do corpo de forma a
garantir uma sonoridade.
A corrente de ar proveniente dos pulmões é a fonte de
energia, ou seja, a força exercida sobre um corpo material
que origina a sua vibração. Na fala, o mecanismo de
formação do fluxo de ar constitui a fonte de energia. A
fonte sonora é a matéria que entra em vibração com a
acção da fonte de energia.
77
Fonética Acústica
A teoria acústica da produção de fala entende o processo
da linguagem oral humana como um mecanismo complexo
em que as ondas vibratórias propagadas por uma fonte
sonora e movidas por uma fonte de energia são modeladas
por um sistema de ressoadores. A fonação só se cumpre
realmente quando se dá a captação e recepção dos sinais
sonoro pelo receptor.
Entendemos por caixas de ressonância do tracto vocal o
conjunto de órgãos que realizam a ressonância
proporcionando uma maior sonoridade. Podem ter formas
e dimensões variáveis. A faringe, a boca e as fossas nasais
funcionam como caixas de ressonância. A cavidade bucal é
bastante versátil devido à sua enorme elasticidade, tendo
capacidade para a aumentar ou diminuir de forma e de
volume, através dos movimentos realizados pelos
articuladores activos. 78
Fonética Acústica
A onda sonora caracteriza-se por um movimento de
propagação de uma vibração através de um meio natural,
que pode tanto pode ser o ar como a água, sem deslocação
permanente das próprias partículas. Uma onda sonora é
composta por um determinado número de oscilações
completas que vibram durante um segundo. Para que exista
uma onda sonora é indispensável que exista uma fonte de
energia. A energia é medida pela análise da relação entre a
intensidade e a duração. Em linguagem fonética a energia é
uma força variável que dá origem à onda sonora. Uma onda
sonora pode ser complexa quando o fenómeno vibratório
resulta da vibração de mais do que uma frequência. Uma
onda sonora pode ser periódica, quando se repete
regularmente, e pode ser sinusoidal, que é um tipo de onda
mais simples, que resulta da variação regular da pressão do
ar. Um tom, quando é puro, tem esta forma de onda.
79
Fonética Perceptiva
É o ramo da fonética que estuda a resposta de percepção
aos sons da fala, sendo intervenientes nessa percepção o
ouvido, o nervo auditivo e o cérebro.
80
Fonética Perceptiva
O aparelho auditivo é o conjunto dos órgãos que capta
os sinais acústicos produzidos pela fala e que os
converte em impulsos nervosos. É constituído pelo
ouvido que se dividimos em três partes, o ouvido
externo, o ouvido médio e o ouvido interno. Usamos a
audição para apreender as vibrações emitidas pela voz
humana.
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Fonética Articulatória
Etapas da produção de fala
Ressonância nasal
Articulação
Fonação
Respiração
82
Fonética Articulatória
Ao conjunto de órgãos envolvidos pelo ser humano na
articulação dos sons chamamos aparelho fonador.
É constituído pelos pulmões, traqueia, esófago,
laringe, faringe, boca e nariz.
Na língua portuguesa quase todos os sons da fala são
produzidos no momento em que se faz a expiração.
O ar que vem dos pulmões passa pela laringe e pelas
cordas vocais, que podem ou não entrar em vibração,
e chega ao exterior através da boca e do nariz.
Todo este processo é comandado pelo cérebro.
83
Fonética Articulatória
Ramo da fonética que estuda o modo como os sons da fala
são produzidos (articulados) pelos órgãos do aparelho
fonador.
84
Fonética Articulatória
Aparelho fonador é
constituído por 3 secções:
86
Fonética Articulatória
Fundamental para a realização da linguagem humana é
a laringe, que é constituída por diversas cartilagens e
por um tecido membranoso situado entre a traqueia a
faringe. É na laringe que estão situadas tanto as cordas
vocais como a glote.
