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Orientador
Prof. Dr. José Carlos Rabelo Ribeiro
Três Corações
2005
10
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
IV Infravermelho
Kg Kilograma
Kgf Kilograma força
kV Kilovoltagem
LIPEM Laboratório Integrado de Pesquisa de Biocompatibilidade de
Materiais
Ltd. Companhia limitada
mm Milímetro
mm/min Milímetro por minuto
MEV Microscopia eletrônica de varredura
min Minuto
MIR Reflexão interna múltipla
MMA Metil Metacrilato
MPa Megapascal
mW/cm2 Miliwatt por centímetro quadrado
no Número
Na2O Óxido de sódio
ND Não disponível
nm Nanometro
NT Nanotenologia
p Probabilidade
PB Peróxido de benzoíla
PMP 4-metoxifenol
pol/min Polegadas por minuto
psi Libra por polegada quadrada
PTFE Politetrafluoretileno (Teflon)
PVC Policloreto de vinila
RC Resina composta
rpm Rotações por minuto
s Segundo
SiO2 Óxido de sílica
TEGDMA Trietileno Glicol Dimetacrilato
TGM Análise termogravimétrica
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RESUMO
OLIVEIRA, Fernanda Maria Machado Pereira Cabral de. Avaliação da resistência adesiva
de associações de diferentes resinas compostas submetidas a envelhecimento artificial
acelerado. 2005. 102p.(Dissertação - Mestrado em Clínica Odontologia). Universidade Vale
do Rio Verde - UNINCOR - Três Corações - MG.*
Este trabalho teve como objetivo avaliar a resistência adesiva de associações de resinas
compostas híbridas, microparticuladas e nanoparticuladas, submetidas a envelhecimento
artificial acelerado (EAA), através de ensaio mecânico de cisalhamento. E ainda, avaliar
através de inspeção visual e em estereomicroscópio as superfícies das fraturas dos corpos-de-
prova. Para o ensaio mecânico de cisalhamento, confeccionaram-se 20 corpos-de-prova para
cada grupo, perfazendo um total de 260 amostras, sendo que 130 foram submetidos a EAA.
Os corpos-de-prova eram compostos de duas porções de resina: a primeira, com dimensões de
6X2mm e a segunda com 4X2mm, cada uma com um tipo diferente de resina, de acordo com
as associações previamente delineadas (G1 a G13). Os ensaios foram realizados através de
máquina para ensaios mecânicos EMIC DL 2000, com célula de carga de 200 Kgf e
velocidade do atuador de 0,05mm/min. Para o EAA utilizou-se o Sistema de Envelhecimento
Acelerado para não metálicos C-UV COMEXIM – SP, através de ciclos de luz UV-B e
umidade, totalizando 192 horas, simulando 5 anos de envelhecimento da resina composta. Os
resultados médios de resistência adesiva, em MPa, imediato e após EAA foram
respectivamente: G1(17,88/24,16), G2(11,27/16,99), G3(13,28/21,29), G4(16,05/24,88),
G5(15,82/18,72), G6(13,14/13,07), G7(12,45/15,94), G8(17,51/23,29), G9(17,29/19,57),
G10(8,83/15,76), G11(12,30/18,66), G12(17,20/20,94) e G13(15,86/21,37). A eles foram
aplicados análise de variância e teste de Tukey (p<0,05). De acordo com a metodologia
empregada e resultados obtidos, julgou-se válido concluir que: a resistência adesiva das
associações de resinas compostas estudadas mostrou que independente da composição
química de suas matrizes orgânicas e características das cargas inorgânicas, as resinas
compostas podem ser associadas entre si; o envelhecimento artificial acelerado (EAA)
promoveu aumento da resistência adesiva das associações de resinas compostas; e, a análise
das fraturas mostrou que a resistência adesiva entre as resinas compostas associadas foi maior
que suas resistências coesivas.
a
* Comitê Orientador: Prof. Dr. José Carlos Rabelo Ribeiro - UNINCOR (Orientador), Prof
a
Dr . Andréa Candido dos Reis - UNINCOR (Co-orientadora)
18
ABSTRACT
OLIVEIRA, Fernanda Maria Machado Pereira Cabral de. Bond strength evaluation of
different resin composites arrangements under accelerated artificial aging. 2005. 102p
(Master’s Thesis in operative Dentistry). Universidade Vale do Rio Verde - UNINCOR - Três
Corações - MG.
This study evaluates the bond strength of different resin composites arrangements, hybrid
composites, microfilled and nanofilled composites that underwent accelerated artificial aging
(AAA) by a shear modulus exam. Further, the specimens’ damaged surfaces are going to be
assessed by visual and microscopic inspection. In order to perform the shear modulus test 20
specimens were made for each group, comprising 260 samples whereas a 130 out of it
underwent AAA. The specimens were made out of two composites portions: the first one
measuring 6X2mm and the second one 4X2 mm, each from a different kind of composite
according to previously assigned arrangements (G1 to G13). The tests were performed using a
machine EMIC DL 2000, at a crosshead speed of 0.5mm/min and a charge cell of 200Kgf. So
as to perform the AAA the Accelerated Aging System for non-metallic C-UV COMEXIN -
SP was used by UV-B light and humidity adding up 192 hours, simulating the composite 5
year aging. The bond strength mean, in MPa, immediately (IME) and after the AAA, were
respectively: G1(17,88/24,16), G2(11,27/16,99), G3(13,28/21,29), G4(16,05/24,88),
G5(15,82/18,72), G6(13,14/13,07), G7(12,45/15,94), G8(17,51/23,29), G9(17,29/19,57),
G10(8,83/15,76), G11(12,30/18,66), G12(17,20/20,94) e G13(15,86/21,37). The statistical
analysis was performed using ANOVA and Tukey test at a p<0.05 significance level. The
methodology performed and the data gathered indicate that the resin composites can be
combined among them and the chemical structure of its organic matrix or its inorganic
composition doesn’t play a role. The AAA triggered an increase in the bond strength. Further,
the analysis of the tear surfaces showed that the bond strength among the resin composites
was greater than its cohesive strength.
Guidance Committee: Prof. Dr. José Carlos Rabelo Ribeiro - UNINCOR (Major Teacher),
Profa. Dra. Andréa Candido dos Reis - UNINCOR (Co-Major Teacher)
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1 INTRODUÇÃO
A conservação das estruturas dentais sadias, tornou-se possível devido ao grande avanço
dos sistemas adesivos. Como conseqüência desse progresso, o uso da resina composta
aumentou (NAUFEL, SCHMITT e CHAVES, 2003), tendo como resultado melhorias em
suas formulações tornando a execução de restaurações em dentes anteriores e posteriores,
adequada sob o ponto de vista biológico, estético e funcional (BARATIERI et al, 2002;
BEHLE, 2000; BLITZ, 1996; FAHL, 2000).
As resinas compostas são constituídas basicamente por uma matriz orgânica, partículas
inorgânicas e pelo agente de união, que une quimicamente as partículas de carga à matriz
orgânica (ANUSAVICE, 1998; BOWEN, 1963). A matriz orgânica é uma mistura de
monômeros de diferentes pesos moleculares e um sistema iniciador da reação de
polimerização (VENHOVEN, DEGREE e DAVIDSON, 1996). Portanto, as propriedades e o
desempenho clínico dos compósitos estão diretamente relacionados aos seus componentes e
às suas inter-relações (BRAGA, FERRACANE, 2002; KINOMOTO et al, 1999).
