Você está na página 1de 20

Valor de Novo, Depreciação e a

Técnica de Seguros
Apresentação: Francisco de Assis Braga
Consultor de Riscos e Regulador de Sinistros -
Diretor da Braga & Associados Cons. de Riscos
Ltda. - Membro do Conselho Diretor do IBDS.
Membro da APTS.
Depreciação e Obsolescência
A perda de valor dos bens de uso pode, de
forma simplificada, ser dividida em duas
categorias:
 Depreciação física – atribuível ao uso e
desgaste mais decrepitude, ou seja, ação
do tempo e dos elementos naturais.
 Depreciação funcional – atribuível à
inadequação e obsolescência. A
obsolescência é causada pelo avanço
tecnológico.
Depreciação contábil[I]
 Para a contabilidade, a depreciação é
um custo amortizado.
 A depreciação de um período é o
custo amortizado nesse período,
assim como a depreciação global de
um bem é a parte do custo
amortizado durante a vida útil do
bem.
Depreciação contábil[II]

 Embora o preço de custo seja um


valor, trata-se, na verdade, de um
valor muito especial, daí a grande
diferença entre o conceito de
depreciação contábil e os demais.
Depreciação contábil[III]

Para se fazer a amortização de bens


depreciáveis, necessário se torna
resolver três importantes problemas,
a saber:
 problema da estimação da vida útil;
 Problema da escolha do método; e
 Problema da escolha da base de
cálculo.
Depreciação contábil[IV]
A legislação do Imposto de Renda resolve,
de forma impositiva, os três problemas
citados:
 a vida útil e o método (linha reta) são
são dados (vide tabela no slide seguinte);
e
 a base de cálculo é o custo de aquisição,
corrigido monetariamente ou não.
Atualmente, a correção monetária não é
utilizada.
Depreciação contábil[V]

Método da linha reta –


distribui o custo do bem em
função exclusivamente do
tempo.
Depreciação contábil[VI]

Bens Taxa anual Vida útil


estimada
Edifícios 4% 25 anos

M.M.U 10% 10 anos

Veículos 20% 5 anos

Informática 20% 5 anos


Depreciação contábil[VII]

Admite-se a depreciação acelerada


para bens móveis, dependendo do
número de turnos de trabalho:
 1,5 vezes para 2 turnos de operação
(16 horas)
 2,0 vezes para 3 turnos de operação
Depreciação contábil[VIII]

Contabilização da depreciação
 O débito é feito numa conta de
depreciação (conta de despesa ou de
resultado);
 O crédito é feito numa conta
chamada Depreciação Acumulada.
Depreciação contábil[IX]

A Depreciação Acumulada vai corrigir


uma conta de Ativo. Por exemplo:
Valor dos MMU . . . . . . . . R$ 3.000.000
(-) Deprec. Acumulada . . R$ 1.200.000
Valor contábil de MMU. . R$ 1.800.000
Conseqüências[I]

A depreciação contábil é projetada


para fornecer um método
sistemático, através do qual o custo
de ativos fixos é, gradualmente,
transferido de uma conta de capital
para uma conta de resultado.
Conseqüências[II]

A contabilização da depreciação não


afeta as disponibilidades da
empresa. Portanto, não é correto
dizer que a conta de Depreciação
Acumulada representa a constituição
de um Fundo ou Provisão para
Depreciação.
Fundo para Depreciação

Sua formação ou não será função das


seguintes variáveis:
 Taxa de juros prevalecente no
mercado.
 Rentabilidade do Fundo se seus
recursos forem aplicados na própria
atividade da empresa.
 Custo do seguro.
Seguro e Valor de Novo no Brasil

 Nos primórdios do seguro, inexistiam as


coberturas pelo Valor de Novo. Exceção:
cascos marítimos, Código Comercial Art.
771.
 A introdução do seguro pelo Valor de Novo
ocorreu nas primeiras décadas do século
passado, nos mercados mais evoluídos.
 No Brasil, o seguro pelo Valor de Novo
chegou em 1948, por iniciativa da FIESP.
O debate ocorrido em 1948

Argumentos contrários à introdução do


seguro pelo Valor de Novo:
 Choque com o princípio indenitário,
consagrado pelo Código Civil (Arts. 1432
e 1437).
 Aumento do moral hazard (incentivo ao
“fogo posto”).
 Contrário à moral e aos bons costumes.
O debate ocorrido em 1948
Argumentos favoráveis ao seguro pelo
Valor de Novo:
 A impossibilidade de encontrar no
mercado grande quantidade de
máquinas, das mais variadas marcas
e tecnologias, para compra imediata;
 O grande desembolso que a empresa
segurada teria de fazer, para repor,
de uma única vez, grande número de
máquinas novas.
O debate ocorrido em 1948

O fato de Juízes e Tribunais


já virem exarando sentenças
favoráveis aos segurados.
 A existência do seguro pelo
valor de novo em mercados
mais evoluídos.
A solução de compromisso:
 Cobrir pelo valor de novo, mas:
– como cobertura adicional;
– para depreciações superiores a 50%,
limitar a indenização a 2 vezes o valor
depreciado;
– exigir prova da reposição para fins de
pagamento da diferença de valor de novo.
Distorções causadas pela solução de
compromisso:
 Com o tempo, o seguro pelo valor de
novo se generalizou;
 As depreciações de perdas parciais se
fizeram sempre com visão retrospectiva
e não prospectiva;
 Segurados nunca conseguiram
entender o porquê de depreciar perdas
parciais, notadamente mão-de-obra..

Você também pode gostar