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  No início do Século XX, nos EUA, Frederick Taylor iniciou uma
ideologia, que daria partida aos princípios da Administração Científica.
Podemos chamar essa ideologia de Movimento da racionalização industrial.
Que consistia em: separar o "pensar" e o "fazer", a produtividade depende
diretamente da remuneração e que o homem era um mero instrumento de
trabalho. Podemos analisar de imediato que Taylor estava preocupado em
Aumentar a produção para satisfazer a necessidade das demandas. E para
que isso fosse possível ele teria que aproveitar mais sua mão de obra,
capacitando cada operário para um certo setor da fábrica, formando assim a
divisão de trabalho e logo agilizando o processo de produção com o mínimo de
custo possível.
Esse foi um breve resumo da teoria elaborada por Taylor, agora
comparando-a com o filme Tempos Modernos que também se passava no
início do Século XX na Inglaterra. Podemos reparar o horário em que as
pessoas saíam para trabalhar e o horário que elas voltavam, que começava por
volta das 6 horas da manhã e terminava no tardar do dia,colocando em prática
o máximo aproveitamento da mão de obra. Charles Chaplin, protagonista do
filme representava um Operário, onde ele era instruído a fazer um único
trabalho de apertar parafusos durante todo dia numa linha de montagem. Após
muito estresse no trabalho ele acaba tendo reações que causaram problemas
durante o trabalho, cai em confusões no seu setor, e vai parar nas
engrenagens da máquina da fábrica, fazendo uma grande crítica à comparação
do homem sendo tratado como uma máquina pela forma de administração de
Taylor.
       A partir daí o Operário vai preso por irresponsabilidades, e na cadeia ele
encontra comida, segurança e abrigo, coisas que na sociedade da época pra
conseguí-las no mínimo você tinha que se render às condições de trabalho que
mesmo sendo ruins eram disputadas à tapa.Cabia ao ser humano na época
aceitar essas condições de trabalho, ou roubar para manter o seu sutento(Ato
que uma Garota orfã comete, que se tornaria companheira do Operário). O
Operário sai da prisão, em busca de um novo emprego se depara com a
fábrica fechada, por motivo de greve. Demonstrando neste ponto influências da
Teoria de Relações Humanas de Helton Mayo que agia como uma reação e
oposição à Teoria Clássica formulada por Taylor, mostrando a reação que os
grupos que existem dentro das empresas podem ter, se não forem incentivados
com uma boa remuneração e com condições humanas de trabalho. O Operário
então, vai em buscas de outras oportunidades, e a cada emprego ele era
instruido, sobre como fazer o trabalho, mas nunca o realizava direito,sendo
assim sempre demitido. Enfatizando neste ponto o sistema educativo para o
funcionário antes dele iniciar seu trabalho.
       O protagonista no final do filme se encontra sem emprego junto com sua
parceira a garota Orfã. esta situação em que eles terminaram é resultado de
um sistema capitalista desigual,e forma de trabalho das empresas na época,
que acabou contribuindo com o aumento da criminalidade e da escravidão.
       Apesar da Teoria de Taylor não ser geralmente bem aplicada nas
empresas do filme, sobre pontos como a boa remuneração dos trabalhadores,
e incentivos morais e respeitando as condições humanas, a sua teoria visava o
foco da Produção. Neste ponto as empresas exploraram bem a
Teoria.Finalizado com o exemplo da linha de montagem, gerando a divisão de
trabalho.A racionalização do trabalho, intensificando o tempo de trabalho do
operário.Garantindo assim uma produção maior e suficiente para garantir a
demanda desejada. Podemos ver todo esse processo no filme que faz uma
ótima crítica ao sistema desigual da época, mostrando bem a realidade dos
operários e a dos patrões, e a desordem encontrada nos centros das cidades.

A Administração Científica erigiu-se do esforço dos teóricos da época


para dar conta das conseqüências da Revolução Industrial: crescimento
acelerado das organizações, complexidade de sua administração, bem como,
necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, face
à concorrência e à competição entre as empresas.

Os princípios de administração científica de Taylor constituíram-se na


base para o modo de trabalho por toda a primeira metade deste século e, em
muitas situações, predominam até hoje. Basta observar o que acontece com
muitas empresas de sistemas de franquia, que ainda adotam o mesmo enfoque
Taylorista. A organização que adota o enfoque de Taylor separa o
planejamento do trabalho de sua execução. Isso faz com que se crie uma
separação entre os trabalhadores que fazem e os que pensam, ou melhor, cria-
se uma divisão "entre mãos e cérebros". O sistema adotado por Taylor
racionalizava o ambiente de trabalho e "podia ser tocado por trabalhadores
substituíveis" (Morgan,1996), compunha-se, pois, de trabalhadores
descartáveis.
É importante lembrar que o sistema de Taylor provocou conflito entre
empregados sindicalizados e seus patrões, fato que levou a discussão dos
efeitos da aplicação do Taylorismo ao Congresso dos Estados Unidos
(Wren,1979). Em razão do conflito, Taylor foi convocado, em 1911, para
defender seu sistema de administração perante um Comitê da Casa dos
Representantes. Na época de sua morte, em 1915, Taylor havia ganho a
reputação de "maior inimigo do trabalhador" naquele país. O filme "Tempos
Modernos", de Charlie Chaplin, é uma crítica ao "taylorismo", pelo seu excesso
de rigidez, de especialização e de mecanização do homem. Carneiro (1995)
caracteriza o personagem chapliano como o homo faber reificado.

