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Explique o principio da concentração no rito sumário

-tem-se o principio da concentração no rito sumário,pois neste temos a


inicial e em seguida a audiência de conciliação onde nesta teremos a resposta,o
saneamento,a réplica e a contestação(pedido contraposto),tudo concentrado na
própria audiência,conforme art 278 cpc,que esclarece este princípio

Em ação proposta pelo rito sumário,o réu apresenta a sua


contestação e simultaneamente a reconvenção,argüindo direito conexo ao
direito pleiteado na ação principal,fundado em direito concreto.Esta
reconvenção pode ser acatada pelo juiz

-esta reconvenção não pode ser acatada,pois não cabe reconvenção no


rito sumário e sim o pedido contraposto que é colocado ao mesmo tempo que a
contestação,ou melhor,este pedido é posto ao final da contestação.O juiz só poderia
acatar se fosse no rito ordinário,porque se o juiz acatar a reconvenção no sumário,ele
terá que suspender o processo(o que ocorre no ordinário),e isso feriria o princípio pelo
qual este foi criado,de dar celeridade ao processo e ser menos complexo.

Uma senhora autora de uma ação pelo JEC,vem a falecer na fase


recursal e única pessoa que lhe sucede por direito é seu neto de 10 anos de
idade.O juiz acata a substituição do pólo ativo por entender ser o único herdeiro
da falecida.Tal procedimento está correto.

-não,pois de acordo com a lei 9099/95 ,só podem ser partes pessoas
físicas capazes e maior de 18 anos.Incapaz não é permitido e nem com assistência de
terceiro art 8º paragrafos 1 2 c/c art 10 da lei 9099/95.

Explique a razão do condomínio poder ser parte no juizado.

-de acordo com a lei 9099/95 art 3,II combinado com art 275,II,b CPC, o
condomínio pode ser parte no juizado,este tem competência para conciliação,processo
e julgamento da causa cível que é considerada de menor complexidade.

As Causas de procedimento sumário são consideradas dúplices


por que o réu poderá formular pedido em seu favor desde que fundado nos
mesmos fatos referidos na inicial.Tal afirmação é verdadeira.

-Sim,é verdadeira,na contestação o réu poderá fazer o pedido


contraposto fundado nos mesmos fatos referidos na inicial,art 278 paragrafo 1 CPC

Qual a razão do rito sumário e o sumaríssimo serem classificados


de ações de natureza dúplice

-essência do interesse processual e do direito de ação reside no


fato de que a parte que pretende o reconhecimento de uma pretensão,
amparada pelo ordenamento jurídico e não cumprida espontaneamente, deve
propor a correspondente ação em face daquele que resiste ao cumprimento do
dever. O direito de defesa do réu será sempre simétrico ao direito de ação do
autor.

No entanto, muito embora o direito de ação e o direito de defesa são baseados


num mesmo interesse substancial, diferem-se sob o aspecto processual, vez
que o primeiro é ativo e tem o poder de fixar o thema decidendum, enquanto
que o segundo é passivo e procura apenas, como visto no tópico anterior,
resistir à pretensão contida na ação. como regra geral “o autor pede e o réu
impede”, podendo valer-se das formas previstas na lei.art 278 paragrafo 1
CPC. Nas ações dúplices, a defesa propriamente dita é que, se acolhida,
entregará automaticamente o bem da vida ao réu, sem necessidade de
pedido expresso e sem preocupação com afronta ao princípio da inércia da
jurisdição. Conclui-se que na “ação naturalmente dúplice, tal pedido, mais
do que desnecessário, seria incabível. Nas ações dúplices, conforme já afirmado,
não existe qualquer necessidade de pedido, já que a sentença de improcedência
inevitavelmente representará ao réu a obtenção do bem da vida disputado.

Em uma audiência de conciliação em ação sumária,o réu não


comparece a audiência,porem seu advogado esta presente

- no procedimento sumário, a revelia é caracterizada pelo não


comparecimento injustificado do réu à audiência, como se vê do disposto no art. 275, § 2º,
do CPC: "Deixando injustificadamente o réu de comparecer à audiência, reputar-se-ão
verdadeiros os fatos alegados na petição inicial (art. 319), salvo se o contrário resultar da
prova dos autos, proferindo o juiz, desde logo, a sentença. 277§ 3ºCPC,se a ausência
do réu for justificada e assim o fazendo representar pelo seu preposto e
advogado com procuração - As partes comparecerão pessoalmente à audiência,
podendo fazer-se representar por preposto com poderes para transigir.

Em uma audiência de conciliação no JEC, o réu comparece com


seu advogado,pois a ação era de valor superior a 20 salarios mínimos.não
havendo acordo foi designada AIJ e nesta audiência compareceu o
advogado,munido de procuração com poderes especiais para estar nesta
audiência,não comparecendo o réu.O Juiz leigo proferiu sentença que Foi
homologada pelo togado

-não, no JEC não cabe representação,assim uma vez o reu não


comparecendo em uma das audiencias ,reputarse-ao os verdadeiros os fatos
alegados na petição inicial.Caracterizando revelia.Conforme art 20 da lei 9099/95.e
a sentença será proferida pelo juiz togado nesta hipótese,conforme art 23 da lei
9099/95

Proposta ação na justiça federal do RJ,perante vara


federal,porem o valor da ação não ultrapassa 50 salarios mínimos,por tal
razão o juiz declina de sua competência de oficio para o juizado
federal,alegando incompetência absoluta.

Sim,pois quem é competente para julgar causas até 60 salarios


mininos,bem como executar as suas sentenças são os juizados especiais federais
cível,conforme art 3 da lei 10.259/01

Antonio Carlos empresta o seu veiculo,que envolve em um


acidente automobilitico.mauro,que sofreu as conseqüências do ato de
Paulo,propõe ação indenizatória contra Antonio com base na lei
9099/95.antonio ao se defender verifica da necessidade de trazer aos
autos Paulo.
-Antonio terá direito ao ressarcimento pago a Paulo,por parte de Paulo uma vez que ele foi o
autor do acidente. Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de
terceiro,
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver
ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se

causou o dano (art. 188, inciso I).

