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TIPOS DE JEJUM

A bíblia na sua maior parte é literal. Muitos na igreja tentam dizer:

I. Jejuar não é necessariamente abster-se de alimentos, mas de qualquer coisa que


impeça nossa comunhão com Deus.
II. Ou jejuar é negar-se a si mesmo.
III. Ou ainda: Devemos viver uma vida de jejum, que não sejamos controlados pela
comida.

Tudo isto fazem para fugir da necessidade de ter que se jejuar.

Examinando as Escrituras, deparamo-nos basicamente com três tipos de jejum,


envolvendo abstinência de alimentos.

1. JEJUM NORMAL – Abstinência de alimento, mas não de água.


2. JEJUM ABSOLUTO – Abstinência de alimento e água.
3. JEJUM PARCIAL – Abstinência de certos alimentos.

JEJUM NORMAL
Esse é o tipo mais comum de jejum, chamaremos de jejum normal. A primeira
referência de jejum no Novo Testamento é um jejum desse tipo. Trata-se do
jejum de Jesus.

A Bíblia diz que Ele não comeu, mas não afirma que Ele não bebeu. Diz que Ele
teve fome, mas não que tivesse sede. Concluímos que Ele bebeu pois água não é
alimento, é parte do corpo. Nós podemos viver sem alimento até 40 dias, num
corpo saudável, porém não sem beber. Podemos deixar de comer por um tempo
e o corpo usa as reservas armazenadas. Quando estas se esgotam, vem a
verdadeira fome, ocasião onde o corpo entra numa fase de perigo e começa a
inanição(enfraquecimento extremo por falta de alimentação). Voltar a alimentar é um imperativo(é
ordem)
, sob pena de morte. A isto se chama JEJUM COMPLETO. No caso de
Jesus, portanto, o jejum foi completo. Seu organismo esgotou as reservas de
energia. Por isso diz o texto: “Teve fome”.
Quando há um jejum sem água, a Bíblia sempre diz que a pessoa não comemu,
nem bebeu. Não temos, de fato, um jejum na Bíblia sem água, por mais de três
dias, e para sermos bíblicos ninguém jamais deveria jejuar sem água, mais que
72 horas(3 dias). Concluímos portanto que o jejum normal, ou comum, é
abstinência de alimento, mas não de água.

JEJUM ABSOLUTO
Por jejum absoluto queremos nos referir ao que exclui tanto o alimento quanto a
água. Temos vária referências na Bíblia, sendo que o de maior duração é de três
dias.
Em todos os casos deste jejum as pessoas envolvidas estão enfrentando alguma
crise, que as lança numa busca de Deus tão intensa, que a perda do desejo de
comer e de beber facilmente desaparece.
Paulo é um exemplo disto. (Atos 9:9) - E esteve três dias sem ver, e não comeu
nem bebeu. Quando o Senhor enviou Ananias a encontrá-lo, informa: (Atos
9:11) – “... eis que ele está orando”. Certamente a busca e o impacto causado
pela visão de Jesus, estando cego, não lhe permitiram sequer pensar em comida
ou bebida.
Pensemos em Ester. Ela instrui Mardoqueu, dizendo:
(Ester 4:16) - Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai
por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu
e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda
que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.
A sentença de morte pesa sobre todos os judeus e sobre Ester, ainda que seja
Rainha. O que mais lhe interessa? A chacina está decretada. É em meio à crise
de tal magnitude que ele proclama um jejum absoluto.

JEJUM SOBRENATURAL

Temos referências a jejuns absolutos prolongados, mas que certamente são de


caráter sobrenatural, pois ao natural as pessoas não poderiam ter sobrevivido. O
primeiro é o de Móisés. Por duas vezes, praticamente sem intervalo, esteve por
quarenta dias e quarenta noites na presença de Deus no monte, durante os quais
não comeu e nem bebeu. Ele mesmo testifica:

(Deuteronômio 9:9-18) – “... Fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites;


pão não comi, e água não bebi... E me lancei perante o SENHOR, como antes,
quarenta dias, e quarenta noites; não comi pão e não bebi água, por causa de
todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do
SENHOR, para o provocar à ira.

No primeiro período, Moisés recebeu as tábuas da Lei, escritas pelo dedo de


Deus. No segundo, intercede pelo povo que deus dissera querer destruir por
causa da quebra da aliança ao fazerem o bezerro de ouro e o adorarem-no. Deus
estava Se manifestando a Moisés e a Israel de modo sem paralelo na história do
homem em estado de pecado. Não era um jejum natural. Como aquele que
fazemos e como o que Jesus fez.
Outro caso é o de Elias. O relato indica que ele estava deitado debaixo de um
zimbro, dormindo, quando um anjo de Deus lhe trouxe pão e água e, por duas
vezes, deu-lhe de comer e beber. E, então lemos:
(I Reis 19:8) - Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela
comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de
Deus.
Aqui, também, estamos diante de uma experiência sobrenatural. Uma caminhada
tão longa, por um deserto abrasador, em jejum absoluto, seria suicídio.
Os dois, passaram por um jejum sobrenatural; tiveram um fim da vida terrena,
de modo sobrenatural, bem como uma reaparição sobrenatural com Cristo, no
Monte da transfiguração.
O jejum absoluto é uma medida excepcional, em ocasiões excepcionais. A
menos que se tenha uma clara liderança do Espírito para tanto, o jejum absoluto
deve ficar dentro dos limites de duração mencionados na Bíblia.

JEJUM PARCIAL
Este fala de uma dieta restrita, mais do que de abstinência. Nosso exemplo, é de
Daniel.
(Daniel 10:2-3) - Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.
Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca,
nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas.
Não é mencionando o que ele comeu. O culminar deste jejum foi uma tremenda
visitação de um anjo de Deus com uma revelação indispensável à nossa
compreensão das batalhas que se travam nas regiões celestes.
No Novo Testamento encontramos João Batista com uma dieta de gafanhotos e
mel silvestre.
O jejum parcial permite bastantes variações. Um único tipo de alimento pode ser
usado durante todo período do jejum. Ou por exemplo:
40 dias = suco de abacaxi (por dez dias0; e uva s frescas (30 dias).
Omitir 1 ou 2 refeições por dia. Obs.: Cuidado para não descontar na refeição
seguinte.

DURAÇÃO
Quanto à duração de um jejum na Bíblia, vai desde uma noite, a quarenta dias.

1. Uma noite – Dario, quando Daniel foi lançado na cova dos leões. (Dn 6:18).
2. Um dia- Esdras com o povo, junto ao rio Ava, na Babilônia, antes do seu
regresso a Jerusalém (Ed 8: 21-23).
3. Três dias – Ester (Et 4:3).
4. Vinte e um dias - Daniel, orando e clamando pelo seu povo e buscando
5. revelação de Deus (Dn 10:2,3).
6. Quarenta dias - Móisés (ex 24-18; 34:28, Dt 9:9,18).

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