A reestruturação produtiva e o mundo do trabalho


Podemos perceber que o capitalismo se nutre fundamentalmente da
exploração dos trabalhadores. Em momentos de crise, os capitalistas tentam
recuperar os lucros perdidos às custas de explorar mais ainda os
trabalhadores, o que agrava ainda mais a situação. Então, o sistema capitalista
é atingido em todo o seu conjunto pela crise econômica e conseqüentemente
acaba criando as condições objetivas de sua ruína. Os modelos de
organização da produção surgem como alternativas às crises econômicas do
capitalismo. Com o passar do tempo, esses modelos vão se tornando
insuficientes e incapazes de conter as contradições inerentes ao sistema.
Nessa perspectiva, daremos continuidade à discussão através da
análise dos modelos de organização da produção que surgem como
alternativas às crises econômicas do capitalismo.
Conseqüentemente, a partir do momento em que um determinado
modelo vai entrando em decadência, outro modelo surge como resposta à
crise, acarretando transformações no processo produtivo. O próprio modelo
denominado ‘fordismo’, surge como alternativa a uma das crises do
capitalismo e acaba se tornando um modelo padrão de organização do
trabalho e um modo de regulação das relações na economia.
O fordismo foi criado em 1913, por Henry Ford, e trouxe consigo
inovações tecnológicas, novas formas diferenciadas de gestão e novos
princípios de organização da produção (GOUNET, 2002).
Essa modificação na produção realizada por Ford ocorre porque ele
tinha em mente fabricar um veículo de preço relativamente baixo (que para isso
deveria ser produzido de modo padronizado), de forma que fosse comprado em
massa. A idéia surgiu em função do antigo regime de trabalho, que produzia os
carros lentamente, devido ao fato deles serem compostos por múltiplas peças e
por isso como produtos finais, custavam muito caro (GOUNET, 2002).
Ford modifica todo o processo de produção, aplicando em sua fábrica os
métodos elaborados por Friedrich Taylor, que em seu conjunto são
denominados ‘taylorismo’, que diz respeito à organização científica do trabalho
(GOUNET, 2002) .
O ‘taylorismo’ é essencialmente uma técnica social de dominação,
elaborada por Friedrich Taylor, tendo como principal característica a
individualização dos salários. Seja através do salário por peça produzida, seja
através de prêmios adicionais, forma explícita de introduzir a competição entre
os trabalhadores, objetivando o aumento da produtividade do trabalho evitando
qualquer perda de tempo na produção. Com fundamentação em o que move o
mundo é o dinheiro, se a pessoa não recebe ele não produz, a remuneração é
um incentivo, assim os incentivos seriam sempre financeiros.
As determinações das tarefas não deveriam ficar a cargo dos operários,
mas deveriam ser estudadas, classificadas e sistematizadas por cientistas do
trabalho, no caso a gerência. Como idéia do planejamento para ter uma
cientificidade, ciência no sentido positivista, com determinados conceitos de
base empírica. O operário deve apenas realizar as instruções, submeter-se às
ordens impostas pela hierarquia da fábrica. Segundo os princípios do
‘taylorismo’ cada tarefa e cada movimento de cada trabalhador possuem uma
ciência, um saber fazer profissional.
Assim havia métodos como: método de racionalizar a produção, logo, de
possibilitar o aumento da produtividade do trabalho “economizando tempo”,
assegurando definitivamente o controle do tempo do trabalhador pela classe
dominante.
A alienação do trabalhador tenta se apresentar como um dos
subprodutos da "administração científica". Ao se alienar, ele perde o sentido da
totalidade em relação ao processo produtivo, e por conseguinte, do produto. O
trabalhador individualmente está fragmentado, sendo executor de uma tarefa
simples e rotineira. A mecanização da produção reduziu o trabalho a um ciclo
de movimentos repetitivos.
Assenta-se nos princípios do ‘taylorismo’, como a produção em massa e
em série, consolidação do operário-massa, onde o trabalho de um depende do
outro, padronização do processo de trabalho e também do produto. Dessa
perspectiva, o modelo assume outra racionalização: o parcelamento das
tarefas e conseqüentemente o parcelamento do saber. Com isso, o operário
executa apenas uma função específica e não conhece mais a execução de
todas as operações do processo de produção. Além disso também foi
racionalizado o tempo, através da introdução do cronômetro, para regular o
tempo de trabalho e os movimentos dos trabalhadores. Assim a produção
