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Formulário
Matemática 12º ano
Marta Amorim Ferreira Couteiro
Matemática 12º ano
Probabilidades
Princípio fundamental da contagem:
Se um acontecimento pode ocorrer de n1 maneiras diferentes e se, após este acontecimento,
um segundo pode ocorrer de n2 maneiras diferentes e, após este segundo acontecimento, um
terceiro pode ocorrer de n3 maneiras diferentes…., então o número de modos diferentes em
que os acontecimentos podem ocorrer na ordem indicada é igual ao produto: n1×n2×n3×…
Factorial de um número natural n: representa‐se por n! e é o produto:
! …
Chama‐se permutação de n elementos a todas as sequências diferentes que é possível obter
com n elementos. O número dessas sequências representa‐se por :
!
Nota: Por convenção tem‐se: 0! 1
Arranjos sem repetição (arranjos simples)
Dados elementos quaisquer, chama‐se arranjos sem repetição de elementos a
a todas as sequências que é possível obter com elementos escolhidos arbitrariamente entre
os dados. O número de todas estas sequências designa‐se por .
De um modo geral: …
Da definição resulta que:
!
,
!
Arranjos com repetição (arranjos completos)
Dados elementos diferentes, , , … , , chama‐se arranjos com repetição dos
elementos a a todas as sequências de elementos, sendo estes diferentes ou não, que se
podem formar de modo que as sequências diferem pelo elementos que as compõe ou pela
ordem de colocação. O número total de todas as sequências representa‐se por .
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Matemática 12º ano
Combinações sem repetição
ou ( ) é o número de subconjuntos com elementos que se podem formar de um
conjunto que tenha elementos.
,
!
ou
!
, ,
! !
Triângulo(s) de Pascal
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
Propriedades das combinações
1.
2. A soma dos elementos da linha é igual a 2
3.
Binómio de Newton
ou
Notas:
• O desenvolvimento de tem termos;
• O termo de ordem p é , sendo:
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Matemática 12º ano
Termos e conceitos probabilísticos:
Cardinal de um conjunto: é o número de elementos de um conjunto e representa‐se por .
Igualdade entre conjuntos:
Subconjunto de conjunto:
Reunião de conjuntos:
Intersecção de conjuntos:
Conjuntos disjuntos: A e B são disjuntos se
Propriedades das operações com conjuntos:
Propriedade
comutativa
Propriedade
associativa
Elemento Neutro
Elemento absorvente
Idempotência
Propriedade
distributiva
Complementar de um conjunto: O complementar de A representa‐se por .
:
Notas:
Complementar de um conjunto relativamente a outro
Sejam e dois conjuntos quaisquer. O complementar de relativamente a representa‐
se por e tem‐se:
\ :
Leis de Morgan
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Matemática 12º ano
Experiência determinista ou causal: caracterizam‐se por produzirem o mesmo resultado,
desde que sejam repetidas sob as mesmas condições.
Experiência aleatória ou casual: caracterizam‐se pela impossibilidade de prever o resultado
que se obterá, ainda que as experiências sejam realizadas sob as mesmas condições.
Ao conjunto formado por todos os resultados possíveis de uma experiência aleatória chama‐se
conjunto de resultados ou espaço amostral e representa‐se por , ou .
Acontecimento de uma experiência aleatória é cada um dos subconjuntos do espaço amostral.
Acontecimento elementar: quando o resultado de uma experiência consta de um só
elemento do conjunto de resultados.
Acontecimento composto: quando o resultado de uma experiência consta de dois ou
mais elementos do conjunto de resultados.
Acontecimento certo: quando o resultado de uma experiência consta de todos os
elementos do conjunto de resultados
Acontecimento impossível: quando o resultado de uma experiência não tem qualquer
elemento do conjunto de resultados.
Reunião ou união de dois acontecimentos e é o acontecimento que se realiza se
e só se ou se realizam. Representa‐se por .
Intersecção dos acontecimentos e é o acontecimento que se realiza se e só se e
se realizam simultaneamente. Representa‐se por .
