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fundamentais.
Dra. Adriana Vieira de Castro
Advogada em Goiânia (GO), especialista em Direito Público pelo Axioma
Jurídico/FESURV.
1. Introdução
Neste curto ensaio que ora se propõe, não se pretende, obviamente, o esgotamento da
matéria, senão um levantamento crítico sobre a questão das políticas públicas, tema
este, bastante polêmico e divisor de opiniões.
Maria Paula Dallari Bucci define políticas públicas como sendo "programas de ação
governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades
privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente
determinados". [2]
Em decisão proferida pela 2ª Turma do STF, o relator Ministro Celso de Mello através
da ementa abaixo transcrita nos dá ensinamentos preciosos sobre a judicialidade das
políticas públicas:
Para aqueles que defendem a judicialização das políticas públicas o argumento é que as
mesmas possuem inegáveis contornos jurídicos, havendo um verdadeiro poder-dever do
Judiciário em analisar sua legalidade e constitucionalidade. Para eles a judicialização
das políticas públicas encontra seu fundamento na supremacia da Constituição, norma
de caráter fundamental e superior a todos os poderes estatais. Ao efetuar o juízo de
constitucionalidade de políticas públicas, o Judiciário acaba por desempenhar sua
função precípua, qual seja, garantir a prevalência da Constituição. Desta forma, o Poder
Judiciário garantiria a cidadania participativa, abrindo ao cidadão a possibilidade de
pleitear o implemento de ações governamentais voltadas à efetivação dos direitos
positivos.
Existem outros que não admitem a referida intervenção sob o argumento de que as
políticas públicas seriam assunto pertinente aos Poderes Legislativo e Executivo, vez
que somente os agentes teriam a legitimidade, conferida pelo voto popular, para realizar
o juízo sobre a necessidade e possibilidade de sua implementação, em respeito ao
princípio da separação dos poderes. Para eles permitir que o Poder Judiciário viesse a
interferir em questões de execução política, seria uma afronta direta a tal princípio.
Outro obstáculo que sustenta a tese dos que não acreditam ser possível tal interferência
é a questão da limitação orçamentária e a reserva do possível.
4. Conclusão
Referências Bibliográficas.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 10. ed. São Paulo: Malheiros,
2000.
Notas de Rodapé.
1. BUCCI, Maria Paula Dallari. As políticas públicas e o Direito Administrativo.
Revista Trimestral de Direito Público, n. 13, São Paulo: Malheiros, 1996. p. 241.
2. Idem
3. MANCUSO, Rodolfo de Camargo. A ação civil pública como instrumento de
controle judicial das chamadas políticas públicas. In: MILARÉ, Edis (coord.). Ação
Civil Pública: Lei 7.347 – 15 anos. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, 2001, p.
730-1.
4. SANTOS, Marília Lourido dos. Políticas públicas (econômicas) e controle . Jus
Navigandi, Teresina, ano 6, n. 58, ago. 2002. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3179>. Acesso em: 16 out. 2006
5. Idem.
6. http://www.stf.gov.br/jurisprudencia/nova/pesquisa.asp?s1="políticas
%20públicas"&d=SJUR.
7. BARCELLOS, Ana Paula. A eficácia jurídica dos princípios constitucionais, p. 114 e
seguintes.
8. TORRES, Ricardo Lobo. “A cidadania multidimensional na era dos direitos”, in o
mesmo (org), Teoria dos direitos fundamentais, p. 278 e 290.