Diante da evolução da resina composta o profissional depara-se com diferentes tipos e
marcas comerciais. Encontram-se no mercado resinas microparticuladas, híbridas e mais
recentemente, nanoparticuladas. As resinas de micropartículas caracterizam-se por serem
extremamente políveis, vítreas e estéticas, mas com desvantagem de fragilidade e desgaste em
processo de fadiga. As resinas híbridas apresentam maior conteúdo de carga e são indicadas
para situações de stresse oclusal, entretanto, pecam no aspecto de manutenção do polimento
superficial (HIRATA, AMPERSAM e LIU, 2001). Segundo Mitra, Wu e Holmes (2003), as
resinas nanoparticuladas foram desenvolvidas para serem usadas em regiões anteriores e
posteriores, com excelente polimento inicial e maior retenção do polimento, além de
propriedades mecânicas melhoradas.
Trabalhos clínicos procuram avaliar o comportamento das resinas compostas a longo
prazo, porém, a condição bucal de cada paciente impossibilita uma avaliação padronizada do
comportamento das mesmas. Assim, torna-se difícil predizer através de análises clínicas a
durabilidade relativa e comparativa desses materiais, diante da grande quantidade de marcas
comerciais existentes.
Testes laboratoriais informam, com maior rapidez e de forma padronizada, resultados
que estabelecem uma expectativa de comportamento, simulando a condição clínica (CRAIG,
POWERS, 2004; LEINFELDER ,BEAUDREAU e MAZER, 1989; SAKAGUCHI et al,
1986).
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
placas de vidro com espaço de 1,0mm. Foi avaliado tratamento de superfície (Al203) e
variáveis de manipulação para estudar como a quantidade de grupos metacrilatos
remanescentes na superfície poderia ser influenciada pelo tempo de polimerização,
temperatura e polimento. Foi medida a influência do tempo de polimerização no grau de
insaturação. A porcentagem de polimerização foi medida 30min, 5h e 24h após a
manipulação. Outro fator que poderia influenciar os resultados, durante certo tempo, seria a
temperatura. Concluíram que as superfícies polimerizadas expostas ao ar ou em contato com
uma matriz plástica se mostraram como os melhores substratos para a adesão de uma nova
porção de resina e que a resistência adesiva encontrada foi a metade da resistência coesiva de
cada material; amostras polidas mostraram resistência adesiva diminuída e, resinas menos
viscosas resultaram em maior força de adesão.
Chan e Boyer em 1983, estudaram a força adesiva entre várias resinas compostas entre
si e reparos realizados com elas, através de um ensaio mecânico de tração. Foram utilizadas
três resinas convencionais (Adaptic, Concise e Prestige), uma fotopolimerizada por luz
ultravioleta (Nuva- fill), duas resinas de micropartículas (Silar e Isopast) e duas resinas com
partículas de carga submicroscópicas (Miradapt e Finesse). As amostras foram obtidas a partir
de uma matriz previamente confeccionada e uma carga de 1 Kg foi adaptado sobre elas. As
resinas foram preparadas seguindo as recomendações dos fabricantes. Para as amostras da
resina Nuva-fil, a polimerização foi de 2 minutos. As amostras foram cortadas com uma broca
em alta-rotação, retornando uma metade para o molde para ser reparada com uma nova resina.
As amostras foram armazenadas em água a 37oC por dois períodos, 24 horas e 7 dias, antes do
reparo e dos ensaios. Todas as amostras foram armazenadas em contato com ar e à
temperatura ambiente. Algumas amostras de Concise foram preparadas com Enamel Bond
(3M). O ensaio de tração foi realizado numa máquina de ensaio mecânico universal Instron
com velocidade de 0,5cm/min. Concluíram que os reparos realizados com resinas de
micropartículas sobre as resinas convencionais, quando da mesma composição química,
mostraram excelentes resultados de adesão. Resinas à base de uretano dimetacrilato aderiram
fracamente a resinas à base de Bis-GMA. A resistência adesiva entre os grupos foi
semelhante, independente dos tempos de armazenagem estudados e, o uso do adesivo
resinoso, prévio ao reparo, aumentou a resistência de união das amostras.
Em seu estudo, Ferracane e Greener, em 1986, objetivaram determinar os efeitos da
formulação da resina, como concentração do diluente, tipo e concentração do catalisador e
método de polimerização e sua correlação com o grau de conversão das cadeias duplas de
carbono. Foram testadas propriedades mecânicas como resistência à tração diametral,
23
foi realizada em uma única direção, em uma matriz que apresentava diâmetro de 7mm e
espessura de 2,5mm. Era composta de uma porção inferior (primeiro incremento) e uma
superior (segundo incremento). O fotopolimerizador usado foi o Elipar Visio - ESPE e os
incrementos foram polimerizados por 40 segundos. Depois de preenchidas as matrizes, os
corpos-de-prova foram armazenados a 37oC com umidade relativa do ar em 100% por 24
horas, permanecendo nos moldes até a realização do ensaio. Usando a máquina de ensaio
universal Riehle (American Machine and Metal Inc.), com velocidade de 1mm/min, os
valores das fraturas adesivas e coesivas foram registrados, de acordo com a especificação
no27 da ADA. Análise de variância (ANOVA) foi usada para analisar os dados e múltiplas
comparações foram executadas usando o teste de Duncan. Concluíram que resinas compostas
de micropartículas à base de uretano dimetacrilato aderiam fracamente àquelas à base de Bis-
GMA, recomendando evitar tal combinação. A técnica incremental produziu uma aceitável
resistência de união entre as resinas pois os resultados mostraram aumento ou, pelo menos,
igualdade com a resistência coesiva de cada um dos materiais. A resistência de união na
interface das amostras foi maior que a resistência coesiva das resinas de menor resistência
diametral quando usados materiais diferentes.
Eliades e Caputo, em 1989, estudaram a resistência adesiva entre sete resinas
compostas (Estilux - Kulser, Aurafill - J&J, Ful-Fil e Prisma-Fil - Dentsply, Command Ultra
Fine - Kerr, Heliosit - Vivadent e Silux - 3M), levando em consideração: a camada inibida
pelo oxigênio, a resistência e topografia da interface dos reparos e o efeito do tratamento
superficial na resistência de adesão. Monômeros não reagidos foram estudados por análise de
espectroscopia no Varian XL 100 NMR. Cinco grupos foram formados para cada resina: A-
Reparo sem tratamento superficial, B- Colocação de uma resina na interface polimerizada por
10s, C- Colocação de uma resina não polimerizada na interface, D- Asperização da superfície
com broca de diamante em baixa rotação e E- Superfície seca com acetona. Os espécimes
foram feitos em matrizes cilíndricas com 2mm de diâmetro e 4mm de profundidade. As
matrizes foram preenchidas pela metade com resina e então fotopolimerizadas por 30 s,
seguidos da aplicação da segunda camada e polimerizadas como descrito anteriormente.
