DOLINi

DOLINinforme
Informativo Eletrônico
Eletrônico GUPE
Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas - G026
Fundado em 25 de Agosto de 1985

ANO 2 – N° 13 – 31/12/2010

DOLINinforme comemora um ano de espeleonotícias

Da Redação

Há um ano o Grupo Universitário de sobre as atividades desenvolvidas pelo GUPE, o

Pesquisas Espeleológicas lança a edição mensal do informativo busca despertar o interesse de novas
seu informativo eletrônico, Dolininforme, pessoas para a espeleologia e, por fim, conseguir
apresentando matérias sobre trabalhos do Grupo novos membros e parceiros.
e assuntos que envolvem Espeleologia e Meio Esta décima terceira edição simboliza o
Ambiente. agradecimento da equipe de redação do
O Dolininforme oportuniza mais um canal Dolininforme a todos que acompanham o trabalho,
de comunicação entre os espeleólogos, em especial àqueles que enviam suas colaborações
professores, acadêmicos e demais interessados através de textos, fotos e/ou comentários. Só foi
pelo mundo das cavernas. possível dar continuidade ao trabalho devido a
Além de informar todos os espeleoamigos tantas colaborações e palavras de incentivo.

GUPE lança seu site

Da Redação

Já está disponível na rede o site do GUPE.
Desenvolvido para oferecer mais um espaço de
pesquisa, comunicação e divulgação, o site traz
materiais do Grupo, como fotos, histórico,
artigos, relatórios de campo, informações sobre
os membros, agenda das atividades do Grupo,
bem como um espaço destinado às edições do
Infomativo Eletrônico GUPE – o Dolininforme.
Todos os membros agradecem ao ótimo
trabalho do membro sócio Emerson Farias dos
Santos, responsável por desenvolver o site
gratuitamente para o GUPE.
A página ainda está em construção, mas
em breve apresentará mais detalhes. Convidamos
a todos os amigos e interessados a acompanharem
as atualizações e encaminharem seus comentários
e sugestões de melhoria. O endereço é
www.gupecaves.com.br

