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O MERCADO BRASILEIRO PARA NEGROS-DE-CARBONO

VENEZUELANOS

Identificação do produto

Tal como definido na Tarifa Externa Comum (TEC)1, o carbono


compreende os seguintes códigos da Nomenclatura Comum do MERCOSUL
(NCM):

• 2803.00.11 - negros-de-acetileno;

• 2803.00.19 – outros negros de carbono; e

• 2803.00.90 – outras formas de carbono.

O carbono é o nono elemento químico mais abundante na natureza e


encontra-se combinado em diversos compostos, dentre os quais se incluem a
totalidade das substâncias orgânicas. Isto é, o carbono combinado pode ser
encontrado em todas as espécies vivas, animais e vegetais, bem como nos
resíduos fósseis, como é o caso do carvão e do petróleo. Na forma não-
combinada (tais como o coque, o carvão vegetal, a grafita, o carvão ativo e o
negro de fumo), o carbono é um componente de grande importância na
indústria.

Os negros de carbono, conhecidos também como negros de fumo, são


constituídos de partículas obtidas pela decomposição térmica ou combustão
parcial de hidrocarbonetos gasosos ou líquidos. Possuem duas propriedades que
definem a maioria absoluta das suas aplicações: elevado poder de pigmentação
e capacidade de, em mistura com as borrachas, elevar substancialmente a
resistência mecânica desses materiais. No caso dos pneus, o efeito do reforço do
negro-de-carbono na borracha eleva sua vida útil em 16 vezes, conforme estudo
elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES)2.

As matérias orgânicas que servem para a formação de negros de carbono


podem ser:

a) gases naturais, tais como: o metano (negro-de-gás-de-petróleo), o


acetileno e os gases antracênicos (gases carburados pelo antraceno).
O negro-de-acetileno, muito fino e puro, provém da decomposição do
acetileno comprimido, provocada por faísca elétrica; e

b) naftaleno, resinas e óleos (negros-de-fumo).

Os negros de carbono são utilizados em diversas indústrias, tais como, de


tintas, de papel, de borracha e de plástico. Os principais usos são: como
pigmentos na fabricação de tintas, inclusive as de impressão; para fabricação
de pomadas para calçados; fabricação de papel-carbono; e também como carga
na indústria da borracha, sobretudo nas fábricas de pneus.
Não estão inclusos na posição 2803.00:
• a grafita natural;
• os carvões naturais que constituam combustíveis sólidos (antracita,
hulha, linhita), o coque, os aglomerados e o carvão de retorta
(capítulo 27 da TEC);
• alguns pigmentos negros minerais (negro de “alu”, negro-de-xisto,
negro-de-silício);
• a grafita artificial e a grafita coloidal ou semicoloidal;
• os carvões ativados e os negros de origem animal (negros-de-ossos);
• o carvão de madeira; e
• o carbono cristalizado em diamantes.

Características gerais do mercado

No mercado mundial, a utilização industrial do negro de carbono é dirigida


principalmente aos segmentos de pneus, artefatos leves de borracha, e de
outras especialidades. A utilização em pneus é a atividade mais importante do
negro de carbono e consome cerca de 70% do total produzido. Em seguida, a
utilização em artefatos de borracha, com 20%, com destaque para as
mangueiras e as correias. E, por último, as especialidades, que respondem pelos
10% restantes, correspondem às atividades de fabricação de tintas para
impressoras, sobretudo de jato de tinta; de papel carbono e de aditivos
plásticos.

No âmbito do comércio internacional, as estatísticas da


3
UNCTAD/ITC/Trademap mostram que as transações comerciais de negros de
carbono atingiram aproximadamente US$ 2 bilhões, em 2004. As vendas
mundiais apresentaram, no qüinqüênio 2000-2004, crescimento médio da ordem
de 12% ao ano, o que representa aumento em torno de US$ 650 milhões, no
período.

Os países europeus foram os principais exportadores de negros de


carbono, responsáveis por cerca de 55% do total das vendas mundiais, em
2004. Em seguida, posicionaram-se a América, com 22%; a Ásia, com 18%; a
África, com 4%; e a Oceania, com 2%. Ao mercado sul-americano, naquele ano,
coube parcela de aproximadamente 3,4% do total das exportações globais,
provenientes, sobretudo, da Argentina, da Colômbia, da Venezuela, do Brasil e
do Chile.

