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DEBATE:

Pedagogia Espírita:
Educação para a morte
Realização: Instituto de Filosofia Espírita do Ceará - IFEC
Apoio: Instituto de Pedagogia Espírita do Ceará - IPECE
Setembro/2010
Sócrates(469–399 a.C.)
Jesus(0~6a.C - 29~36 d.C.)
É curioso notar que em nosso tempo só cuidamos da Educação para a
Vida. Esquecemo-nos de que vivemos para morrer. A morte é o nosso
fim inevitável. No entanto, chegamos geralmente a ela sem o menor
preparo. As religiões nos preparam, bem ou mal, para a outra vida. E
depois que morremos encomendam o nosso cadáver aos deuses, como
se ele não fosse precisamente aquilo que deixamos na Terra ao morrer,
o fardo inútil que não serve mais para nada. (PIRES, 2004, p.9)

Nossa cultura sofreu até agora de uma espécie de esquizofrenia


catatônica, ignorando problemas essenciais e entregando-se à agitação
das atividades pragmáticas.(PIRES, 2004, p.32)
O homem, seja qual for o degrau da escola a que pertença, desde o
estado selvagem, tem o sentimento inato do futuro. Diz-lhe a intuição
que a morte não é a última palavra da existência e que aqueles que
lamentamos não estão perdidos sem retorno. A crença no futuro é
intuitiva e infinitamente mais geral que a no nada. Como é, pois, que,
entre os que crêem na imortalidade da alma, ainda se encontra tanto
apego às coisas da terra, e tão grande apreensão da morte? (KARDEC,
1865)
Sentindo-se frustrado e desolado ante a fatalidade irremovível da
morte, e levado ao desespero ante a irracionalidade das proposições
religiosas, o homem vê secarem as suas esperanças no inverno único e
irremissível da vida material.(PIRES, 2004, p.37)

(…) a posição do homem diante da morte é ambivalente, colocando-o


num dilema sem saída, perdido no labirinto das suas próprias
contradições. Desse desespero resulta a loucura das matanças
coletivas, das guerras, do apelo humano aos processos de genocídio,
tão espantosamente evidenciados na História Humana.(PIRES, 2004,
p.39)
A Educação para a Morte, dada nas escolas de todos os graus, não
como matéria independente, mas ligada a todas as matérias dos
cursos, insistindo no estudo dos problemas existenciais, irá
despertando as consciências, através de dados científicos positivos,
para a compreensão mais clara e racional dos problemas da vida e da
morte. Todo o empenho deve se concentrar na orientação ética da vida
humana, baseada no direito à vida comunitária livre, em que todos os
cidadãos podem gozar das franquias sociais, sem restrições de ordem
social, política, cultural, racial ou de castas.(PIRES, 2004, p.41-42)
A MORTE E O ESPIRITISMO
A reencarnação é uma exigência do nosso atraso evolutivo, como a
semeadura da semente na terra é a exigência básica da sua
germinação e do seu crescimento. Assim, nascimento e morte são
fenômenos naturais da vida, que não devemos confundir com desgraça
ou castigo. Só os homens matam para vingar-se ou cobrar dívidas
afetivas. Deus não mata, cria. (PIRES, 2004,p. 34)
A MORTE E O ESPIRITISMO
Há milhões de anos morremos e ainda não aprendemos que vida e
morte são ocorrências naturais. E as religiões da morte, que
vampirescamente vivem dos gordos rendimentos das celebrações
fúnebres e das rezas indefinidamente pagas pelos familiares e amigos
dos mortos, empenham-se num combate contra os que pesquisam e
revelam o verdadeiro sentido da morte. A idéia fixa de que a morte é
o fim e o terror das condenações de após morte sustentam esse
comércio necrófilo em todo o mundo. Contra esse comércio simoníaco
é necessário desenvolver-se a Educação para a Morte, que,
restabelecendo a naturalidade do fenômeno, dará aos homens a visão
consoladora e cheia de esperanças reais da continuidade natural da
vida nas dimensões espirituais e a certeza dos retornos através do
processo biológico da reencarnação, claramente ensinado nos
próprios Evangelhos. (PIRES, 2004, p.42-43)
A MORTE E O ESPIRITISMO
Cada pensamento, cada emoção, cada gesto e cada passo na vida nos
aproximam da morte. E como não sabemos qual é a extensão de
tempo que nos foi marcado ou concedido para nos prepararmos para a
morte, convém que iniciemos o quanto antes a nossa preparação,
através de uma educação segundo o conceito de existência. Quanto
antes nos prepararmos para a vida em termos de educação para a
morte, mais fácil e benigna se tornará a nossa morte, a menos que
pesem sobre ela compromissos agravantes de um passado criminoso.
(PIRES, 2004,p. 53)
A MORTE E O ESPIRITISMO
O desespero e o desânimo são sempre produzidos pela ausência da
esperança. Em geral essa ausência decorre de informações
negativas sobre o destino humano. As informações positivas e
desinteressadas, fornecidas por cientistas que buscam a verdade e
não a ilusão mística das religiões, sempre interessadas no
proselitismo de que vivem, são mais facilmente aceitas e
compreendidas. A desmoralização natural das religiões da morte
abriu as portas do mundo às concepções negativas do materialismo
e do ateísmo. Por isso o mundo se tornou mais árido e insuportável,
uma espécie de prisão espacial em que a espécie humana está
condenada a uma vida de réprobos sem perspectiva. (PIRES, 2004,
p.66)
A MORTE E O ESPIRITISMO

Entregues às suas preocupações absorventes do seu dia a dia,


homens e mulheres ainda vivem na Terra como há milhões de anos.
Cuidam da vida sem se preocuparem com a morte. Essa posição
anestésica é útil na Terra, mas desastrosa nos planos espirituais.
Nas manifestações de espíritos (fenômenos teta) pode-se avaliar o
prejuízo causado às criaturas por essa alienação à matéria.
Embriagados pelos seus anseios de conquistas materiais,
praticamente tragados pela vida prática, a maioria dos que morrem
não têm a menor noção do que seja a morte. Entram em pânico
após o trespasse, apegam-se depois a pessoas amigas de suas
relações, perturbando-as sem querer ou procurando, através delas,
sentirem um pouco da segurança perdida na Terra.(PIRES, 2004,
p.71)
OBRIGADO!!!
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