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Dolininforme – Informativo Eletrônico GUPE – Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas. Dezembro de 2010, ano 2 – n° 13.
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 Novo megatúnel confirmado em Boqueirão do Leão (RS)
Por Dr. Henrich Theodor Frank
Projeto Paleotocas - UFRGS
Uma “caverna misteriosa” localizada no
município gaúcho de Boqueirão do Leão e
popularmente conhecida como “Toca dos Índios”
foi identificada pelo Projeto Paleotocas
(www.ufrgs.br/paleotocas) como uma paleotoca,
um túnel cavado por um animal pré-histórico, fato
já noticiado no número sete do DOLINinforme.
Os trabalhos nesta paleotoca foram
retomados em dezembro de 2010 e consistiram
em duas etapas. Inicialmente foi realizada a
biometria da paleotoca, medindo com cuidado as
dimensões do túnel. Especialmente importante foi
uma escavação em um pequeno trecho do túnel,
apenas removendo as areias que foram levadas
para dentro do túnel durante enchentes. Essa
escavação confirmou as enormes dimensões
originais da paleotoca: larguras originais entre 3
e 4 metros, alturas originais ao redor de 2
metros e um comprimento de quase 40 metros.
Megatúnel, notar dimensões e formato elíptico (Foto Projeto Paleotocas).
A importância científica dessa ocorrência
contendo dois megatúneis ainda não pode ser
mensurada, de tão fantástica que é. É uma
ocorrência internacionalmente inédita e traz
consigo uma série de implicações paleontológicas
e paleoecológicas.
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Dolininforme – Informativo Eletrônico GUPE – Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas. Dezembro de 2010, ano 2 – n° 13.
São números que impressionam pelo seu
ineditismo.
A segunda etapa consistiu na investigação
de uma “ramificação” que já tinha sido observada
na primeira visita. Essa abertura lateral na
verdade é antropogênica e dá acesso a uma
cavidade lateral situada em um nível mais baixo
que a paleotoca. Depois de remover parte do
entulho, foi possível adentrar essa cavidade: é um
espaço aberto com 11,5 metros de comprimento, 3
metros de largura e com uma altura mínima de 1,5
metros. Contém muitas pedras, areia, lama e água,
mas a forma abobadada do teto e algumas marcas
na parede não deixam margem à dúvida: trata-se
de outro megatúnel com pelo menos 30 metros
de comprimento, cuja porção inicial (entulhada) é
paralela ao primeiro megatúnel. Posteriormente o
túnel continua num ângulo de aproximadamente 70
graus para Sul.
Inicialmente pelo porte dos túneis. As
medidas caracterizam as duas paleotocas como
megatúneis, excluindo a possibilidade delas terem
sido escavadas por tatus gigantes pré-históricos
(gêneros Propraopus, Pampatherium ou Holmesina,
por exemplo) porque os tatus são simplesmente
pequenos demais. Com pesos de aproximadamente
2
 200 quilos e larguras de corpo de menos de um
metro, os tatus não tinham a menor necessidade
de cavar túneis desse porte.
Os únicos outros animais da Megafauna
Pleistocênica Sul-Americana que poderiam ter
escavado túneis desse tamanho são as preguiças
terrestres gigantes das famílias
Scelidotheriidae, Mylodontidae, Orophodontidae,
Nothrotheriidae e Megatheriidae, animais com
portes entre 800 quilos e 5 toneladas. Outros
grandes animais da megafauna não tinham
adaptações morfológicas para cavar: cavalos
(Hippidion), camelos (Macrauchenia), lhamas
(Paleolama), elefantes (Stegomastodon),
rinocerontes sem chifres (Toxodon), ursos e
tigres.
Os túneis inclusive são grandes demais
para serem atribuídos a uma única preguiça-
Megatúnel com presença de lâmina de água (Foto Projeto Paleotocas).
Qual a função dos túneis? O porte dos
túneis exclui a possibilidade de servirem de
proteção contra predadores. Os maiores
predadores dessa época eram o urso
Arctotherium (do tamanho de um grizzly atual) e
o tigre de dentes-de-sabre Smilodon (com 350 kg
– o dobro de um leão africano). Ambos têm fácil
acesso a túneis desse porte.
As preguiças, portanto, não escavaram os
túneis para defesa, pois não tinham nada a temer.
A função dos túneis seria a proteção contra
intempéries e/ou para hibernação, durante
épocas de climas mais frios?
São perguntas que exigem muitas
pesquisas adicionais. Os trabalhos nos megatúneis
de Boqueirão do Leão serão retomados em
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Dolininforme – Informativo Eletrônico GUPE – Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas. Dezembro de 2010, ano 2 – n° 13.
gigante, pois só uma não faria ou precisaria de um
túnel desses. Escavados em arenito Botucatu
como elevado grau de litificação e com um volume
de quase 200 m3 cada um, os túneis não foram
escavados por uma preguiça-gigante só como
moradia temporária, como hoje ocorre com os
túneis de tatus e aardvarks (porco-da-terra,
África).
A ocorrência sugere que os túneis foram
escavados por grupos de preguiças gigantes,
provavelmente ao longo de muitos anos e por
várias gerações, formando abrigos ocupados por