Amostras com 4mm foram fotopolimerizadas por 1 min e usadas como grupo controle. As
amostras foram removidas das matrizes, imersas em solução salina a 37ºC por 24h e
submetidas ao ensaio de cisalhamento na máquina de ensaio Instron (Model 1122, Instron
Co.) com velocidade de 0,05pol/min. As superfícies fraturadas foram examinadas em
estereomicroscópio para se determinar o tipo de fratura. Três amostras de reparo foram
preparadas para se estudar a topografia da interface de cada grupo. Para avaliar a morfologia
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superficial da segunda camada foram utilizados três espécimes para cada tipo e procedimento
e levados para análise em microsonda de elétron EPMA. Após análise estatística pelo teste
Newman-Keuls com significância de 5%, concluíram: a superfície das resinas polimerizadas
em contato com o ar mostrava monômeros livres; a inclusão da zona de inibição pelo oxigênio
entre as camadas de resina reduziu a resistência de reparo pela ineficiência de polimerização
da camada de união; dos tratamentos superficiais, o uso da acetona aumentou a resistência de
união e, em todas as condições testadas, a maior resistência de união foi obtida pelo material
com mais carga inorgânica, porém o maior ganho de resistência adesiva foi alcançado com
resinas de micropartículas.
Abrão, em 1990 estudou a degradação dos polímeros, utilizando resina para base de
dentadura. Três são os motivos principais para a degradação: energia ultravioleta, água de
chuva ou orvalho e o calor. Sendo que a faixa UV-B é a responsável pelas mudanças
fotoquímicas. A maioria dos polímeros possui em suas cadeias moleculares grupos funcionais
que absorvem luz ultravioleta. Dentre eles o grupo carbonila (C=O), anéis aromáticos,
ligações C=C. Quando uma molécula de polímero absorve luz ultravioleta através dos grupos
funcionais, esta energia leva a estrutura a um estado mais instável. A ocorrência do processo
de envelhecimento, evidentemente que guardadas algumas particularidades, também ocorre
com as resinas acrílicas, e o procedimento é semelhante ao descrito, uma vez que na boca
pode haver limitação de algum fator (luz, por exemplo). No entanto, apenas limitação e não
impedimento de sua ação. Por outro lado, pode-se sugerir que ocorre um incremento de causa
com a ação das tensões decorrentes da mastigação. Os corpos-de-prova foram obtidos de
forma padronizada. Foi utilizado o sistema acelerado de envelhecimento para não-metálicos
(C-UV, COMEXIM-SP), simulando 10 anos de envelhecimento através de 384 horas de uso
da máquina. Após o envelhecimento, foram medidas alterações de cor e realizados ensaios de
flexão. Para o autor, enrijecimento, rachaduras, descoloração e opacidade são sinais de
deterioração.
DeSchepper, Tate, e Powers, em 1993, realizaram um estudo in vitro, para mensurar a
resistência adesiva de três cimentos resinosos, uma resina fotopolimerizável e uma resina
indireta. Os efeitos de dois tratamentos superficiais e de três adesivos foram analisados.
Noventa amostras da resina Concept foram fabricadas em matrizes metálicas com 6mm de
diâmetro e 3mm de profundidade. As matrizes foram colocadas sob uma lâmina de vidro para
produzir amostras com superfícies lisas e uniformes que foram processadas em calor, a 120ºC,
umidade e pressão de 0,5MPa, de acordo com recomendações do fabricante. Para simular o
tempo entre o preparo do dente e a confecção da resina laboratorial, as amostras foram
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armazenadas em água e temperatura ambiente por uma semana. Noventa amostras da resina
fotopolimerizável EOS foram confeccionadas da mesma maneira que a resina Concept, exceto
que sua polimerização foi realizada por 60s de cada lado das amostras com o
fotopolimerizador Coe-Lite modelo 4000. Os corpos-de-prova foram testados no mesmo dia
que foram fabricados, simulando a situação clínica. Antes da cimentação, as superfícies foram
jateadas com Al2O3 (50 micra), por 5s. As amostras foram divididas em 18 grupos de
tratamento (5 por grupo), variando o tipo de tratamento superficial (ácido fosfórico 37% ou
hidrofluorídrico a 9,5%), adesivos (Special Bond II, Heliobond ou Silano) e o cimento
resinoso (Dual cement, Porcelite ou CR Inlay). Após a remoção dos corpos-de-prova, eles
foram armazenados em umidade relativa de 100% a 37ºC por 18-24 horas. O ensaio mecânico
de tração foi realizado pela máquina Instron modelo 8501 com velocidade de 0,5mm/min. As
fraturas foram observadas em um microscópio óptico (40x). Para análise estatística foi
utilizada análise de variância para cada variável: compósito, tratamento superficial, agente de
união e cimento resinoso e teste de comparação múltipla de Tukey com 95% de
confiabilidade. Os resultados sugeriram que a maior resistência de união entre a resina
laboratorial e cimento resinoso, foi obtida usando EOS, Special Bond ou Heliobond, CR Inlay
cemente e ácido hidrofluorídrico. Oitenta e seis por cento das falhas na Concept foram
adesivas e 69% das falhas na EOS foram misturas entre adesivas e coesivas.
Bouschilicher, Reinhardt, e Vargas, em 1997, compararam a resistência de união entre
resinas compostas previamente polimerizadas, seguida de diferentes tratamentos superficiais.
Oitenta amostras cilíndricas, com dimensões de 7X2mm, de resina Silux Plus (3M) cor L e
oitenta de resina Pertac Hybrid (ESPE), cor A2, foram confeccionadas a partir de uma matriz
específica para este fim, fotopolimerizadas por 60 s com o aparelho Elipar II, monitorado por
radiômetro Demetrom com densidade de energia acima de 600mW/cm2. As amostras foram
polidas com lixa 320, limpas com ultra-som por 3 min, armazenadas em água deionizada a
37oC por uma semana e divididas em 16 grupos para aplicadas das técnicas de tratamento
superficial: 1- Asperização com broca diamantada de granulação fina por 4s; 2- Jateamento
com Al2O3 de 50µm, pressão de 80 psi e distancia de 5mm do substrato; 3- Jateamento com
Al2O3 de 27µm, com alta pressão de 160psi e, 4- Jateamento com silicato cerâmico de 30µm,
com baixa pressão de 34psi. Metade das amostras foi tratada com silano. Novas porções de
resina (mesma marca) foram aplicadas às superfícies tratadas e as amostras foram então
armazenadas por 24 horas e termociclados por 300 vezes a temperaturas de 5oC e 55oC, antes
do ensaio de cisalhamento que foi realizado na máquina de ensaios Zwick 1445, com
velocidade de 5mm/min. Análise estatística foi realizada através de ANOVA e Teste de
28
mesmo sistema adesivo e G4- Aplicação do ácido hidrofluorídrico a 9,5% por 1 min.
(Ultradent porcelain Ectch- Ultradent), aplicação do silano e sistema adesivo. Para os ensaios
mecânicos foi utilizada a mesma resina. Após 24 horas de armazenagem em água destilada, os
corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio mecânico de tração em máquina de ensaio
Wolpert, com velocidade de 0,5cm/min. Os resultados de resistência de união em MPa foram:
G1-20,04 (±4,70); G2-17,38 (±6,20); G3-21,85 (±5,70); G4-20,46(±5,40). A análise
estatística dos resultados, através da análise de variância, demonstrou que os diferentes
tratamentos de superfície utilizados para o reparo proporcionaram resistência de união
semelhante.
