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A relação Professor/Aluno no processo de ensino e

aprendizagem
 
As relações humanas, embora complexas, são peças fundamentais na realização
comportamental e profissional de um indivíduo. Desta forma, a análise dos relacionamentos
entre professor/aluno envolve interesses e intenções, sendo esta interação o expoente das
conseqüências, pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento
comportamental e agregação de valores nos membros da espécie humana.
Neste sentido, a interação estabelecida caracteriza-se pela seleção de conteúdos, organização,
sistematização didática para facilitar o aprendizado dos alunos e exposição onde o professor
demonstrará seus conteúdos.
No entanto este paradigma deve ser quebrado, é preciso não limitar este estudo em relação
comportamento do professor com resultados do aluno; devendo introduzir os processos
construtivos como mediadores para superar as limitações do paradigma processo-produto.
Segundo GADOTTI (1999: 2), o educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se
na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo,
reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da
vida.
Desta maneira, o aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente
pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula. O prazer pelo aprender não é uma
atividade que surge espontaneamente nos alunos, pois, não é uma tarefa que cumprem com
satisfação, sendo em alguns casos encarada como obrigação. Para que isto possa ser melhor
cultivado, o professor deve despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no
desenvolver das atividades.
O professor não deve preocupar-se somente com o conhecimento através da absorção de
informações, mas também pelo processo de construção da cidadania do aluno. Apesar de tal,
para que isto ocorra, é necessária a conscientização do professor de que seu papel é de
facilitador de aprendizagem, aberto às novas experiências, procurando compreender, numa
relação empática, também os sentimentos e os problemas de seus alunos e tentar levá-los à
auto-realização.
De modo concreto, não podemos pensar que a construção do conhecimento é entendida como
individual. O conhecimento é produto da atividade e do conhecimento humano marcado social
e culturalmente. O papel do professor consiste em agir com intermediário entre os conteúdos
da aprendizagem e a atividade construtiva para assimilação.
O trabalho do professor em sala de aula, seu relacionamento com os alunos é expresso pela
relação que ele tem com a sociedade e com cultura. ABREU & MASETTO (1990: 115), afirma
que “é o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de
personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se
numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões
da sociedade”.
Segundo FREIRE (1996: 96), “o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno
até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma
cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e
vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”.
Ainda segundo o autor, “o professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente,
sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o
professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático,
racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca”.
Apesar da importância da existência de afetividade, confiança, empatia e respeito entre
professores e alunos para que se desenvolva a leitura, a escrita, a reflexão, a aprendizagem e
a pesquisa autônoma; por outro, SIQUEIRA (2005: 01), afirma que os educadores não podem
permitir que tais sentimentos interfiram no cumprimento ético de seu dever de professor. Assim,
situações diferenciadas adotadas com um determinado aluno (como melhorar a nota deste,
para que ele não fique de recuperação), apenas norteadas pelo fator amizade ou empatia, não
deveriam fazer parte das atitudes de um “formador de opiniões”.
Logo, a relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido
pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e
discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento
e o deles. Indica também, que o professor, educador da era industrial com raras exceções,
deve buscar educar para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa
abordagem global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão
consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.

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