muito tempo. Com isso, surge um indicador
paleoecológico importante: as preguiças viviam em
manadas, talvez grupos familiares liderados por
um macho dominante ou uma fêmea experiente,
como hoje acontece com os elefantes africanos.
janeiro/2011 e há muitas possibilidades de
pesquisa. Por exemplo, uma análise palinológica
nos sedimentos basais do final do primeiro
megatúnel, que poderiam oferecer indícios da
idade do túnel.
Impressionante como uma simples
“caverna misteriosa”, visitada por décadas apenas
por curiosos, pode se transformar em um objeto
científico de alto valor se analisada com mais
cuidado. Como deve haver mais megatúneis desse
tipo na América do Sul, a comunidade
espeleológica está convidada a repensar suas
“cavernas” para reconhecer, entre elas, eventuais
outros megatúneis formatados por manadas de
preguiças gigantes.
3
 Membros do Grupo de Escalada Cidade de Pedra (GECP)
lançam Guia de Escalada em rocha: Ponta Grossa - Paraná
Da Redação
Na noite do dia 17 do corrente mês, os
membros do Grupo de Escalada Cidade de Pedra
(GECP) Lílian Patrícia Massuqueto (Malu) e Fabio
Luiz Batista Barros (Binho) realizaram o
lançamento da primeira edição do “Guia de
Escalada em Rocha: Ponta Grossa – Paraná”.
Em 1970 houve os primeiros ensaios de
escalada em rocha em Ponta Grossa, mas o
esporte teve seu início em meados de 1990, na
Cachoeira do Rio São Jorge (Canyon do Rio São
Jorge). Os primeiros escaladores da época foram
Wilson Souza, Julio Lancastzer Jr. (Primata),
Guilherme Forbeck, Fábio Barros (Binho),
Marcelo Justos e Ronaldo Franzen Jr. (Nativo).
Na foto ao lado, capa
do guia de escalada em
rocha, na foto a baixo
da direita para
esquerda: Edson
(Dibua), Marcio, Lílian
(Malu), Fabio (Binho) e
Wilson Souza, grandes
nomes da escalada e
do montanhismo.
Fotos: Henrique Simão
Por apresentar rica história, envolvendo
grandes nomes da escalada, e grande potencial de
locais para a prática de escalada na região, os
membros do GECP, Binho e Malu, tornaram
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Dolininforme – Informativo Eletrônico GUPE – Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas. Dezembro de 2010, ano 2 – n° 13.
realidade o projeto do guia com o intuito de
fornecer um material informativo e educativo
sobre o esporte em Ponta Grossa.
O guia apresenta quatro locais de
escalada em rocha no Município de Ponta Grossa:
Cachoeira do Rio São Jorge, Buraco do Padre,
Setor Macarrão e Dolina Grande. Com mais de 90
vias de escalada, o município atualmente é um dos
principais pólos de escalada em rocha do Estado
do Paraná. A produção, formatada no estilo
livro de bolso, é rico em imagens que
representam, além das impressionantes vias de
escalada, belas paisagens de Ponta Grossa
caracterizando os Campos Gerais do Paraná, com
campos, matas e paredões rochosos.
A cerimônia de lançamento ocorreu no
salão de eventos do SESC Paraná (Serviço Social
do Comércio). Além de apresentações de fotos,
discursos e descrição do guia, a noite teve a
participação de grandes nomes da escalada de
Ponta Grossa e região. Ao final do evento, os
participantes confraternizaram-se em um
coquetel, regado a muitas histórias e reencontros
de amigos que construíram e ainda ajudam a
manter ativa a escalada em Ponta Grossa.
Lílian (Malu) e Fabio (Binho) autografando os guias
durante as vendas (Foto: Henrique Simão Pontes).
O “Guia de escalada em rocha” está à
venda na Loja Solo “Esportes Radicais” (fone: 42-
3224-5272) e através do blog do Grupo de
Escalada Cidade de Pedra:
http://grupoescaladacidadepedra.blogspot.com/
4
 GUPE recebe novos membros
Da Redação
É com grande satisfação que o GUPE parabeniza seus novos membros colaboradores: Jasmine
Cardoso Moreira (Professora Turismóloga Doutora em Geografia – UEPG) e Maria Lígia Cassol
Pinto (Professora Doutora em Geomorfologia).
Sejam bem vindas e boas atividades. Saudações espeleológicas.

Espeleofoto do Leitor

Momento de meditação
Autor: Heder Leandro Rocha
Data: 2010
Local: Em trabalho de campo no Buraco do Padre (Ponta Grossa – Paraná)

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 Espeleoparceiros

www.resseg.com.br

www.xeta.com.br

Grupo de Escalada Cidade de Pedra

- GECP -
http://grupoescaladacidadepedra.blogspot.com/

Nossa comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=94144937

Nosso site: www.gupecaves.com.br

Visite também:
http://grupoescaladacidadepedra.blogspot.com/
http://www.visitepontagrossa.com.br/ e http://www.pontagrossacvb.com.br/

Imprima somente se for necessário, lembre-se de sua responsabilidade com o

Meio Ambiente, pense ecologicamente.
Expediente
DOLINinforme é uma publicação eletrônica do Grupo Universitário de Pesquisas
Espeleológicas – GUPE, contato: gupe_caves@yahoo.com.br
Comissão Editorial
Felipe Simão Pontes – MTB 6797
Heder Leandro Rocha, Henrique Simão Pontes e Laís Luana Massuqueto
A reprodução deste é permitida, desde que citada a fonte.

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