torna-se padronizada, rotinizada e hierarquizada (divisão social do trabalho),
acarretando a desqualificação dos operários na execução de seus respectivos
trabalhos.
Enfim, modelo de organização da produção ‘taylorista’ reduziu o homem
a gestos e movimentos, sem capacidade de desenvolver atividades mentais,
que depois de uma aprendizagem rápida, funcionava como uma máquina. O
homem, de acordo com esse modelo de organização da produção, podia ser
programado, sem possibilidades de alterações, em função da experiência, das
condicionantes ambientais, técnicas e organizacionais. A redução do trabalho
mental também é enfatizada na medida em que a superespecialização da
tarefa levou a simplificação do trabalho a um nível elevado, desprovendo o
indivíduo de sua capacidade pensante.
A natureza genérica do ‘fordismo’, é também uma marca característica
da divisão do trabalho e a aplicação dos métodos ‘tayloristas’ e da atribuição de
funções parcelares dotadas de conteúdo praticamente nulo a trabalhadores de
uma maneira permanente, rotineira e monótona. Nesse sentido, enquanto Ford
se ateve a inovações e incrementações tecnológicas da produção, Taylor se
ateve às inovações e incrementações no âmbito da gestão da produção,
visando mudanças na relação do gestor com o trabalhador (SILVA, 2001).
O primeiro passo de Ford visando a produção em massa, foi de
racionalizar ao máximo as operações efetuadas pelos operários para combater
desperdícios, fundamentando-se nos princípios ‘tayloristas’ e da esteira rolante,
que possibilitava a ligação dos trabalhos individuais sucessivos, gerando uma
produção fluida (GOUNET, 2002).
A eficiência do ‘fordismo’ exige escassas doses de qualificação dos
trabalhadores e de envolvimento dos mesmos com o sucesso da produção e
da empresa; exige-se dos trabalhadores que cumpram as tarefas de conteúdo
prescritas pelos gestores da produção.
Conseqüentemente o ritmo do trabalho foi intensificado com a
diminuição do tempo morto da jornada de trabalho. Ao falarmos sobre essa
caracterização do ‘fordismo’, a teoria é ilustrada pelas imagens do clássico
filme “Tempos modernos”, o qual trata de forma bastante cômica (embora não
deixe de ser trágica), todas essas implementações na organização da
produção, que as fábricas começam a assumir, buscando a eficácia e a rigidez.
A princípio, para obter mão-de-obra suficiente para a produção em
massa, Ford atrai trabalhadores para sua fábrica através de um significativo
aumento de salário. Mas somente receberia esse salário o operário que
comprovasse ter boa conduta, distante de certas vicissitudes como beber e
fumar. Com essa tática ele consegue atrair mão-de-obra para a fábrica, mas
não paga esse salário para muitos operários, alegando que não deram boas
provas de uma conduta disciplinada (GOUNET, 2002). Dessa maneira, Ford
estava concretizando os fundamentos básicos desse modelo: aumento da
produtividade, dos salários reais dos trabalhadores e do consumo de massa.
À luz do filme “Tempos modernos” conseguimos compreender melhor a
dinâmica dos modelos ‘fordista’ e ‘taylorista’, quando nele são expressas cenas
de intensificação do ritmo de trabalho, racionalização do tempo, hierarquização,
fragmentação do processo de trabalho, que geram o trabalho como fator de
negação da potencialidade humana e conseqüentemente causa manifestações
de alienação no sentido de alheamento e desumanização dos trabalhadores.
Já no filme “A classe operária vai ao paraíso”, tornam-se claramente
explícitas as manifestações de alienação dentro de uma fábrica e a
precarização do trabalho que nela ocorre de forma generalizada; a exigência
do perfil de um operário padrão que cumpre cotas; um ritmo de trabalho
enlouquecido; a influência negativa do trabalho na subjetividade dos operários,
que afeta até mesmo suas relações íntimas e interpessoais; a impregnação do
tempo de trabalho ao tempo livre do trabalhador; e como ponto positivo, a
tentativa constante e persistente de lutar pelo estabelecimento de uma forte
unidade sindical, mas que não consegue ser objetivada.
Visando obter maior intensidade no processo de trabalho, o ‘fordismo’
retoma e desenvolve o ‘taylorismo’, por meio de esteiras nos diversos
segmentos do processo de trabalho, assegurando o deslocamento das
matérias primas em transformação; e pela fixação dos trabalhadores em seus
postos de trabalho. Deste modo, é garantida que a cadência de trabalho passe
a ser regulada de maneira mecânica e externa ao trabalhador. Podemos,
portanto, caracterizar o ‘fordismo’ como produção em massa rígida alicerçada
no trabalho vivo (VIEIRA, 2001).