Souza, em 1998, avaliou a resistência de reparos em resina composta submetidos a
ensaios de tração e cisalhamento após 30 dias de armazenamento em água a 37ºC,
empregando diferentes preparos de superfície e sistemas adesivos. Os espécimes para o teste
de tração foram obtidos a partir de um dispositivo metálico, com forma de um halter, sem
reparo (grupo controle) ou forma de um hemi-halter, para posterior reparo (grupos
experimentais). Os espécimes para ensaio de cisalhamento foram obtidos a partir de um disco
de resina, que foi reparado posteriormente com o auxílio de uma matriz dividida de teflon.
Tanto os hemi-halteres quanto os discos de resina composta foram armazenados em água
durante 30 dias antes de serem reparados. Decorrido este período, as superfícies foram
preparadas com ácido fosfórico a 35%, ácido hidrofluorídrico a 10% ou jateamento com
partículas de óxido de alumínio de 50µm e logo depois lavadas e secas. Em seguida, as
superfícies foram submetidas à aplicação de agente adesivo, um ativador de superfície a base
de metacrilato ou um silano. O reparo foi, então, realizado com a adição da mesma resina
composta. Quinze minutos após a polimerização, os espécimes foram testados quanto à
resistência à tração e ao cisalhamento em máquina de ensaios universal Instron. Os resultados
indicaram, de uma maneira geral, em ambos os casos, valores de resistência maiores quando
os espécimes foram jateados com óxido de alumínio, independente do sistema adesivo
empregado. Os espécimes tratados com ácido hidrofluorídrico associado à silanização ou
somente adesivo produziram valores de resistência semelhantes aos jateados. A única exceção
foi atribuída à associação do ácido fosfórico ao silano que resultou em resistência
significativamente maior nos testes de cisalhamento, mas, resistência semelhante aos
melhores grupos nos testes de tração. Baseado nos resultados encontrados neste trabalho,
pode-se concluir que o fator mais significante na contribuição à resistência adesiva de reparos
em resinas compostas seria o embricamento mecânico.
Lewis et al., em 1998, estudaram a resistência de adesão de reparo imediato de resinas
30
material restaurador. Relatou ainda, que uma restauração que acabou de ser feita pode ter
mais do que 50% do grupo metacrilato não-reagido e que, com o passar do tempo, à medida
que o compósito envelhece, menos grupos metacrilatos permanecem e aumenta a quantidade
de ligação cruzada.
Adabo (2000), estudou o conteúdo de partículas inorgânicas, contração de
polimerização e resistência à flexão de materiais restauradores estéticos diretos indicados para
dentes posteriores, sendo estes: Alert, Ariston, Solitaire, Definite, Filtek P60, Z-100 e Tetric
Ceram. A contração de polimerização foi medida nos materiais inseridos em um anel plástico,
e o registro das alterações, durante a polimerização, foi feito por meio de instrumento
eletrônico de medida linear, que registra as alterações dimensionais, com sensibilidade de
1mm. A resistência à flexão foi medida na máquina de ensaios mecânicos MTS 810 e a
confecção dos corpos-de-prova e dos dispositivos para o ensaio foram orientadas pela norma
ISO no 4049:1988. A determinação do conteúdo de partículas inorgânicas por massa foi feita
através da pesagem de uma porção de resina composta polimerizada antes e após a eliminação
da fase orgânica em forno, à temperatura de 7000C. Foi determinado o volume da resina
composta polimerizada, antes e após a eliminação da fase orgânica, pela diferença da massa
do material pesado ao ar e imerso em água. Com base nos resultados obtidos foi possível
concluir que: as resinas compostas Alert e Z-100 apresentaram os mais elevados valores
médios de conteúdo de partículas inorgânicas por volume; as resinas Z-100 e Alert mostraram
as maiores médias de conteúdo de partículas inorgânicas por massa; o material que apresentou
a menor contração de polimerização foi o compósito Alert.
Franco, Pazim e Francischone, em 2000, avaliaram in vitro a compatibilidade entre as
resinas compostas Herculite XR, Z100, APH e os diferentes adesivos XR-Bond, Scotchbond
MP e PUB 3, utilizando resinas e adesivos de marcas comerciais diferentes. Utilizou-se um
dispositivo constituído de base e matriz, as quais, quando justapostas, apresentavam uma
cavidade em forma de halter que recebeu a resina composta. Inicialmente, foram
confeccionados 45 meio-espécimes de cada resina. Após uma semana, armazenados em água
destilada a 37ºC, os meio-espécimes foram reposicionados na matriz para confecção da
segunda metade e divididos em grupos de modo a combinar cada resina com cada um dos três
adesivos. Armazenaram-se os espécimes em água destilada a 37ºC por 7 dias e procedeu-se ao
teste de tração na máquina de ensaio Kratos. Concluíram que: de forma geral, as interações
entre as resinas e os adesivos testados mostraram-se compatíveis; a combinação APH/XR-
Bond apresentou a maior discrepância, pois a resistência à tração foi estatisticamente inferior
à associação original proposta pelo fabricante; as demais combinações entre os adesivos e as
33
inserção da resina APH (Dentsply) numa área de 2,0mm de diâmetro e 5,0mm de altura, em
forma de um cone. A inserção foi realizada em 3 incrementos, onde cada um foi
fotopolimerizado por 40s com o fotopolimerizador Optilight II (Gnatus). Assim sendo, os
corpos-de-prova foram armazenados em água, a 37ºC por 24h e então termociclados (500
ciclos a 5ºC e 55oC) e com banhos de imersão de 15s cada (Máquina Ética). Os ensaios de
cisalhamento foram realizados em máquina de teste universal EMIC DL2000, com velocidade
de 0,5mm/minuto, conectado à uma célula de carga de 50Kgf. Os resultados foram avaliados
estatisticamente com ANOVA e teste de Tukey com significância de 95%. Concluíram que
houve diferença estatística na resistência ao cisalhamento entre os sistemas adesivos testados,
com maiores valores atribuídos ao Prime&Bond NT e sem diferença estatística entre os
sistemas Prime&Bond 2.1 e Prompt.
Chain et al., em 2001, avaliaram a resistência adesiva à dentina, in vitro, de quatro
sistemas adesivos, Optibond Solo (Kerr); Syntac Sprint (Vivadent); Solid Bond (Kulzer) e
Prime&Bond (Dentsply), o padrão de fratura e a interface dentina-adesivo através da
microscopia eletrônica de varredura. Quarenta molares permanentes humanos, armazenados
em soro fisiológico por no máximo 3 meses após sua extração foram divididos em 4 grupos.
A superfície oclusal foi desgastada com lixa de granulação 60 sob refrigeração, até alcançar a
superfície dentinária plana, as raízes removidas e a coroa fixada em um cilindro metálico com
resina acrílica. Imediatamente antes da realização dos testes, os corpos-de-prova foram
desgastados sob refrigeração com lixas de granulação 180, 320 e 600 em politriz, formando
um esfregaço dentinário. Para demarcação e padronização da área de união foi utilizada uma
fita adesiva com um orifício circular de 3,0mm aplicada na superfície dos corpos-de-prova,
onde procedeu ao condicionamento ácido por 15s, lavando-se e deixando a superfície úmida.
