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ATIVIDADES

COMPLEMENTARES
PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Nome RA TURMA
Alex Trindade Becker Cardas RA 747025-8 EP6Q06
Luciana dos Santos RA 922941-8 EP6Q06
Kelli Apareceida Monteiro RA 905911-3 EP6P06
Vera Neres Teixeira RA 961233-5 EP6P06

Responsável: Paulo Sérgio

Sumário
PRODUÇÃO MAIS LIMPA: O GUARDA-CHUVA PARA
GLOBALIZAÇÃO AMBIENTAL

Abstrato:

O rápido crescimento populacional, juntamente com a pobreza, está firmemente


ligado à degradação ambiental.

As atividades econômicas, reforçadas pela globalização e tendências atuais dos


padrões de consumo ameaçam a disponibilidade de recursos em um futuro próximo.
Sob tais condições, os avanços tecnológicos têm um grande potencial para reverter
as mudanças ambientais negativas.
A idéia de uma produção mais limpa no papel de um fator de controle é
multifacetada, tanto do ponto de vista econômico e nas vantagens inerentes à
proteção do ambiente.

O desenvolvimento tecnológico tem sido feito em face de grandes desafios


ambientais, que se esforçam para mudar a estrutura da economia para um ambiente
mais amigável, promovendo a difusão de tecnologias mais eficientes e limpas, e
fornecendo informações para aumentar a consciência do impacto que tais mudanças
tecnológicas podem causar sobre o meio ambiente.

Existem diversos sistemas especifíficos de alternativas para a adoção e


implementação da ética da produção mais limpa, mas cada um exige um conjunto
de nível de investimento e retorno com base na análise de custo-benefício.
Com a implementação de produção mais limpa, é possível tornar o crescimento
industrial mais competitivo, bem como fazer melhorias para o ambiente.

Introdução

A globalização é uma faca de dois gumes, capaz de levar oportunidades ambientais


(por exemplo, através de um maior acesso aos mercados, a informação, o
compattilhamento de competências e tecnologias mais limpas), mas também as
ameaças ambientais, tais como aumento do consumo de recursos naturais e a
geração de resíduos.

Foi observado que a produção atual e os padrões de consumo não são sustentáveis,
e para evitar que a situação piore, o plano para a industrialização dos países
desenvolvidos devem eliminar os obstáculos à eco-eficiência como as arrogantes
preocupações econômicas, falta de competências técnicas e tecnológicas, os
interesses culturais, falta de divulgação de informação, etc.

Os problemas ambientais associados ao crescimento da produção e do consumo


estão aumentando. Ecossistemas têm testemunhado, aumentando a poluição do ar,
da água e do solo, tornando a vida insustentável, em muitas partes do mundo. Um
estudo da ILO 1996-1997 afirma que o desemprego tem aumentado devido às
baixas taxas de crescimento econômico nos países industrializados desde 1973 e da
incapacidade dos países em desenvolvimento para se recuperar da crise dos anos
1980 (Hansenne, 1997).

O final do século 20 entrará para a história mundial como um período de


empobrecimento global (Chossudovsky, 1998). Estes são indicadores que mostram
que a pobreza global e desemprego estão entretanto, em grande aumento ao lado
do crescimento populacional.

Estes desenvolvimentos inclementaram o nível de urgência para mudar padrões de


produção e consumo em um caminho sustentável. Uma maneira de conseguir isso é
para implementar uma mudança conceitual de "controle da poluição" para "produção
mais limpa" em Gestão Ambiental Industrial. De acordo com a importante mudança
end-of-pipe, cresce o incentivo a poluição zero, há uma forte necessidade de
melhorar nosso entendimento sobre a aplicação destes conceitos para alcançar uma
melhor e mais eficiente de Gestão Ambiental..

Com o fracasso da abordagem end-of-pipe de eliminar a poluição industrial e


amenizar seus impactos, o foco voltou para a produção industrial e seus processos.

Um aumento de pesquisas identificou o potencial para melhorar o consumo de


recursos, processos e equipamentos utilizados, as práticas de produção em geral e
muitas outras facetas da produção industrial. Metodologias como Auditorias
Ambientais foram desenvolvidos como ferramentas para estudar e avaliar as
relações de produção e da poluição nas indústrias. Regras internacionais de
normalização, como ISO 14000 foram induzidas pela globalização dos conceitos de
modo de que a Gestão de Integração Ambiental pode ser alcançada.

Um breve histórico
Antes do crescimento de metodologias de controle de poluição, os padrões de
produção e consumo tinha o formato mostrado na fig. 1 abaixo.

Conforme mostrado na Figura 1, não existem procedimentos que levam em


consideração a redução ou o tratamento dos resíduos gerados. Isso levou ao
aumento da produção de resíduos, a crescente poluição e degradação ambiental,
problemas de escoamento e, finalmente, os perigos de saúde associados sobre a
população. Estes não ocorreram somente devido as capacidades de produção,
aumentaram pelas necessidades crescentes, mas também devido aos projetos de
execução com níveis abaixo do ideal.

Com a descoberta dos impactos ambientais negativos deste sistema “openloop” veio
o nascimento da "Prevenção da Poluição". O conceito de prevenção da poluição
introduziu uma nova dimensão nas práticas de gestão de resíduos. Ao contrário do
método tradicional de geração de resíduos, este conceito trouxe os elementos da
hierarquia da prevenção da poluição, ou seja, fonte de redução, reutilização,
tratamento e disposição, como mostrado na figura. 2 (IISD, 1997).
A fim de tornar a gestão de resíduos mais sustentável, foi movida para cima nesta
hierarquia (Redução, Reciclagem, tratamento) para uma nova hierarquia, sem
instalações de eliminação próximos de zero poluição, denominado Produção Mais
Limpa - Hierarquia de Zero Poluição (CPHZP ) (Haggar-El, 2000).

O conceito de ecologia industrial é apenas uma versão do sistema acima.


Há verificações sobre os processos com o objetivo de otimizar seus parâmetros
operacionais. Estes parâmetros são dependentes do sistema e dependem do padrão
de produção praticado. A indústria deve ser tomada como um ecossistema com a
idéia de minimizar ou eliminar completamente a produção de resíduos.

O QUE É A PRODUÇÃO MAIS LIMPA?

A Organização United Nations Environment Programme (UNEP, 1989) define como


Produção Mais Limpa:

“A aplicação contínua de uma estratégia de prevenção ambiental integrada aos


processos e produtos para reduzir os riscos para os seres humanos e o meio
ambiente.”

Ao considerar os processos de produção, “Produção mais Limpa” inclue a


conservação de matérias-primas e energia, eliminação de matérias-primas tóxicas e
redução da quantidade e toxicidade de todas as emissões e resíduos, antes de sair
de um processo para outro. Para os serviços, incide sobre a integração de
preocupações ambientais na concepção e prestação de serviços. Em outras
palavras, defende a adoção de tecnologias limpas como alternativa ao end-of-pipe.