Individualmente, em 2004, as exportações do mundo foram originárias de


69 países, mas somente 25 apresentaram participação de mais de 1% no total.
Os principais mercados exportadores foram: Estados Unidos (11,2% do total);
Países Baixos (10,1%); Alemanha (9,7%); Rússia (6,8%); França (6,8%);
Canadá (5,3%); Egito (3,9%); Japão (3,7%); Reino Unido (3,6%); Hungria
(3,5%); Coréia do Sul (3,4%); Itália (3,3%); Índia (3,2%); e República Tcheca
(2,4%). A Venezuela posicionou-se, naquele ano, no 26º lugar entre os
principais países exportadores mundiais, respondendo por pouco menos de 1%
da demanda mundial por negros de carbono.

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Principais exportadores mundiais
de negros de carbono, 2004

(US$ milhões)
Part.%
País Valor
no total
Estados Unidos 213,8 11,2%
Países Baixos 192,8 10,1%
Alemanha 184,6 9,7%
Rússia 130,1 6,8%
França 129,6 6,8%
Canadá 101,2 5,3%
Egito 73,6 3,9%
Japão 70,8 3,7%
Reino Unido 67,8 3,6%
Hungria 67,5 3,5%
Coréia do Sul 65,1 3,4%
Itália 62,6 3,3%
Índia 60,9 3,2%
República Tcheca 46,2 2,4%
China 43,7 2,3%
Tailândia 43,0 2,3%
Ucrânia 33,3 1,8%
México 31,0 1,6%
Austrália 30,4 1,6%
Bélgica 29,0 1,5%

Subtotal 1.676,9 88,1%


Outros países 226,1 11,9%
Total 1.903,0 100,0%
Fonte: UNCTAD/ITC/Trademap.

No tocante às exportações da Venezuela de negros de carbono, observa-


se expansão média da ordem de 4,7% ao ano, entre 2000 e 2004. Em volume,
as vendas evoluíram de 29,9 mil toneladas, em 2000, para 33,2 mil toneladas,
em 2004 e, em valores, de US$ 14,8 milhões, para US$ 17,8 milhões.

Exportações venezuelanas
de negros de carbono,
2000-2004
(US$ mil)

Ano Valor Var. %


2000 14.767
2001 19.617 32,84%
2002 19.995 1,93%
2003 17.411 -12,92%
2004 17.758 1,99%
Fonte: UNCTAD/ITC/Trademap.

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Quanto ao destino das vendas venezuelanas, a análise das estatísticas
dos últimos anos mostra que mais de 45% das vendas foram direcionadas aos
vizinhos sul-americanos, sobretudo ao Chile e ao Peru. Em 2004, as exportações
venezuelanas foram assim direcionadas: Chile (31% do total); Costa Rica
(31%); Peru (18%); Espanha (17%); e Grécia (2%).

Pelo lado das importações mundiais, observa-se o expressivo


aquecimento da demanda importadora de 12% ao ano, em média, no intervalo
de 2000-2004. Em valores, as vendas globais evoluíram de US$ 1,2 bilhão, em
2000, para US$ 1,9 bilhão, em 2004.

O comércio de negros de carbono apresenta grande descentralização,


tanto no número de países importadores como no de exportadores. Na relação
de importadores, de 2004, constaram 132 países. No que se refere aos valores,
entretanto, o mercado pode ser considerado concentrado, pois os primeiros vinte
mercados são responsáveis por cerca de 75% do total das compras globais. Em
2004, os principais compradores foram: Alemanha (8,6% do total); Estados
Unidos (8,0%); França (7,1%); Espanha (5,9%); Japão (5,6%); Canadá
(5,1%); China (4,9%); Itália (3,8%); Turquia (3,5%); Países Baixos (2,9%); e
Polônia (2,9%), conforme tabela a seguir:

Principais importadores mundiais


de negros de carbono, 2004
(US$ milhões)
Part.%
País Valor no total
Alemanha 165,7 8,6%
Estados Unidos 154,1 8,0%
França 138,0 7,1%
Espanha 113,5 5,9%
Japão 108,9 5,6%
Canadá 98,3 5,1%
China 94,0 4,9%
Itália 73,9 3,8%
Turquia 68,2 3,5%
Países Baixos 56,9 2,9%
Polônia 56,7 2,9%
Brasil 47,0 2,4%
Bélgica 42,6 2,2%
Taiwan 41,4 2,1%
Hungria 38,6 2,0%
Indonésia 38,4 2,0%
República Tcheca 33,9 1,7%
Áustria 32,5 1,7%
Eslováquia 29,5 1,5%
Suécia 28,1 1,5%

Subtotal 1.460,2 75,4%


Outros países 476,4 24,6%
Total 1.936,6 100,0%
Fonte: UNCTAD/ITC/Trademap.

4
Perfil do mercado brasileiro

O comércio exterior brasileiro de negros de carbono, conforme estatísticas


do MDIC/SECEX/Aliceweb4, totalizou US$ 67 milhões em 2005, indicando
crescimento médio da ordem de 11,3% ao ano. O melhor desempenho das
trocas internacionais brasileiras de negros de carbono ocorreu em 2000, quando
foi registrado aumento de 71% em comparação com o ano anterior, cujo
montante foi de US$ 37,5 milhões.

Entre janeiro e julho de 2006, o intercâmbio comercial brasileiro de


negros de carbono totalizou US$ 43,3 milhões, representando expansão de
10,1% em relação ao mesmo intervalo de 2005.

O saldo da balança comercial mostrou-se deficitário em todos os anos do


intervalo de 1996 a 2005, acumulando, no decênio, déficit de US$ 247 milhões.
O maior saldo negativo ocorreu em 2005, totalizando US$ 39 milhões. Esse
quadro indica que o Brasil é importador líquido de negros de carbono e suas
compras correspondem a aproximadamente 80% do total das transações do
produto.

Em 2006 (janeiro-julho), o déficit da balança comercial foi da ordem de


US$ 27 milhões, indicando aumento de 9,5% em relação ao primeiro semestre
de 2005.

Exportações brasileiras
de negros de carbono, 1996-2005
(US$ mil)

Ano Valor Var. %


1996 3.707 31,4%
1997 3.624 -2,2%
1998 2.851 -21,3%
1999 4.364 53,1%
2000 5.125 17,4%
2001 3.262 -36,4%
2002 2.466 -24,4%
2003 5.832 136,5%
2004 6.948 19,1%
2005 13.992 101,4%
Fonte: MDIC/SECEX/Aliceweb.

Perfil das importações5

A análise das estatísticas referentes às importações brasileiras de negros


de carbono, nos últimos dez anos, mostra crescimento médio de 10,4% ao ano,
tendo os valores evoluído de US$ 21,8 milhões, em 1996, para US$ 53,0
milhões, em 2005. A expansão mais significativa ocorreu em 2000, com um
aumento da ordem de 84% em relação a 1999. Ressalta-se também o
crescimento ocorrido nos anos de 2004 e 2005, de 47,8% e de 20,0%,
respectivamente.

5
No primeiro semestre de 2006, as compras brasileiras expandiram em
10,1%, em comparação com o intervalo de janeiro-julho de 2005. Em valores,
as importações brasileiras passaram de US$ 32,2 milhões, para US$ 35,4
milhões.

Importações brasileiras de negros de carbono,


1996-2005
(US$ mil)

Ano Valor Var. %


1996 21.780 16,6%
1997 24.213 11,2%
1998 20.681 -14,6%
1999 17.578 -15,0%
2000 32.337 84,0%
2001 26.959 -16,6%
2002 28.514 5,8%
2003 29.906 4,9%
2004 44.197 47,8%
2005 53.016 20,0%
Fonte: MDIC/SECEX/Aliceweb.

As compras brasileiras de negros de carbono originárias da Venezuela


foram registradas em apenas quatro anos no decênio sob análise (1996 e 2000-
2002) e mesmo assim com valores quase inexpressivos. O maior valor alcançado
foi de US$ 677 mil, registrado em 1996.

Em 2006 (janeiro-julho), as importações procedentes da Venezuela


atingiram 50 toneladas, totalizando US$ 38,4 mil.