A contestação no rito sumário,deverá ser apresentada

-na AIJ

Acerca dos Jec Assinale a correta

-Como regra,deve ser decretada revelia do réu que não compare AIJ,
ainda que compareça o advogado ou que seja apresentada defesa escrita,pois a
presunção da veracidade dos fatos alegados no pedido da inicial decorre de ausência do
demandado a sessão de conciliação ou audiência de instrução

Princípios do Procedimento Sumário:

O primeiro princípio elencado por Araken de Assis é o da prevalência da palavra


combinada com meios escritos de preparação e de documentação: Em que pese a existência de
peças escritas, tais como a petição inicial e a contestação (que será reduzida a termo, ainda que feita
oralmente), os principais atos do sumário ocorrem em audiência: a resposta do réu, inclusive dotada
de contra-pedido, se for o caso, a conciliação, a coleta de provas  (exceção feita à perícia); a
conversão do rito em ordinário, os debates orais e a própria sentença ( salvo se proferida no prazo de
dez dias).

O segundo diz com “a imediação da relação entre o juiz, as partes, advogados e


testemunhas”: o sumário contempla audiência de conciliação, na qual as partes comparecem
pessoalmente (art. 277, par. 3°), ou representadas por preposto, e audiência de instrução e
julgamento, impondo aos advogados o debate oral da causa (art. 281). Conforme Araken de Assis
“tais medidas, próprias da imediação, deslocam o juiz de seu inacessível gabinete e o aproximam dos
outros personagens do processo”.

O terceiro princípio é o da identidade física do juiz e traduz-se na exigência de


que o juiz seja o mesmo do começo ao fim da causa. Contudo, de acordo com Carreira Alvim,
haverá casos em que essa identidade não poderá ser observada, como nas hipóteses de convocação,
licenciamento, afastamento por qualquer motivo, promoção ou aposentadoria do juiz, casos em que
caberá ao seu sucessor a prolação da sentença; não tendo presidido a instrução, o novo juiz poderá,
se não se sentir habilitado a sentenciar, determinar a repetição da prova já produzida (art. 132).
Também é atenuado o princípio da identidade física do juiz quando se trata de colheita de prova fora
da jurisdição da causa, quando toda a prova testemunhal poderá ser colhida por diferentes juízes,
através de carta precatória. Nessas hipóteses, diz Carreira Alvim, “a lei cedeu a imperativos de
ordem prática, pela impossibilidade de se poder conduzir todas as testemunhas à presença do juiz da
causa”.

O campo de atuação do sumário- art. 275, incisos I e II do CPC:

Contra o primeiro, se afirma, que tudo depender da regra para estabelecer o valor da
causa, que não é exaustiva, nem clara, enseja incidentes- o juiz decidirá de plano, reza o art. 277,
par. 4°, a respectiva impugnação, formulada pelo autor-, na audiência,e, porque indeterminado, se
mostra difícil aquilatar, a priori, o volume de processos, descarregado no rito, e a real complexidade
da causa. Em relação ao segundo, a crítica mais comum remarca o caráter aleatório das escolhas do
legislador.

Efetivamente, as hipóteses previstas no artigo 275 não têm nada em comum,


correspondendo, porém, à tradição dos rápidos reunidos na singela presunção de simplicidade para
resolver o litígio.

3.1 Causas em que o valor não exceda a 60 salários mínimos:

Observar-se-á o procedimento sumário, sempre que o valor da causa não exceder 60


salários mínimos, valor esse fixado pela Lei n° 10.444, de 07.05.2002.

Compete ao autor indicar, na inicial o valor da causa, de acordo com o artigo 259
do CPC. Os critérios ali postos, exceção feita aos incisos VI e VII que tratam da ação de alimentos,
de demarcação e de divisão de terras, aplicam-se ao sumário.

Para fins de incidência das normas do procedimento sumário importa o valor


atribuído à ação no momento do ajuizamento da ação. Modificações supervenientes do valor que o
inciso I do artigo 275 vincula ao salário mínimo, que é variável, nenhuma influência exercem no
processo pendente.

Controverte-se na doutrina acerca da possibilidade de o juiz, de ofício, determinar a


retificação do valor da causa. Segundo Araken de Assis pode o juiz corrigir de ofício o valor da
causa no caso de a errada estimativa do autor servir à adoção do rito sumário.

Assim: (a) Ao apreciar a inicial, portanto, caberá ao juiz abrir o prazo do art. 284, a
fim de que o autor adapte a inicial ao procedimento próprio, se, por exemplo, tiver atribuído à causa
valor superior a 60 salários mínimos e tiver sido adotado o procedimento sumário. Omitindo-se o
autor, é o caso de indeferimento da inicial, nos termos do art. 295, inciso V do CPC. Se o equívoco
no valor da causa passar despercebido, na audiência poderá o juiz mandar o autor converter a ação
ao procedimento próprio, se possível (art.277, par. 4° do CPC); (b) se ajuizada demanda pelo
procedimento sumário e, a par do valor atribuído à mesma ser inferior ao teto posto no artigo 275,
inciso I do CPC, o conteúdo econômico da demanda for notoriamente superior, cumprirá ao
Magistrado, de ofício, determinar ao autor que emende a peça inicial para corrigir o valor da causa e,
em conseqüência, adequar o procedimento, pena de indeferimento da inicial.

De referir-se, ainda, que a impugnação ao valor da causa apresentada pelo réu no


sumário pode ser feita na mesma peça da contestação, se essa for apresentada na forma escrita. Pode,
também, assim como a contestação, ser deduzida de forma oral. Em qualquer caso, será decidida em
audiência, na forma do artigo 277, par. 4° do CPC.

3.2 Sumário em razão da matéria:

3.2.1 Arrendamento rural e parceria agrícola (art. 275, II, a):

Segundo o artigo 275, inciso II, alínea a do CPC submetem-se ao procedimento


sumário as causas de arrendamento rural e parceria agrícola. Tanto o arrendamento rural quanto a
parceria agrícola são formas de exploração da propriedade rural, caracterizando ambos um contrato
de direito privado, que pode ser verbal ou escrito. Inserem-se nesse contexto os contratos de parceria
agroindustrial e extrativa. Dada a sua natureza admitem prova exclusivamente testemunhal. Ambos
os institutos estão regulados no Estatuto da Terra (Lei n° 4.504, de 30.11.64) e na Lei n° 4.947, de
06.04.66. O artigo 107 do Estatuto da Terra mandava que os litígios judiciais entre os proprietários e
arrendatários rurais obedecessem ao rito processual previsto pelo art. 685 do Código revogado (rito
sumário das medidas cautelares). Fiel a essa orientação, o legislador de 1973 atribuiu o
procedimento sumário a tais litígios, incluindo os pertinentes à parceria agrícola.