Tempos Modernos e o fordismo


Análise do Filme "Tempos Modernos" (Modern Times), de Charles
Chaplin (1936)

O termo fordismo se generalizou na linguagem sociológica a partir da


concepção de Antonio Gramsci (em “Americanismo e fordismo”), que o utiliza
para caracterizar os sistemas de produção e gestão empregado por Henry Ford
em sua fábrica, a Ford Motor Co., em Highland Park, Detroit, em 1913. O
fordismo é uma forma de racionalização da produção capitalista baseado em
inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista a
produção e o consumo em massa
Em Tempos Modernos, Chaplin nos apresenta um tipo de fordismo
incompleto tendo em vista que a produção de mercadorias é de massa, mas
não se constituiu ainda uma implicação de consumo de massa, o que ocorreria
apenas no pós-guerra nos principais paises capitalistas, sob pressão do
movimento sindical e político de classe (o compromisso fordista, como diria
David Harvey).
O fordismo de Tempos Modernos é apresentado como inovação técnica
e organizacional da produção e do processo de trabalho. Ele se caracteriza
como prática de gestão na qual se observa a radical separação entre
concepção e execução, baseando-se no trabalho fragmentando e simplificado,
com ciclos operatórios muito curtos, requerendo pouco tempo para formação e
treinamento dos trabalhadores (o que permite, deste modo, a integração na
produção capitalista de operários de massa e pessoas simples da plebe, sem
grande formação educacional, como é o caso do the tramp, personagem
clássico de Charles Chaplin).
O processo de produção fordista fundamenta-se na linha de montagem
acoplada à esteira rolante que evita o deslocamento dos trabalhadores e
mantém um fluxo contínuo e progressivo das peças e partes, permitindo a
redução dos tempos mortos, e, portanto, da porosidade. Esta é a impressão
magistral que Chaplin nos apresenta em Tempos Modernos, pois o grande
personagem do filme, ao lado de Carlitos, na cena da fábrica, é o sistema de
máquina, a esteira rolante que impõe seu ritmo, ditado pelo capitalista, aos
demais operários-massa. Em várias cenas, a maquina adquire vida própria. E o
trabalho, como atividade vital, transforma-se, para os operários-massa desta
produção fordista, em atividade repetitiva, parcelada e monótona, com sua
velocidade e ritmo estabelecidos independentemente do trabalhador, que o
executa através de uma disciplina rígida. No fordismo o trabalhador perde suas
qualificações, as quais são incorporadas à máquina. Na verdade, essa é uma
determinação material da grande indústria, segundo Marx. O fordismo é a
assunção plena (e vulgar) da grande indústria tratada por Marx em O Capital,
em 1867.
Nas primeiras cena de Tempos Modernos, Charles Chaplin nos
apresenta os principais elementos da fábrica fordista-taylorista. Através de
imagens, ele faz a anatomia da lógica fordista-taylorista, da produção em
massa, tanto em sua objetividade, quanto em sua subjetividade. Aparecem as
imensas instalações fabris (a grande indústria) e uma massa de operários
entrando na fábrica que, através de um recurso metafórico, é comparada com
um rebanho de ovelhas – no meio delas, uma ovelha negra (em A Greve, de
1926, Serguei Eisenstein utilizou o mesmo recurso metafórico para identificar,
por exemplo, operários em greve com bois indo para um matadouro). O que
Chaplin sugere é a idéia do operário-massa, que tanto caracterizou a produção
fordista-taylorista (o próprio Frederick Taylor considerava o “operário-bovino”
como aquele mais adequado para exercer as tarefas parcelares, repetitivas e
monótonas da produção capitalista).
Depois, prosseguindo em sua anatomia da produção capitalista, Chaplin
nos apresenta as formas de controle do capital sobre a força de trabalho. O
capitalista exerce controle total sobre a produção capitalista através do
comando da velocidade da esteira automática, acionada pelo capataz, a partir
das suas ordens dadas através de uma tela imensa. É um controle virtual que
atinge o operário não apenas na linha de produção, mas inclusive nos locais de
privacidade no interior da fábrica, tal como o banheiro, onde o industrial worker
esperava encontrar um espaço para si e não para o capital. A idéia do controle
capitalista através da tela midiática está sugerida também em Metrópolis, de
Fritz Lang (de 1926).
É claro que, nesse momento, Tempos Modernos aparece como uma
curiosa ficção-científica, pois as fábricas fordistas da década de 1930 não
utilizavam telas imensas para o controle operário. O futurismo de Chaplin quer
apenas nos sugerir que o controle do capitalista no locus da produção de
mercadoria é totalizador. E, além disso, é um controle midiático (o que iria se
disseminar apenas no capitalismo tardio com as novas tecnologias da
informação e comunicação, o que demonstra o caráter visionário da “ficção-
científica” de Charles Chaplin).
Entretanto, o controle capitalista que ocorre através da linha de
montagem, a esteira automática, e as telas imensas que existem na fábrica,
não podem ser consideradas absolutas. O que iremos verificar é que o surto
nervoso do industrial worker aparece como uma dimensão da sua subjetividade
insubmissa diante do controle do capitalista (nem o capitalista controla a
disposição intima do industrial worker, nem o próprio Chaplin, como persona do
capital, consegue controlar a si mesmo).
Em Tempos Modernos, os operários são apenas apêndices do sistema
de máquinas, uma mera engrenagem, representada na cena clássica do