Importações brasileiras de negros de carbono


originárias da Venezuela,1996-2005
(US$ mil)

Ano Valor
1996 677
1997 0
1998 0
1999 0
2000 225
2001 66
2002 6
2003 0
2004 0
2005 0
Fonte: MDIC/SECEX/Aliceweb.

Principais países fornecedores6

a) 2803.00.11 – Negros-de-acetileno

Cingapura, França e Estados Unidos são os principais fornecedores de


negros-de-acetileno ao Brasil. Entre 2003 e 2005, foram responsáveis por mais

6
de 90% do total importado. Em 2005, as compras brasileiras foram originárias
de Cingapura (54,9% do total); França (24,1%); Estados Unidos (18,3%); e
Bélgica (2,1%).

Importações brasileiras de negros-de-acetileno,


por principais países fornecedores, 2003-2005
(US$ mil)
2003 2004 2005
País
Valor Part.% Valor Part.% Valor Part.%
Cingapura 523 20,5% 218 8,4% 2.181 54,9%
França 135 5,3% 241 9,3% 957 24,1%
Estados Unidos 1.795 70,2% 2.134 82,3% 729 18,3%
Bélgica 0 0,0% 0 0,0% 83 2,1%
Japão 0 0,0% 0 0,0% 23 0,6%
África do Sul 93 3,6% 0 0,0% 0 0,0%
Subtotal 2.546 99,6% 2.593 100,0% 3.973 99,9%
Outros países 10 0,4% 0 0,0% 2 0,1%
Total 2.556 100,0% 2.593 100,0% 3.975 100,0%
Fonte: MDIC/SECEX/Aliceweb.

b) 2803.00.19 – Outros negros de carbono

Outros negros de carbono correspondem ao principal item dentro do


grupo negros de carbono, com participação média, no intervalo de 1996 a 2005,
de 82%. Os principais fornecedores ao Brasil foram a Argentina, Colômbia e
Estados Unidos, com parcela, em 2005, de 69% do total do mercado. O restante
é dividido entre diversos fornecedores, tais como: República Tcheca (5,0%);
Alemanha (4,9%); França (4,4%); Egito (3,1%); Reino Unido (2,7%); e
Canadá (2,0%).

Importações brasileiras de outros negros-de-acetileno,


por principais países fornecedores, 2003-2005
(US$ mil)
2003 2004 2005
País
Valor Part.% Valor Part.% Valor Part.%
Argentina 13.231 48,9% 19.910 48,4% 20.486 42,0%
Colômbia 4.516 16,7% 7.757 18,8% 8.330 17,1%
Estados Unidos 4.063 15,0% 4.407 10,7% 4.636 9,5%
Rep. Tcheca 35 0,1% 1.308 3,2% 2.418 5,0%
Alemanha 2.268 8,4% 3.073 7,5% 2.404 4,9%
França 98 0,4% 965 2,3% 2.155 4,4%
Egito 1.608 5,9% 710 1,7% 1.493 3,1%
Reino Unido 212 0,8% 1.283 3,1% 1.329 2,7%
Canadá 119 0,4% 263 0,6% 960 2,0%
Itália 54 0,2% 372 0,9% 618 1,3%
México 7 0,0% 498 1,2% 510 1,0%
Rússia 94 0,3% 138 0,3% 508 1,0%
Subtotal 26.305 97,2% 40.684 98,8% 45.847 94,1%
Outros países 751 2,8% 482 1,2% 2.892 5,9%
Total 27.056 100,0% 41.166 100,0% 48.739 100,0%
Fonte: MDIC/SECEX/Aliceweb

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c) 2803.00.90 – Outras formas de carbono

Os Estados Unidos, a Alemanha, a China e o Egito foram os principais


fornecedores do item “outras formas de carbono” ao Brasil, nos últimos três
anos. Em 2005, as compras brasileiras foram originárias dos seguintes
mercados: Estados Unidos (34,4% do total); Alemanha (22,2%); China
(16,2%); Egito (11,3%); e Reino Unido (7,6%), conforme pode ser constatado
na tabela a seguir:

Importações brasileiras de outras formas de carbono,


por principais países fornecedores, 2003-2005

(US$ mil)
País 2003 2004 2005
Valor Part.% Valor Part.% Valor Part.%
Estados Unidos 80 27,2% 240 54,8% 104 34,4%
Alemanha 132 44,9% 91 20,8% 67 22,2%
China 1 0,3% 1 0,2% 49 16,2%
Egito 34 11,6% 0 0,0% 34 11,3%
Reino Unido 7 2,4% 10 2,3% 23 7,6%
Japão 5 1,7% 26 5,9% 0 0,0%
Países Baixos 31 10,5% 70 16,0% 0 0,0%
Subtotal 290 98,6% 438 100,0% 277 91,7%
Outros países 4 1,4% 0 0,0% 25 8,3%
Total 294 100,0% 438 100,0% 302 100,0%
Fonte: MDIC/SECEX/Aliceweb.

Questões logísticas7

Em 2005, o estado de São Paulo foi o principal comprador de negros de


carbono, responsável por 68,6% da carga importada. Em seguida,
posicionaram-se: Rio Grande do Sul (25,1%); Pernambuco (4,1%); e Rio de
Janeiro (1,3%).

Importações brasileiras de negros de carbono,


por estado da federação, 2005
(US$ mil)

Estado Valor Part.%


São Paulo 36.384 68,6%
Rio Grande do Sul 13.313 25,1%
Pernambuco 2.155 4,1%
Rio de Janeiro 696 1,3%
Bahia 253 0,5%
Minas Gerais 160 0,3%
Paraná 28 0,1%

Subtotal 52.988 99,9%


Demais estados 28 0,1%
Total 53.016 100,0%
Fonte: MDIC/SECEX/Aliceweb.

8
Quanto aos modais utilizados no transporte das mercadorias importadas
em 2005, o mercado foi assim organizado:

a) 2803.00.11 – Negros-de-acetileno

A quase totalidade da carga (99,6%) foi desembarcada no Brasil por


modal marítimo, utilizando os portos de Santos-SP (50,5% do total); Suape-PE
(37,3%); Rio de Janeiro (11,9%); e Manaus (0,4%).

A carga importada via aérea utilizou os aeroportos internacionais de São


Paulo-SP; de Campinas-SP e do Rio de Janeiro-RJ.

b) 2803.00.19 – Outros negros-de-carbono

As compras brasileiras de outros negros de carbono foram transportadas


pelos modais: marítimo (53,3%); rodoviário (43%); ferroviário (3,3%); e aéreo
(0,4%).

As mercadorias desembarcadas via marítima entraram no Brasil pelos


portos de Santos-SP (86,0% do total); Rio Grande-RS (8,2%); Itajaí-SC (2,3%);
Rio de Janeiro-RJ (2,0%); Salvador-BA (0,8%); Sepetiba-RJ (0,7%); e Vitória-
ES (0,1%).

Por via rodoviária, foram utilizadas rodovias do Rio Grande do Sul,


Uruguaiana (52,7%) e São Borja (47,3%). A totalidade da carga importada via
ferroviária foi transportada pela ferrovia de Uruguaiana-RS, proveniente,
sobretudo, da Argentina. E, por fim, a carga aérea foi desembaraça nos
aeroportos Internacional de São Paulo-SP (78,9%); Internacional do Rio de
Janeiro-RJ (9,8%); de Campinas (8,8%); e de Porto Alegre-RS (2,6%).

c) 2803.00.90 – Outras formas de carbono

As importações brasileiras de outras formas de carbono foram


transportadas pelos modais marítimo (98,3% do total) e aéreo (1,7%). Por
modal marítimo foram desembarcadas nos portos de Santos-SP (77,1%);
Curitiba-PR (9,4%); Rio de Janeiro-RJ (7,4%); Itajaí-SC (4,4%); e Sepetiba-RJ
(1,7%). Por modal aéreo, a carga foi desembarcada nos aeroportos de
Campinas-SP; Internacional de São Paulo-SP; de Porto Alegre-RS; de Salvador-
BA; e de Fortaleza-CE.