Os adesivos foram então aplicados segundo orientação do fabricante e fotopolimerizados com
o parelho Optilux 401 (Demetron) e com intensidade de luz de 550mW/cm2. Sobre esta área
de 3,0mm foi posicionado um cilindro de teflon com diâmetro de 3,5mm e profundidade de
5,0mm, alinhado de maneira que o orifício feito pela fita sobre a dentina ficasse visível. O
cilindro foi preenchido com 3 camadas de resina composta e cada uma fotopolimerizada por
40s. Passados 15min os cilindros de teflon foram removidos e os espécimes foram
armazenados em água a 370C por 24h. Para o ensaio de cisalhamento foi utilizada máquina de
ensaios EMIC com velocidade de 0,5mm/min. Os valores foram expressos em Mpa e
analisados por testes ANOVA e Student Newman-Keuls. As fraturas foram analisadas com o
auxilio de uma lupa estereoscópica. Para a análise no MEV, os espécimes foram dissolvidos
em imersões alternadas de ácido hipoclorídrico a 10% e hipoclorito de sódio a 5% para expor
35
diminui a viscosidade dos monômeros de alto peso molecular. Ressaltaram ainda, a utilização
de monômeros menos viscosos como o Bis-EMA (bisfenol A polietileno glicol diéter
dimetacrilato), que estão substituindo o TEGDMA. Para estes autores, a matriz resinosa,
juntamente com as partículas de carga, é o principal objeto de investigação dos fabricantes,
pois são os principais ingredientes para a fórmula ideal.
Garcia et al., em 2002, objetivaram neste trabalho informar e comentar as diversas
modalidades científicas de avaliação da adesão entre dois substratos. “Os testes mecânicos
laboratoriais se fundamentam na aplicação de forças de deslocamento, na tentativa de simular
os mesmos esforços sofridos pela restauração durante sua função no meio bucal. As forças e
tensões exercidas sobre os dentes e restaurações, na clínica são, entretanto, de natureza
complexa, portanto, nenhum teste simula adequadamente as forças intrabucais”. Assim sendo,
os autores comentaram sobre os vários testes mecânicos que estão disponíveis, destacando
aqueles que se baseiam na aplicação de força para deslocamento de substratos, diretamente na
interface ou à distância desta. Comentaram a respeito dos testes de tração, microtração,
tenacidade de fratura, microcisalhamento e cisalhamento. A respeito do teste de cisalhamento,
os autores relataram ser um dos mais simples e mais amplamente utilizado. Neste teste, a
união seria rompida por uma força aplicada paralelamente à interface adesiva, por meio de
uma ponta acoplada a uma máquina de ensaio universal. Assim, pela divisão da força
aplicada, mais próxima possível da interface adesiva, pela área adesiva total obter-se-á a
resistência de união induzida pela tensão de cisalhamento. A ISO TR 11405 recomenda o
dispositivo proposto por Noguchi (1982), que consiste de uma base sólida para a fixação do
espécime e uma barra deslizante adaptada nessa base para o carregamento da carga. Uma
crítica relacionada a este teste é que o mesmo induz a união a falhar em um plano
determinado e não pelas próprias características da interface adesiva e que em um
levantamento de 50 trabalhos publicados, Al-Salehi (1997) verificaram que 80% empregaram
os ensaios de cisalhamento, nas suas diversas formas, para a avaliação da resistência adesiva.
Por último, comentaram sobre a análise da distribuição de tensões na interface e a fratografia,
que são análises das superfícies fraturadas, usando como exemplo a microscopia eletrônica de
varredura que ajuda a avaliar criticamente a eficácia do método empregado para o teste e as
conclusões obtidas.
Neves et al., em 2002, avaliou a correlação entre grau de conversão e microdureza em
resinas compostas, e o efeito do conteúdo de partículas e do tipo de unidade fotoativadora
sobre esses parâmetros. Três resinas compostas (Artglass®, Solidex® e Zeta LC®) foram
polimerizadas em três diferentes unidades laboratoriais (UniXS® por 270s; Solidilite® e
37
unidade Experimental, ambas por 240s). Para cada material, quinze corpos-de-prova foram
confeccionados em uma matriz metálica, sendo o material inserido na matriz, sobre uma
lâmina de vidro; uma segunda lâmina foi posicionada sobre o material, sobre a qual foi
aplicada uma carga de 0,5kgf durante 30s, permitindo uma acomodação do material. A
utilização das lâminas de vidro teve como objetivos produzir uma superfície plana, e prevenir
a formação da camada de dispersão. Os corpos-de-prova foram submetidos à análise do grau
de conversão, através de espectroscopia de infravermelho (FTIR, Perkin Elmer 1760X, Nor
walk, EUA), utilizando o método da Reflexão Total Atenuada (ATR) e da microdureza
(Microhardness Tester FM, Future Tech Corp., Tóquio, Japão), utilizando uma ponta Vickers,
com carga de 0,2kgf, aplicada durante 15s. O conteúdo de partículas inorgânicas foi
determinado por análise termogravimétrica (TGA). O comportamento conjunto das variáveis,
grau de conversão e microdureza, foi medido através do coeficiente de correlação de Pearson.
Para a resina Artglass®, o grau de conversão variou de 37,5% a 79,2%, com valores de
microdureza de 32,4 a 50,3 (r = 0,904). Para a resina Solidex®, o grau de conversão variou de
41,2% a 60,4%, com valores de microdureza de 33,3 a 44,1 (r=0,707). Para a resina Zeta
LC®, os valores de conversão e microdureza foram, respectivamente, de 62,0% a 78,0% e de
22,6 a 33,6 (r=0,710). Concluiu-se que o uso das diferentes unidades resultou em variações
dos valores de conversão em função das características específicas de cada unidade. Para cada
material, uma forte correlação entre conversão e microdureza foi observada. Além disso,
quando materiais diferentes foram comparados, observou-se que o conteúdo de partículas
inorgânicas afetou diretamente os valores de microdureza, não interferindo no grau de
conversão.
Frankenberger et al, em 2003, avaliaram in vitro, diferentes formas de pré-tratamento
de superfície para reparo em restaurações de resina classe II, envelhecida e o fenômeno de
fadiga do material restaurador. Em quarenta e oito dentes terceiros molares humanos livres de
cárie, armazenados em solução de timol a 0,1%, em temperatura ambiente por menos de
quatro semanas desde sua extração, foram preparadas cavidades classe II com dimensões de
4,0mm no sentido VL, 2,0mm de profundidade axial e com o término gengival 2,0mm aquém
da junção amelocementária (em esmalte). As cavidades foram restauradas com Tetric Ceram
(Vivadent), seguindo a técnica de condicionamento total e com auxílio de sistema adesivo
Syntac Classic (Vivadent). Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37˚C
por 365 dias. Foram repreparadas cavidades (caixa , caixa com asperização e caixa com
asperização e retenção oclusal), no limite das restaurações prévias, medindo 3X2mm, sem
expor esmalte e dentina, novamente restaurados e armazenados em água por 21 dias, quando
38
foi realizada impressão com Provil Novo e levada para avaliação em microscópio eletrônico
de varredura. Antes porém, os corpos-de-prova foram submetidos a cargas mecânicas e
termociclagem. A integridade marginal entre a resina envelhecida e a nova foi avaliada
através de MEV com ampliação de 200x. Concluíram que reparos nos preparos tipo caixas
exibiram melhor resistência à fadiga que os preparos com retenção adicional, independente da
presença de asperização (p<0,05). A interposição de uma resina flow mostrou tendência de
melhor qualidade marginal porém, os resultados não foram estatisticamente significantes.