operário sendo engolido pela máquina. É a dimensão da objetividade
estranhada e fetichizada, pois a máquina, ou mais propriamente, o sistema de
máquina, é a própria representação do fetiche que se impõe sob o comando do
capitalista como persona do capital.
O sistema de máquinas possui, como mediação hierárquica, o capataz,
homem musculoso e de força física, em contraste com os demais operários da
linha de montagem. É ele quem executa as ordens do capitalista no local de
trabalho, acionando o controle de velocidade do sistema de máquinas (a
exposição do capataz como homem de músculos sugere que o exercício do
controle capitalista na produção não pode prescindir da força física, não
apenas para manejar as alavancas do sistema de máquinas, mas para se
impor sobre os operários-massa).
Além do capataz, aparece a secretária, mulher jovem, agente das
mediações complexas do controle capitalista e também objeto de desejo (é ela
que é perseguida pelo industrial workers em surto nervoso, atraído pelos
botões traseiros do seu vestido). Os músculos do capataz e os botões traseiros
da secretária são signos do desejo na corporalidade viva do controle
capitalista. O que Chaplin sugere é que, a lógica de controle capitalista, não
deixa de se apropriar das dimensões do desejo.
Uma persona do capital que merece uma análise particular é o
capitalista. É o único que tem voz – literalmente, apesar de ser um filme mudo
(numa época em que Hollywood já utiliza do cinema sonoro), os únicos sons de
Tempos Modernos provém do lócus de poder do capital e de suas personas
midiáticas: a voz do capitalista, o locutor do rádio (a mídia como persona do
capital?) e a voz de Chaplin quando canta a música nonsense (nesse caso, o
industrial worker não deixa de ser uma persona do capital, pois é pólo
antagônico reflexivo da relação-capital).
Em primeiro lugar, Chaplin nos apresenta o cotidiano do capitalista. Ele
aparece em sua tipicidade parasitária, montando quebra-cabeças, lendo jornal
e digerindo um comprimido de medicamento para alguma disfunção orgânica:
stress? úlcerá gástrica?. Talvez Chaplin esteja sugerindo que o capitalista deve
estar preocupado com a crise. Não nos esqueçamos que o cenário de Tempos
Modernos é o da Grande Depressão. Na verdade, ele é vítima da concorrência
intercapitalista (mais tarde, a fábrica irá aparecer fechada).
Em seguida, o capitalista em sua sala de comando, atende um
vendedor, trabalhador de classe média, que aparece deslocado de sua função
profissional por uma máquina automática. Chaplin sugere que a máquina que
caracteriza a modernidade capitalista irá atingir a função do vendedor,
tornando-o, tal como o operário da linha de montagem, um mero apêndice da
máquina.
O vendedor e seus auxiliares técnicos, apenas conduzem as máquinas:
primeiro, um dispositivo automático de áudio que reproduz a apresentação de
uma nova invenção, capaz de reduzir os tempos mortos na produção de
mercadorias: a sopeira automática. É a máquina que faz a apresentação de
venda da máquina. Se a produção de máquinas através de máquinas irá
representar uma importante revolução técnica, a venda de máquinas através
de máquinas deverá indicar uma nova revolução técnica no interior da grande
indústria. O que Chaplin sugere é a revolução das vendas, o que ocorreu com
o fordismo como modo de desenvolvimento capitalista, onde a produção em
massa que ocorre através de máquinas exigiu a venda e um arcabouço
complexo de propaganda e marketing, através de máquinas automáticas,
capazes de criar uma nova demanda para os produtos capitalistas.
Após sua apresentação da sopeira automática, o vendedor e seus
técnicos a conduzem para uma demonstração no local de produção. Escolhem
o industrial worker para ser a cobaia da nova invenção. É um momento de
perda do controle, pois a sopeira automática não consegue cumprir à contento
sua função. O que Chaplin sugere é que as personas do capital, sejam o
capitalista e seus auxiliares diretos e indiretos – incluindo profissionais de
venda e inventores e cientistas à serviço do capital – e inclusive o industrial
worker, estão imersos numa incontrolabilidade intrínseca ao sistema do capital.
O capital busca, é claro, automatizar todas as funções vitais da força de
trabalho, inclusive aquelas que, como o tempo de lanche, são considerados
pelo capital como tempos mortos. O fracasso da sopeira automática é o
fracasso da tentativa de “colonizar” a hora do lanche, automatiznado o gesto
natural da alimentação (o que o capitalismo tardio conseguiu fazer com o fast-
food, uma inovação fordista da alimentação operária).
Quanto ao industrial workers, seu surto nervoso pode ser apreendido
como forma subjetiva de resistência à lógica maquinal do capital. É a forma
como o anti-herói problemático pode se expressar numa situação-limite, diante
da máquina e das tarefas parcelizadas e sem conteúdo da produção fordista. É
o protesto incontrolável da disposição subjetiva do operário contra o ritmo
monótono e repetitivo da linha de montagem. Na verdade, o surto nervoso
ocorre após um “dia de cão”: primeiro, a intensificação do ritmo da esteira
automática (numa situação de crise, o capitalista busca extrair o maior quantum
de mais-valia possível – é o que se constata após a ordem do capitalista ao
capataz para aumentar o ritmo da máquina); nesse dia, o capitalista usa o
industrial worker como cobaia de uma experiência fracassada de reduzir os