Tratamento tarifário8

a) 2803.00.11 – Negros-de-acetileno

O Imposto de Importação (II) incidente nas compras brasileiras de


negros-de-acetileno é de 2%, entretanto, no âmbito do Acordo de
Complementação Econômica nº 59, entre o MERCOSUL e a Comunidade Andina,
o Brasil concede à Venezuela margem de preferência de 75% sobre o II. Isto é,
o produto venezuelano entra no Brasil com Imposto de Importação de 0,5%.
Vale notar que a importação brasileira de negros de acetileno é livre do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI).

9
Incidem, ainda, sobre os negros-de-acetileno, as tarifas referentes aos
Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público - PIS/PASEP (1,65%) e à Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social – Cofins (7,6%), além do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), de competência estadual, cuja alíquota varia
normalmente de 0 a 25%, em função da essencialidade ou seletividade do
produto, podendo ultrapassar esse percentual em alguns casos, por exemplo, de
serviços de telecomunicação (30%).

b) 2803.00.19 – Outros negros de carbono e 2803.00.90 – Outras formas de


carbono

Nos casos dos produtos 2803.00.19 e 2803.00.90, o Imposto de


Importação (II) incidente nas compras brasileiras é de 8%, entretanto, no
âmbito do Acordo de Complementação Econômica nº 59, entre o MERCOSUL e a
Comunidade Andina, o Brasil concede à Venezuela margem de preferência de
75% sobre o II. Isto é, o produto venezuelano entra no Brasil com Imposto de
Importação de 2%. Vale notar que a importação brasileira de outros negros de
carbono é livre do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Incidem, ainda, sobre o produto, as tarifas referentes aos Programas de


Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP
(1,65%) e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins
(7,6%), além do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de
competência estadual, cuja alíquota varia normalmente de 0 a 25%, em função
da essencialidade ou seletividade do produto, podendo ultrapassar esse
percentual em alguns casos, por exemplo, de serviços de telecomunicação
(30%).

Tratamento administrativo9

A importação brasileira de negros de carbono não está sujeita a controle


prévio ou ao cumprimento de condições especiais e terá a dispensa do
licenciamento pelo SISCOMEX, quando do preenchimento da Declaração de
Importação.

Para que o produto tenha tratamento preferencial no escopo do


MERCOSUL é necessário a comprovação da sua origem nesses países. Não será
considerado originário do país exportador o produto resultante de operação ou
processo efetuado no seu território, que lhe confira a forma final em que será
comercializado quando: a) nessa operação ou processo, for utilizado material ou
insumo não originário desse país; b) consista apenas em montagem,
embalagem, fracionamento em lotes ou volumes, seleção, classificação,
marcação, composição de sortimentos de produtos ou simples diluições em água
ou outra substância que não altere as características do produto como originário;
ou c) outras operações ou processos equivalentes que alterem a classificação do
produto, considerada a quatro dígitos.

O certificado de origem deverá ser apresentado à fiscalização da


Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, quando solicitado, junto
com os demais documentos que instruem a declaração de importação ou
documento equivalente, utilizado como base para o despacho aduaneiro.

10
Somente serão aceitos certificados de origem emitidos por órgãos ou entidades
autorizados e visados por autoridade diplomática ou consular brasileira, com
jurisdição no país. Não serão aceitos certificados de origem emitidos por
fabricantes ou exportadores.

Empresas venezuelanas exportadoras

Os empresários brasileiros interessados em fazer negócios com a


Venezuela, poderão consultar informações referentes à exportação venezuelana
e poderão, também, eventualmente, solicitar lista de empresas venezuelanas
exportadoras de negros de carbono no sítio do Banco de Comércio Exterior da
Venezuela (http://www.bancoex.gov.ve/).

Empresas brasileiras importadoras10

Ciente da importância de apresentar diretório importador para produtos


da demanda brasileira, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria
com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), lançou em
2006, no âmbito do Programa de Substituição Competitiva de Importações
(PSCI), o Catálogo de Importadores Brasileiros (CIB). O catálogo foi produzido a
partir de informações obtidas diretamente das empresas importadoras, em
atendimento a consulta específica da Funcex. Trata-se de uma iniciativa pioneira
e que vem ao encontro das tradicionais demandas da comunidade empresarial
sul-americana.