O arrendamento rural é contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à
outra, por tempo determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo,
incluindo, ou não, outros bens, benfeitorias e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida
atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista, mediante certa
retribuição ou aluguel, observados os limites percentuais da lei. Aquele que cede o imóvel rural ou o
aluga chama-se arrendador; aquele (pessoa ou conjunto familiar) que recebe ou toma imóvel por
aluguel chama-se arrendatário. Essa compreende aí, igualmente, o subarrendamento rural, que é o
contrato pelo qual o arrendatário transfere a outrem, no todo ou em parte, os direitos e obrigações de
seu contrato de arrendamento.

De acordo com Carreira Alvim “todas as causas entre arrendadores (ou arrendantes)
e arrendatários rurais que tenham por objeto ou decorram de contrato de arrendamento, devem seguir
o rito sumário”.

3.2.2 Da cobrança ao condômino (art. 275, II , b):

Só as ações cujo pedido imediato seja a condômino em débito são processadas pelo
rito sumário. Fica claro na redação conferida à alínea em comento que a ação de prestação de contas,
movida pelo condomínio contra o antigo síndico, mesmo que, na segunda fase, resulte em saldo
favorável, ou ação anulatória de assembléia geral, refogem ao dispositivo. Também não trata o
dispositivo de créditos outros devidos por qualidade diversa, como, por exemplo, o que decorre da
ação de reparação de dano causado pelo condômino a outro comunheiro.

Desimporta a natureza do condomínio: se legal, convencional, absoluto ou relativo:


observará o procedimento sumário a ação regressiva do condômino que pagou dívida contraída em
benefício da comunhão, contra os demais condôminos, como, por exemplo, pagamento de despesas
de conservação e de administração. Se é o síndico que cobra ao condomínio tais despesas, também
cabível o rito sumário.

O objeto da demanda ser proposta pelo procedimento sumário contra o condômino


poderá abranger prêmio do seguro, o gás e a água medidos individualmente, sob forma especificada,
do condomínio.

A pretensão do condomínio contra o condômino, passível de ser deduzida pelo


procedimento sumário, não pode ser confundida com a pretensão do condômino contra o inquilino.
Conforme Calmon de Passos, se o condômino, transformado em locador, transferiu tais despesas ao
inquilino, na forma do art. 23, XII e par. 1° da Lei n° 8.245/91 e este inadimpliu tais encargos,
cabível é a execução, fundada no contrato escrito de locação. Somente se não existir contrato escrito
e o valor for compatível com o limite posto no art. 275, I, é que esta última ação observará o
procedimento sumário.

De salientar-se, também, que se a dívida do condômino perante o condomínio


estiver título executivo extrajudicial caberá ação executória.

3.2.3 Causas relativas a ressarcimento por danos em prédios urbanos ou


rústico (art. 275, inciso II, “c”):

Prédio aqui tem o sentido de imóvel. São imóveis, de acordo com o artigo 79 do
Código Civil, o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.  O dano pode ser ao
solo e a qualquer dos elementos que a ele aderem.

Não se compreendem, na hipótese, as ações relativas aos imóveis por ficção (artigo
80 do Ccivil-direitos reais sobre imóveis e as ações que os assegura e direito à sucessão aberta).
Tratando-se de ação de ressarcimento de danos, a causa de pedir é “um ato
antijurídico”, seja este ato um ilícito civil ou um ilícito penal. A antijuridicidade pode ser subjetiva
(ato ilícito propriamente dito), ou objetiva (responsabilidade sem culpa). Legitimado ativo para a
ação é o proprietário do prédio  e legitimado passivo o autor do dano.

3.2.4 Causas de ressarcimento por danos causados em acidente de via terrestre 


(art. 275, II d):

Aplica-se o procedimento sumário às causas decorrentes de veículos de via


terrestre. A propósito do tema indaga Carreira Alvim: “E o acidente provocado por barco em terra
firme, no seu trajeto para o mar ou vice-versa, ou por um ultra-leve no solo, no seu trajeto para a
cabeceira da pista ou desta para o hangar? Estaria compreendido na alínea d  do inciso II do art.
275”? O mesmo autor responde: “Se bem que nem mesmo o barco nem o ultraleve sejam
considerados veículos de via terrestre, creio que o ressarcimento do dano, nesses casos, pode ser
postulado pela via sumária. Equiparam-se, para os fins legais, os acidentes causados por veículo de
via terrestre e os causados por veículos marítimos ou aéreos, nas hipóteses retro”. Compreende-se na
alínea, ainda, dano provocado a veículo por buraco aberto pela autoridade municipal em via pública.
Já o dano ocorrido dentro do veículo, resultante de briga entre passageiros refoge à previsão legal.

Legitimado ativo para a demanda é a vítima do dano ou seus sucessores se do


acidente resultou morte; Cuidando de dano à coisa o legitimado ativo é seu proprietário. Legitimado
passivo é o causador do acidente, ou quem por ele deve responder. Ou, ainda, que é objetivamente
responsável pelo dano. Não se altera o procedimento a circunstância de a seguradora figurar como
autora, sub-rogada na ação do segurado, vítima de acidente de trânsito.

Nesta hipótese assume relevância o disposto no artigo 280, do CPC, que admite a
intervenção de terceiro, fundada em contrato de seguro. Poderá o réu, causador do acidente de
trânsito, por exemplo, denunciar à lide à seguradora.

