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Universidade Federal de Rondônia – UNIR

Estudo Fitoquímico e Farmacológico dos


Constituintes Químicos Fixos e Voláteis de
Hedychium coronarium J. König (Zingiberaceae)

www.plantoftheweek.org/week086.

Relatório Parcial

Orientador: Prof. Dr Valdir Alves Facundo


Bolsista: Leandro Soares Moreira

Laboratório de Pesquisa em Química de Produtos Naturais


Porto Velho / fevereiro de 2005
Universidade Federal de Rondônia – UNIR

Estudo Fitoquímico e Farmacológico dos


Constituintes Químicos Fixos e Voláteis de
Hedychium coronarium J. König (Zingiberaceae)

Relatório parcial PIBIC/CNPQ/UNIR


Parte requerida para acompanha-
Mento da iniciação cientifica.

Porto Velho 2005


Introdução

A flora de rondônia é bem diversificada em relação a outras regiões devido a sua


localização na porção sul da amazônia, delimitando os dois maiores biomas do Brasil, que
são respectivamente o bioma amazônico e o bioma cerrado que juntos somam mais de
50% da aréa total do país, a região apresenta espécies nativas da amazônia, porém na
porção sul do estado também se encontram em minoría algumas espécies do cerrado, o que
proporciona uma grande biodiversidade1. Isso explica em parte o grande número de
plantas medicínais utilizadas pela população local para os mais diversos tipos de
enfermidades, a química de produtos naturais vem validar o uso destas plantas,
comprovando cientificamente a sua atividade farmacologica e toxidade2.
O estudo fitoquímico de plantas medicinais constitui numa estratégia alternativa na
procura de novos agentes terapêuticos, tanto o levantamento bibliografico como o
conhecimento popular servem de base para a identificação da atividade farmacologica de
plantas. Registros historicos dizem que a maioria das plantas medicinais foram
introduzidas nas primeiras farmacopéias por sua reputação terapêutica3.
O Brasil é proprietário da maior biodiversidade do planeta, estimada em cerca de
20% do número total de espécies do mundo(IBGE). Este patrimonio genético tem valor
econômico estratégico inestimavel em várias atividades, mas é no desenvolvimento de
novos medicamentos onde reside sua maior potencialidade 3 e 4. A razão desta afirmação é
facilmente comprovada quando se analisa o número de farmacos obtidos direta e
indiretamente a partir de produtos naturáis, um terço dos medicamentos mais vendidos no
mundo foram desenvolvidos a partir de plantas medicinais4 e 5.
Baseado nestes princípios é que despertou-se o interesse em estudar as possíveis
atividades farmacológicas de Hedychium coronarium J. König, classificado dentro do filo
Magnoliophyta, da classe Liliopsida, da ordem Zingiberales e da família das
Zingiberaceae.
Características botânica da família zingiberaceae.
Família bem dispersa nos trópicos e subtrópicos contendo 49 gêneros com 1.500
espécies a maior dispersão se encontra na Ásia tropical.. algumas espécies desta familia
são famosas por possuirem poderosos princípios farmacológicos comprovados
cientificamente, citando como exemplo o gengibre (Zingiber officinale), suas raízes são
muito utilizadas na medicina natural para tratamento de inflamações nas amídalas.
As Zingiberaceaes são a maior família da ordem tem como características plantas
herbáceas aromáticas, e com rizomas do qual nasce o caule aéreo, folhas completas com
bainha fechada e provida de lígula em geral disticamente dispostas. Inflorescência
terminal em geral parniculada ou capituliforme, Flores em grupos raramente isoladas,
hermafroditas, fortemente zigomorfas, heteroclamídeas. Androceu composto de um único
estame fértil com grande antera e um número variável de estaminódios, em geral 4,
grandes e petalóides, que desempenham a função de atração na flor. Ovário ínfero,
tricarpelar, trilocular, com muitos óvulos. Estilete longo, terminado em um estigma em
geral capitado. O estilete fica caracteristicamente abrigado em um sulco no filete que se
encontra entre as teças da antera. Sementes com abundante endosperma, algumas vezes
ariladas exemplo (Hedychium). Dentre os gêneros cultivados pela beleza de suas flores
destacam-se Hedychium, Alpinia, Costus e kaempferia. Espécies mais importantes desta
família são: Hedychium coronarium; Zingiber officinale; Alpinia officinarum; Costus
igneus.
características Botânicas de Hedychium coronarium J. Konig
a Hedychium coronarium koen é uma macrófita aquática, também é conhecida na
região como gragito, e em outras localidades como lírio branco, lírio borboleta (devido ao
formato borboleta das flores), lírio gengibre e outros. 1A área de distribuição onde pode-se
encontrar a planta nativa vai desde o Himalaia até a China, tem como ambiente natural
áreas alagadiças como chamado brejo. Tem como características físicas uma aparência
atrativa, pode medir de 90cm a 210cm, possui flores brancas e extremamente perfumadas,
que podem ser vistas de julho a outubro mas são formadas praticamente o ano todo, a
forma de cultivo é através dos rizomas, e é muito consumida principalmente pelas
floriculturas para ornamentação, sendo essa uma das atividades econômicas além de ter
sido usada para fazer papel, por possuir em sua haste de 43% a 48% de celulose (não tem
uso atual). Quanto a sua atividade farmacológica a raiz é utilizada na China pela medicina
natural como anti-reumatismo, tônico, afrodisíaco e antifebril, em outros locais usa-se
também para o tratamento de inflamações, dores agudas referente reumatismo, atualmente
já existem pesquisas em desenvolvimento na caracterização de sua propriedade
antiinflamatória
Objetivo geral

Elucidar ensaios fitoquímicos com os extratos da raíz e das folhas afim de isolar e
identificar os compostos majoritarios para testes farmacologicos.