O CIB, disponível em formato eletrônico e na BrazilTradeNet (“PSCI”),


traz dados completos de 5.307 empresas importadoras e permite consulta tanto
por código quanto por nome da empresa importadora. É possível, ainda, filtrar a
consulta por faixas de valor importado. Tendo em vista a necessidade de facilitar
as consultas, foi adotada a nomenclatura do Sistema Harmonizado (SH), em
nível de seis dígitos (SH 6). As empresas relacionadas no catálogo
representaram mais de 80% do volume importado pelo País anualmente. O CIB
está disponível em português, espanhol e inglês. Entretanto, conforme
salientado, as listagens do CIB não são exaustivas. Compreendem apenas as
empresas que se dispuseram a responder questionário encaminhado pela
Funcex, a respeito do perfil importador das firmas brasileiras.

No que tange ao mercado de carbono, o CIB mostra a presença de trinta


empresas brasileiras importadoras, conforme relacionadas a seguir, em ordem
alfabética, com a respectiva indicação de endereço eletrônico e fax:

Empresas brasileiras importadoras de carbono

Empresa E-mail Fax

Akzo Nobel Ltda. carloscoelho@akzonobel.com.br 55 11 4346-1727


Arinos Química Ltda. edgar@arinos.com.br 55 11 3602-7277
Auriquímica Ltda. jorge@auriquimica.com.br 55 11 6166-5612
Bandeirante Química Ltda. supplier@bandeirantequimica.com.br 55 11 4547-9980
Basf S.A. daniela.elias@basf-sa.com.br 55 11 4343-6989
Bridgestone Firestone do Brasil Ind. e Com. Ltda. pfernandes@bfbr.com.br 55 11 4992-6655
Cabot Brasil Ind. e Com. Ltda. cabot@cabot.com.br 55 11 7639-1322

11
Clariant S.A. wilton.araujo@clariant.com 55 11 5683-7410
Companhia Química Industrial Brasileira cqibinte@zaz.com.br 55 11 7922-2276
Cromos S.A. Tintas Gráficas mail@cromos.com.br 55 21 2471-3438
Degussa S.A. rmarques@degussa.com.br 55 11 6421-8358
DelQuímica Comercial Ltda. mariza@delquimica.com.br 55 11 6412-1040
Eletromecânica Dyna S.A. comercial@dyna.com.br 55 11 6421-2689
Enertec do Brasil Ltda. andre.p.batista@enertec.com.br 55 15 235-3020
Ge Plastics South America S.A. livia.bottcher@gep.ge.com 55 11 5505-1757
Goodyear do Brasil Produtos de Borracha Ltda. elisabeteleite@goodyear.com 55 11 608-7300
Kch - Ancobrás Industrial Ltda. info@ancobras.com.br 55 11 6412-0574
Metalplan Equipamentos Ltda. rodrigo@metalplan.com.br 55 11 4448-6901
Microlite S.A. antonio.bersaneti@rayovac.com.br 55 11 6464-2177
Panasonic do Brasil Ltda. pennpan@uol.com.br 55 12 3931-3789
Paranoá Ind. de Borracha S.A. butrico@paronoa.com.br 55 11 4066-6350
Parker Hannifin Ind. e Com. Ltda. vendaseals@parker.com.br 55 11 3917-0817
Pirelli Pneus S.A. sergio.araujo@pirelli.com.br 55 11 4998-5077
Printcor Ind. e Com. de Tintas e Vernizes Ltda. tintas@printcor.com.br 55 11 4066-5114
Renner Du Pont Tintas Automot. e Inds. S.A. aviel@rennerdupont.com 55 11 6412-9422
Soc. Coml. Toyota Tsusho do Brasil Ltda. toyota_tsusho@toyotsu.com.br 55 11 3145-1438
Soc. Michelin de Participações Ind. e Com. Ltda. cristina.rocha@br.michelin.com 55 21 2588-4677
Standard Products Brasil Indl. e Com. Ltda. amelo@cooperstandard.com 55 35 3219-4035
Stollberg do Brasil Ltda. ts.cruz@stollberg.com.br 55 12 3122-3124
Xerox Com. e Ind. Ltda. breno.cabral@bra.xerox.com 55 27 2335-8366