3.2.5              Da cobrança de seguro de danos causados em acidentes de


trânsito:

O artigo 275, II, e prescreve o procedimento sumário para as ações de cobrança de


seguro relativamente aos danos causados em veículos, ressalvadas as hipóteses de processo de
execução. Esta cláusula final relaciona-se com o artigo 585, III do CPC. Segundo tal norma, o
contrato de seguro de vida e de acidentes pessoais, cobrindo morte ou incapacidade, constitui título
executivo, seja ele obrigatório ou facultativo. No entanto, o artigo 10 da Lei n° 6.194, de 19.12.74,
derrogou, parcialmente, o referido art. 585, III, preceituando o procedimento sumário nas hipóteses
de cobrança de seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores, na via
terrestre, caso resultasse  do evento, morte ou incapacidade. Mas, segundo Athos Gusmão Carneiro,
a Lei n° 9.245/95 restaurou na integralidade a previsão constante no artigo 585, III do CPC:

Os ‘seguros de vida e de acidentes pessoais de que resulte morte ou incapacidade’,


sejam obrigatórios ou facultativos, poderão ser cobrados pela ação de execução, mesmo os
decorrentes de veículos automotores de via terrestre. Já os demais  seguros por danos ‘ causados em
acidentes de veículos’, adotarão em sua cobrança, o rito sumário; assim, os seguros por danos
materiais e os seguros por danos pessoais de que não haja resultado morte ou incapacidade (ou seja,
nos casos de ferimentos e lesões não incapacitantes, e mesmo danos estéticos igualmente não
incapacitantes).

3.2.6              Cobrança de honorários de profissional liberal (art. 275, II, f ):

Ressalvado o disposto em legislação especial, a ação em que profissional liberal, ou


seja, pessoa física sem vínculo empregatício, cobre honorários de outra pessoa, se aterá ao rito
sumário. Rigorosamente, diz Araken de Assis, profissional liberal é a pessoa dotada de título
superior (advogado, arquiteto, contador, economista, engenheiro, odontólogo, enfermeiro), não
podendo ser atribuída tal condição, por exemplo, ao corretor de imóveis. Contudo, especificamente
no que se refere à cobrança de valores devidos ao corretor de imóveis, teve entendimento diverso a
4ª Turma do E. STJ:

“O corretor de imóveis pode valer-se do procedimento sumário para cobrar a sua comissão,
conforme interpretação do art. 275, II, f, do CPC, sendo irrelevante a ausência de inscrição no
CRECI, órgão controlador da classe”.

A parte final da norma ressalva as hipóteses previstas na legislação extravagante.


Nos termos do artigo 24 da Lei n° 8.906/94, o contrato escrito que estipular honorários em favor do
advogado constitui título executivo, prescindindo-se na assinatura de duas testemunhas, conforme
posição da 3ª Turma do E. STJ.

3.2.7 Outros Casos ( art. 275, II, alínea “g”):

A alínea “g” adscreve ao sumário outras causas, desde que exista previsão legal
específica. Pode-se apresentar o seguinte rol de ações às quais aplica-se o procedimento sumário:

-                ação revisional de aluguel ( art. 68 da Lei n° 8.245/91)

-                ações de acidente de trabalho (Lei n° 8213, de 24.07.91)

-                ações discriminatórias de terras devolutas ( art. 20 da Lei n° 6.383, de


07.12.76, art. 20)

-                às adjudicações compulsórias previstas no art. 16  do DL 58/37, com a


redação dada pela Lei n° 6.014/73, relativamente a imóveis não loteados.

-                Ações entre representante comercial autônomo e representado ( Lei n°


4886/65, na redação dada pela Lei 8420/92).

-                Ações decorrentes de danos pessoais por carga (Lei n° 8.374/91, art. 12)

-                Ações decorrentes de danos pessoais causados por embarcações ou por


sua carga (Lei n°  8.374, de 30.12.91).

Existem hipóteses em que a alusão a sumaríssimo em leis especiais não significa a


adoção do procedimento previsto nos arts. 276 a 281 do CPC. Em geral, assinala apenas alguma
particularidade própria da lei extravagante. No usucapião especial (art. 5° da Lei n° 9.961/81), por
exemplo, a existência da audiência de justificação descaracteriza o sumário. Igualmente, na ação
visando à correção de erros de grafia no registro civil ( art. 110, par. 4° da Lei n° 6.015/73) se
observará, ao invés do sumário, o rito da jurisdição voluntária.

Formação do Processo – Petição Inicial (art. 276)

Art. 276. Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se


requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico.

A petição inicial, peça fundamental do processo, deverá, necessariamente, observar


os artigos 282 e 283 do CPC.
Presentes os requisitos previstos no artigo 282 do CPC, tem-se, inicialmente, a
necessidade de indicação do juiz a quem é dirigida a demanda. Sendo competente a jurisdição
brasileira e a causa de procedimento sumário observa-se as regras de competência interna, previstas
nos artigos 94 a 101 do CPC.

Em seguida, deve o autor qualificar quem pede e perante quem é pedida a tutela
jurídica do Estado. Havendo litisconsortes é preciso faze-lo relativamente a todos.  Conforme
Araken de Assis “Nenhuma nota discrepante apresenta, no sumário, o regime dos pressupostos
processuais relativos às partes-personalidade processual, capacidade processual, capacidade
postulatória e capacidade para conduzir o processo (legitimidade), relativamente à disciplina
comum. Obrigatório se afigura, por exemplo, a representação por advogado e a observância do art.
39, inciso I do CPC”.

Admite-se litisconsórcio ativo, passivo ou recíproco, inexistindo, igualmente,


nenhuma particularidade relativamente à disciplina comum.

Deve estar presente, ainda, na inicial a causa de pedir que pode ser conceituada
como o fato ou o conjunto de fatos que serve para fundamentar a pretensão processual do
demandante, sendo de referir-se que eventual equívoco no nomen juris que o autor dê à demanda
(por exemplo reparação ao invés de ressarcimento na hipótese do art. 275, II, d) e na indicação do
fundamento legal, não exercem influência na causa de pedir e nem ensejam o indeferimento da
inicial, considerando a incidência do jura novit curia.

O pedido, considerando os termos do artigo 275, II do CPC, é de regra,


condenatório, devendo ser observadas as regras previstas nos arts. 286, 288, 293 e 294 do CPC.
Poderá haver cumulação de pedidos, desde que todos estejam situados no campo de atuação do
sumário. Caso algum dos pedidos formulados não se adscreva ao rito sumário, caberá a conversão
para o procedimento ordinário.

Deverá, ainda, ser indicado o valor da causa, requisito que no sumário, como visto
no item 3.1, assume grande relevância.

No que se refere aos meios de prova tem-se distinção importante relativamente ao


procedimento ordinário. No procedimento ordinário basta ao autor formular requerimento de
produção de provas, com alusão genérica aos meios que pretenda lhe sejam oportunizados,
ressalvada a prova documental, que deve ser produzida com a petição inicial.