Acontecimentos incompatíveis são acontecimentos em que a realização de um deles
implica a não realização do outro.
Acontecimentos contrários ou complementares: o acontecimento contrário do
acontecimento representa‐se por e é o acontecimento constituído por todos os resultados
de que não pertencem a .
O acontecimento implica a realização do acontecimento quando todo o resultado de é
um resultado de . Escreve‐se .
Acontecimento diferença entre e B é o acontecimento que se realiza se e só se se realiza
sem que se realize. Representa‐se por \
Lei dos grandes números: ao número à volta do qual estabiliza a frequência relativa de um
acontecimento quando o número de repetições da experiência cresce consideravelmente
chama‐se probabilidade do acontecimento.
Lei de Laplace
Se os acontecimentos elementares forem equiprováveis, a probabilidade de um
acontecimento é igual ao quociente entre o número de casos favoráveis ao acontecimento e
o número de casos possíveis, isto é:
º á
º í
.
Definição axiomática de probabilidade:
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Axiomas são proposições, sugeridas pela nossa intuição ou experiência, que não se
demonstram e se aceitam como verdadeiras.
Provar ou demonstrar uma proposição é mostrar, usando raciocínios lógicos, que ela resulta
de outras consideradas verdadeiras.
Teoremas são proposições que se demonstram a partir dos axiomas ou de outras proposições
já demonstradas.
Axiomas das probabilidades:
1. A probabilidade de qualquer acontecimento é um número não negativo.
0
2. A probabilidade de um acontecimento certo é 1.
3. A probabilidade da reunião de dois acontecimentos disjuntos é igual à soma das
probabilidades desses acontecimentos.
, se
Teorema 1: A probabilidade do acontecimento impossível é zero.
Teorema 2: A probabilidade de qualquer acontecimento A é um número do intervalo .
Teorema 3: A probabilidade do acontecimento contrário é igual à diferença entre 1 e a
probabilidade de
Teorema 4 (Lei de Laplace): A probabilidade de um acontecimento coincide com o quociente
entre o número de casos favoráveis e o número de casos possíveis sempre que todos os
acontecimentos elementares são equiprováveis e incompatíveis.
Teorema 5: Probabilidade da reunião de dois acontecimentos
Probabilidade condicionada
Sejam e dois acontecimentos tais que 0. Representando‐se por | a
probabilidade de , na hipótese de se ter realizado, é | .
Daqui resulta que:
| ou |
Acontecimentos independentes
Dois acontecimentos e são independentes se e só se
| ou .
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Probabilidade condicionada e axiomática:
Axioma 1: | 0, , .
Axioma 2: | 1.
Axioma 3: | | | , sendo .
Variável aleatória
Chama‐se variável aleatória a toda a função que a associa a cada elemento do espaço
amostral um número real, ou seja, é uma variável cujo valor é um resultado
numérico associado ao resultado de uma experiência aleatória.
Uma variável aleatória diz‐se:
• Discreta, se toma um número finito de valores ou um número infinito numerável.
• Contínua, se toma todos os valores de um intervalo ou reunião de intervalos.
Chama‐se distribuição de probabilidades de uma variável aleatória à aplicação que
acada valor da variável faz corresponder a respectiva probabilidade .
Dada uma variável aleatória , discreta, que assume um número finito de valores
distintos, , , … , , então as probabilidades , , … , , devem
satisfazer as seguintes condições:
, ,…,
Os valores , constituem a distribuição de probabilidades da variável aleatória
discreta , ou seja, a função de massa de probabilidade de variável aleatória .
Define‐se valor médio , de uma distribuição de probabilidades , , 1, … ,
como sendo o valor que se obtém multiplicando cada valor pela respectiva
probabilidade e adicionando os resultados obtidos:
∑ .
Define‐se variância populacional, de uma distribuição de probabilidades
, , 1, … , como sendo o valor que se obtém multiplicando cada resultado
pela probabilidade , 1, … , e adicionando os resultados
obtidos,
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Matemática 12º ano
O desvio padrão populacional é: √ .