O uso de tecnologias limpas na produção minimiza o desperdício por meio de


atualizações e melhorias de processo, reduzindo assim a dependência sobre o
equipamento de controle de poluição. Ela consiste na substituição de processos de
produção ineficientes e altamente poluentes, com processos ambientalmente
saudáveis e conservação de matérias-primas na produção, para minimizar a
geração de resíduos (HKPC, 2002).

Produção mais Limpa é tanto sobre as atitudes, abordagens quanto gestão, pois é
sobre tecnologia. Cada funcionário da organização, incluindo a alta gestão, podem
afetar potencialmente o meio ambiente e devem estar comprometidos em ajudar a
minimizar o impacto ambiental. O foco é a prevenção ou redução dos impactos
ambientais ao invés de tratar os resíduos e reparação dos danos ambientais após o
evento.
A Produção Mais Limpa, com seus elementos essenciais (ver Figura a seguir) adota
uma abordagem preventiva, em resposta à responsabilidade financeira adicional
trazida pelos custos de controle da poluição e dos tratamentos de final de tubo.

A Produção Mais Limpa, relativamente ao desenho dos produtos, busca direcionar o


design para a redução dos impactos negativos do ciclo de vida, desde a extração da
matéria-prima até a disposição final. Em relação aos processos de produção,
direciona para a economia de matéria-prima e energia, a eliminação do uso de
materiais tóxicos e a redução nas quantidades e toxicidade dos resíduos e
emissões. Em relação aos serviços, direciona seu foco para incorporar as questões
ambientais dentro da estrutura e entrega de serviços.

O aspecto mais importante da Produção Mais Limpa é que a mesma requer não
somente a melhoria tecnológica, mas a aplicação de know-how e a mudança de
atitudes. Esses três fatores reunidos é que fazem o diferencial em relação às outras
técnicas ligadas a processos de produção.

A aplicação de know-how significa melhorar a eficiência, adotando melhores


técnicas de gestão, fazendo alterações por meio de práticas de housekeeping ou
soluções caseiras e revisando políticas e procedimentos quando necessário. Mudar
atitudes significa encontrar uma nova abordagem para o relacionamento entre a
indústria e o ambiente, pois repensando um processo industrial ou um produto, em
termos de Produção Mais Limpa, pode ocorrer a geração de melhores resultados,
sem requerer novas tecnologias. Com isso, a estratégia geral para alcançar os
objetivos é de sempre mudar as condições na fonte em vez de lutar contra os
sintomas. 

É importante afastar da mentalidade de que o cumprimento da regulamentação é


bom o suficiente, porque os regulamentos, muitas vezes ficam para trás à uma
rápida melhoria tecnológica em “Produção Mais Limpa” e, conseqüentemente, não
refletem as "melhores práticas de produção ". Produção mais Limpa deve ser vista
como um elemento integrante da aplicação das melhores práticas. Em algumas
circunstâncias, a regulamentação do governo está considerada como "requisito
mínimo" fato muito melhor do que na prática (Environment Australia, 2000).

O aumento da geração de resíduos decorre da ineficiência, mas com a continuidade


do desenvolvimento tecnológico destes resíduos pode ser convertida em um recurso
valioso comercialmente. O espaço para melhorias nos processos industriais sempre
existe, e uma abordagem evolutiva ou melhoria contínua é melhor apreciada do que
uma abordagem revolucionária, pois as pessoas se adaptam melhor às mudanças
graduais. Isto também serve como um sinal do compromisso de uma organização
para lidar com os problemas dos resíduos como parte integrante da sua estratégia
de negócios.

O National Pollution Prevention Roundtable (NPPR) dos Estados Unidos define a


Prevenção da Contaminação como “a redução ou eliminação da contaminação
desde o seu ponto de origem, em vez de no fim do tubo. Prevenção da
contaminação ocorre quando: (1) são usados de uma forma mais eficiente matérias-
primas, água, energia e outros recursos; (2) quando substâncias perigosas são
substituídas por substâncias menos perigosas; e, (3) quando se elimina o uso de
substâncias tóxicas no processo produtivo. Conclui-se, portanto, quando se reduz o
uso e a produção de substâncias perigosas e quando se melhora a eficiência de
operações, protege-se a saúde pública, fortalece-se a economia e conserva-se o
meio ambiente” (ANÔNIMOS, s/d).
A maioria dos sistemas atuais de produção são totalmente linear, mas os sistemas
de produção mais limpa são cíclicos, eles tentam imitar os processos da natureza.
Os resíduos são utilizados como matéria secundária, de modo que cada vez menos
novos materiais e menos energia e água são necessários.

Tipos de Produção Limpas (Opções)

Melhorias para as práticas de trabalho e

Housekeeping uma manutenção adequada pode


produzir benefícios significativos. Essas
opções são geralmente de baixo custo.
Consumo de recursos pode ser reduzido

Otimização de Processos pela otimização dos processos


existentes. Estas opções são
tipicamente baixos custo médio.
Os problemas ambientais podem ser

Substituição de matérias Primas evitados através da substituição de


materiais perigosos com materiais
ambientalmente mais benignas
Novas Tecnologias Adoção de novas tecnologias pode
reduzir resourceconsumption e produção
de resíduos através da eficiência
operacional melhorada. Estas opções
são muitas vezes altamente de capital
intensivo, mas os períodos de retorno
pode ser bastante curto.

Mudar a concepção dos produtos pode


resultar em benefícios em todo o ciclo de
vida do produto, incluindo o uso reduzido
de substâncias perigosas, a redução de
eliminação de resíduos, consumo

Novos designs de produtos reduzido de energia e processos de


produção mais eficientes. Novo design
do produto é uma estratégia de longo
prazo e pode exigir novos equipamentos
de produção e esforços de marketing,
mas pode trazer retornos financeiros
ser muito gratificantes.
CUSTO-BENEFÍCIO: RESULTADOS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Muitas empresas não percebem quanto dinheiro eles perdem em materiais


desperdiçados, de energia e água, ou através da manipulação, armazenamento e
eliminação de resíduos. Pequenas e grandes empresas podem poupar dinheiro
através da introdução de uma produção mais limpa.

Prevenção da Poluição, ou "P2", muda a ênfase do controle da poluição, uma vez


que foi criado para impedir a sua criação, em primeiro lugar.