tempos mortos (mais uma tentativa de extrair mais-valia da força de trabalho).
Além disso, o industrial worker não consegue um momento de dispersão no
banheiro, pois o capitalista o persegue. Enfim, o surto nervoso é a disrupção de
um limite subjetivo que um personagem particular, o industrial worker, possuía
de suportar a exploração intensa do capital.
Ora, apenas o industrial worker teve o surto nervoso, pois a doença do
trabalho vivo é uma disposição psíquica particular-concreta que irrompe
apenas em determinadas personalidade típicas com biografia determinada. Ela
se expressou daquela forma (o surto nervoso) e não de outra forma, pois o
surto nervoso possui algumas características peculiares. Ele se expressa
através do despertar do desejo. O industrial workers executa quase um balé
desvairado ao lado da linha de montagem, inclusive se apropriando do próprio
sistema de máquinas para escapar de seus perseguidores: seus próprios
companheiros operários (o que sugere mais uma brilhante interversão).
A seguir, o industrial worker, alucinado pelo surto nervoso, persegue os
botões traseiros da secretária e mais adiante, os botões exuberantes do
vestido de uma transeunte casual. Em seu surto nervoso, Chaplin quase ensaia
uma dança livre do desejo que irrompe no local de controle do capital. Ora, não
é apenas o capital que se apropria do desejo. Agora, o industrial workers, sob
surto nervoso, busca se apropriar dos signos diruptivos do desejo.
Além disso, ao entrar em surto nervoso, Chaplin expressa atitudes anti-
hierarquicas (ao jogar óleo no capitalista) e quase heróicas (quase no estilo de
Errol Flyn, do espadachim que enfrenta os “piratas” do capital). Um detalhe: ao
jogar óleo no capitalista, Chaplin parece estar sugerindo que eles todos –
capitalistas, operários, policiais – são “engrenagens” do sistema de máquinas
que precisam ser lubrificadas. Seu gesto expõe a forma/conteúdo das personas
estranhadas do capital.
Como já salientamos acima, em Tempos Modernos, não sabemos o que
produzem os operários da fábrica fordista. Eles apenas manipulam suas
ferramentas parcelizadas nos postos de trabalho prescritos, ao lado da esteira
mecânica. Talvez Chaplin esteja sugerindo a dimensão do trabalho abstrato, o
único que produz mais-valia, e cuja forma concreta é indiferente. Para o capital
não interessa o trabalho concreto, mas só o trabalho abstrato. O trabalho
abstrato, sem conteúdo, é o objeto de repúdio do personagem de Chaplin, que
se insurge, de forma inconsciente, contra a modernidade capitalista (o tema da
insurgência contra o trabalho fordista-taylorista, tanto em sua forma, quanto em
seu conteúdo, foi tratado por René Clair em A Nous La Liberte, de 1931).
No modo de produção capitalista, o valor de troca se impõe sobre o valor
de uso. A natureza abstrata do produto apenas expõe sua negação, no sentido
dialético, pelo valor de troca e valor. Sua subsunção às determinações do
capital como sujeito automático de auto-valorização. Mais adiante, é contra o
valor de troca que o industrial worker irá se insurgir (a cena da expropriação no
self-service e na Loja de Departamentos, quando ele e a garota se apropriam
dos produtos, desprezando seu caráter de mercadoria).
Mas o surto nervoso do industrial worker no local de trabalho é uma
insurgência contingente contra o trabalho fordista-taylorista em vários sentidos.
Não apenas porque é não-consciente, no sentido de expressar uma
consciência de classe necessária, mas porque é individual, o que significa que
encontra os limites estruturais da insurgência heróica do individuo contra o
sistema do capital. Um individuo solitário não pode triunfar na sua luta contra a
alienação.
É importante salientar que o fordismo que observamos em Tempos
Modernos é mais um modelo de produção em massa, que um modo de
desenvolvimento, o que só tenderia a ocorrer após a II Guerra Mundial. O que
significa que Tempos Modernos é um filme de transição, de um período
histórico do fordismo incompleto, ainda não constituído como modo de vida; o
que só ocorreria mais tarde, a partir das lutas de classes e do sindicalismo
organizados e dos acordos coletivos (em Tempos Modernos, estão postos
alguns elementos que irão constitituir, mais tarde, o compromisso fordista – a
ação coletiva dos operários, com passeatas e greves de massa). Como iremos
destacar adiante, é a garota, mulher proletária, excluida da produção, quem
prefigura os anseios fordistas.
Deste modo, a saída vislumbrada pelo industrial worker em Tempos
Modernos parece ser meramente individual, como demonstra a cena final, onde
Chaplin, diante do desalento da garota, enfatiza a crença no amor e na
esperança. Essa sugestão de Chaplin pode demonstrar tanto os limites trágicos
da consciência contingente do industrial workers, quanto sua percepção de que
a outra saída, a proteção do Estado social e sua máquina burocrática, seria tão
somente mais uma disposição de controle do capital. O industrial workers pode
estar sugerindo que a verdadeira felicidade, e não nos esqueçamos que
Tempos Modernos, como observa o próprio Chaplin, trata da busca da
felicidade, significa ir além do capital, ou seja, ir além tanto do capital privado,
quanto do Estado político como exterioridades estranhadas. Implicaria um novo
sócio-metabolismo baseado na autonomia plena dos produtores auto-
organizados (como diria Marx)
Como destacamos, a transgressão do industrial worker assume formas
contingente (e derivativas), que expõem a sua não-adaptação à lógica da
