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PATRÍSTICA

Os Padres da Igreja

Orígenes

Orígenes (Apodado Adamancio) nasceu no ano de 185 dC. em Alexandria, cidade e


porto principal do Egito, situada entre o Mediterrâneo e o lago Mariut, no O. do delta do
Nilo. Fundada em 331 a.C. por Alexandre Magno, foi durante mil anos capital do Egito
e centro da cultura helenística, dista 208 km do Cairo e faleceu em 253 ou 254 em Tiro.
Sucessor de Clemente na Escola de Alexandria. Filho mais velho de uma família cristã e
abastada. Seu pai, Leônidas, lhe deu esmerada educação tanto nas sagradas escrituras
quanto em ciências profanas; morreu mártir sob Severo em 202. Nesse momento sua
mãe o escondeu sob suas vestes para que não correra a mesma sorte de seu pai. O
Estado confiscou os bens da família pelo que Orígenes teve que se dedicar ao ensino
para sua subsistência e da sua família.

O Bispo Demétrio lhe confiou a direção da Escola de catecúmenos, cargo que ocupou
muitos anos, quando Orígenes tinha 18 anos. Atraiu um grande número de discípulos
pela qualidade de seus ensinamentos e pelo exemplo de sua vida asceta. Nesta época,
castrou-se por uma interpretação demasiada literal de Mt 19,12 coisa que lhe impedia
ser eleito sacerdote, mas ao fim foi ordenado sacerdote. Durante a perseguição de Décio
sofreu graves tormentos que lhe causaram a morte, estando em Tiro aos 69 anos. Viveu
sua vida caindo de uma controversa a outra, sobretudo com seu bispo Demétrio de
Alexandria, razão pela qual a maior parte de seus escritos desapareceram. Sucedeu
Clemente na Escola (didascália) de Alexandria com o que esta chegou ao apogeu.

A vida e a obra de Orígenes situa-se no terceiro século (180-250) , onde se destacaram


os polemistas que promoveram uma árdua luta contra as falsas doutrinas. Segue-se
quadro com os bispos de Roma e dos imperadores Romanos no período em que
Orígenes viveu:

Bispos de Roma Imperadores Romanos


Eleutério, 175-189 Vitor I, 189-199
Zeferino, 199-217 Calixto I, 217-222
Urbano I, 222-230 Ponciano, 230-235
Antero, 235-236 Fabiano, 236-250
Cornélio, 251-253 Lúcio I, 253-254
Estevão I, 254-257 Cômodo, 180-192
Sétimo Severo, 193-211 Caracala, 211-217
Heliogábalo, 218-223 Alexandre Severo, 223-235
Maximino, 235-238 Gordiano, 238-244
Felipe, 244-249 Décio, 249-251
Galo, 251-253 Valeriano, 253-258

Incorreu em muitos erros mas sempre quis ser um cristão ortodoxo. Tentou conciliar a
filosofia de Platão com o cristianismo o que o levou a erros dogmáticos graves como a
pré-existência da alma humana, a restauração final de todos os espíritos, a morte de
Cristo como resgate pago à Satanás e negou a ressurreição física. No livro IV da obra
De principiis, Orígenes desenvolve detalhadamente seu sistema teológico de
interpretação. Infelizmente, embora cresse que Cristo foi “eternamente gerado” pelo
Pai, ele pensou de Cristo como subordinado ao Pai. a imprecisão das explicações que
deu de vários dogmas originou uma corrente conhecida como “origenismo”, condenadas
em concílios não-ecumênicos de 375 a 553. Introduziu na exegese um perigoso
subjetivismo. No Segundo Concílio de Constantinopla em 553 15 anátemas foram
emitidos contra suas doutrinas Desarraigam-se os erros de Orígenes,. Confirmaram a
condenação dos erros precedentes (trinitários e cristológicos), reafirmaram o sentido
genérico das definições conciliares. juntamente com os Três Capítulos, que cabiam a
Nestoriano.
Calcula-se sua produção em 6000 escritos dos quais se conservam 800 títulos. A maior
parte de sua produção literária está dedicada a Bíblia pelo que é considerado o fundador
de uma ciência escriturística – usava o método alegórico de interpretação. Tem também
obras apologéticas, escritos dogmáticos, cartas, etc. destacando-se: as Hexaplas (texto
em que várias versões hebraicas e gregas do Antigo Testamento são arrumadas em
colunas paralelas); Carta contra Celso; De principiis uma de suas maiores contribuições
foi escrita em 230, pode ser considerado primeiro grande tratado de teologia
sistemática; escólios, homilias, e comentários. Tenho a certeza de que Orígenes buscou
dedicar sua vida par a maior Glória de Deus e a grandeza da ortodoxia.

BIBLIOGRAFIA
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos Séculos: uma história da Igreja Cristã.
Trad. Israel Belo de Azevedo. 2 ed. São Paulo: Vida Nova, 1995.
HUGHES, Philip. História da Igreja Católica. Trad. Leônidas G. de Carvalho. 2. Ed.
São Paulo. Dominus Editora S.A.,1962.
KARENIN, Jerzy Berkman. Doutrina Cristã Ortodoxa: Baseada nos ensinamentos da
teologia ortodoxa. Santa Igreja Grego-Ortodoxa do Brasil, São Paulo, 1957.

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