A glote é um espaço normalmente triangular que
existe entre as cordas vocais. A função sonora das
cordas vocais é fundamental na fonação, na medida
em que nos facultam a voz, e consequentemente, a
possibilidade de falar e de cantar.
87
Fonética Articulatória
As cordas vocais são as duas pregas de tecido muscular que
se situam no interior da laringe humana e que produzem a
energia sonora. Estas duas pregas ao vibrar em algumas
circunstâncias, aproximando-se e afastando-se uma da
outra, simultaneamente, dão origem à voz. Se as cordas
vocais estiverem afastadas uma da outra, o ar que vem
projectado pelos pulmões passa pela laringe e chega à boca
sem qualquer vibração.
Quando não existe qualquer vibração designamos os sons
como surdos ou não vozeados. No entanto, quando as
cordas vocais se aproximam uma da outra, a pressão
provocada pela corrente de ar é tão intensa que as obriga a
vibrar dando origem a sons sonoros ou vozeados.
88
Fonética Articulatória
Chamamos tracto vocal ao conjunto de órgãos situados acima da
laringe através dos quais passa a corrente de ar durante o processo
da produção dos sons da fala. Dividimos este conjunto de
elementos em dois grupos: a cavidade bucal e a cavidade nasal.
A cavidade bucal abrange toda a boca, na qual se encontram os
lábios, os dentes, os alvéolos, o palato, o véu palatino e a úvula. É
na boca que se encontram os articuladores activos e os
articuladores passivos.
A cavidade nasal corresponde à região que engloba o nariz e a
parte da faringe que se encontra acima do ponto de fechamento do
palato mole. O ar ao passar pela cavidade nasal e pela cavidade
bucal em simultâneo altera a natureza dos sons conferindo-lhe
nasalidade.
89
Fonética Articulatória
Os articuladores activos constituem as partes móveis
do tracto vocal envolvidas na produção de um som de
fala. Os articuladores activos são os lábios, a língua, o
véu palatino, a úvula e o maxilar inferior.
Os articuladores passivos são as partes imóveis do
tracto vocal que constituem pontos de referência em
relação aos quais se dirige o movimento dos
articuladores activos. São articuladores passivos os
dentes, os alvéolos e o palato.
90
Fonética Articulatória
Podemos distinguir e classificar a natureza dos sons tendo em conta
a participação dos articuladores passivos e dos articuladores
activos.
91
Fonologia
Ramo da linguística que estuda os sistemas sonoros das
línguas. Da variedade de sons que o aparelho vocal humano
pode produzir, e que é estudado pela fonética, só um
número relativamente pequeno é usado distintivamente
em cada língua.
Os sons estão organizados num sistema de contrastes,
analisado em termos de fonemas, segmentos, traços
distintivos ou quaisquer outras unidades fonológicas de
acordo com a teoria usada.
A enorme variedade de sons produzidos pelo aparelho
fonador humano não é totalmente uniforme nem
classificável do ponto de vista fonológico.
É indispensável saber fazer uma análise pormenorizada
para distinguir os fonemas e os traços fonológicos de
outras unidades com valor acústico também produzidas
pelo aparelho fonador.
92
Fonologia
A análise fonológica divide-se em dois níveis:
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Nível prosódico
As propriedades prosódicas são propriedades fonológicas relacionadas
com o controlo da duração, da intensidade e da altura dos sons que têm
como consequência a quantidade das vogais, a proeminência acentual, o
tom e a entoação.
96
Nível Segmental
A palavra “zoologia” por exemplo é constituída por três
sílabas mas apenas contém dois monemas: o monema
“zoo” que significa animal e o monema “logia” que significa
tratado, estudo, conhecimento, ciência. O significado de
uma palavra obtém-se juntando o sentido do conjunto de
monemas que a constituem. Neste caso a palavra
“zoologia” significa o estudo dos animais, ou melhor a
ciência que estuda os animais
98
Nível Segmental
Uma vogal é um som produzido sem qualquer obstrução do tracto
vocal. A corrente de ar é projectada pelos pulmões e atravessa as
cavidades bucal e nasal sem nenhum contacto com os
articuladores. Uma vogal é sempre produzida com a vibração das
cordas vocais.