A Produção Mais Limpa tem-se convertido em uma estratégia produtiva, que pode
trazer e de fato traz grandes benefícios para as organizações. Comprova-se que as
empresas, que tem implantado a P+L, por mínima que sejam as ações aplicadas,
tem obtido benefícios e, em muitas ocasiões com custos muito mais baixos, e tem
sido muito mais eficientes toda vez que, cada vez mais, são cumpridos os
parâmetros ambientais

A origem da P+L pode ser atribuída ao fabricante 3M EUA, que em 1975 instituiu um
programa chamado "Pollution Prevention Pays" ("3P"), em um esforço para eliminar
a poluição na fonte. Entre 1975 e 1999, o regime salvou 3M cerca de US $ 827
milhões e eliminou mais de 800.000 toneladas de poluentes (IISD, 1997). Os pontos
seguintes ilustram aspectos da contabilidade ambiental industrial de produção mais
limpa que fazem valer a pena.

Algumas razões para investir em Produção Mais Limpa

· A melhoria de produtos e processos;


· Sobre a poupança de matérias-primas e energia, reduzindo assim a produção
custos;
· Aumento da competitividade através da utilização de novas e melhoradas
tecnologias;
· Redução preocupações sobre a legislação ambiental;
· A responsabilidade reduzidos associados com o tratamento, armazenamento e
eliminação de resíduos perigosos;
Aumento na segurança, saúde e moral dos empregados;
· Imagem da empresa melhorou;
· Redução dos custos das soluções de fim-de-linha.

a) Conduzindo à melhoria da produção e processos.

Um bom exemplo disso é a melhoria de processos na redução de perda de calor do


óxido de chumbo na Unidade de Sagar Surgicals em Kanpur, Índia, pela modificação
da fornalha de material isolante para reduzir a perda de calor por radiação da
fornalha. Com um aquecimento adequado, foi possível obter o rendimento desejado
e a manter qualidade de óxido de chumbo (El-Haggar, 2002).

b) Economia de matérias-primas e energia, reduzindo os custos de produção.

O exemplo destacado acima também conduz à redução do consumo (e, portanto,


despesa) de combustível e energia. O tempo de processamento em lote também foi
reduzido. O estudo de caso da Companhia Edfina para conservas em Alexandria e
em centros de Kaha Egito sobre a água e a conservação de energia. Algumas das
medidas de economia energética, como o isolamento da tubulação de vapor,
purgador, vazamento e substituição de válvulas, caldeiras de melhoria da eficiência
de combustão, através da avaliação do combustível para o ar em proporção
necessária para a combustão completa e, consequentemente, o consumo mínimo de
combustível etc. Medidas de economia de água incluem o uso de agulhetas,
instalação de torre de resfriamento, etc. O resultado custo-benefício destas
modificações mostra que a empresa Edfina poupou mais de 1000 toneladas/ano de
combustível a partir de um investimento total de mais de 50000 dólares, com um
período de retorno de um ano e meio, gerando uma economia anual de
aproximadamente US $ 40.000. Montantes de economia de água foram mais de
100.000 m3 por ano a partir de um investimento de mais de US $ 25.000, com um
período de retorno de menos de um ano (SEAM Project, 1994-1999).

c) Aumento da competitividade através da utilização de tecnologias novas e


idéias de melhorias.

A melhoria nos processos que desencadeiam melhores produtos, cria um ambiente


para a concorrência positiva entre as empresas que produzem produtos similares.
Isso tende a dar uma melhoria da qualidade global destes sectores. A Companhia
Edfina em Alexandria, Egito também introduziu a Análise de Perigos e Pontos
Críticos de Controle (HACCP) para a linha de engarrafamento de bebidas de fruta.
Isso foi feito através da integração do HACCP com ISO 9000 em um sistema de
gestão. O resultado desta situação é evidente no caso de exportação de legumes
congelados e sucos de frutas para os Estados Unidos e Europa. Melhorias
ambientais incluem uma redução no consumo de água, as cargas de poluição e do
volume das descargas de efluentes.

d) Redução da necessidade de mais regulamentação ambiental

Instâncias como a redução da demanda química de oxigênio na indústria têxtil, a


redução do uso de produtos químicos na indústria de placas de circuito impresso, o
uso de adesivos à base de água ao invés de solventes voláteis, o acompanhamento
dos óxidos de Nitrogênio (NOx) e de Carbono (CO) na indústria de cimento, etc,
superou as metas de controle ambiental (El-Haggar, 2002).

e) Reduz o risco de on e off-site, armazenamento, tratamento e eliminação de


resíduos tóxicos.

Qualquer técnica que leva a uma redução no consumo de energia, em uso de


material bruto , etc reduz o desperdício e o nível de tratamento exigido para tais
resíduos antes da eliminação.

f) Melhora a segurança e a saúde dos trabalhadores

La Société de l'Tunisienne Accumulateur NOUR na Tunísia, fabrica baterias de


iluminação e ignição. Uma das recomendações da avaliação da prevenção da
poluição pela USAID enfatizou a cobertura de grandes montes de entulho, escória e
pó de manga, que apresentam grandes problemas ambientais e riscos para os
trabalhadores através de exposição ao chumbo (El-Haggar, 2002).

A implantação de P+L traz benefícios pela diminuição de resíduos, emissões e


contaminações, bem como a diminuição dos riscos para a saúde humana e o meio
ambiente, que incrementa a eficiência dos processos produtivos e a competitividade
do negócio (ROBERT, C., 2006). Observa-se paralelamente, que se promove um
positivo ambiente de trabalho através de mudanças tão simples como, por exemplo,
a instalação de ventiladores para diminuir o calor ou outras medidas para minimizar
o ruído e a poluição, que leva a redução de atestados por doenças, que leva ao
incremento da produtividade dos trabalhadores e de sua motivação laboral, bem
como leva a diminuição do estresse. A P+L contribui, portanto, de forma significativa
na diminuição dos riscos laborais, que demonstra a relação estreita entre a
Segurança do Trabalho, a Saúde do Trabalho, a Higiene do Trabalho, a Ergonomia
com a P+L.

É importante relembrar que o conteúdo essencial da Segurança do Trabalho, a


Saúde do Trabalho, a Higiene do Trabalho e a Ergonomia está em diminuir ou
eliminar os riscos laborais de forma tal, que o ambiente de trabalho seja saudável e
que evite a ocorrência de acidentes do trabalho. Por exemplo, em uma determinada
área os níveis de pressão sonora ultrapassam os limites estabelecidos em lei e pode
provocar afetações a saúde dos trabalhadores e da vizinhança e, portanto, ao meio
ambiente a empresa. Os especialistas da área, em sua grande maioria, por
orientação do setor de compras e da diretoria contábil e financeira comprariam
equipamentos de proteção individual (protetores de concha e/ou tampões) para
evitar “maiores custos” a empresa. Sabe-se que com esta atitude dos especialistas,
os níveis a que estariam expostos os trabalhadores seriam menores aos limites de
danos a saúde e o problema ficaria resolvido internamente, mas com certeza como
já relatado por vários tribunais da justiça do trabalho com muito pouco conforto para
os trabalhadores. Adicionalmente, ao desconforto do trabalhador se estaria criando
um problema de geração de resíduos sólidos pelo uso e descarte de protetores
auriculares seja, por exemplo, tampões descartáveis, que além de gerar problemas
ambientais também iriam onerar a empresa com o pagamento de ações para o
descarte deste tipo de resíduo sólido.
g) Melhora a auto-estima das pessoas, levando a uma melhor produtividade

O exemplo acima dá um sinal aos trabalhadores que a sua saúde é de grande


importância para a existência da empresa. Isto, por sua vez eleva a moral e faz com
que os trabalhadores tenham momentos confortáveis no interior das instalações da
empresa, o que leva a uma melhor produtividade.

h) Melhora a imagem pública de uma empresa.