Amostra População
Variável estatística que toma valores Variável aleatória que toma valores
, , … , , … , , ,…, ,…,
Média aritmética
Valor médio ou esperança
∑
Variância amostral Variância populacional
∑
Desvio‐padrão amostral Desvio‐padrão populacional
Distribuição binomial
Consideremos uma experiência com as seguintes características:
• Efectuar observações, sempre nas mesmas condições;
• O resultado obtido em cada prova é independente do resultado de qualquer
observação anterior;
• A probabilidade de sucesso é constante igual a , logo a probabilidade de insucesso é
1 .
Numa tal experiência, a probabilidade de que um acontecimento se realize vezes em
provas é dada por:
Numa distribuição binomial:
• .
• . .
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Matemática 12º ano
Distribuição Normal
A distribuição normal fica completamente determinada por dois parâmetros: o valor médio e
o desvio padrão .
Esta curva tem a forma de um “sino” e apresenta as seguintes características:
• É contínua.
• O eixo das abcissas é uma assímptota horizontal.
• É simétrica em relação recta vertical que passa em , o que implica que a média, a
moda e a mediana sejam iguais.
• Tem dois pontos de inflexão em e em .
As curvas normais podem ser transformadas numa normal muito especial que tem por valor
médio zero ( 0 e desvio padrão um ( 1 . Esta é conhecida por curva normal standard.
Estandardização da variável
,
Intervalo Probabilidade
, 68.27%
2 , 2 95.45%
3 , 3 99.73%
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Funções
Potências (propriedades):
•
•
•
•
•
•
• √ , 0
Nota:
Uma função da forma é chamada uma função exponencial sendo e números
reais tais que 0 e 1.
Propriedades da função exponencial:
1. A função é estritamente crescente para 1 e estritamente decrescente para
0 1.
2. O gráfico da função intersecta o eixo dos no ponto de coordenadas 0,1 .
3. A recta de equação 0 (eixo dos ) é uma assímptota horizontal do gráfico de . A
função não tem assímptotas verticais nem oblíquas.
4. O domínio de é e o contradomínio é 0, ∞ .
5. A função é injectiva.
6. A função é contínua.
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Transformações do gráfico de uma função exponencial
Translação de na direcção do eixo dos
Translação de – na direcção do eixo dos
Expansão ou contracção segundo o factor na direcção do eixo dos
1
Expansão ou contracção segundo o factor na direcção do eixo dos
Simetria em relação ao eixo dos
Simetria em relação ao eixo dos
Mantém‐se os pontos de ordenada positiva ou nula e para os pontos de ordenada
| |
negativa faz‐se uma simetria relativamente ao eixo dos
Mantém‐se os pontos de abcissa positiva e o gráfico fica simétrico relativamente ao eixo
| |
dos
Para 0 e 1, a função logarítmica com base representa‐se por:
:
,sendo
.
Propriedades (logaritmos):
Para 1:
log
1 log 1 0
log
Propriedades operatórias dos logaritmos:
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Equações exponenciais e logarítmicas
Para 0 e 1,
Logaritmos com bases especiais
log
log
log ln
Limites
O limite de quande se aproxima de não depende do valor de . O limite, se existir,
é apenas dependente dos valores de quando e se aproxima de .
Se existirem os limites laterais de uma função num ponto, o limite da função nesse ponto
existe se e só se os limites laterais são iguais.
O número diz‐se ponto de acumulação de um conjunto se e só se em qualquer vizinhança
de existe pelo menos um elemento de diferente de .
O número diz‐se ponto isolado de um conjunto se pertence a e se existe pelo menos
uma vizinhança de que não contenha nenhum elemento de para além do próprio .
Limite segundo Heine
Seja uma função real de variável real e um ponto de acumulação do domínio de .
Diz‐se que tende para quando tende para e escreve‐se:
lim
se e só se a toda a sucessão de valores de do domínio de convergente para , sendo os
termos da sucessão todos diferentes de , corresponde uma sucessão de imagens por
convergente para .