No procedimento sumário já na petição inicial o autor deverá apresentar o rol de


testemunhas, observado o número previsto no artigo 407, parágrafo único, do CPC e, se requerer
perícia, o rol de quesitos, podendo indicar assistente técnico.

Por outro lado, parece certo afirmar que se a audiência for adiada, não haverá
impedimento para que o autor apresente rol de testemunhas não constante da inicial, desde que o réu,
cientificado da apresentação não ofereça qualquer óbice.

As testemunhas podem ser ouvidas por meio de carta precatória, com suspensão do
feito. Nesse sentido foi a conclusão de n° 21 do Simpósio de Direito Processual Civil realizado em
1975 em Curitiba. No entanto, considerando a celeridade a ser imprimida no rito sumário, entende
Araken de Assis que o juiz deve o juiz deve assinar prazo máximo de 30 dias para o cumprimento da
missiva. Findo este prazo, sendo a carta cumprida ou não, o feito retomará seu curso, podendo a
prova colhida por meio da mesma ser juntada até a prolatação da sentença.

Essencial, por outro lado, a apresentação do rol de quesitos na petição a inicial para
a realização de prova pericial, ainda que tal prova consistir apenas na inquirição do perito na
audiência.
A ausência de indicação do assistente técnico não enseja a perda do direito de
produzir a prova pericial, precluindo, apenas, a oportunidade da indicação. Comportam os quesitos,
outrossim, modificações e adições ulteriores, decorrentes dos argumentos apresentados na defesa.

Cumpre ao juiz, evidentemente, indeferir os quesitos impertinentes. Poderá, ainda, o


Magistrado, sendo o caso, determinar, de oficio, a realização de prova pericial, caso em que se
oportunizará às partes a apresentação de quesitos e a indicação de assistente técnico, na própria
audiência, se possível, ou no prazo de cinco dias

Na petição inicial do sumário, deverá haver, ainda, se for o caso, o requerimento


para o depoimento pessoal do réu. Além disso, deve dita peça ser acompanhada da prova documental
pertinente.

Poderá a parte, ainda, requerer na inicial, a realização de inspeção judicial, o que


deverá ser apreciado em momento próprio.

Por fim, alude o artigo 282 do CPC ao requerimento de citação do réu (inciso VII),
mediante um dos modos permitidos em lei. Sendo ré pessoa jurídica, o ônus do autor abrange a
indicação das pessoas que, segundo o contrato social, a representam em juízo. Em princípio, a
citação pode ser efetivada pela via postal, exceto quando for ré a pessoa jurídica de direito público.

A omissão quanto ao rol de testemunhas e apresentação de quesitos, não importa


em indeferimento da inicial, mas apenas na impossibilidade (salvo determinação judicial) de
produzir-se as provas testemunhal e pericial.

O parágrafo 1º do art 277 cpc,autoriza que a audiência de conciliação seja


presidida por um conciliador,entretanto,no rito sumario,a audiência de conciliação não é como no
juizado apenas para a tentativa de conciliação,havendo também nesta audiência momento de
resposta processual,bem como,deveria haver o saneamento do processo,ficando este momento
prejudicado quando não há a presença do juiz togado nesta audiência.além disso a presença do réu
na audiência de conciliação é obrigatória sob pena de revelia,entretanto poderá haver a
substituição pelo advogado desde que este possua poderes especiais para transigir pois caso contrário
também haverá a revelia.

Sumário

Inicial

Citação 10 dias

Audiência de conciliação – resposta(réu apresenta defesa,contestação)

-replica – facultativo,se houver alegado fato novo

-saneamento – o juiz tenta sanear o feito,se não tem vício

Juizado não trabalha com representação

Rito sumário aceita representação

Sumário

-conciliação – o réu pode estar sem advogado

-resposta – só com capacidade postulatória(advogado),se não revel.


Resposta no rito sumário

As formas de resposta no rito sumário,são a contestação(é a peça que comporta a


toda a defesa do réu. É neste instrumento que o réu deve rebater todos os argumentos do autor,
demonstrando, claramente, a impossibilidade de sucesso da demanda.),e a exceção (é um incidente
processual proposto pela parte em autos apartados.),não havendo a possibilidade de reconvenção(é
como se fosse uma nova ação, ajuizada pelo réu contra o autor, no momento de responder os termos
da petição inicial. Assim, trata-se de um pedido do réu contra o autor, dentro do mesmo
processo),dentro deste procedimento,sendo então possível o pedido contraposto(fomulado na
petição inicial desde que esteja calcado nos mesmos fatos alegados na petição inicial sendo neste
caso,uma simples conexão,ao contrário da reconvenção que além da conexão poderia reconvir com
base no argumento de defesa apresentado na contestação.

Pedido contraposto - É o pedido formulado pelo réu contra o autor, na própria


contestação, fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia. " trata-se de simples
resistência, acrescida de pretensão formulada na própria contestação."

Com o simples pedido contraposto, não se tem relação processual nova, o que se tem é a mesma
relação processual em que o juiz tem dois pedidos a apreciar: um formulado pelo autor em face do
réu e outro deduzido pelo réu em desfavor do autor.

Rito ordinário

-contestação

-reconvenção –economia processual,nova ação,facultativa,contra-ataque.conexa


com petição inicial,base nos meus argumentos de defesa.

Rito sumário – finalidade célere.pedido contraposto não tem uma nova


ação.pedido dentro da própria ação.ação pelo rito dúplice-única ação com 2 pedidos:formulado pelo
autor na contestação – outro réu contestação,requer a improcedência do pedido(não pode)

Na contestação requerer a improcedência e fazer o pedido.