101
Classificação das consoantes quanto
ao ponto de articulação
As consoantes labiais ou bilabiais são articuladas com a intervenção de ambos os
lábios, verifica-se uma pequena projecção dos lábios que se fecham, no caso das
consoantes bilabiais [p] e [b]. Quando o lábio inferior se eleva em direcção aos
dentes do maxilar superior estamos perante consoantes lábio-dentais [f] e [v].
102
Classificação das consoantes quanto
ao modo de articulação
Uma consoante oral é articulada com o véu
palatino elevado o que provoca uma saída da
corrente de ar exclusivamente pela cavidade
bucal.
A consoante nasal é produzida com um
abaixamento do véu palatino, que permite a
passagem do fluxo de ar pela cavidade bucal e
pela cavidade nasal.
103
Classificação das consoantes quanto
ao modo de articulação
Uma consoante sonora articula-se com a
vibração das cordas vocais. Também designamos
as consoantes sonoras como consoantes
vozeadas.
A consoante surda é produzida sem vibração das
cordas vocais. A corrente de ar passa pela laringe
que encontra as cordas vocais afastadas. As
consoantes surdas também são denominadas
como consoantes não vozeadas.
104
Classificação das consoantes quanto ao
modo de articulação
As consoantes oclusivas são produzidas com um fechamento completo no
tracto vocal que é rapidamente distendido.
109
Processos fonológicos de alteração de segmentos
A supressão de segmentos é um processo fonológico que afecta a língua
provocando uma mudança quando um segmento deixa de ser articulado.
Se ocorre em posição inicial denomina-se como uma apócope, se ocorre em posição
medial é designada como uma síncope, se ocorre no final da palavra é referida como
uma aférese.
110
Processos fonológicos de alteração de segmentos
111
Processos fonológicos de alteração de segmentos
Metafonia é o processo que resulta da alteração da vogal tónica pela influência das vogais
átonas da sua flexão.
Mentir e minto
Jogo do latim jocum e jogos do latim jocos
Porco do latim porcum e porcos porcos
Olho do latim oculum e olhos do latim oculos
Inflexão vocálica é um fenómeno que ocorre para tornar diferentes sons que
aparentemente seriam iguais dentro de uma sequência flexão verbal
Fiz
Fizeste
Fez – a vogal temática muda para permitir a distinção entre o sujeito do verbo.
Fizemos
Fizestes
Fizeram
112
Processos fonológicos de alteração de segmentos
A dissimilação é um fenómeno fonético que torna diferentes sons
inicialmente iguais.
uerrere > varrer – apesar de estar grafado como “rr” a pronúncia
latina articulava o som [], a mudança linguística para o
português verificou uma pronúncia mais gutural transformando
o som em [].
114
Processos fonológicos de alteração de segmentos
115
Processos fonológicos de alteração de segmentos
116
Processos fonológicos de alteração de segmentos
118
Cronologia dos principais fenómenos fonéticos
que afectam vogais e consoantes
Latim coloquial tardio(séculos V-IX):
Apócope de –M de Acusativo
Perda da quantidade vocálica
Redução /monotongação/simplificação dos
ditongos AE e OE
Síncope de algumas vogais átonas
119
Cronologia dos principais fenómenos fonéticos
que afectam vogais e consoantes
Latim Coloquial Tardio > Galego-Português/Português Arcaico
(séculos XIII-XIV)
Metafonia por –a
Inflexão vocálica exercida por nasal
homossilábica
Algumas metáteses
Algumas atracções
Algumas assimilações e dissimilações
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Cronologia dos principais fenómenos fonéticos
que afectam vogais e consoantes
Português arcaico > Português moderno:
Crase
Algumas metáteses
Algumas assimilações e dissimilações
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