Ainda com referência ao universo de empresas importadoras do produto


em questão, cumpre esclarecer que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior do Brasil (MDIC) dispõe de relação completa das empresas
brasileiras importadoras da Venezuela. Tal relação, contudo, não permite filtrar
as consultas utilizando como variável o código dos produtos. O endereço
eletrônico da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC é:
http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/secex/depPlaDesComExterior/indEstati
sticas/empExpImp_Importadoras.php

Endereços úteis

A seguir lista das representações diplomáticas venezuelanas no Brasil,


bem como das brasileiras na Venezuela, cujos dados completos encontram-se
disponíveis no sítio do Ministério das Relações Exteriores
(http://www.mre.gov.br):

Embaixada da Venezuela em Brasília

SES - Av. das Nações, Quadra 803, Lote 13


70451-900 - Brasília - DF
Telefones: (61) 3322-1011 / 2101-1011
Fax: (61) 3226-5633
E-mail: emb@embvenezuela.org.br
Expediente: segunda a quinta-feira - das 09h00 às 17h00
sexta-feira: das 09h00 às 15h00

12
Consulados venezuelanos no Brasil:

Consulado-Geral em Belém-PA
Tel.: (91) 222-6396
Fax: (91) 222-6396

Consulado-Geral em Boa Vista-RR


Tel.: (95) 623-9285
Fax: (95) 244-8859

Consulado-Geral no Rio de Janeiro-RJ


Tel.: (21) 2551-5248
Fax: (21) 2551-4148

Consulado-Geral em São Paulo-SP


Tel.: (11) 887-3218 / 4583
Fax: (11) 887-2539

Embaixada do Brasil em Caracas

Calle Los Chaguaramos com Avenida Mohedano


Centro Gerencial Mehedano - Piso 6
Apartado Postal 3977 - Carmelitas 1010
La Castellana 1060
Caracas - Venezuela
Tel.: (58212) 261-7553/5505/6529/2433/3457
Fax: (58212) 261-9601
E-mail: brasembcaracas@cantv.net
Sítio: www.embajadabrasil.org.ve

Consulados brasileiros na Venezuela

Consulado em Ciudad Guayana


Tels.: (58286) 961-2995 / 961-9233
Fax: (58286) 923-7105
E-mail: consbras@cantv.net

Vice-Consulado em Santa Elena do Uairen


Tel.: (58289) 995-1277
Fax: (58289) 995-1256

Outros endereços

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)


(http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/inicial/index.php)

Ministério das Relações Exteriores


(http://www.mre.gov.br/)

BrazilTradeNet
(http://www.braziltradenet.gov.br/)

Receita Federal

13
(http://www.receita.fazenda.gov.br)

Bancoex – Banco de Comércio Exterior


(http://www.bancoex.gov.ve/)

1
Tarifa Externa Comum – TecWin 2006 – Acesso em 02/10/06. A Tarifa Externa Comum
(TEC) foi implantada no Brasil pelo Decreto 1343/94. A TecWin é a versão eletrônica da TEC,
que contempla o tratamento tarifário e administrativo aplicado às importações brasileiras. É
atualizada diariamente via internet e está disponível em www.aduaneiras.com.br.
2
http://www.bndes-exim.com – Acesso em 02/10/06.
3
O Trademap é uma ferramenta de análise de mercados, cobrindo 5.300 produtos e 180
países. É desenvolvido pela Seção de Análise de Mercados do International Trade Centre
(ITC), da UNCTAD/OMC. Disponível na BrazilTradeNet (www.braziltradenet.gov.br) – Acesso
em 04/10/06. O Trademap também está disponível, em inglês, no sítio do ITC
(www.intracen.org).
4
www.desenvolvimento.gov.br – Acesso em 05/10/06. O Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mantém o sistema AliceWeb. O AliceWeb disponibiliza
estatísticas, em meio eletrônico, das importações e exportações brasileiras, por produtos e
países de destino. Para tanto, utiliza o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação
de Mercadorias, ou simplesmente Sistema Harmonizado (SH).
5
Idem.
6
AliceWeb – Acesso em 06/10/06.
7
Idem.
8
TecWin – Acesso em 06/10/06
9
Idem.
10
Catálogo de Importadores Brasileiros – CIB. Disponível na BrazilTradeNet/PSCI. Acesso em
06/10/06.

Brasília, outubro de 2006.

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