produção de mercadorias. Se num primeiro momento, a transgressão
contingente aparece como surto nervoso, no decorrer do filme ela aparece nas
atitudes desastradas que nos fazem rir. Mas, nesse caso, o riso é expressão da
sua tragédia. É ao ser desastrado, e portanto, exercer sua comicidade, que
Chaplin explicita a conservação do núcleo humano na resistência individual
contra a lógica do capital. É através da sua comicidade trágica que ele
consegue ir além da vida privada de homens médios, enquadrados e passivos.
Por exemplo, mais tarde, o industrial worker consegue voltar à fábrica
como ajudante de manutenção de máquinas. Ele não volta para a linha de
produção, talvez devido a seu histórico clínico de surto nervoso. Mas, mesmo
na tarefa de auxiliar de manutenção, Chaplin encontra-se diante do sistema de
máquinas que aparece como expressão suprema do estranhamento, como
coisa viva, um fetiche que se impõe. Nesta cena clássica, ao lado do industrial
worker, está um velho operário de manutenção que apenas cuida da limpeza e
manutenção do sistema de máquinas, e que talvez, no passado pré-fordista,
tenha sido um artesão metalúrgico.
Na verdade, Chaplin e o operário de manutenção são expressões de
duas gerações de operários metalúrgicos. O interessante é que, nesse caso, é
o industrial worker de Chaplin que envolve o velho operário em sua tragédia
moderna. A atitude desastrada do industrial worker, envolvendo o velho
operário de manutenção, é a singela expressão do estranhamento diante do
sistema de máquinas e de si próprio.
Um detalhe da cena desastrada entre Chaplin e o velho operário é
aquela em que o torno mecânico esmaga o relógio do velho operário. Chaplin
contribuiu de modo involuntário para que o velho operário perdesse seu relógio,
herança de família. Nesse caso, a cena pode possuir várias significações: seria
a destruição da tradição artesanal e do savoir-faire dos artesãos metalúrgicos
pelo sistema de máquinas e poderia ser, por outro lado, expressão da rebeldia
do trabalho estranhado. Ao deixar o sistema de máquina esmagar o relógio do
velho operário, Chaplin cometia um gesto de insurgência contingente contra o
capital, prefigurado, em Tempos Modernos, na figura do relógio.
Mais adiante, o próprio Chaplin iria contribuir, ainda de forma involutária,
para que o velho operário ficasse preso nas engrenagens do sistema de
máquina. Desta vez não é ele que é deglutido pelo sistema de máquinas como
ocorreu antes, mas é o velho operário, responsável pela manutenção do
sistema de máquinas.
Tempos Modernos é um filme onde homens e mulheres proletários são
engolidos pelo sistema de máquina, seja na fábrica, seja na sociedade. Por
exemplo, o Estado político, que controla os proletários despossuidos, seriam
formas de deglutir homens e mulheres, digerindo com suas engrenagens
policial-burocráticas (o caso do presídio e a perseguição que os agentes do
Estado fazem com a garota, um tema constante em Chaplin, como observamos
ainda em O Garoto – The Kid, de 1921).
Além disso, existem outras engrenagens sutis que dilaceram as
personas do capital em suas rotinas cotidianas (o próprio capitalista, o único
que tem voz imperativa no filme, é meramente uma persona do capital, preso
em suas engrenagens de valorização). Enfim, o sistema de máquinas parece
“engolir” (e dilacerar) a todos.
Outra atitude desastrada do industrial workers ocorre quando ele vai
trabalhar no estaleiro naval, após sair do hospital psiquiátrico. O processo de
trabalho da indústria naval, apesar de assumir a forma capitalista, ainda é
predominantemente artesanal, exigindo dos operários certas habilidades
perceptivas dispensáveis na linha de montagem.
Por exemplo, o operário da indústria taylorista-fordista executa apenas
uma operação rotineira e monótona, manipulando, no decorre da jornada de
trabalho, objetos que são abstrações, meros componentes de uma mercadoria
complexa, parcelizada em elementos padrões. A ferramenta e seu obejto de
manipulação é especializada, não exigindo do operário habilidades mentais
complexas. Na indústria naval, onde não existia uma linha de montagem, a
lógica da produção de mercadorias assume ainda uma base artesanal. A
tragédia (e o desastre) do industrial worker de Chaplin é que ele não consegue
distinguir lógicas desigual, apesar de combinadas, da produção capitalista. Ao
não discernir que uma trava de madeira pode cumprir funções múltiplas no
processo de trabalho, ele confunde a lógica do trabalho fordista-taylorista com
a lógica artesanal.
Tempos Modernos, de Charles Chaplin, herda a tradição crítica da
modernidade fordista-taylorista de A Nous la liberté, de René Clair, de 1931.
Inclusive, diz-se que Chaplin se inspirou em Clair para escrever seu Tempos
Modernos. Na década de 1930, década de grande depressão e de inovações
capitalista profundas na produção e no processo de trabalho, o avanço do
fordismo, objeto de crítica de Clair e de Chaplin, representava o avanço de uma
modernidade catastrófica, que tinha seu lado perverso na agudização das
contradições sociais, da luta de classes e da geopolítica imperialista (o que
veríamos traduzida na II Guerra Mundial). Tanto Chaplin quanto Clair traduziam
em seus filmes a critica da racionalização do mundo, intrínseca ao avanço do
capitalismo monopolista, e a afirmação dos valores da vida simples em
harmonia com a Natureza e com o ethos comunitário (algo que o capital não
poderia mais proporcionar).

