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Como preparar um curriculo em inglês

In english, please

Fazer um bom currículo em inglês envolve muito mais do que uma mudança de idioma.
Você precisa entrar no espírito do marketing americano para ser notado

O desafio de entrar no mercado americano de TI começa por um bom currículo. Você


pode estar pensando: "Se é assim, já comecei bem. Meu currículo já está pronto e
atualizado". Mas o conceito que nós, brasileiros, temos do modelo do currículo ideal
difere bastante daquilo que os americanos chamam de resumé.

Para começar a história, cuidado para não se confundir: na terra do Tio Sam, o
curriculum vitae é acadêmico, voltado para contatos com universidades ou entidades de
pesquisa. O currículo destinado ao mercado de trabalho é chamado de resumé e é, acima
de tudo, um instrumento de marketing pessoal. Alguns sites americanos chegam a dizer
que o candidato deve encarar seu currículo como um comercial pessoal de 30 segundos.

   Você deve convencer o recrutador a querer ler o seu currículo, porque as empresas
recebem centenas de currículos por dia – aconselha Katharine Dippold, diretora de
Desenvolvimento de Produtos do LatPro, site destinado à colocação de profissionais
latino-americanos nos Estados Unidos.

Ao redigir seu currículo em inglês, você deve responder à seguinte pergunta: "Como a
empresa vai se beneficiar com a minha contratação?" Esse é o principal aspecto de um
currículo tipicamente americano. A visão "marqueteira" do candidato é ressaltada por
Otávio Fonseca, webmaster brasileiro que trabalha há 11 do outro lado do continente e,
mais especificamente, há dois meses no LatPro.

   A cada descrição de experiência profissional, não basta apenas explicar as tarefas


desenvolvidas. É fundamental falar de como a empresa se beneficiou do seu trabalho,
apresentar resultados comprovados e, principalmente, mostrar como o futuro
empregador pode ganhar com a sua contratação – orienta.

Deixe de lado data de nascimento, estado civil, numeração de documentos e fotografias.


Concentre-se em informações relevantes, enfatizando suas habilidades, realizações e
qualificações. E seja sintético, porque a maioria dos currículos americanos tem apenas
uma página.

   A quantidade de informações pessoais é muito mais limitada do que nos currículos


latino-americanos, que chegam a ter 15 páginas. Normalmente, currículos em inglês não
são acompanhados de fotos, a menos que o candidato esteja procurando uma vaga como
ator ou modelo – diz Katharine Dippold.

Currículo personalizado

Para agradar aos empregadores americanos, é melhor esquecer aquele esquema de


enviar um mesmo currículo para Deus e o mundo. Se você não gosta de receber uma
pilha de malas-diretas, imagine um gerente de RH sobrecarregado de trabalho. Capriche
na personalização usando expressões comuns do mercado no qual você quer entrar,
concentrando o apelo de seu currículo naquilo que a sua empresa-alvo procura ou
necessita.

Ainda falando de direcionamento, faz parte da elaboração de um bom currículo


pesquisar sobre a empresa que você pretende contactar. Por isso, aliás, é comum
existirem diferentes versões de um mesmo currículo. De acordo com a visão americana,
ele deve ser estruturado de acordo com o perfil do futuro empregador. Dá mais trabalho,
é verdade, mas o que você quer é que o seu currículo funcione, certo?

Currículos destinados ao mercado americano têm uma abordagem agressiva. A sua meta
é mostrar à empresa que você vai fazer a diferença se for contratado.

   O candidato deve se preocupar em projetar no currículo uma imagem profissional.


Mostrar o que fez, o que é capaz de fazer e por que a empresa deve contratá-lo – ensina
a diretora da LatPro.

Otávio Fonseca acertou na mosca ao enfatizar suas habilidades técnicas no currículo que
enviou para a LatPro. Ele acredita que os brasileiros acrescentam aos seus currículos
informações irrelevantes para os norte-americanos. Outro ponto que merece atenção na
hora de redigir um currículo em inglês são os erros gramaticais e de vocabulário.

   As empresas americanas não querem saber em qual escola o candidato cursou o


ensino médio. É importante também que o currículo seja revisado por alguém que
realmente fale inglês, para evitar erros de digitação e de gramática – completa
Katharine.

Outra diferença entre o típico currículo brasileiro e americano é a cover letter.


Considerada essencial nos Estados Unidos e praticamente desconhecida no Brasil, a
cover letter é uma breve carta de apresentação, escrita pelo candidato, que acompanha o
currículo (não confundir com carta de recomendação, que é escrita por um ex-
empregador, por exemplo). Funciona como uma apresentação resumida das habilidades
e objetivos profissionais.

   A cover letter é muito importante. Na maioria das vezes, é a única coisa que as
empresas lêem. Ela é uma forma de você convencer o recrutador a ler o seu currículo –
enfatiza Katharine.

A elaboração de um currículo em inglês por um consultor não custa pouco. Varia entre
US$ 70 e US$ 250 dólares, e a cover letter, cerca de US$ 30. Pensando no seu bolso, o
TI Master preparou algumas dicas básicas para ajudar você a redigir um currículo e uma
cover letter em inglês:

Currículo

Use verbos fortes, como adquirir, atuar, ajustar, aprovar, construir, calcular, analisar,
mudar, conduzir, distinguir, iniciar, executar, desenvolver, expandir, guiar, chefiar,
negociar.
Liste suas experiências profissionais em ordem cronológica.

As únicas informações pessoais que você deve incluir são nome completo e telefone de
contato.

Experiências profissionais não devem ser meramente citadas. Um empregador


americano quer saber o que você poderá acrescentar à empresa se for contratado.

Preste atenção a erros de digitação e frases sem sentido. Muitas expressões do português
podem soar estranhas se vertidas literalmente para o inglês.

Cover letter

Enderece-a para a pessoa que pode contratar você. Cover Letters destinadas a
departamentos de seleção podem acabar se perdendo

Seja natural, escreva com suas próprias palavras. Chavões não funcionam

Fique atento a erros lingüísticos

Mostre que você conhece a empresa

Use palavras típicas do mercado em que você quer entrar

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