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Regras operatórias com limites
Se é uma função constante, , então, para qualquer valor de ,
lim lim
Se é a função identidade, , então para qualquer valor de
lim lim
Se e são dois números reais e lim e lim , então:
• lim lim lim .
• lim lim lim .
• lim lim / lim , 0.
• lim lim .
• lim lim , 0, .
Notas:
Uma função polinomial admite, quando ∞ ou quando ∞, o mesmo limite que o
seu monómio de mais elevado grau.
Se o grau do polinómio do numerador é igual ao grau do polinómio do denominador, o limite
da função racional quando ∞ é igual ao quociente dos coeficientes dos termos de maior
grau.
Se o grau do polinómio do denominador é maior do que o grau do polinómio do numerador, o
limite da função racional quando ∞ é zero.
Se o grau do polinómio do numerador é maior do que o grau do polinómio do denominador, o
limite da função racional quando ∞ é infinito.
Uma função racional admite, quando ∞, o mesmo limite que o quociente dos
monómios de mais alto grau.
Limites com exponenciais e logaritmos
ln
lim ∞, 1, lim 0
lim ∞, lim ∞
ln
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Limites Especiais
1
lim 1
ln 1
lim 1
ln
lim 0
Continuidade
Seja uma função definida pelo menos num intervalo aberto , , e seja , .
Então é contínua em se e só se:
lim
Seja uma função definida pelo menos num intervalo aberto , , e seja , .
A função é contínua à esquerda de se e só se:
lim
A função é contínua à direita de se e só se:
lim
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Notas:
• Se uma função é contínua num ponto , é contínua à esquerda e à direita de .
• Uma função pode apenas ser contínua à direita (ou à esquerda) de um ponto e ser
contínua nesse ponto. Isso acontece se a função apenas estiver definida à direita
(ou à esquerda) desse ponto.
• Se uma função é contínua em todos os pontos de um intervalo aberto , , é
contínua nesse intervalo.
• Uma função é contínua num intervalo fechado , se é contínua em , , à
direita de e à esquerda de .
• Se uma função é contínua em todos os pontos de acumulação do seu domínio
dizemos, simplesmente, que a função é contínua.
Operações com funções contínuas
Se duas funções e são contínuas num ponto , então as seguintes funções são também
contínuas nesse ponto :
•
•
•
• 0
• ,
• 0
• Se é contínua em e é contínua em , então a função composta é
contínua em .
Nota: As funções polinomiais, racionais, trigonométricas, exponencial e logarítmica são
contínuas.
Teorema de Bolzano‐Cauchy (ou teorema do valor intermédio)
Seja uma função real de variável real contínua no intervalo fechado , .
Se é um ponto do intervalo aberto de extremos e , então existe
pelo menos um , tal que .
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Corolário do Teorema de Bolzano
Se é contínua em , e se e têm sinais contrários, então
existe pelo menos um zero da função no intervalo , .
Notas:
• Se uma função é contínua em e 0, então existe uma vizinhança de em
que o sinal de nessa vizinhança é o mesmo de .
• Se uma função é contínua num intervalo fechado , , então existe um ponto do
intervalo onde a função tem um máximo e um ponto do intervalo onde a função tem
um mínimo.
Assímptotas
A recta é uma assímptota vertical do gráfico da função se e só se ∞ ou
∞ quando tende para pela direita ou pela esquerda.
A recta é uma assímptota horizontal do gráfico da função se e só se quando
∞ ou quando ∞.
A recta de equação é assímptota oblíqua do gráfico de se e só se
lim 0 ou lim 0.
Notas:
• é o declive da recta.
• é a ordenada na origem.
Para encontrar as assímptotas verticais do gráfico de uma função determina‐se:
• ;
• Os pontos de abcissa em que mas é ponto de acumulação de ou os pontos
de abcissa tais que e é descontínua em ;
• lim e lim .
Se algum destes limites for ∞ ou ∞, a recta é uma assímptota vertical.
Se ambos os limites são infinitos, a recta é assímptota vertical bilateral.
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Derivadas
lim
lim
A derivada de uma função num ponto é o declive da recta tangente ao gráfico da função no
ponto de abcissa .
