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Ferrofundido
Ferrofundido
RIO DE JANEIRO
2005
FERRO FUNDIDO
E
1147 F
E CC
γ
G
910
723 a
K
α PP S S
α+ γ
Figura 1
Ligas com teor de carbono de 4,3% a 1148°C (ponto C), são chamadas de ligas
eutéticas. São as ligas de menor pondo de fusão ou solidificação. Ferros fundidos com teor
de carbono variando entre 2,0 a 4,3 % são denominadas de hipoeutéticas, teores de carbono
superiores a 4,3% são características dos ferros fundidos hipereutetóides.
Ao se resfriar lentamente uma liga eutética, a solidificação ( a 1148°C) se procede
havendo equilíbrio de duas fases, austenita e cementita (Fe3C) . Este cristalizado é chamado
ledeburita, e constituído de um fundo de cementita (6,7% C) e cristais dentríticos de
austenita ( 2,0% C).
Continuando o resfriamento, verifica-se uma diminuição do teor de carbono da
austenita até a 727° C e com 0,8%C (ponto S). Ao ultrapassar a a linha PSK, a austenita se
transforma em perlita. A ledeburita será constituída de glóbulos de perlita sobre um fundo
de cementita.
Analisando um ferro fundido hipoeutético de 3,0% de teor de carbono (linha X),
resfriando a liga, à medida que esta se aproxima da linha solidus, cristais de austenita se
formam em quantidades cada vez maiores, diminuindo a quantidade da fase líquida. Ao
atingir a linha solidus, estarão em equilíbrio a fase austenita com 2,0% de carbono e
ledeburita com 4,3% de carbono, esta constituída de austenita e cementita.
Mantendo o resfriamento, a concentração de carbono da austenita isolada e da
austenita da ledeburita diminuirá, percorrendo a linha SE, até a temperatura de 727°C.
Abaixo desta temperatura, a liga será constituída de cristais de perlita envolvidos por
ledeburita, que é formada por glóbulos de perlita sobre um fundo de cementita.
Uma amostra de ferro fundido hipereutético com 5,0% de carbono (linha Y),
solidificará ao atingir 1148°C, apresentando as seguintes fases em equilíbrio: cementita e o
eutético ledeburita. Continuando o resfriamento, cementita permanecerá a mesma e a
austenita da ledeburita sofrerá diminuição do seu teor de carbono (linha SE) transformando-
se em perlita a 723°C. A partir desta temperatura a liga estudada terá duas fases
constituíntes: cristais alongados de cementita e um fundo de ledeburita.
EFEITO DO SILÍCIO
A principal influência do silício na composição do ferro fundido é o deslocamento
da composição do eutético. O ponto eutético é formado com porcentagem menores de
carbono à medida que o teor de silício aumenta. Devido a presença do silício a reação
eutética ocorre num intervalo de temperatura.
Surge o conceito de carbono equivalente. Dependendo do teor de silício, a liga se
comporta como se tivesse um teor de carbono diferente do real.(figura 2)
C.E. = %C + 1/3 %Si
Por exemplo, uma liga com 3,6%C e 2,3% Si, terá como resultado de carbono
equivalente, C.E. = 4,3%. Assim esta liga se comportam mecanicamente como uma liga
eutética.
Do ponto de vista da estrutura e de propriedades mecânicas, o silício também
influencia na grafitização, ou seja, promover a decomposição do Fe3C em ferro e carbono.
Usando um ferro fundido hipoeutético de 3,0% C e 2,3 % Si, como exemplo, a 1150°C o
líquido remanescente solidifica com teor de carbono de aproximadamente 3,6 %, neste
momento ocorre grande parte da grafitização. No curto período que ocorre a solidificação
final fica estabelecida a quantidade , forma e a distribuição da grafita.
2,3 % Si
α + L
γ +L
γ + Fe3C
3,6% C
Figura 2
TRATAMENTOS TÉRMICOS
De modo geral o principal motivo dos tratamentos térmicos em ferros fundidos é o
alívio de tensões decorrentes do processo de fundição.
Nos ferros fundidos brancos é usual fazer tratamentos térmicos para reduzir as
tensões decorrentes das diferentes velocidades de solidificação através das seções da peça.
A uniformização da estrutura é fundamental quando essas peças são sujeitas a esforços
mecânicos de choque.
O tratamento térmico nos ferros fundidos cinzentos têm por objetivo melhorar suas
propriedades, os mais comuns são: alívio de tensões ou envelhecimento artificial;
recozimento, para melhorar as usinabilidade; normalização e têmpera com revenido,
atuando na resistência à tração e dureza melhorando a resistência ao desgaste.
O recozimento consiste no aquecimento do material até acima da zona crítica,
seguido de esfriamento lento e geralmente dentro de fornos. Visa devolver propriedades
normais que foram alteradas em tratamentos mecânicos anteriores. O tempo de encharque
depende da quantidade de grafitização desejada. O recozimento grafitizante, emprega-se a
ferros fundidos que apresentam carbonetos maciços. A normalização – recozimento com
esfriamento à temperatura ambiente – visa obter matriz homogênia com eliminação de
carbonetos maciços.
Na têmpera, a peça é aquecida acima da zona crítica e esfriada rapidamente em
água ou óleo visando aumentar a dureza, limite de escoamento e resistência à tração.
O revenido consiste em reaquecer a peça temperada até a uma temperatura
adequada abaixo da zona crítica e esfria-la novamente. Visa corrigir os efeitos da têmpera
quando se manifesta dureza e tensões internas excessivas e perigosas.
Os gráficos abaixo relacionam a temperatura que a peça é levada e a velocidade de
esfriamento dos tratamentos térmicos supra citados.
RECOZIMENTO TÊMPERA REVENIDO
°C °C °C