Calheiros, em 2003, verificaram a relação entre tensão de contração e grau de
conversão nas resinas compostas híbridas Z-250 e Tetric Ceram e as de micropartículas A110
e Heliomolar. Para os testes de tensão de contração foram utilizados bastões de vidro de
silicato de boro, com 5mm de diâmetro e 5cm de altura. Os bastões foram acoplados na
máquina de ensaios mecânicos Instron (modelo 5565, Canton, MA - USA). As resinas
compostas foram aplicadas às superfícies planas do vidro, as quais passaram por jateamento
com óxido de alumínio (250µm), aplicação do silano (Dentsply) e aplicação do adesivo
(Scotchbond, 3M-ESPE, USA). A distância entre as superfícies dos vidros foi ajustada em
2mm (fator C=1,25). O grau de conversão foi determinado por espectroscopia no
infravermelho utilizando-se as razões entre as bandas correspondentes às duplas ligações
carbônicas alifáticas (1640cm-1) e aromáticas (1610-1). Para os dois testes e para cada
compósito, foram feitos 5 grupos variando-se o tempo de irradiação, a fim de se obter
diferentes níveis de densidade de energia. A análise dos dados foi feita através de ANOVA de
fator duplo e teste de Tukey (α=0,05). Concluíram que o grau de conversão foi influenciado
pelo compósito e pela densidade de energia. Existiria uma relação, não-linear, entre a tensão
de contração e o grau de conversão das resinas compostas, concluindo que densidade de
energia elevada não necessariamente contribuiria para um aumento significante no grau de
conversão, mas poderiam acentuar o desenvolvimento de tensões de contração.
Reis desenvolveu um trabalho, em 2003, onde avaliou a alteração de cor de três
diferentes compósitos utilizados para restauração dental antes e após serem submetidos a um
processo de envelhecimento artificial acelerado. Foram obtidos 54 corpos-de-prova (12 para
cada resina) com diâmetro de 15mm e 2mm de altura. Após o polimento foram submetidos à
leitura da cor através de colorímetro espectrofométrico e levadas para o equipamento que
promovia envelhecimento, após 382h, que corresponde a 10 anos de envelhecimento, era
realizada nova leitura da cor. Foi analisada a diferença de cor entre as resinas de matizes C2 e
B2 antes e após o envelhecimento. Após o envelhecimento as resinas não apresentaram
diferença de cor estatisticamente significante, B2 antes apresentou diferença entre P60 B2 e
39
Quatro amostras da resina Vita Zeta LC® (Vita) foram polimerizadas pelo tempo e
temperatura recomendados pelo fabricante a partir de uma matriz de teflon e divididos em
quatro grupos: condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 5min, lavado em seguida;
condicionamento com ácido fluorídrico a 10% por 5min, lavado em seguida; jateamento com
óxido de alumínio, 50µm a uma distância de 10,0mm da superfície da resina e um grupo
controle, o qual não recebeu tratamento superficial. Para a caracterização microestrutural, as
superfícies dos corpos-de-prova foram metalizadas com uma camada de ouro e analisadas por
MEV para posterior comparação entre os grupos. Concluíram que o jateamento com Al2O3,
mostrou um padrão de retenção intermediário e com maior uniformidade, mostrando-se mais
adequado como método de tratamento superficial previamente à técnica de cimentação
resinosa.
Mitra, Wu e Holmes, em 2003, descreveram o desenvolvimento de uma nova resina
composta de nanopartículas, Filtek Supreme (3M), standart e translucent, avaliando suas
propriedades e comparando-as a resinas compostas híbridas, microhíbridas e
microparticuladas. Os autores desenvolveram nanoaglomerados e nanopartículas a partir de
partículas de zircônia-sílica e sílica respectivamente. As partículas foram previamente
silanizadas e combinadas na mesma matriz orgânica usada na resina Filtek Z-250 (3M ESPE).
Os ensaios de resistência à compressão e à tensão diametral foram realizados na Máquina de
Ensaios Instron 4505. O ensaio de resistência ao desgaste seguiu as normas da Academisch
Centrum Trandheelkunde Amsterdam. Avaliaram e compararam ainda, a resistência flexural,
a resistência à fratura, retenção do polimento e morfologia da superfície após abrasão por
escova dental. Por fim, examinaram a superfície das resinas através de microscópio eletrônico
de transmissão (JEOL 200CX). Para o tratamento estatístico dos resultados, utilizou-se análise
de variância e análise combinada de Tukey-Kramer, com intervalo de confiança de 95%. A
resistência à compressão e diametral e à fratura dos nanocompósitos foram equivalentes ou
maiores do que as resinas compostas testadas. Para o ensaio de desgaste, os nanocompósitos
foram estatisticamente melhores que todas as outras resinas. Os nanocompósitos, no ensaio de
retenção de polimento, após períodos extensos de escovação, mostraram-se melhores que as
resinas híbridas e microhíbridas e equivalentes às resinas microparticuladas. Concluíram que
os nanocompósitos mostraram melhor translucidez, excelente polimento e retenção de
polimento similar às microparticuladas, enquanto mantinham propriedades físicas e
resistência ao desgaste equivalente às resinas híbridas.
Truffier-Boutry et al., em 2003, avaliaram a resistência adesiva entre camadas de
resina composta Z100, através de ensaio mecânico de cisalhamento, sob diversas condições:
41
com ou sem camada de inibição por oxigênio e contaminadas por saliva e água. Avaliaram
também o grau de conversão após polimerização através de espectrofotometria Raman. Para
confecção dos corpos-de-prova utilizaram uma matriz específica. A primeira parte foi
confeccionada de acordo com as condições pré-estabelecidas e sobre ela, confeccionada a
segunda porção. Os corpos-de-prova foram submetidos a ensaio mecânico de cisalhamento
através de máquina Instron 5566, com velocidade de 0,75mm/min. Os resultados foram
analisados estatisticamente através de ANOVA e teste de Scheffe, com nível de confiança de
95% e mostraram que o grupo 1, com camada inibida por oxigênio e sem contaminação
alcançou valores de 44,9 (10,1) MPa; o grupo 2 com camada inibida e contaminação com
água deionizada mostrou valores de 25,5 (13,9) MPa; o grupo 3, com camada inibida e
contaminação com saliva, 17,0 (8,7) MPa e o grupo 4, sem camada inibida e sem
contaminação, 21,6 (9,1) MPa. Concluíram que uma ótima resistência adesiva ao
cisalhamento era observada quando a camada inibida por oxigênio era preservada entre
sucessivas camadas de resina, recomendando que, clinicamente, a contaminação por saliva ou
água deveria ser evitada tanto quanto possível. Concluíram ainda que, a caracterização por
espectrofotometria Raman, não se mostrou eficiente como método para avaliação superficial
da resina sob as condições previstas neste trabalho.
