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Como se elabora o orçamento

Elaborar um orçamento significa orçar a receita, por meio de cálculos, avaliação


ou previsão de receitas que devem ser arrecadadas no período orçamentário, e determinar o
quanto deve ser gasto no mesmo período.

A responsabilidade de elaborar o projeto de lei orçamentária cabe ao Poder


Executivo — Presidente da República, Governadores e Prefeitos. A Constituição determina
a elaboração de três leis orçamentárias:

a) O Plano Plurianual — PPA, que estabelece as diretrizes, os objetivos e as


metas da Administração Pública a longo prazo. É a programação global da gestão do
governante, elaborado no primeiro ano do mandato e que alcança o primeiro ano do governo
subseqüente.

b) a Lei de Diretrizes Orçamentárias — LDA, que define metas e prioridades para


a Administração Publica. Com base no PPA, a LDO serve de orientação para a elaboração
da lei orçamentária.

c) a Lei Orçamentária Anual - LOA, que é elaborada pelo Executivo e consiste no


orçamento propriamente dito. Contém os programas, subprogramas, projetos e as atividades
que indicam as metas e prioridades estabelecidas na LDO, juntamente com os recursos
necessários para o seu cumprimento. É a Lei Orçamentária Anual (LOA) que define o
programa de trabalho para o ano seguinte.

O orçamento é um instrumento fundamental na consecução das prioridades da


comunidade e faz diferença na construção de um modelo de desenvolvimento social
sustentável. A ação da sociedade no acompanhamento e fiscalização da execução
orçamentária é relevante na busca de uma sociedade fraterna, justa, igualitária, solidária e
participativa. E, em uma família que se consegue organizar, estruturar, planejar dentro do
seu orçamento doméstico, teremos a possibilidade da construção de sujeitos autônomos e
responsáveis, comprometidos com o bem estar social.
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Déficit e Superávit

Quando, no orçamento, as receitas são maiores do que as despesas, temos um


superávit; já quando as despesas são maiores do que a receita, temos um déficit. O
orçamento deve ter por objetivo regular as despesas e receitas, atingindo o equilíbrio das
contas, ou seja, receita igual à despesa.

Assim, a mesma situação ocorre em uma família: se gastar mais do que recebe,
estará no vermelho; e se as receitas forem superiores as despesas, ocorrerá economia e
teremos o início de poupança para previsões futuras.

A construção do orçamento familiar.

É de fundamental importância saber para onde vai o nosso dinheiro, pois, no final
do mês, se as despesas foram maiores do que as receitas, estaremos em déficit orçamentário e
iremos buscar empréstimos, ou cairemos em cheque especial ou em mãos de agiotas para
efetuarmos todos os pagamentos a serem feitos.
Uma família organizada sempre procura manter o equilíbrio de suas contas, isto é,
nunca vai além de suas possibilidades. Na sociedade consumista atual, em que o apelo da
mídia, da comunidade e dos amigos nos influencia e remete a um consumo desenfreado, e na
grande maioria das vezes, desnecessário, os pais devem buscar criticar e discutir com os
filhos a real necessidade das aquisições.

Estamos assistindo à situação político-econômico-social à beira de um caos:


desemprego falta de reajustes salariais, aumento, das tarifas públicas, aumento da carga
tributária, políticas públicas pobres. Diante disso, como equilibrar o orçamento familiar?

Em primeiro lugar precisamos aprender a registrar as receitas domésticas. E o que


são estas receitas? E tudo que entra como renda, ou seja, salário, pensão, aluguel, recebimento
por serviços prestados no mês, bolsa-escola, vale gás, cesta básica.
Depois, precisamos aprender a registrar o que são despesas, ou seja, todos os
gastos da família no período de um mês: supermercado, água, luz, telefones fixo e celular,
aluguel, prestação da casa própria, IPTU, IPVA, o salário da doméstica, condomínio,
perfumaria, escola, plano de saúde, padaria, transporte, lazer, gás, sacolão, encargos sociais
da doméstica, assinaturas de revistas e jornais, mensalidades diversas (Internet, TV a cabo),
pagamento das compras a prazo, taxas e seguros diversos, cursos extra-classe, açougue,
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compra de livros, CD, cartão telefônico, material escolar, remédios.