Objetivos específicos

• Coletar e confeccionar exicatas para identificação botânica.


• Preparar os extratos das raízes e das folhas.
• Realizar testes preliminares de caracterização de classes de substancias
com os extratos das raízes e das folhas.
• Isolar e caracterizar metabólitos secundários de H. coronarium J. König.
• Realizar testes farmacológicos com os extratos para caracterização das
atividades farmacológicas presentes em H. coronarium J. König.
• Divulgar os resultados obtidos sub a forma de apresentações e publicações
de artigos científicos.
Parte experimental

Materiais utilizados:

Vidraria e reagentes

Procedimento experimental

Após a coleta confeccionou-se exicatas e enviou-se ao INPA para a identificação


botânica, paralelamente preparou-se extratos por percolação de aproximadamente 9 litros
de ambos solvente (éter de petróleo e etanol) com cada um dos materiais coletados (folhas
e raiz), por um período de três dias, com a obtenção do substrato alcoólico evaporou-se o
solvente em rotoevaporador rotatório obtendo assim o extrato bruto etéreo e etanólico das
raízes e das folhas. Durante esta fase observou-se uma cristalização nas paredes do balão
em repouso na bancada com o substrato etanólico das raízes, e com maior intensidade das
folhas, de uma substancia de coloração parda e insolúvel em solventes orgânicos, a qual
foi enviada para análise no Instituto de Química da UFRJ com denominação HCREP-X.
Em seguida preparou-se uma coluna filtrante de sílicagel 60 (70 - 230 mesh) para
a separação dos constituintes fixos dos extratos. A partir do extrato etéreo da raiz, obteve-
se um total de 142 frações, nas quais foram realizadas CCD para a visualização do perfil
cromatográfico. Desta primeira coluna isolou-se uma substancia na fração 128
denominada HCREP-1 (55,0mg).
Foram agrupadas ainda as frações 60 à 67 por apresentarem perfil cromatográfico
semelhante, em seguida preparou-se uma coluna cromatográfica flash na qual isolou-se 3
substancias denominadas HCREP-2, HCREP-3 e HCREP-4 (10,2mg; 35,0mg e 32,6mg
respectivamente), posteriormente enviou-se essas amostras isoladas para analise em RMN
1
H, 13C, infravermelho e CG/MS, também no Instituto de Química da UFRJ.

Resultados

Atualmente aguarda-se os resultados das amostras enviadas para analise e as


demais frações e extratos estão em fase de manipulação.
Bibliografia

1. Pesquisa feita no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)


(www.ibge.gov.br); 15 janeiro de 2005
2. Raimundo Braz-Filho; “Química de Produtos Naturais: Importância,
Interdisciplinariedade, Dificuldades e Perspectivas. A Peregrinação de um
PACTUBANO*”;artigo revista Química Nova setembro/outubro de 1994; volume nº17;
Número 5; pg 405-421; Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRRJ); 05 de maio de
1994.
3. Antônio J. Lapa; Caden Souccar; Maria Tereza R. Lima-Landman; Maria Salete de A.
Castro; Thereza C. M de Lima; livro “Métodos de Avaliação da Atividade Farmacologica
de Plantas Medicinais”; volume 1, primeira edição; ano 2003; pg 05 - 12
4. João B. Calixto; “Biodiversidade como Fonte de Medicamentos” artigo revista Ciência
e Cultura Temas e tendências SBPC; ano 55; número 3; julho/agosto/setembro de 2003; pg
37 à 39;
5. Elaine Elisabetsky; “Etnofarmacologia”; artigo revista Ciência e Cultura Temas e
tendências SBPC; ano 55; número 3; julho/agosto/setembro de 2003; pg 35 à 36.
6. Fonte: Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental / The
Nature Conservancy www.institutohorus.org.br (via consulta no site)
7. Consulta no site informacoes referentes a especie e genero
www.magnoliagardensnursery.com/ productdescrip/Hedy_WhiteBut.html
8. http://www.ganeshvilla.com/gingers/hedychium_coronarium.htm foto 2
9. www.plantoftheweek.org/week086.shtml&prev=/search%3Fq%3Dhedychium
%2Bcoronarium%2B%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26ie%3DUTF-8
10. O.G Petersen, ‘Musaceae’ in K. P. Von Martius, A.G eichler e I. Urban, flora
brasiliensis, III, 3, 1890-1894; O.G. Petersen, ‘Musaceae’ in ª Engler e K. Ptl, die
naturlichen pflanzerfamilien II, 6, 1889.
11. Agarez, Fernando Vieira: Botânica: Taxionomia, morfologia e reprodução dos
angiospermae: Chaves para determinação das famílias/Fernando Vieira Agarez, Cezio
Pereira, Cecília Atídio manha; 2º ed- rio de janeiro: Âmbito Cultural 1994. Pg 233/
Biblioteca da Faculdade São Lucas.
12. Joly, Aylton Brandão 1924 – 1975; Botâica: Introducão a taxionomia vegetal / Aylton
Brandão Joly: São Paulo-SP Editora nacional 1993. (Biblioteca Universitária série 3
ciências puras volume 4)
13. MG. Santos, S.B.¹ & Pedralli, G.²/
http://www.adaltech.com.br/evento/museugoeldi/resumoshtm/resumos/R0185-1.htm,
encontrado em site como fisiologia de hedychium coronarium

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