Reconvenção simulataneo com a contestação

A contestação,ao contrário do rito ordinário poderá ser oral oferecid na


audiência de conciliação,sendo acompanhada do rol de testemunhas e se for necessário perícia
a indicação do assistente técnico,bem como dos quesitos de perícia.é bom lembrar,que o pedido
contraposto será formulado dentro da contestação.As demais formas de impugnações a serem
formulados no momento da resposta,como exceção e incompetência relativa,impugnação ao
valor da causa,serão apresentadas simultaneamente com a contestação devendo o juiz resolve-
las na própria audiência conforme determina o parágrafo 4º do art 277 cpc

Exceção relativa- suspende o andamento do feito – em apenso

Impugnação - não suspende o andamento do feito – em apenso

Arguir de forma na própria ata de audiência,juiz resolver a questão

O rito sumário,não aceita todas as modalidades de intervenção de


terceiros,sendo autorizado apenas a assistência(A assistência poderá ser SIMPLES ou ADESIVA
e QUALIFICADA ou LITISCONSORCIAL.
Será SIMPLES quando o terceiro não possui relação jurídica com uma das partes
originárias (o assistido);será LITISCONSORCIAL quando o terceiro tem relação jurídica com uma
das partes originárias (o assistido).)

,o recurso de terceiro prejudicado(O terceiro que não faz parte de uma relação jurídica processual
pode sofrer prejuízos com o ato decisório que pretendeu solucionar litígio apresentado ao Poder
Judiciário, mesmo não tendo atuado como parte da demanda. Havendo algum prejuízo a alguém que
não foi parte na ação, causado pelos efeitos reflexos da sentença que pretendeu pôr fim a um
processo (art. 162, §1º, CPC), temos configurado o terceiro juridicamente prejudicado).

e a denunciação de seguradora quando pertinente.Havendo a necessidade de


qualquer outra modalidade de intervenção de terceiros,terá o juiz que deferir a conversão do
rito sumário para o ordinário.

Juizado não converte rito e nem aceita nenhum tipo de intervenção de


terceiros

Além das formas de intervenção de terceiros o rito sumário não aceita


qualquer forma de ação declaratória incidental(é uma demanda formulada no curso de processo
pendente, tendo por objeto a declaração de existência ou inexistência de uma relação jurídica
prejudicial à causa originariamente instalada no processo),visando a manutenção da celeridade.

Apresentados os meios de resposta,deverá abrir vista na audiência ao autor para que


ele tome conhecimento dos documentos apresentados e se for o caso,possa manifestar a respeito do
fato novo ou preliminar argüida na peça de contestação.Esta manifestação se fará oralmente.

O art 279cpc,estabelece a utilização de taquigrafia ou esterotipia nas audiências


pelo rito sumário.

Terminada a instrução,apresentados as defesas orais,caberá ao juiz prolatar a


sentença em audiência ou em gabinete.O art 281 cpc,estabelece o prazo impróprio de 10 dias para
que seja prolatada a sentença.Poderáo juiz converter as alegações finais orais em memoriais,da
mesma forma que ocorre no rito ordinário.

AIJ
Produção de atos instrutórios

É a  fase da dilação probatória, momento da colheita de provas, audiência de instrução: oitiva das
partes em depoimento pessoal ou interrogatório, oitiva de testemunhas ou dos esclarecimentos dos
expertos.
A ordem da colheita de provas na audiência deverá ser observar a seguinte ordem

Julgamento da causa

Encerrando-se a instrução, passa-se a fase de julgamento. Geralmente, depois de realizadas as


alegações finais ou apresentados os memoriais, o magistrado proferirá sentença:

• Oral: far-se-á a prolação da sentença na própria audiência, neste caso a intimação das partes se dá
na própria audiência.

• Escrita: a sentença pode ser proferida também por escrito, observado o prazo impróprio de 10 dias
para a prolação.
A audiência será documentada nos autos mediante termo lavrado pelo escrivão, contendo em resumo
o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, proferidos em requerimento das
partes ou em incidentes, e a sentença, se desde logo prolatada.

Sentença – na própria audiência

Juizado especial

Trata-se de um procedimento especial,que possui por finalidade a


conciliação,processamento e execução de causas de baixa complexidade,estando baseado nos
princípios relacionados no art 2º,visando um maior dinamismo processual.

PRINCÍPIOS INFORMATIVOS

PRINCÍPIO DA ORALIDADE

Quando se afirma que o processo se baseia no princípio da oralidade, quer-se dizer que ele é
predominantemente oral e que procura afastar as notórias causas de lentidão do processo
predominantemente escrito. Assim, processo inspirado no princípio ou no critério da oralidade
significa a adoção de procedimento onde a forma oral se apresenta como mandamento precípuo,
embora sem eliminação do uso dos registros da escrita, já que isto seria impossível em qualquer
procedimento da justiça, pela necessidade incontornável de documentar toda a marcha da causa em
juízo.

O processo dominado pela oralidade funda-se, em alguns princípios como o do imediatismo, o da


concentração, o da identidade física do juiz e o da irrecorribilidade das decisões interlocutórias

Simplicidade

Este princípio se confunde um pouco com o princípio da informalidade orienta, que


o processo deve ser simples, sem a complexidade exigida no procedimento comum. As causas
complexas, não se recomenda, processá-las perante os Juizados Especiais Cíveis, considerando que
as referidas causas, via de regra, exigem a realização de prova pericial, o que não é recomendado
pelo procedimento, salvo quando o reclamante já adunar à inicial a prova técnica necessária para a
comprovação de seu direito articulado na peça inaugural da ação.

Informalidade

Os atos processuais são os mais informais possíveis, e, com base nesse princípio,
admite-se a propositura da reclamação de forma oral, através de termo lavrado pelo cartório
secretário, a presidência da audiência conciliatória por um conciliador, a presidência da audiência de
instrução e julgamento por um juiz leigo, o qual proferirá sua decisão, a atribuição da capacidade
postulatória sem assistência de advogado, quando o valor da causa for igual ou inferior a 20 salários
mínimos.
Economia processual

O princípio da economia processual visa o máximo de resultados com o mínimo de


esforço ou atividade processual, aproveitando-se os atos processuais praticados.

Celeridade

A celeridade, no sentido de se realizar a prestação jurisdicional com rapidez e


presteza, sem prejuízo da segurança da decisão. A preocupação do legislador com a celeridade
processual é bastante compreensível, pois está intimamente ligada à própria razão da instituição dos
órgãos especiais, criados como alternativa à problemática realidade dos órgãos da Justiça comum,
entrevada por toda sorte de deficiências e imperfeições, que obstaculizam a boa fluência da
jurisdição.
COMPETÊNCIA E COMPOSIÇÃO DO JUIZADO ESPECIAL

A competência do Juizado Especial Civil pode ser determinada pelo valor da causa ou pela matéria
(art. 3º) e se sujeita ainda à regra geral do foro (art. 4º).