Bibliografia Básica

Trabalho e Tecnologia – Dicionário Crítico, de Antonio David Cattani,


Verbete Fordismo e Pós-Fordismo (Editora Vozes, 1999).
Trabalho e Capital Monopolista, de Harry Braverman (Editora Zahar,
1985)
O Capital – Crítica da Economia Política, de Karl Marx, Volume 1, Seção
V (Editora Abril, 1998)
"Americanismo e Fordismo", de Antonio Gramsci (In Caderno do
Cárcere).

Observações

Outra análise do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, pode ser


lida na Revista Tela Crítica, no.1, 2004, no artigo homonimo, de autoria de
Marco Santana.

Uma análise exaustiva do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin,


encontra-se no CD-ROM Tempos Modernos - Uma Análise do Filme (Editora
Praxis, 2004), de autoria de Giovanni Alves.

Giovanni Alves (2005)


Melhores correspondências para filme tempos modernos+ford
Tempos Modernos e o fordismo. Análise do Filme "Tempos Modernos"
(Modern... Ir para o texto »
por Henry Ford em sua fábrica, a Ford Motor Co., em Highland Park,
Detroit,... Ir para o texto »

O que é

Fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-


americano Henry Ford, cuja principal característica é a fabricação em massa.
Henry Ford criou este sistema em 1914 para sua indústria de automóveis,
projetando um sistema baseado numa linha de montagem.

Objetivo do sistema

O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de


produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número
possível de consumidores. Desta forma, dentro deste sistema de produção,
uma esteira rolante conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis, e cada
funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não
precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de
produção. Também não era necessária utilização de mão-de-obra muito
capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa
dentro de sua etapa de produção.

O fordismo foi o sistema de produção que mais se desenvolveu no


século XX, sendo responsável pela produção em massa de mercadorias das
mais diversas espécies.

Declínio do fordismo

Na década de 1980, o fordismo entrou em declínio com o surgimento de


um novo sistema de produção mais eficiente. O Toyotismo, surgido no Japão,
seguia um sistema enxuto de produção, aumentando a produção, reduzindo
custos e garantindo melhor qualidade e eficiência no sistema produtivo.

Fordismo para os trabalhadores

Enquanto para os empresários o fordismo foi muito positivo, para os


trabalhadores ele gerou alguns problemas como, por exemplo, trabalho
repetitivo e desgastante, além da falta de visão geral sobre todas as etapas de
produção e baixa qualificação profissional. O sistema também se baseava no
pagamento de baixos salários como forma de reduzir custos de produção.

Dica de filme:

- Um filme interessante que aborda o fordismo é “Tempos Modernos”,


produzido e estrelado por Charles Chaplin. O filme faz uma crítica ao sistema
de produção em série, além de mostrar a combalida economia norte-americana
após a crise econômica de 1929.

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