A taxa de variação instantânea ou taxa de variação no ponto é a derivada da função no
ponto .
Seja uma função real de variável real e um ponto do domínio de .
Diz‐se que:
• é derivável à esquerda de se existe lim ou lim , a
que se chama derivada lateral à esquerda de e representa‐se por ;
• é derivável à direita de se existe lim ou lim , a
que se chama derivada lateral à direita de e representa‐se por ;
• Existindo e sendo iguais as derivadas laterais no ponto de abcissa , então a função é
derivável nesse ponto e o valor desta derivada é igual ao valor comum das derivadas
laterais
Geometricamente, a derivada à esquerda de representa o declive da semitangente à
esquerda e a deriva à direita de representa o declive da semitangente à direita de .
Uma função diz‐se derivável num ponto se tem nesse ponto derivada finita.
Teorema: Toda a função com derivada finita num ponto é contínua nesse ponto.
Seja .
é uma nova função de , que se chama função derivada de , cujo domínio é o conjunto de
todos os pontos em que tem derivada finita e que a cada ponto do seu domínio faz
corresponder a derivada da função nesse ponto.
A derivada de uma função constante é igual a zero.
0
A derivada de uma função linear é igual ao declive da recta que representa a função.
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Se a função tem derivada em , e é uma constante real, então a função tem
derivada em , e:
Se duas funções e são deriváveis em , , a função é derivável em , , e:
Se duas funções e são deriváveis em , , a função é derivável em , , e:
Para qualquer número real , tem‐se:
Se e têm derivada em todos os pontos do intervalo , , é derivável em , e:
Se e têm derivada num intervalo , , então é derivável em , e:
, 0
.
A derivada de uma função definida por , em qualquer ponto onde exista e seja finita, é
dada por:
,
.
Se , .
Se , .
Se , ln .
Se , ln .
Se ln , .
Se ln , .
Se , .
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Se , .
Aplicações das derivadas
Seja uma função real de variável real definida num intervalo e sejam e elementos de .
• é estritamente crescente em quando para todos os números reais e de , se
, então .
• é estritamente decrescente em quando para todos os números reais , de , se
, então .
• é constante em quando para todos os números reais e de , .
Seja uma função de domínio .
• é máximo absoluto de se, para todo de : .
• é mínimo absoluto de se, para todo o de : .
• é máximo relativo de se existir um intervalo aberto contendo tal que
qualquer que seja .
• é mínimo relativo de se existir um intervalo aberto contendo tal que
qualquer que seja .
Seja uma função contínua em , e derivável em , .
• Se ´ 0 para todo , , então é estritamente crescente em , .
• Se ´ 0 para todo , , então é estritamente decrescente em , .
Teorema: Se uma função é contínua num intervalo fechado , e tem um máximo ou
mínimo em do intervalo , , então ´ 0 ou não existe.
Um elemento do domínio de uma função é um ponto crítico de se ´ 0 ou se ´
não existe.
Seja um ponto crítico de e suponha‐se que é contínua em e derivável num intervalo
aberto contendo , com a possível excepção de poder não ser derivável em .
• Se ´ muda de positiva para negativa em , então é um máximo relativo.
• Se ´ muda de negativa para positiva em , então é um mínimo relativo.
• Se ´ 0 ou ´ 0 para todo o do intervalo , excepto para , então
não é um extremo relativo de .
O ponto , do gráfico de é um ponto de inflexão se são verificadas as seguintes
condições:
1. é contínua em ;
2. Existe um intervalo aberto , , contendo de tal modo que o gráfico de tem
concavidades voltadas para baixo em , e a concavidade voltada para cima em
, ou vice‐versa.
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Matemática 12º ano
Seja uma função derivável em , . O gráfico tem:
• A concavidade voltada para cima se ´ é crescente.
• A concavidade voltada para baixo se ´ é decrescente.
Se a segunda derivada ´´ de existe num intervalo aberto , , então o gráfico de :
• Tem a concavidade voltada para cima em se ´´ é maior do que 0 em .