Em razão do primeiro critério, são atribuídas ao Juizado Especial Civil “as causas cujo valor não
exceda a 40 salários mínimos” (art. 3º, inc. I). a determinação do valor da causa encontra disciplina
nos arts, 258 a 260 do Código de Processo Civil, sistemática que deverá prevalecer integralmente
para os Juizados Especiais, à falta de regras próprias adotadas pela Lei n.º 9099.

Pela matéria, são de competência do Juizado Especial:

a) as causas enumeradas no art. 275, II, do Código de Processo Civil, ou seja, todas aquelas que,
ratione materiae, devem, na Justiça contenciosa comum, seguir o rito sumário (Lei n.º 9099, art. 3º,
inc. II). A maioria delas refere-se à cobrança de créditos (aluguéis, danos, rendas, honorários,
seguros, etc.).

b) as ações de despejo para uso próprio (art. 47, inc. III, da Lei n.º 8245/91), não importando o valor
do imóvel, porque não se trata de ação para reclamar crédito, mas sim coisas (Lei n.º 9099, art. 3º,
inc. III);
c) as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente a 40 vezes o salário mínimo
(Cód. Proc. Civil., arts. 926 e 932).e bens móveis

Causas excluídas do Juizado Especial em razão da matéria:

alimentar, falimentar, fiscal, e interesse da Fazenda Pública, relativas a


resíduos, estado e capacidade das pessoas

O Juizado Especial não atua em causas de natureza alimentar. Causa de natureza


alimentar é o que decorre da obrigatoriedade de prestação de alimentos, em razão de parentesco ou
afinidade. Não são causas, de natureza alimentar aquelas que objetivam indenização por ato ilícito,
sob forma idêntica à prestação de alimentos.

Também não estão sujeitas ao Juizado Especial as causas de falências e


concordatas.

O juízo de falências e concordatas, são indivisíveis e competentes, para todas as


ações e reclamações sobre interesses e negócios da massa falida, processadas na forma da Lei de
Falências. A massa falida, por outro lado, não pode ser parte no Juizado Especial. Em conseqüência,
além da própria declaração de falência, todas as causas que envolvem a massa falida ficam excluídas
do Juizado Especial.

As causas relativas a acidentes do trabalho também não podem ser julgadas no


Juizado Especial.

Causas relativas a acidentes do trabalho são todas aquelas que encontram respaldo
na Lei nº 8.213/91. O simples fato de a pessoa sofrer acidente, quando está trabalhando, não
caracteriza o acidente do trabalho, no sentido técnico-jurídico, se não ocorrer a relação de
dependência prevista na referida lei. Assim, o autônomo que, trabalhando para alguém, vier a sofrer
qualquer acidente, em decorrência de culpa de outrem (o que não é exigido para a “ação
acidentário”), pode, perfeitamente, socorrer-se do Juizado Especial, desde que respeitem os limites
determinados no art. 3º.

Diz a lei, que as causas relativas ao estado e capacidade das pessoas não serão
objeto do Juizado Especial, “ainda que de cunho patrimonial”. A lei, por ser cautelosa em demasia,
estabeleceu condição que não carecia de referência. Se a lide tem por objeto o estado ou a
capacidade, nunca terá cunho patrimonial. Estado e capacidade poderão ser questões que emergem
no processo, mas, se não constituem objeto da lide, são perfeitamente solucionáveis no Juizado
Especial. O contrato de venda de coisas móveis poderá, por exemplo, ser declarado nulo, ou anulado,
por ser o vendedor, ou o comprador, incapaz.
A capacidade pode ser de direito ou de exercício do direito. Quem tem capacidade
de direito chama-se pessoa. O atributo de gozo de direitos é a personalidade.

Há pessoas que têm capacidade de exercício de seus direitos, embora tenham


personalidade de direito chama-se pessoas. A incapacidade pode ser plena ou relativa. No primeiro
caso, o incapaz é representado; no segundo, simplesmente assistido.

As causas relativas ao estado da pessoa relacionam com o estado político, cuja


definição se limita a indagar se a pessoa é nacional ou estrangeira, com o estado familiar, ou seja, a
posição da pessoa em família, nela se incluindo as questões de paternidade, maternidade, parentesco,
adoção, casamento, divórcio, separação etc.

Diz a lei que o Juizado Especial não é também competente para as causas relativas a
“resíduos”.

Os “resíduos” nada têm que ver com a substituição fideicomissária instituída pelo
testador e que consiste na obrigação de serem transmitidos a outra pessoa a herança ou o legado, por
ocasião da morte do herdeiro ou legatário, a certo tempo, ou sob certa condição. Os bens ficam
gravados e, se o fideicomisso não caducar, permanecem inalienáveis. No legado com “resíduos”, os
bens podem ser consumidos e alienados incondicionalmente, só passando para o beneficiário da
cláusula o remanescente, a sobra.

Causas de natureza fiscal são todas aquelas que dizem respeito a dívidas
tributárias e não tributárias para com a Fazenda Pública, e causas de interesse desta as que podem
afetar diretamente o patrimônio da União, dos Estados e dos Municípios. As causas referentes a
empresas públicas, a fundações públicas e as sociedades de economia mista não afetam diretamente
os patrimônios referidos; logo, portal razão, não se excluem do Juizado, se bem que as empresas
públicas da União ficam excluídas em razão da pessoa por disposição expressa, e as sociedades de
economia mista só podem atuar como rés, já que pessoas jurídicas não podem ser autoras.

FORO COMPETENTE

A competência territorial do Juizado Especial é definida pelo art. 4º da Lei n.º 9099, e pode ser assim
esquematizada:

a) a regra geral é a da competência do foro do domicílio do réu 9 art. 4º, I);

b) a critério do autor, poderá ser a causa proposta, também, num dos seguintes foros:

I – foro do local onde o réu exerça atividades profissionais ou econômicas, ou mantenha


estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório (art. 4º, inc. I);

II _ foro do local onde a obrigação deve ser satisfeita (art. 4º, inc. II);

III – foro do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para ressarcimento do dano de
qualquer natureza ( art. 4º, inc. III).

A escolha, entre os foros especiais é livre para o autor, não havendo ordem de preferência entre eles.