Uma empresa que realiza uma política ambiental, incorporando a ética da produção
mais limpa é julgada responsável na sociedade. Cuidar do ambiente é uma forma
indireta de cuidar da sociedade envolvendo os vizinhos.

i) Reduz o custo de soluções cada vez mais caras “end-of-pipe”.

Por exemplo, a redução do sulfeto em efluente de Sulphur Black Dyeing at Century


and Industries Ltd. na Índia resultou em menor índice de corrosão nas instalações de
tratamento.

Os custos de resíduos e emissões, além de impactos ambientais negativos e de


saúde, podem ajudar a evitar através da aplicação de Produção Mais Limpa.
Portanto, é a forma mais econômica de operar os processos. Adotando Produção
Mais Limpa podemos colher os benefícios ambientais e económicos.

A fobia de mudança juntamente com um interesse de todos no retorno imediato do


investimento continua a ser a razão mais potente porque algumas destas práticas
não têm sido implementadas. Outras restrições na adoção de produção mais limpa
incluem a preocupação com os fabricantes do produto, seja por qualidade ou pelos
clientes, os quais, devem estar convencidos de que o novo processo irá produzir
produtos com um nível de qualidade igual ou elevado. A falta de conhecimento dos
processos ambientalmente saudáveis que estão disponíveis, juntamente com uma
falta de vontade de adotar processos que são novos e inexperientes. (Asolekar,
1999). No entanto, deve notar-se que a prática de produção mais limpa não só leva
ao cumprimento da regulamentação, mas pode levar as empresas a crescimentos
elevados, levando a um maior retorno dos investimentos.

ECOEFICIÊNCIA, PRODUÇÃO MAIS LIMPA E COMPETITIVIDADE

Ao longo da sua história, o setor empresarial tem enfrentado inúmeros desafios,


envolvendo os mais diferentes e intrincados assuntos. Com a globalização da
economia, novas oportunidades e ameaças surgiram para as empresas brasileiras.

A globalização, em uma análise resumida, consiste em uma ampliação desmesurada


do tamanho do mercado da empresa, mas é acompanhada por uma redução do seu
“market share” e de seu poder de fogo.

Um grande produtor local subitamente se vê como um diminuto “player” em nível


internacional. Globalização também não significa só competir lá fora com abertura
de novos mercados no exterior, mas principalmente garantir o mercado interno, tão
duramente conquistado, da cobiça dos produtores internacionais. Competitividade
global implica em escala de produção, custos baixos, qualidade compatível, logística
de entrega e agregação de inteligência à produção e ao produto “design”, torna-se,
então, perfeitamente compreensível a grande ênfase que tem sido dada pelos
produtores nacionais aos custos de fabricação de seus produtos. Isso mais ainda em
dias de dólar fraco em relação a outras moedas. Da mesma forma que há uma
busca acelerada pela competitividade e geração de margens positivas, muitos
empresários, ao analisar suas planilhas de custos, assustam-se e sentem-se
ameaçados pelos chamados “custos ambientais”. Por custos ambientais,
tradicionalmente se entendem as despesas para analisar, tratar, dispor e controlar
efluentes hídricos, aéreos e resíduos sólidos gerados pela atividade industrial,
buscando o enquadramento à respectiva legislação ou às metas ambientais da
empresa. Aos custos ambientais, somam-se ainda os investimentos decorrentes de
melhorias ambientais ou novas exigências legais, o que acaba gerando aumento de
custos de fabricação por novas depreciações e custos financeiros. A conseqüência
natural é um reclamo de muitos empresários quanto “às exigências ambientais
descabidas”, o que termina não resultando em algo prático, construtivo e positivo.

Os executivos e os técnicos, ao se fixarem apenas sobre esse enfoque para os


custos ambientais, estão mirando apenas uma parte desses custos, não
conseguindo ver a enorme face invisível das despesas com desperdícios
ambientais, como perdas de matérias-primas, energia, produção e agregação
desnecessária de valor sobre o que se acaba jogando fora como resíduo e poluição,
etc. Até certo ponto essa postura é historicamente compreensível. Como consolo, é
bom saber que não é só privilégio nosso, brasileiros.

A história recente das operações industriais no Brasil (e em muitos outros países)


pode ser dividida, sob a ótica ambiental, em três períodos:

 No primeiro, até final dos anos 60, o extrativismo foi o modelo dominante. A
Natureza era considerada um recurso livre, gratuito e inesgotável. As fumaças
das chaminés eram sinônimos de progresso (“tem cheiro de dinheiro”, dizia-
se, com insensato ufanismo). A forma de se tratar efluentes era a diluição da
poluição nos rios e na atmosfera. Os resíduos sólidos, quando não iam para
os rios ou ar, eram lançados em terrenos sem nenhum preparo, os famosos
“lixões”. Assim se acabaram muitos recursos naturais brasileiros, como o
pinheiro do Paraná, o paubrasil, o jacarandá-da-Bahia, o ouro, etc. Ao mesmo
tempo foram degradados rios, solos e ar, quer pela indústria, quer pelas
comunidades insensíveis à deterioração do ambiente. Entretanto, era a
realidade e o modelo daquela época, baseado no nível de conhecimentos que
se tinha de ambiência.
 O segundo fato histórico aconteceu recentemente, entre 1970 e 1985. Devido
aos altos impactos ambientais e à crescente poluição e degradação dos
ecossistemas, a legislação brasileira começou a se aperfeiçoar e a se tornar
mais rigorosa (licenciamentos ambientais, avaliação de riscos e de impactos
ambientais, audiências públicas etc.).

Ao longo desse período, a indústria se sentiu pressionada e aprendeu a encarar


essas exigências como somadoras de “custos” aos seus produtos e,
consequentemente, como redutoras de sua competitividade. Um dos argumentos
mais comuns era o de se comparar a legislação brasileira às internacionais, de
forma reativa e reclamativa, na busca de um afrouxamento das restrições legais
locais.