• Tem a concavidade voltada para baixo em se ´´ é menor que 0 em .
Supondo que é derivável num intervalo aberto , contendo e ´ 0
• Se ´´ 0, então tem um máximo relativo em ;
• Se ´´ 0, então tem um mínimo relativo em .
Como estudar uma função?
• Obter o gráfico usando a calculadora gráfica. A imagem obtida vai ajudar a
compreender e a dar sentido aos valores obtidos analiticamente.
• Determinar o domínio.
• Estudar a continuidade da função.
• Determinar as coordenadas dos pontos de intersecção do gráfico da função com os
eixos coordenados.
• Estudar a simetria do gráfico da função.
• Determinar os extremos e estudar a monotonia da função.
• Estudar o sentido da concavidade do gráfico da função.
• Determinar equações das assímptotas do gráfico da função.
• Confrontar os dados obtidos analiticamente com o gráfico obtido com a calculadora
gráfica e indicar o contradomínio.
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Trigonometria
Um radiano (rad) é a amplitude de um ângulo que define em qualquer circunferência, com
centro no seu vértice, um arco de comprimento igual ao raio.
1 rad≈57°
Dado um triângulo rectângulo qualquer:
sin
cos α
tan α
Nota:
Sentido de um ângulo
Partindo de duas semi‐rectas sobrepostas, fixando uma, o lado origem do ângulo, e rodando a
outra, o lado extremidade do ângulo, em torno da origem, duas situações podem acontecer:
• A semi‐recta roda no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e descreve um ângulo
positivo;
• A semi‐recta roda no sentido dos ponteiros do relógio e descreve um ângulo negativo.
Um ângulo a que se atribui um sentido chama‐se ângulo orientado.
Ângulo num referencial
Representa‐se um ângulo num referencial quando:
• O vértice do ângulo coincide com a origem das coordenadas;
• O lado origem do ângulo está sobreposto ao semieixo positivo do xx.
Se é uma das amplitudes, em graus, de um ângulo orientado, então ,
são também amplitudes dos ângulos que têm o mesmo lado origem e o mesmo lado
extremidade.
Círculo trigonométrico é um círculo de centro na origem do referencial e raio igual à unidade.
Sendo um ângulo qualquer, tem‐se:
1 sin 1
1 cos 1
tan
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Sinal das razões trigonométricas
seno co‐seno tangente
1º Q + + +
2º Q + ‐ ‐
3º Q ‐ ‐ +
4º Q ‐ + ‐
Razões trigonométricas dos ângulos: 0°,90°,180° e 270°.
α seno co‐seno tangente
0° 0 0 1 0
90° 1 0 Não existe
180° π 0 ‐1 0
270° ‐1 0 Não existe
Funções periódicas
Uma função é periódica de período se é a menor constante positiva, tal que:
,
Função seno (propriedades):
• .
• ´ 1,1 .
• sin 2 sin – a função sin é periódica de período 2 .
• A função seno é uma função ímpar: sin sin , .
• A função seno tem máximo absoluto, igual a 1, para 2 , .
• A função seno tem mínimo absoluto, igual a ‐1, para 2 , .
• A função seno tem os zeros: , .
• A função seno é contínua em .
• O gráfico da função sin não tem assímptotas.
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Função coseno (propriedades):
• .
• ´ 1,1 .
• cos 2 cos – a função é periódica de período 2 .
• A função coseno é uma função par: cos cos , .
• A função coseno tem máximo absoluto, igual a 1, para 2 , .
• A função coseno tem mínimo absoluto, igual a ‐1, para 2 , .
• A função coseno tem os zeros: 2 ,
• A função coseno é contínua em .
• O gráfico da função cos não tem assímptotas.
Função tangente (propriedades):
• \ 2 ,
• ´
• tan tan – a função é periódica de período .
• A função tangente é uma função ímpar: tan tan , .
• A função tangente é estritamente crescente em todos os intervalos onde está
definida.
• A função tangente não tem extremos.
• A função tangente tem os zeros: , .