ELEMENTOS QUE FORMAM A ESTRUTURA DO JUIZADO

-do art 5º ao 7º,vemos que a estrutura para a prestação jurisdicional do juizado que é
formado basicamente por 3 figuras: juiz togado, conciliador e juiz leigo.A jurisdição é
obrigatoriamente exercida pelo juiz togado,sendo ele o responsável por todo o juizado.O juiz leigo,é
na verdade um advogado com mais de 5 anos de experiência que funciona como auxiliar do juiz
togado sem,entretanto,exercer a prestação jurisdicional,e o conciliador,preferencialmente deveria ser
um bacharel em direito que exerce a função de mediador dos atos de conciliação do juizado.O juiz
togado,assim como o leigo poderá presidir a audiência de conciliação ou a AIJ,entretanto o
conciliador só poderá exercer a presidência da audiência de conciliação.O juiz leigo e o conciliador
quando advogado,não estão impedidos de exercer a advocacia,a não ser na sede do juizado.

PARTES NO JUIZADO

O pólo ativo do juizado, deverá ser as pessoas físicas maiores e capazes,não sendo aceito
representação no juizado,em relação as pessoas jurídicas ,a única autorizada legalmente são as
microempresas,entretanto existem enunciados do juizado reconhecendo a legitimidade ativa de
pessoas fictas(não tem formalidade para sua constituição),como o condomínio e o espólio,razão do
art 275,II,b CPC,poder ser aplicado no juizado em relação ao espólio quando não houver
interessados menores ou incapazes.

Esteja restrito das cobranças de cotas condominiais e obrigações resultantes de


condôminos(corrente majoritária)

Espólio(seu representante inventariante,tem personalidade criada de fato,mas independe de


registro)

POLO PASSIVO NO JUIZADO

-poderá estar no pólo passivo todos aqueles que possuem legitimação ativa, mas as pessoas
jurídicas com exceção das pessoas jurídicas de direito publico.A UNIÃO PODE NO
JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

Art 9º O juizado estabelece a faculdade da atuação de um advogado nas causas até 20


salários mínimos,transferindo para as partes o JUS POSTULANDI,entretanto,o parágrafo 2º do art
9º permite ao juiz determinar a atuação de um defensor publico ou um advogado dativo se verificar o
desequilíbrio técnico entre as partes.

JUIZADO NÃO TEM CUSTAS

O mandato do juizado especial em razão do principio da simplicidade poderá ser verbal em


relação ao advogado apud acta(É procuração dada nos próprios autos da causa pelo respectivo
escrivão, perante o juiz oficiante, ou lavrada em cartório, perante duas testemunhas. Tem caráter
judicial, não sendo válida extrajudicialmente. Equipara-se à procuração por instrumento público )

Se o réu for pessoa jurídica,obrigatoriamente terá que ser representado por um preposto que
não pode cumular a qualidade de advogado(ocorre revelia).

ATOS PROCESSUAIS NO JUIZADO

-por força do art 12 os atos processuais,do juizado poderiam ser realizados em horário
noturno,fugindo as regras do CPC.não estando sujeito a suspensão ou interrupção e originalmente
gratuitos.A sua validade,estaria vinculada ao principio da finalidade,visando a aplicação do principio
da simplicidade e da informalidade. Além disso a comunicação dos atos processuais pode ser feito
em relação a outras comarcas por qualquer meio idôneo ,facilitando a pratica desses atos.

PEDIDO ART 14

O pedido estabelecido no art 14,poderá ser escritos ou orais,sendo oral deveria ser reduzido
a escrito pela secretaria do juizado,porem, os requisitos para formulação desse pedido estão
elencados no parágrafo 1º do art 14.É bom lembrar que tanto quanto aos fatos e fundamentos terão
que ser apresentados de forma sucinta,autorizando a formulação de pedido genérico na esfera do
juizado.Podem ainda serem alternativos ou cumulativos,sempre se tendo o cuidado de que o valor do
somatório desses pedidos não ultrapassem os 40 salários mínimos.

Esse pedido, é apresentado diretamente na secretaria do juizado,onde é registrado,devendo


ser designado data para audiência de conciliação em prazo impróprio de 15 dias.O art 17 estabelece
a possibilidade do processamento do juizado independente da formulação do pedido,bastando para
tal que autor e réu compareçam ao juizado e neste caso seria imediatamente feita a audiência de
conciliação,não havendo necessidade de ser registrado o pedido.

NÃO TEM DISTRIBUIÇÃO


CITAÇÃO E INTIMAÇÃO NO JUIZADO

-Em regra geral a citação no juizado é feita através de via postal,podendo ser também ser
efetivada por oficial de justiça que não necessitará de mandado ou carta precatória,entretanto,é
essencial a cópia do pedido inicial,a indicação do dia,hora e local da audiência de conciliação e a
advertência que o não comparecimento pessoal do réu resultará em revelia.Não é aceito em juizado
qualquer modalidade de citação ficta(hora certa e edital)

Em relação a intimação(art 19),podendo além das formas previstas para a citação ser
utilizado qualquer outro meio inequívoco de comunicação processual.Entretanto,é importante
lembrar do parágrafo 2º art 19,onde vai ser considerado válida quando a parte ao tentar ser intimada
se obtiver como resposta a mudança de endereço,sem que este endereço tenha sido informado aos
autos,sendo então válida a intimação.

REVELIA NO JUIZADO

-O não comparecimento do réu na audiência de conciliação ou na AIJ,acarretará na


revelia,mesmo que esteja presente o seu advogado ou seu procurador.

AUDIENCIA DE CONCILIAÇÃO

Esta audiência normalmente é presidida pelo conciliador,porém,poderá ser presidida pelo


leigo ou togado.Se houver o acordo o mesmo será transcrito na ata de audiência,devendo os autos
irem a conclusão para homologação pelo togado.Não havendo acordo deverá ser convolado a
audiência de conciliação em AIJ,não sendo possível a convolação para o mesmo dia,poderá ser
designada uma nova data para AIJ,para prazo não superior a 15 dias da audiência de conciliação.É
possível que na audiência de conciliação as partes convencionem pela arbitragem,sendo que o
Árbitro será obrigatoriamente o juiz leigo,que deverá apresentar a sua decisão no prazo de 5 dias ao
juiz togado para que seja homologado não sendo possível qualquer recurso após a homologação.

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