 As grandes mudanças na postura ambiental das empresas industriais


ocorreram no final dos anos 80 e início dos anos 90, até por influência da
Eco-92 (UNCED . United Nations Conference for Environmental
Development / Earth Summit, Rio de Janeiro). A conscientização e
sensibilização ambiental passou a germinar e a crescer em todo o segmento
industrial e posteriormente no setor de serviços. Códigos voluntários, cartas
de princípios, sistemas de gestão ambiental, desenvolvimento de técnicas
para reciclagem de resíduos, fechamento de circuitos de água, análise do
ciclo de vida, etc. Todos foram mecanismos implementados durante os anos
90. Eles acabaram por mostrar que as empresas podiam reduzir custos e
gerar receitas via proteção ambiental.

Atualmente, dependendo do local, do tipo de indústria e da consciência/cultura da


empresa, essas três filosofias conceituais dos segmentos históricos podem estar
ocorrendo até mesmo simultaneamente. O toque mágico a mudar toda a
conceituação ambiental e a gradual mudança de postura empresarial foi a definição
e a busca da prática do desenvolvimento sustentável ou da sustentabilidade. A
definição envolve que sejam igualmente contempladas, e com o mesmo respeito, as
três vertentes: a social, a ambiental e a econômica. A divulgação dessa nova forma
de encarar o crescimento pela sociedade permitiu dois fenômenos importantes:
 As ONG.s mudaram suas atitudes românticas, passando a entender que a
vertente econômica é também importante, e que as empresas precisam ter
lucros, até mesmo para investir mais em proteção ambiental;

 As empresas rapidamente passaram a ver o meio ambiente sob a ótica da


minimização de resíduos, prevenção à poluição, ecoeficiência, produção mais
limpa, emissão zero, etc.

Outro ponto positivo, que pode ser uma força motriz enorme, é o fator motivacional.

Qualquer pessoa que trabalha em uma empresa sentir-se-á feliz e motivada a


trabalhar em direção à sustentabilidade e para ajudar a melhorar o ambiente, a
redução do lixo, a melhora da qualidade de vida, a proteção da Natureza, etc. É
muito mais simples motivar os empregados para se envolverem em direção ao
desenvolvimento sustentado, do que os motivar a trabalhar para agregar valor ao
acionista. Os acionistas e os gerentes também precisam ser convencidos de que os
lucros aumentarão com os esforços para a sustentabilidade, até porque o conceito
de sustentabilidade é antropocêntrico.

Queremos a sustentabilidade da humanidade, dos nossos negócios, da nossa


empresa, enfim, a nossa própria sustentabilidade.

AS TÉCNICAS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA

As metodologias de prevenção geral de produção mais limpa podem ser


sucintamente explicadas usando Fig. 4.

Infelizmente, não existe um padrão determinado de regras para a implementação de


produção mais limpa, pois os processos de produção são multidimensionais e com
base na natureza do negócio. No entanto, existe um conjunto de técnicas básicas
que podem ser aplicadas a qualquer setor ou processo de desenvolvimento da
Produção mais Limpa. No caso das indústrias de futuro, estes procedimentos podem
ser usados para projetar a base do processo de produção.

Estas técnicas exigem uma localização de práticas de produção mais limpa em


todos os subsistemas respectivos e, portanto, oferece uma abordagem abrangente
exclusivo para qualquer determinado subsistema. Um argumento que pode resultar
é o de processo de seleção (ou seja, fazer um processo melhor ou a escolha de um
melhor processo para começar). A resposta para isso pode ser atribuída ao tipo de
processo com referência ao nível de compromisso por parte da administração para a
produção mais limpa.

Como mencionado anteriormente, mudanças graduais são mais valorizados que as


radicais, especialmente se tais mudanças não têm diferenças significativas em
implantação ou operação. Alguns exemplos da aplicação destas técnicas incluem:
“Good Housekeeping”

Reparar todos os pontos de vazamento, manter torneiras bem fechadas quando não
estivem em uso, coberturas, peneiras vibratórias sempre para evitar vazamentos,
remoção de bloqueios ao longo das linhas de condução etc, são algumas das
numerosas práticas de tarefas domésticas.

No estudo de caso do petróleo e recuperação de óleos e substâncias gordurosas na


Tanta Oil Company and Soap Tanta no Egito, a prática de limpeza realizada é a de
manutenção preventiva através da atualização dos procedimentos de carga e
descarga.

Durante a carga e descarga de óleo, manteiga e de matérias gordurosas de reatores


em batelada e separadores, níveis significativos de purgas e vazamentos estavam
ocorrendo. Estas perdas foram totalmente eliminadas como resultado da emissão de
melhorias processuais, instruções e, melhorando a supervisão das operações de
transferência. Isso foi implementado sem nenhum custo, mas resultou em uma
economia anual de mais de duzentos mil libras egípcias (mais de US $ 40.000).
(Projeto SEAM, 2002).

Boas práticas de limpeza melhoraram a segurança e danificações em equipamentos,


reduz avarias, e aumentam a eficiência.

A manutenção preventiva também irá auxiliar na detecção de vazamentos e


derramamentos com antecedência.
Melhor Controle de Processos

Uma otimização do processo de aquecimento por exemplo: a caldeira na produção


de cerveja, de refino na maior consistência de polpa possível na produção de papel,
uso de retenção de produtos químicos para ajudar a maximizar a utilização de
corantes na indústria têxtil. O uso de litografia Álcool Eliminator (SAE) em vez de
álcool na impressão litográfica pela DS ChemPort resultou em uma economia anual
de mais de seis mil dólares em uma determinada empresa A, e mais de quinze mil
dólares de outra empresa B (DS ChemPort, 1997).

Modificação de Equipamentos

A instalação de equipamentos mais eficientes a modificação dos existentes se


traduzem em melhores sistemas de produção. Por exemplo, ejetores de vapor com
condensadores barométricos, conhecido pela abundância de fluxo de resíduos que
geram, poderiam ser substituídos por bomba de vácuo e sistemas de superfície do
condensador (Asolekar, 1999).

A utilização de bancos de capacitores para correção de fator de potência, usando


bombas de diafragma que minimizem a emissão de compostos orgânicos voláteis no
processo de impressão, o fornecimento de tanques de transbordamento, a
instalação de bombas de alta pressão para ajudar o fluxo de fluido são alguns
exemplos de modificações no sistema, que levam a custos e benefícios de economia
de energia.

A redução das perdas de leite na Companhia Misr de Laticínios e Produtos


Alimentares, Mansoura, no Egito foi conseguida com a instalação de válvulas de aço
inoxidável de controle, o que ajudou a minimizar as perdas ao longo das linhas,
eliminou o derramamento de combustível no chão, melhorando a higiene e
segurança. Quarenta das válvulas foram instaladas no sistema a um custo de
sessenta e quatro mil libras egípcias (mais de US $ 13.000) conduzindo a uma
economia diária de leite de aproximadamente 350 kg ou 126 toneladas por ano.
(Projeto SEAM, 2002).

