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História da Música Popular

Brasileira

O Baião
Origens

Como outros gêneros, o baião designou inicialmente


um tipo de reunião festeira dominada pela dança. O
folclorista Câmara Cascudo o associa aos termos
"baiano" e "rojão". Este ultimo seria o pequeno
trecho musical executado pelas violas no intervalo
dos desafios da cantoria.
Origens

A moda do baião durou de 46 até 52 e projetaram


personagens que se tornaram bem representativos
da Música Popular.
Origens

Contribuiram para tanto, o declinio da música de


carnaval, aposentadoria dos grandes compositores
e a invasão do bolero.
O ciclo do 'Baião', a música que melhor enfrentou a
invasão do bolero ao final dos anos quarenta,
começou com o lançamento desta composição, em
outubro de 1946.
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira são os principais
compositores que tornaram o gênero assimilável ao
gosto do público urbano.
O ritmo binário do baião, vestido por melodias dolentes muitas
delas em modo menor, foi devidamente estilizado, amaciado para
o paladar urbano pelo sanfoneiro. Antes dele, o cearense Lauro
Maia (Teles, 1912-1950), autor entre outros do sucesso Trem de
Ferro, gravado por João Gilberto, fez a primeira tentativa de
emplacar um gênero nacional a partir do nordeste, através do
balanceio, gravado com algum êxito pela dupla Joel e Gaúcho
(Marcha do Balanceio) e dos Vocalistas Tropicais (Tão Fácil, Tão
Bom).

Trem de Ferro
Baião

Paraíba

Juazeiro
Luiz Gonzaga do Nascimento,
compositor, cantor e
instrumentista, nasceu em Exu
PE (13/12/1912) e faleceu em
Recife PE (2/8/1989). Filho do
sanfoneiro Januário, que tocava
em bailes e nas horas vagas
consertava sanfonas, aprendeu a
tocar o instrumento com o pai.
Já era relativamente conhecido
como sanfoneiro, quando, em
1930 ingressou no Exército.
Chegou ao Rio de Janeiro e
iniciou seus trabalhos como
músico em rádios e gravações
de vários gêneros musicais.
Asa Branca
A Moda da Mula Preta
Em 1943, na Rádio Nacional, umas das principais divulgadoras de
ritmos regionais, em obediência à política de união cultural de
Getúlio Vargas, encontrou-se com o sanfoneiro Pedro Raimundo,
cujos trajes tipicamente gaúchos faziam grande sucesso, e teve a
ideia de vestir-se como vaqueiro nordestino. Nesse mesmo ano,
conheceu seu primeiro parceiro, Miguel Lima, que colocou letra em
Vira e mexe, transformando-a em Chamego, música gravada com
sucesso por Carmem Costa. Nessa época recebeu de Paulo
Gracindo o apelido de Lua.

Dezessete e Setecentos (calango)

Chamego
A partir de agosto do mesmo ano, tornou-se
parceiro do cearense Humberto Teixeira, com
quem estabeleceu o ritmo, o estilo e a
temática de uma nova categoria musical: o
baião.

No meu Pé de Serra

Que nem Giló


Cintura Fina

Além de Teixeira, Gonzaga teve outro parceiro fixo, o médico


pernambucano José de Souza Dantas Filho, o Zé Dantas (1921-
1962), responsável por obras primas como a toada A Volta da Asa
Branca, A Dança da Moda (referência ao sucesso do baião), Riacho
do Navio, Vozes da Seca, Cintura Fina e Algodão.
A síntese instrumental imaginada por Gonzaga para acompanhar o
ritmo — sanfona (ou acordeon), zabumba (fazendo o baixo) e
triângulo — virou epidemia. O pesado acordeon, difundido em
academias como a do folclórico Mascarenhas (que chegava a reunir
mil alunos nos finais de curso, no Maracanãzinho) também se
espalhou. Vários ases da moderna MPB como João Donato, Eumir
Deodato (que faria a bossa Baiãozinho), Edu Lobo e Milton
Nascimento começaram na música digitando os foles do instrumento.
Carmélia Alves

filha de cearenses, nascida e criada no


subúrbio carioca de Bangu, desde cedo
entrou em contato com a música do Norte
e Nordeste, nas reuniões de repentistas
que seus pais promoviam em casa.

Trepa no Coqueiro
Em 1949 gravou, em dupla com Ivon Curi, pela
Continental, o baião Me leva (Hervé Cordovil e
Rochinha), o primeiro de uma série que a
consagraria como a Rainha do Baião durante a
década de 1950. Obteve grande sucesso com as
gravações de Trepa no coqueiro (1950), de Ari
Kerner, Sabiá lá na gaiola (1950) de Hervé Cordovil
e Mário Vieira, o samba Coração magoado (1950),
de Roberto Martins, e Cabeça inchada (1951), de
Hervé Cordovil. Interpretando o baião com sotaque
sulista, foi uma das maiores divulgadoras do gênero
no Sul do país.

Sabiá lá na gaiola
Cabeça Inchada

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