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Insuficiência Renal Crônica

• É uma deterioração progressiva e


irreversível da função renal, na qual
fracassa a capacidade do corpo para
manter os equilíbrios metabólico e
hidroeletrolítico, resultando em uremia e
azotemia (retenção de uréia e outros
resíduos nitrogenados no sangue)
• Pode ser causada por doenças
sistêmicas, como a diabetes melito (causa
principal); hipertensão; glomerulonefrite
crônica, pielonefrite; obstrução do trato
urinário; lesões hereditárias, como a
doença do rim policístico; distúrbios
vasculares; infecções; medicamentos ou
agentes tóxicos.
• Os agentes ambientais que foram
implicados na insufuciência renal crônica
incluem chumbo, cádmio, mercúrio e
cromo.
• A diálise contribui para aumento de
sobrevida do paciente, pois constitui um
meio efetivo de corrigir as toxidades
metabólicas em qualquer idade, embora a
taxa de mortalidade em lactentes e
crianças jovens seja maior que nos
adultos na presença de doenças não
renais e na presença de anúria ou oligúria.
Fisiopatologia
• À medida que a função renal diminui, os
produtos finais do metabolismo proteíco
(que normalmente são excretados pela
urina) acumulam-se no sangue.
• A uremia desenvolve e afeta
adversamente outros sistemas do corpo
• Quanto maior for o acúmulo de produtos
residuais, mais graves são os sintomas.
Existem 3 estágios da IRC: reserva renal
diminuída, insuficiência renal e doença
renal em estágio terminal.
Estágios da IRC
• A taxa de declínio da função renal e a
progressão da insuficiência renal crônica
relacionam-se com o distúrbio subjacente,
excreção urinária de proteína e presença
de hipertensão.
• A doença tende a progredir com maior
rapidez em pacientes que excretam
quantidades significativas de proteína ou
apresentam pressão arterial elevada que
naqueles sem essas condições.
Manifestações Clínicas
• Como quase todo o sistema orgânico é
afetado pela uremia da insuficiência renal
Crônica, os pacientes exibem inúmeros
sinais e sintomas. A gravidade desses
sinais depende, em parte, do
comprometimento renal, de outras
condições subjacentes e da idade do
paciente.
• A hipertensão (por retenção de sódio e
água ou ativação do sistema renina-
angiotensina-aldosterona), a insuficiência
cardíaca e o edema pulmonar (causado
pela sobrecarga hídrica) e a pericardite
(devido a irritação do pericárdio por
toxinas urêmicas) estão entre os
problemas vasculares manisfestados na
IRC.
• Verificou-se que o controle do balanço
hídrico normaliza a hipertensão em
pacientes que recebem diálise peritoneal.
• A doença cardiovascular é a causa
predominante de morte nesses pacientes,
geralmente por infarto agudo do
miocárdio.
• Pode ocorrer muita coceira na pele.
• Pode causar anorexia, naúseas, vômitos e
soluços
Sinais e Sintomas da IRC
• A taxa de filtrado glomerular pode ser
detectada ao se obter uma uroanálise de
24h pelo clearance de creatinina. À
medida que a filtração glomerular diminui,
o valor do exame diminui e aumenta os
níveis séricos de uréia e creatinina.
• Creatinina: produção constante no
organismo, indicador mais sensível.
• Retenção de água e sódio: O rim não consegue
filtrar e nem diluir a urina na IRC. Alguns
paciente retêm água e sódio, aumentando o
risco de edemia, insuficiência cardíaca e
hipertensão. Outros pacientes apresentam uma
tendência a perder sal e correm o risco de
hipotensão e hipovolemia. Os episódios de
vômitos e diarréia podem prodizir depleção de
sódio e água, o que agrava o estado urêmico.
• Acidose: a acidose acontece porque o rim
não consegue excretar cargas de ácidos
aumentadas. A secreção ácida diminuída
resulta da incapacidade dos túbulos renais
para excretar amônia e para reabsorver
bicarbonato de sódio. Também existe
excreção diminuída de fosfatos e outros
ácidos orgânicos.
• Anemia: Desenvolve-se devido a produção
inadequada de eritropoietina, espectro de vida
encurtado pelos eritócitos, deficiências
nutricionais e tendência do paciente a sangrar,
principalmente pelo trato GI. A eritropoietina,
uma substância normalmente produzida pelo
rim, estimula a medula óssea a produzir os
eritrócitos. Na IR, a produção de eritropoietina
diminui e resulta em anemia, produzindo fadiga,
angina e falta de ar.
• Desequilíbrio de cálcio e fosforo: os níveis
séricos de cálcio e fosfato apresentam
uma relação inversa no corpo: quando um
se eleva, o outro diminui.Com a filtração
diminuída, existe aumento de fosfato e
diminuição de cálcio. O cálcio diminuído
provoca a secreção aumentada de
paratormônio; em consequencia disso, o
cálcio sai do osso, produzindo alterações
ósseas e doença óssea.
• Também diminui o metabólito da vitamina
D, que também é produzido pelo rim,
diminui a medida que a IR progride.
Complicações
• Hipercalemia: decorrente da excreção
dimunuída, acidose metabólica,
catabolismo e ingesta excesiva (dieta,
medicamentos, líquidos)
• Pericardite, derrame pericárdico e
tamponamento pericárdico: devido a
retenção de produtos residuais urêmicos e
diálise inadequada
• Hipertensão: decorrente da retenção de
água e sódio e funcionamento deficiente
do sistema renina-angiotensina-
aldosterona.
• Anemia: devido a produção diminuída de
eritropoietina, espectro de vida diminuída
dos eritrócitos, sangramento no trato GI a
partir de toxinas irritativas e perdas
sanguineas durante hemodiálise.
• Doença óssea e calcificações: devido à
retenção de fósforo, baixos níveis séricos
de cálcio, metabolismo anormal da
vitamina D e níveis de alumínio elevado.
Tratamento
• A meta do tratamento é manter a função
renal e a homeostasia por maior tempo
possível.
• O tratamento é realizado com
medicamentos e terapia com dieta,
embora a diálise também possa ser
necessária para diminuir os produtos
residuais urêmicos do sangue.
• As complicações podem ser evitadas ou
retardadas ao administrar os anti-
hipertensivos prescritos, eritropoietina,
suplementos de ferro, agentes de ligação
de fosfato, suplementos de cálcio e diálise

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