O livro de Materiais Dentários Restauradores de Craig e Powers (2004), descreve a
resina composta como sendo constituída de 4 componentes principais: matriz de polímero
orgânico, carga de partículas inorgânicas, agente de união e sistema iniciador-acelerador. A
matriz de polímero orgânico, na maioria dos compósitos, é um oligômero diacrilato uretano
ou aromático. Os oligômeros são líquidos viscosos, cuja viscosidade é reduzida para um nível
clínico útil por meio da adição de um monômero diluente. As partículas inorgânicas dispersas
podem consistir de vários materiais inorgânicos, tais como vidro ou quartzo (partículas finas)
ou sílica coloidal (partículas microfinas). O agente de união, um organossilano (silano), é
aplicado pelo fabricante às partículas inorgânicas, antes de serem misturadas com o oligômero
não reagido. Os silanos são chamados de agente de união, porque forma uma ligação entre as
fases orgânica e inorgânica do compósito. Os compósitos são formulados para conter
acelerador e iniciadores que permitem a autoativação, a fotoativação e a dupla ativação. Os
dois oligômeros mais comuns que têm sido utilizados nos compósitos dentários são os
dimetacrilatos Bis-GMA e o UDMA. A viscosidade dos oligômeros, principalmente a do Bis-
GMA, é tão alta que se devem adicionar diluentes para atingir uma consistência clínica,
quando misturados com as partículas de carga. Os compostos de baixo peso molecular,
geralmente o TEGDMA são adicionados pelo fabricante para reduzir e controlar a viscosidade
42
dos compósitos.
Costa, 2005, desenvolveu um trabalho que teve como objetivo caracterizar físico-
química e microestruturalmente, através de microscopia eletrônica de varredura,
espectrometria por dispersão de energia e por dispersão de comprimento de onda e
espectroscopia no infravermelho, resinas compostas híbridas, micro e nanoparticuladas.
Objetivou também, avaliar a resistência adesiva entre elas, através de ensaio de cisalhamento,
avaliando através da inspeção visual, em estereomicroscópio e em microscopia eletrônica de
varredura, as superfícies das fraturas dos corpos-de-prova. Para cada microanálise
confeccionou-se uma amostra de cada material, com dimensões de 6mm de diâmetro e 2mm
de espessura, através de matriz de teflon específica para este fim. Para o ensaio mecânico de
cisalhamento confeccionou-se 10 corpos-de-prova para cada grupo, perfazendo um total de
130, compostos de duas porções de resina: a primeira, com dimensões de 6x2mm, com um
tipo de resina e a segunda, com 4X2mm, com outro tipo, de acordo com as associações,
previamente delineadas. Os ensaios foram realizados através de máquina para ensaios
mecânicos EMIC DL 2000, com célula de carga de 200Kgf e velocidade do atuador de
0,05mm/min. Aos resultados de tensão máxima em MPa foi aplicada análise de variância e
teste de tukey para p<0,05. As análises por espectroscopia no infravermelho mostraram uma
correlação verdadeira entre os grupos funcionais identificados e as estruturas químicas das
matrizes orgânicas das resinas compostas. Para associações de resinas compostas de mesma
marca comercial, híbridas à híbridas e nanoparticulada à nanoparticulada os resultados de
resistência adesiva ao ensaio mecânico de cisalhamento, foram estatisticamente semelhantes
entre si; para associações de resinas compostas híbridas à microparticulada, os resultados
mostraram os menores valores de resistência adesiva ao ensaio mecânico de cisalhamento e
estatisticamente diferentes entre si; para associações de resinas compostas híbridas à
nanoparticulada, os resultados de resistência adesiva ao ensaio mecânico de cisalhamento,
foram estatisticamente semelhantes entre si; o comportamento adesivo dos grupos estudados
sugeriu que, independentemente da composição química de suas matrizes orgânicas, as
resinas compostas podem ser associadas entre si; as inspeções, visual e ao
estereomicroscópio, mostraram prevalência de fraturas do tipo coesiva, sugerindo que a
resistência adesiva entre elas foi maior que a resistência coesiva dos materiais envolvidos no
estudo e; as superfícies das fraturas, analisadas em MEV, mostraram características de
arrancamento das porções de resina que compunham os corpos-de-prova.
Melo, 2005, avaliou a resistência de união de reparos em resina composta em função
do momento do reparo, tratamento de superfície, presença ou não do agente silano,
43
3 OBJETIVOS
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL:
4.1.1. Resinas compostas:
Foram avaliadas seis marcas comerciais de resinas compostas fotopolimerizáveis de
diferentes formulações (Filtek Z250 - 3M Co., Filtek Supreme - 3M ESPE, FILTEK - Filtek
A110-3M Co., Charisma - HAREAUS KULZER, Durafill VS - HAREAUS KULZER,
Herculite XRV - Kerr Co.), totalizando dez resinas compostas diferentes, conforme
descriminado no Quadro 1 e Figura 1.
4.2 MÉTODOS:
10 componente
A base possui um êmbolo com diâmetro externo de 6mm. O espaçador, 2mm de altura
e 6mm de diâmetro interno. O primeiro componente possui um orifício interno com 6,0mm de
diâmetro que se encaixa no embolo da base (é utilizado para confecção de uma amostra de
resina medindo 6X2mm) e o segundo componente, possui um diâmetro interno de 4mm e
altura de 2mm, que se encaixa perfeitamente sobre o primeiro (é utilizado para confecção da
segunda amostra de resina, medindo 4X2mm).
Uma vez que um dos objetivos deste trabalho é avaliar a resistência adesiva de
diferentes resinas compostas, após a seleção das mesmas, determinamos as associações entre
elas, constituindo-se os 26 grupos de estudo (G1 IME a G13 IME e G1 EAA a G13 EAA)
descritos no Quadro 3:
48
A B C
FIGURA 3 ABC: Seqüência de confecção da 1a porção do corpo-de-prova.
A B C
FIGURA 4 ABC: Seqüência de confecção da 2a porção do corpo-de-prova.
Dispositivos para
aplicação de força
Dispositivo para
fixação dos CPs
5 RESULTADOS
Aos resultados foi aplicado Análise de Variância baseado num modelo de 1 fator, com
objetivo de comparar 2 ou mais grupos independentes em relação à média da medida de
tensão máxima, em MPa, conforme a Tabela 1.
56
TABELA 2 Teste de Tukey para médias de tensão máxima em MPa quanto aos
tratamentos (IME e EAA)
Num. ordem Num. trat. Nome Num. rep. Médias Médias originais 5%
1 2 EAA 130 19,546154 19,546154 a
2 1 IME 130 14,523077 14,523077 b
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância de 5%
D.M.S. 5% 0.93713
Para o grupo G1, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G1 EAA
apresentou valor superior.
57
TABELA 4 Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de G2 do fator pares (Filtek
Z-250 UD + Durafil VS A2), em MPa.
Num. ordem Num. trat. Nome Num. rep. Médias Médias originais 5%
1 2 EAA 10 16,900000 16,900000 a
2 1 IME 10 11,300000 11,300000 b
Para o grupo G3, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G3 EAA
apresentou valor superior.
Para o grupo G4, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G4 EAA
apresentou valor superior.
Para o grupo G7, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G7 EAA
apresentou valor superior.
Para o grupo G8, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G8 EAA
apresentou valor superior.
TABELA 12 Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de G10 do fator pares
(Herculite XRV B2E+ Durafill VS A2), em MPa.
Num. ordem Num. trat. Nome Num. rep. Médias Médias originais 5%
1 2 EAA 10 15,800000 15,800000 a
2 1 IME 10 8,800000 8,800000 b
Para o grupo G10, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G10
EAA apresentou valor superior.
TABELA 13 Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de G11 do fator pares
(Herculite XRV B2E+ Filtek A110 A3E), em MPa.
Num. ordem Num. trat. Nome Num. rep. Médias Médias originais 5%
1 2 EAA 10 18,500000 18,500000 a
2 1 IME 10 12,200000 12,200000 b
Para o grupo G11, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G11
EAA apresentou valor superior.