Mudança de tecnologia

O uso de agentes clareadores alternativos, tais como oxigênio ou ozônio, o uso de


trocadores de calor, o uso de um sistema de flotação Dissolver Air (DAF), além do
óleo Gravity Separator (GOS) na separação óleo-água. No Oil Company Tanta and
Soap Tanta, no Egito, grandes volumes de óleo e manteiga estão sendo
recuperados com a instalação de três GOS fabricados pela empresa.
O GOS são instalados na linha de óleo de lavagem. O custo de implantação é de
mais de duzentas mil libras egípcias (mais de US $ 40.000), mas com uma quantia
equivalente em economia anual. Uma unidade DAF instalado para reduzir o óleo
contém custo de efluentes de mais de USD $ 50 000 com retornos esperados a
partir da reutilização do óleo recuperado (SEAM Egito, 2002).

A Companhia Edfina em Alexandria, Egito, também introduziu a Análise de Perigos e


Pontos Críticos de Controle (HACCP) para a linha de engarrafamento de bebidas de
fruta. Isso foi feito através da integração do HACCP com ISO 9000 em um sistema
de gestão. O resultado desta situação é evidente no caso de exportação de legumes
congelados e sucos de frutas para os Estados Unidos e Europa. Melhorias
ambientais incluem uma melhoria no consumo de água, as cargas de poluição e do
volume das descargas de efluentes.

Mudança de entrada de Material


Alta qualidade de seleção de matérias-primas, o uso de sulfato de alumínio poli-
silício, em vez de Alumínio, o uso de malte de cevada maltada e do sorgo, em vez
de cevada maltada sozinho, uma mudança de branqueamento de cloro no
branqueamento sem cloro, e comutação de uma base orgânica em meio de limpeza
de um meio à base de água são exemplos de substituição de materiais de entrada.

O silo de óleos comestíveis (imagem 1) da Oil Company, Fayoum, Egito


originalmente usa soda cáustica sólida para o processo de neutralização, mas isso
foi agora substituído por uma solução de soda cáustica, ou seja, a um custo muito
mais baixo do custo de mais de duas mil libras egípcias por tonelada para apenas
mil toneladas por tonelada. Como resultado, os custos de neutralização diária caiu
de 47% (SEAM Project, 2002).

Silo de òleo Comestível

Image 1

Reciclagem On – Site

Instâncias como estas incluem a recuperação e a reutilização na caldeira dentro das


empresas, reuso de água de descascamento após triagem na produção de papel,
reutilização de águas residuais tratadas em sanitários e limpeza dos sistemas de
esgoto. Sementes comestíveis entregues à Sila Oil Company são peneiradas para
remover as pedras, cascalho, cascas e sementes quebradas, constituindo cerca de
1% em volume e contendo óleo de 25%.Originalmente, estes foram coletados e
vendidos para cem libras egípcias como ração animal, mas o processo já foi
modificado para que são recolhidos e transferidos para outra unidade de
preparação, onde são tratados posteriormente.

Como resultado, um acréscimo de 78 toneladas de óleo e 595 toneladas de farinha


são produzidos anualmente, no valor equivalente a mais de US $ 80.000 (SEAM
Project, 2002).
Subprodutos úteis

Também na empresa acima, a gordura é coletada manualmente a partir da refinaria


de efluentes por scrapper, acidulado e depois separada. O efluente é descartado e
da matéria gorda transferido para a borra de tanques de armazenamento. Benefícios
dessa medida são: a recuperação do produto ea redução da força das águas
residuais.

A economia anual é o dobro do custo de implementação. Outros exemplos notáveis


incluem o uso de grãos. Passou como um aditivo na alimentação animal, o uso de
barris de concentrado e recipientes para armazenamento de líquidos, o uso de licor
negro de polpação sulfito em fertilizantes etc.

Modificações de Produtos

Uma nova abordagem para o perfil de cerveja convencional foi iniciado na Nigéria,
em meados dos anos oitenta, quando o governo proibiu a importação de malte de
cevada. Houve a introdução de um perfil de cerveja usando sorgo maltada e milho
em grãos de certos índices de produção de cerveja. Esta é uma forma de
substituição de materiais, que acabou em produzir uma cerveja modificada.

Breweries Plc nigeriano foi percebida pelo público como uma "escuta" empresa
interessada na introdução de variedades para suas marcas, como solicitado. A
gasolina sofreu uma série de reformulações a partir do uso de agentes como
antidetonante Tetra etílico Chumbo (TEL), metil-terc-butil éter (MTBE), a gasolina
reformulada (RFG), tudo em uma tentativa de minimizar a produção de gases que
constituem o smog fotoquímico .

Outro exemplo de modificação do produto inclui a produção de papel com os níveis


de brilho mais baixo.

A lista acima não é de forma exaustiva, como esses são apenas alguns dos
aspectos multifacetados de cada uma das técnicas em destaque. Existem seis
passos básicos envolvidos na realização de um programa de Produção Mais Limpa.

Passo 1: Introdução
Esta é a fase preliminar onde o compromisso da administração é necessário para
implementar os ideais de produção mais limpa. Funcionários de apoio também são
essenciais para a aplicação eficiente e eficaz. A maioria das técnicas de produção
mais limpa baseiam-se essencialmente na atitude.

Esta etapa compreende três itens principais.

 A criação de uma equipe de Produção Mais Limpa, que consiste geralmente


de três a cinco pessoas, incluindo um especialista em produção mais limpa, o
pessoal de suporte técnico com uma riqueza de experiência comprovada em
processos de produção, um representante de alto nível de gestão, e um
representante da contabilidade.

 Um fluxograma das etapas do processo é desenvolvido como no momento da


início. Isto inclui todas as práticas e processos envolvidos para alcançar a
meta de produzir o produto final.

 A identificação dos processos de desperdício também acontece


simultaneamente.

Etapa 2: Análise das etapas do processo

O fluxograma do processo acima desenvolvido é analisado criticamente em todas as


fases de material e balanço energético. Esta análise envolve uma cessão de custos
para os fluxos de resíduos, identificando as fontes e causas destes resíduos.

Antes de programas de Produção Mais Limpa serem executados, é recomendado


que as áreas de melhoria ou mudanças sejam identificadas. Áreas de foco podem
incluir a mudança processual, a substituição de matérias-primas, processo de
modificação e alteração do produto, etc.

Etapa 3: Gerando Oportunidades de Produção Mais Limpa

As áreas identificadas são então priorizados com base em recursos e práticas de


gestão. As oportunidades de produção mais limpa que vão desde uma melhor
arrumação de modificação de equipamentos são destacadas contra cada área de
deficiência. Isto é seguido pela seleção de oportunidades viáveis, como mencionado
anteriormente.