Devemos procurar economizar ao máximo para que o orçamento fique
equilibrado. Para isso deve-se:

• listar as necessidades básicas, ou seja, aquilo que não se pode deixar de ter ou
pagar para garantir a sobrevivência: alimentação, água, luz, telefone, aluguel, transporte,
padaria, açougue, vestuário, saúde;

• fazer os ajustes das despesas pára encaixar no orçamento ou para obter uma
economia doméstica ou poupança para investimentos futuros.

Como fazer tais ajustes? .

Podemos observar algumas dicas de especialistas:

• o aluguel ou prestação da casa própria não deve ultrapassar um terço da renda


familiar;

• deve-se buscar economizar, mensalmente, pelo menos dez por


cento da nossa renda familiar.

Quanto às despesas de casa, podemos adotar alguns comportamentos que, com o


costume, tornam-se fáceis é ajudam bastante. '

• aprender a ler a conta de luz, medir o consumo diário, entender o processo de


geração de energia e sua ligação com a questão ambiental, aprender a manter-se dentro da
meta estabelecida pela empresa prestadora de serviços de energia elétrica.

O apagão ensinou-nos: a adquirir produtos que gastam menos energia; à trocar a


lâmpada incandescente por lâmpada fluorescente; a evitar banhos longos; a maximizar a
utilização do ferro de passar ligando-o apenas uma vez por semana e passando tudo de uma
vez; a determinar períodos para utilização da máquina de lavar; a apagar as luzes ao sair do
ambiente. São hábitos que toda família já deveria ter internalizado, como cultura familiar.

• Sobre o telefone: aprender a ler a conta; ser objetivo; olhar os horários


econômicos; comparar as promoções para ligações interurbanas; educar as crianças e
restringir o uso tanto para telefone fixo quanto para celulares; observar a tarifa de utilização
de telefone fixo para fixo, fixo para celular e vice-versa; reclamar quando tiver os seus
direitos não observados, ou seja, a inclusão de planos promocionais e ligações não realizadas
em sua conta.

Vejamos outros procedimentos úteis:


• Para economizar gás: podemos colocar os ingredientes de molho para cozinhar
mais rápido, aprendendo a abafar os alimentos para terminar o cozimento, e buscando
sempre manter as vitaminas dos alimentos.

• No supermercado: fazer compras sem estar com fome; comprar o básico e evitar
os supérfluos; pesquisar ofertas, buscando sempre a compra de produtos que não agridam a
saúde e estimulem a vida saudável; observar a disposição dos produtos nas prateleiras e
conhecer o porquê da exposição dos produtos nos supermercados.

• No açougue: comparar as ofertas, buscar a qualidade e diversificar o consumo da


carne.

• No plano de saúde: avaliar qual o melhor em preço e qualidade na prestação do


serviço...

• No transporte: evitar o uso desnecessário do automóvel; fazer planejamento do


roteiro de deslocamento; pesquisar preço de combustível, postos autorizados e que vendam
combustível não adulterado.

• Vale-transporte: utilizar somente os vales que servem ao trajeto; orientar os filhos


na rota a tomar e na utilização da quantidade dos vales durante o mês; explicar que ò vale-
transporte faz parte do salário da família.

• Ao ter acesso às propagandas de supermercados, comentar criticamente com a


família a necessidade real do produto, o apelo, o público alvo, enfim, fazer uma análise crítica
do que estão tentando vender.

• Na realização de compras: dar prioridade a compras à vista, pechinchar ao


máximo e não se envergonhar de pedir desconto; exigir o documento fiscal sempre. Mudar
uma cultura é um processo lento; portanto, deve-se analisar sempre ao adquirir um bem.

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