(Os zeros são também as abcissas dos pontos de inflexão)
• A função tan tem assímptotas verticais: ,
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Analisando os gráficos temos que:
cos sin
2
sin cos
2
Limites das funções trigonométricas
lim sin ã lim sin ã
Limites notáveis
Transformações dos gráficos das funções trigonométricas
Sendo . sin ou . cos e 0,
| |= amplitude.
| | 1 produz uma extensão na vertical.
| | 1 produz uma contracção na vertical.
0 produz uma simetria relativamente ao eixo .
Sendo sin ou e 0,
Período = | |
.
| | 1 produz uma contracção na horizontal
| | 1 produz uma extensão na horizontal
Zeros:
• , , para sin
| |
• , , para cos
| |
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Sendo sin ou cos , 0,
| | representa a deslocação na vertical
0 produz uma deslocação para cima
0 produz uma deslocação para baixo
Sendo sin ou cos , 0,
| | é a deslocação na horizontal
0 produz uma deslocação para a esquerda
0 produz uma deslocação para a direita
Fórmula fundamental da trigonometria
Fórmulas trigonométricas da soma e diferença de dois ângulos
, , , ,
2
Daqui resulta que:
cos 2
sin 2 2 sin cos
2 tan
tan 2 1
, 2
2
,
Derivadas das funções trigonométricas
1
sin ´ cos cos ´ sin tan ´
´
sin ´ ´ cos cos ´ ´ sin tan ´
Marta Amorim Página 25
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Números Complexos
Um número complexo é qualquer número que tem a forma , onde e , .
Dois números complexos dizem‐se conjugados quando têm partes reais iguais e partes
imaginárias simétricas. O conjugado de representa‐se por .
Propriedades:
•
•
•
•
Dois números complexos dizem‐se simétricos quando têm partes reais e partes imaginárias
simétricas. O simétrico de é .
Forma Algébrica
á
Forma Trigonométrica
Chama‐se módulo de um número complexo , e representa‐se por ou | |, ao
comprimento do vector , .
| |
Chama‐se argumento do número complexo à amplitude, em radianos, do ângulo
que o vector , faz com a parte positiva do eixo .
,
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Passar da forma trigonométrica à forma algébrica:
Igualdade de números complexos
,
Potências de
Se tem imagem geométrica , então ´ tem imagem geométrica ´,
que se obtém de por uma rotação de centro na origem e ângulo +90°.
Se tem imagem geométrica , então ´´ tem imagem geométrica ´´,
que se obtém de por uma rotação de centro na origem e ângulo ‐90°.
Se , 0 é solução de uma equação do 2º grau de coeficientes reais, então
também é solução da mesma equação.
Operações com números complexos
,
2
√ √ , 0,1, … , 1
As imagens geométricas das raízes pertencem a uma circunferência de centro na origem e raio
√ e dividem a circunferência em partes iguais.
Marta Amorim Página 27
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Domínios planos
O conjunto definido pela condição é o conjunto dos valores do universo que são
solução da condição.
Uma condição universal define o universo.
Uma condição impossível define o conjunto vazio.
À conjunção de condições corresponde a intersecção de conjuntos.
À disjunção de condições corresponde a reunião de conjuntos.
O complementar da intersecção de dois conjuntos é igual à reunião dos complementares dos
dois conjuntos.
O complementar da reunião de dois conjuntos é igual à intersecção dos complementares dos
dois conjuntos.
De um modo geral:
• | | representa uma circunferência de centro no afixo de e raio .
• | | representa o lugar geométrico dos pontos interiores à circunferência
de centro no afixo de de raio .
• | | representa o lugar geométrico dos pontos exteriores à circunferência
de centro no afixo de e raio .
• | | | | representa a mediatriz do segmento de recta que tem por
extremos os afixos de e .
• | | | | representa o semiplano limitado pela mediatriz do segmento de
recta que tem por extremos os afixos de e , ao qual pertence o afixo de .
• representa a recta , onde .
• Im representa a recta , onde .
• representa uma semi‐recta de origem no afixo de e que
forma com o semieixo positivo do eixo um ângulo de amplitude .
Marta Amorim Página 28