Etapa 4: Seleção de Soluções de Produção Mais Limpa

Com base em diversas opções listadas acima para cada área identificada de
deficiência, as perguntas de viabilidade técnica são respondidas para determinar a
melhor alternativa entre as opções disponíveis com relação à análise custo-benefício
ao colocar os aspectos ambientais em consideração. Algumas oportunidades ou
alternativas pode não oferecer os melhores retornos sobre o investimento benefício,
mas podem melhorar o impacto ambiental, e vice-versa. Esta é a fase onde a
experiência e os conhecimentos técnicos são necessários para alcançar um
compromisso ótimo. Nesta fase, as melhores soluções são selecionadas e, em
seguida, consulta a equipe com a gestão de topo em suas recomendações.

Etapa 5: Implementação

Funcionários responsabilidades e funções devem ser claramente definidos para


propostas de Programas de Produção Mais Limpa. A gerência deve assegurar que o
pessoal está devidamente capacitado para execução dos programas. Apoio à
gestão, tanto técnicos quanto financeiros, deve ser mantida durante todo o
desenvolvimento de programas (HKPC, 2002). Os resultados são monitorados e
avaliados para atuar como insumos para a próxima etapa do programa.

Passo 6: Manutenção de Produção Mais Limpa

A evolução e os resultados da aplicação da Produção Mais Limpa.

Os programas devem ser regularmente monitorados e analisados (por exemplo,


analisar o nível de geração de resíduos de um processo em relação aos níveis
anteriores). A organização deve avaliar se o desempenho ambiental tem sido
melhorado após a execução dos programas.

Há algumas diferenças mensuráveis na qualidade do produto, o desempenho do


pessoal e produtividade?

Quais os benefícios de redução de custos têm ocorrido como resultado de Produção


Mais Limpa?
Tivemos todas as metas estabelecidas no início do Programa foram alcançados?

Este é o lugar onde a natureza cíclica da aplicação de produção mais limpa entra em
jogo. Para sustentá-la, o exercício é realizado continuamente com uma re-
identificação dos processos de desperdício e de uma avaliação e implementação de
métodos para otimizar o processo.

Diferença Entre Produção Limpa e Produção Mais Limpa

Há uma diferença significativa entre os conceitos de Produção Limpa (PL) e


Produção Mais Limpa (P+L). O que a princípio parece apenas uma sutil diferença
semântica, na verdade traz uma grande diferença em termos de resultados para a
sustentabilidade empresarial.

Muitas empresas têm implantado Programas de Produção Mais Limpa com o intuito
de reduzir seu impacto sobre o ambiente. Apesar de ainda incipiente, a adoção da
P+L tem trazido resultados importantes em muitas empresas. Recentemente, um
novo termo vem sendo usado no lugar da Produção Mais Limpa: Ecoeficiência.

Todavia, como o conceito de sustentabilidade é bem mais recente e muito pouco


compreendido, as empresas não percebem a limitação do conceito de Produção
Mais Limpa. Ecoeficiência e P+L implicam em reduzir o impacto ambiental do
processo produtivo que está sendo realizado, independentemente se tal processo é
sustentável ou não. Portanto, não há ligação obrigatória entre sustentabilidade e
Produção Mais Limpa/Ecoeficiência. Já a Produção Limpa busca implantar um
processo realmente limpo, ou seja, sustentável.

Um exemplo atual ilustra bem o que queremos dizer: Quando foi constatado que o
principal causador da diminuição da Camada de Ozônio eram os gases CFC’s, a
indústria e os centros de pesquisa buscaram novas alternativas de gases
refrigerantes. O foco foi melhorar o processo existente (Produção Mais Limpa) e não
buscar um processo sustentável (Produção Limpa). Os cientistas propuseram então
o emprego dos HFC’s (hidrofluorcarbonos). Houve um ganho significativo, pois o
impacto na Camada de Ozônio foi reduzido. Porém, como a substância alternativa
não foi avaliada sob o prisma da sustentabilidade, descobre-se agora que o uso dos
HFC’s contribui muito para o Aquecimento Global.
Pelo exposto, fica claro que precisamos compreender as limitações da Produção
Mais Limpa e buscar sempre avaliar os processos produtivos sob a ótica da
sustentabilidade. O desafio ambiental é tamanho que só melhorar os processos
produtivos existentes não é suficiente.

O Desenvolvimento Sustentável de mãos dadas à produção mais Limpa

O conceito desenvolvimento sustentável deu-se no início da década de 1970, a partir do


discurso dos movimentos ambientalistas e dos debates acerca do ecodesenvolvimento. A
partir daí começou-se a trabalhar com a idéia de um modelo de desenvolvimento que
atendesse à necessidade da população presente, garantindo recursos naturais e boa qualidade
de vida à população futura.

De acordo com Montibeller-Filho (2004), o termo desenvolvimento sustentável propagou-se


na década de 1980. Conforme Raynaut e Zanoni (apud MONTIBELLERFILHO, 2004), essa
expressão foi utilizada primeiramente pela União Internacional pela Conservação da Natureza
(IUNC). Ainda, Montibeller-Filho (2004, p. 54) define o desenvolvimento sustentável como o
“[...] processo contínuo de melhoria das condições de vida (de todos os povos), enquanto
minimize o uso de recursos naturais, causando um mínimo de distúrbios ou desequilíbrios ao
ecossistema”. Contudo, depois de mais de uma década de discussões sobre problemas
ambientais, somente em 1987 a idéia de desenvolvimento sustentável ganha reconhecimento a
partir do relatório denominado “Our Common Future”, também conhecido como “Relatório
ou Informe Brundtland”, publicado pela Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD).

Brüseke (1998) esclarece que o Relatório Brundtland é o resultado da Comissão Mundial da


ONU sobre o Meio Ambiente de Desenvolvimento (UNCED). Diante da formulação deste
relatório, seu conteúdo busca harmonizar desenvolvimento econômico e a preservação do
meio ambiente.
A estratégia do desenvolvimento sustentável é promover a harmonia entre os seres humanos e
a natureza. A busca por desenvolvimento sustentável necessita de um sistema político que
permita aos cidadãos participação no processo decisório; um sistema econômico confiável e
seguro; um sistema social capaz de resolver problemas relativos à falta de desenvolvimento
não equilibrado; um sistema de produção que preserve o meio ambiente; um sistema
tecnológico que promova novas soluções e um sistema administrativo flexível (COMISSÃO
MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1998).