TABELA 14 Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de G12 do fator pares
(Herculite XRV B2E+ Supreme YT), em MPa.
Num. ordem Num. trat. Nome Num. rep. Médias Médias originais 5%
1 2 EAA 10 21,000000 21,000000 a
2 1 IME 10 17,200000 17,200000 b
Para o grupo G12, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G12
EAA apresentou valor superior.
TABELA 15 Teste de Tukey para médias de tratamento dentro de G13 do fator pares
(Supreme A1E+ Supreme YT), em MPa.
Num. ordem Num. trat. Nome Num. rep. Médias Médias originais 5%
1 2 EAA 10 21,400000 21,400000 a
2 1 IME 10 15,900000 15,900000 b
60
Para o grupo G13, os resultados foram estatisticamente diferentes entre si, o G13
EAA apresentou valor superior.
Os valores de resistência adesiva das associações de resinas compostas (G1 a G13)
antes e após o envelhecimento mostrados nas Tabelas 3 a 15, revelam valores maiores após o
EAA e diferentes estatisticamente. Somente os grupos G5, G6 e G9 apresentaram valores
semelhantes estatisticamente antes e após EAA.
Para comparação dos grupos entre si, antes do envelhecimento artificial acelerado,
aplicou-se o teste de Tukey, ao nível de significância de 5% (p<0,05) tendo, portanto, 95% de
confiança de que o resultado esteja correto, conforme Tabela 16.
TABELA 16- Teste de Tukey para médias de Tensão Máxima em MPa, imediato (IME).
Médias
Num. Ordem Num. Trat. Nome Repet. Médias 5%
Originais
1 1 G1 IME 10 17,800000 17,800000 a
2 8 G8 IME 10 17,600000 17,600000 a
3 9 G9 IME 10 17,300000 17,300000 a
4 12 G12 IME 10 17,200000 17,200000 a
5 4 G4 IME 10 16,100000 16,100000 ab
6 13 G13 IME 10 15,900000 15,900000 ab
7 5 G5 IME 10 15,800000 15,800000 ab
8 3 G3 IME 10 13,300000 13,300000 abc
9 6 G6 IME 10 13,100000 13,100000 abc
10 7 G7 IME 10 12,400000 12,400000 abc
11 11 G11 IME 10 12,200000 12,200000 abc
12 2 G2 IME 10 11,300000 11,300000 bc
13 10 G10 IME 10 8,800000 8,800000 c
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância de 5%
D.M.S. 5% = 5,70265
TABELA 17 - Teste de Tukey para médias de Tensão Máxima em MPa, após EAA.
Médias
Num. Ordem Num. Trat. Nome Repet. Médias 5%
Originais
1 4 G4 EAA 10 24,800000 24,800000 a
2 1 G1 EAA 10 24,100000 24,100000 ab
3 8 G8 EAA 10 23,200000 23,200000 ab
4 13 G13 EAA 10 21,400000 21,400000 abc
5 3 G3 EAA 10 21,300000 21,300000 abc
6 12 G12 EAA 10 21,000000 21,000000 abc
7 9 G9 EAA 10 19,500000 19,500000 abc
8 5 G5 EAA 10 18,700000 18,700000 bcd
9 11 G11 EAA 10 18,500000 18,500000 bcd
10 2 G2 EAA 10 16,900000 16,900000 cd
11 10 G10 EAA 10 15,800000 15,800000 cd
12 7 G7 EAA 10 15,800000 15,800000 cd
13 6 G6 EAA 10 13,100000 13,100000 d
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância de 5%
D.M.S. 5% = 5,70265
62
Para avaliação das áreas onde ocorreu a fratura dos corpos-de-prova, imediatamente
após o ensaio mecânico de cisalhamento, realizou-se inspeção visual a olho nu e através de
estereomicroscópio binocular, modelo Q724S-1, marca Quimis, com ampliação de 20x, por
dois operadores previamente calibrados, observando-se fratura do tipo coesiva, envolvendo as
duas porções de resina, em todos os corpos-de-prova. A Tabela 3 mostra a porcentagem de
ocorrência de três possíveis tipos de fratura, adesiva, coesiva e mista (COSTA, 2005,
TRUFFIER-BOUTRY, 2003):
63
A B C
FIGURA 12 ABC – Fratura, através de inspeção visual (AB) e ao estereomicroscópio (C).
64
6 DISCUSSÃO
poderiam explicar as menores médias encontradas nestes grupos (COSTA, 2005). A maior
média encontrada entre as associações foi para o grupo G4, onde a resina Supreme YT
(nanoparticulada) faz parte da associação. Esta elevada resistência pode ser explicada pelo
fato desta resina apresentar partículas de carga de tamanho de ordem nanométrica,
constituídas somente de um tipo de fase inorgânica (SiO2). Estes parâmetros contribuem para
uma melhor distribuição de forças interfaciais entre as fases contínua (orgânica) e particulada
(inorgânica) e, desta forma, conferir propriedades físicas e mecânicas adequadas a esses
materiais (COSTA, 2005; CRAIG, POWERS, 2004; KALLIO, LASTUMAKI e VALLITTU,
2001). Isto é confirmado quando se verifica que outros 2 grupos (G8, G12), onde a resina
Supreme YT faz parte da associação, apresentaram médias estatisticamente semelhantes ao
G4. Embora a associação 13 seja constituída por um par de resinas nanoparticuladas, de
mesmo fabricante e mesma composição de matriz orgânica, as composições e microestruturas
das fases inorgânicas revelam diferenças significativas (COSTA, 2005). Este fato pode ter
contribuído para um valor de tensão de cisalhamento mais baixo que o esperado.
As fraturas ocorridas após ensaio mecânico de cisalhamento foram inspecionadas,
visualmente, a olho nu e ao estereomicroscópio, mostraram prevalência de fraturas do tipo
coesiva, sugerindo que a resistência adesiva entre elas foi maior que a resistência coesiva dos
materiais envolvidos no estudo, resultado concordante com Truffier-Boutry et al. (2003),
porém discordante de Boyer, Chan, Torney (1978), que relataram, em seu trabalho, que a
resistência adesiva entre resinas, quando a primeira camada era recoberta com matriz plástica,
correspondia a 84 a 95% da sua resistência coesiva, apesar de terem utilizado metodologias
distintas. Já com relação a reparo de resina, Kallio, Lastumäki, Vallittu (2001), relataram que
a resistência adesiva encontrada girava em torno de 20 a 70% da resistência coesiva das
resinas estudadas. Lucena-Martín, Gonzáles-López, Mondelo (2001), também concordam que
a resistência adesiva em reparos de resina é menor que a resistência coesiva do material.
Portanto, o desenvolvimento e a seleção de materiais restauradores devem se basear
em suas diversas características, físicas, químicas, mecânicas e biológicas. Estudos in vitro
devem ser padronizados e reproduzíveis simulando resultados clínicos, porém, nenhuma
propriedade isolada pode ser utilizada para medir a qualidade dos materiais. O objetivo deste
estudo de resistência adesiva, associando-se resinas compostas de mesmos fabricantes e
composições químicas e também, de diferentes fabricantes e composições e ainda,
granulometrias distintas, foi contribuir com a comunidade científica e com o clínico,
fornecendo informações precisas acerca do assunto. A simulação do envelhecimento das
associações de resinas compostas, a partir do equipamento de Envelhecimento Artificial
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7 CONCLUSÃO
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