Nesse sentido percebe-se que o objetivo principal do desenvolvimento sustentável é satisfazer


às necessidades humanas, sem pôr em risco as fontes naturais de recursos que sustentam a
vida na Terra. Pode-se dizer que o desenvolvimento sustentável visa ajustar as políticas
ambientais com a economia para solucionar problemas de deterioração do meio ambiente e o
uso consciente de recursos naturais. Almeida (2002) menciona que a crítica do conceito
desenvolvimento sustentável tem levado a uma mudança de paradigma. Neste sentido,
percebe-se que as empresas estão iniciando um processo de sensibilização quanto à questão
ambiental e refletindo a importância desse ponto no cenário empresarial globalizado. Muitas
empresas encaram a questão ambiental como um “mal necessário”, já as empresas
consolidadas que praticam ações socioambientais vêem como “administração verde”, além de
a empresa contribuir com o meio ambiente isto pode ser até mesmo uma vantagem ou
estratégia competitiva. Um dos principais motivos que levam as empresas a adotar os
princípios do desenvolvimento sustentável e a Produção mais Limpa é a necessidade de
sobrevivência.

De acordo com Elkington (apud NASSIF et al. 2004, p. 4), o desafio das empresas que
praticam uma abordagem de desenvolvimento sustentável é “desenvolver novas formas de
operar em cooperação com seus fornecedores, clientes e outros stakeholders, incluindo os
concorrentes”.

A mudança dos padrões de produção e consumo é um ponto chave para a sociedade caminhar
rumo ao desenvolvimento sustentável. Lazzarini e Gunn (2004), comentam que os padrões de
produção e consumo além de insustentáveis, causam depredação ao meio ambiente. A Agenda
21 (2006) menciona três aspectos fundamentais para a mudança destes padrões: do exame dos
padrões insustentáveis de produção e consumo; o desenvolvimento de políticas e estratégias
nacionais de estimulo a mudança nos padrões insustentáveis de consumo e; e estratégias para
estimular o uso mais eficiente da energia e dos recursos.
A Produção mais Limpa como um fator de desenvolvimento sustentável

Reduzir a poluição através do uso racional de matéria-prima, água e energia


significa uma opção ambiental e econômica definitiva. Diminuir os desperdícios,
implica em maior eficiência no processo industrial e menores investimentos para
soluções de problemas ambientais. A transformação de matérias-primas, água,
energia em produtos, e não em resíduos, tornam uma empresa mais competitiva.

Como falamos anteriomente, vale lembrar que o tema "Produção mais Limpa" não é
apenas um tema ambiental e econômico. A geração de resíduos em um processo
produtivo muitas vezes está diretamente relacionada a problemas de saúde
ocupacional e de segurança dos trabalhadores.

Desenvolver a "Produção mais Limpa" minimiza estes riscos, na medida em que são
identificadas matérias-primas e auxiliares menos tóxicas, contribuindo para a melhor
qualidade do ambiente de trabalho. Uma conseqüência positiva, muitas vezes difícil
de mensurar, é o fortalecimento da imagem da empresa frente à comunidade e
autoridades ambientais. Como justificativa, apresenta-se também o fato de que os
consumidores de hoje exigem cada vez mais produtos "ambientalmente corretos".

Os consumidores assumem previamente que as empresas sejam tão responsáveis


em relação à qualidade de seus produtos, como responsáveis em relação ao meio
ambiente nas suas práticas produtivas.

Definições de desenvolvimento sustentável mencionam responsabilidades quanto ao


emprego mais eficiente possível de recursos naturais, de maneira que seu emprego
não prejudique as gerações futuras. Relacionando esta definição com Produção
mais Limpa, pode-se observar que produzir sustentavelmente significa, em palavras
simples, transformar recursos naturais em produtos e não em resíduos .
VI.CONCLUSÃO

Isto pode ser visto de cima, uma produção mais limpa envolve três etapas lógicas do
inventário de origem, causa a avaliação e geração de opção (ou seja, onde e por
que são os resíduos e emissões geradas, e essas causas pode ser reduzida se não
for eliminado).

As técnicas de destaque não estão restritos as grandes


empresas, nem sempre exige grandes fontes de financiamento, nem uma tecnologia
totalmente nova e moderna. Esta prática não é uma atividade a curto espaço de
tempo, pois envolve uma aplicação cíclica de know-how, a tecnologia melhorou e,
em geral, uma contínua mudança de atitude.Muitos estudos de caso comprovado
indicam grandes benefícios financeiros para além da proteção do ambiente. Um bom
exemplo é o óleo comestível Sila Companhia em Fayoum, no Egito. (SEAM Project,
2002) .

O conceito de questões de produção mais limpa e a necessidade de um


determinado produto, olha para outras formas de satisfazer a procura. É uma
desaceleração da taxa em que usamos recursos e uma transferência gradual e
linear para processos mais circulares, semelhantes aos encontrados na natureza. O
objetivo final da produção limpa é conseguir uma operação de "circuito fechado" na
qual todos os materiais em excesso são reciclados de volta para o processo (IISD,
1997). Com a generalização das preocupações de produção mais limpa, ecologia
industrial sob a tendência moderna da globalização seria sustentável por causa da
consideração para o meio ambiente em todos os aspectos das operações.
REFERÊNCIAS

Araneda, R. “Pollution Prevention”, Business e Sustainable Development: A


Global Guide, International Institute for Sustainable Development (IISD),
1997.
Link: http://www.bsdglobal.com/tools/bt_pp.asp

Asolekar, Shyam R., “Cleaner Production: A New Horizon”, Chemical


Business, Vo. 13 Issue 9, September 1999, p111-114.

DS Chemport (Australia) “Elimination of Alcohol from Lithographic Printing”,


DS Chemport (Australia) Pty Ltd, Campbellfield, VIC, Australia, February
1997.
Link: http://www.environment.gov.au/epg/environet/eecp/index.html

El-Haggar, S. “Engineering for a Sustainable Environment”, Course Material,


The American University in Cairo, Egypt, 2002.

Environment Australia “Some Fundamental Approaches to Cleaner Production”,


Cleaner Production, Environment Australia 2000.
Link: http://www.ea.gov.au/industry/sustainable/mining/booklets/cleaner

Hansenne Michel ''Report of the Direc-toGreneral”, Activities of the


International Labor Organization (ILO), 1996-97 86th session.
Link: http://www.ilo.org/public/english/standards/relm/ilc/ilc86/rep-i.htm

HKPC, Hong Kong Cleaner Production Center, General Information on Cleaner


Production, 2002.
Link: http://www.hkpc.org/hkcpc/information.htm

IIED, International Institute for Environment and Development “Globalization


and Sustainable Development”, IIED, April 2000.
Link: http://www.iied.org/pdf/

Michel Chossudovsky, "Global Poverty in the Late 20th Century," Journal of


International Affairs, Vol. 52, No. 1, Fall 1998.

SEAM Project, Support for Environmental Assessment and Management


“Industrial Pollution Prevention: Case Studies”, The SEAM Egypt

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