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INTRODUÇÃO
Trata-se o presente estudo em uma análise a respeito dos abusos cometidos pela
Administradoras de Cartões de Crédito sob a luz da nossa jurisprudência
Na relação financeira entre as partes, que embora realizada na maioria das vezes,
entre particulares, há a evidência, manifesto interesse público diante, da dimensão do
próprio interesse que cerca a matéria envolvendo o cartão de crédito. Devemos ressaltar
a existência de uma divergência entre o sistema dos cartões de créditos bancários dos
não bancários.
"Neste dispositivo a lei ratifica os termos do art. 3º, § 2º, que define o serviço como
objetivo de relação de consumo incluindo nesse conceito os de natureza creditícia e
financeira". São redutíveis ao regime deste artigo todos os contratos que envolverem
crédito, como os de mútuo, de abertura de crédito rotativo , de cartão de crédito, de
financiamento de aquisição de produto durável por alienação fiduciária ou reserva de
domínio, de empréstimo de aquisição de imóvel etc., desde que, obviamente,
configurem relação jurídica de consumo, em que o creditado, o financiado ou o
contratante do mútuo seja o beneficiário final do ajuste, ou seja, não se constitua um
caso de repasse do numerário.
"Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas
ao fornecimento de produtos e serviços que:
Apelação Cível Nº 46.623/97 - 2ª Turma Cível Relator Des. EDSON ALFREDO SMANIOTTO
CONTRATO DE ADESÃO – CARTÃO DE CRÉDITO – CONSUMIDOR QUE ADQUIRE PARCOS MATERIAIS DE CONSUMO E SE
VÊ ENVOLVIDO EM JUROS E ACRÉSCIMOS EXORBITANTES – MANIFESTAÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL EXAGERADA –
OFENSA AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
EMENTA
Cartão de crédito. Contrato de adesão. Segundo o disposto no § 3º do art. 54, do Cód. de Def. do
Consumidor, "Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres
ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor". Caso em que o titular
não teve prévia ciência de cláusulas estabelecidas pela administradora, não lhe podendo, portanto,
ser exigido o seu cumprimento".
Cláusula 3.5 ... No caso do cancelamento do Cartão ocorra durante o primeiro ano
da admissão do Associado, independentemente da data de cancelamento, para cobrir os
custos administrativos e de processamento, entre outros, a AE reterá o valor da taxa de
admissão paga pelo Associado, ou a quantia, correspondente a 20% do valor da Taxa de
Anuidade, na hipótese de não ter sido cobrada a Taxa de Admissão, por liberalidade da
AE;
Cláusula 10.1 . Todas as despesas constantes do Extratos que não se forem pagas
até a data indicada de seu vencimento estarão sujeitas ao acréscimo das seguintes
penalidades: ... b) encargos financeiros que forem incorridos pela AE em razão do não
pagamento acrescidos de reembolso de custos operacionais relativos à cobrança desses
débitos ...
Cláusula 15.3 . A AE tem o direito de ceder este Contrato, a qualquer tempo, sem
notificação ao Associado;
Cláusula 4.4 ... O valor em excesso será acrescido ao pagamento mínimo e sobre
ele incidirá a multa de 10% ... e os Encargos Contratuais...
Cláusula 10.1 . Pelo presente instrumento o Titular outorga à CC mandato especial
para representá-lo junto a toda e qualquer Instituição Financeira, incluídos nesse
mandato os poderes para obter, em nome e por conta do outorgante, financiamento por
valor não excedente ao do saldo devedor apurado à conta do Titular, podendo a CC, para
tanto, negociar e ajustar prazos, acertar condições e o Custo do Financiamento e demais
encargos da dívida cobrados pelas Instituições Financeiras, abrir contas correntes em
Bancos e assinar contratos de aberturas de crédito ou instrumentos de qualquer natureza,
necessários para o financiamento, que será utilizado única e exclusivamente para os fins
e na forma prevista deste Contrato.
a. Multa Moratória de 10% incidentes sobre o saldo devedor, por falta, insuficiência
ou atraso de pagamento;
b. Multa Convencional:
b.1) De até 20% incidente sobre o saldo devedor aplicável cada vez que ocorrer o
inadimplemento de qualquer cláusula ou condição que dê causa à rescisão deste
Contrato;
b.2) De 50% incidente sobre o valor da obrigação, por descumprimento das normas
determinadas pelo Banco Central e/ou de cláusulas e condições previstas pela CC;
DESPACHO DO DIRETOR
Em 13 de outubro de 1998
N.º 79
Todo parágrafo tecnicamente bem situado (e este não está, porque contém
autonomia de artigo) liga-se ao conteúdo do artigo, mas tem autonomia normativa. Veja-
se, pôr exemplo, o parágrafo primeiro do mesmo artigo 192. Ele disciplina o assunto
que consta dos incisos I e II do artigo, mas suas determinações, pôr si, são autônomas,
pois uma vez outorgada qualquer autorização, imediatamente ela fica sujeita às
limitações impostas no citado parágrafo. Se o texto em causa fosse inciso de artigo,
embora com normatividade formal autônoma, ficaria na dependência do que viesse a
estabelecer a lei complementar. Mas tendo sido organizado num parágrafo, com
normatividade autônoma, sem ferir a qualquer previsão legal ulterior, detém eficácia
plena e aplicabilidade imediata. Juros reais os economistas e financistas sabem que são
aqueles que constituem valores efetivos, e se constituem sobre toda desvalorização da
moeda. Revela ganho efetivo e não simples modo de corrigir a desvalorização
monetária. As cláusulas contratuais que estipularem juros superiores são nulas. A
cobrança acima dos limites estabelecidos, diz o texto, será considerada como crime de
usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei dispuser. Neste
particular, parece-nos que a velha Lei da Usura (Decreto 22.626/33) ainda está em
vigor." Direito Constitucional Positivo, 6ª edição, Editora LRT, 1990, páginas 694 e
695.
Devemos ainda expor que a maioria dos doutrinadores são favoráveis a limitação
dos juros constitucionais em 12 % ao ano os Juristas: Régis Fernandes de Oliveira
(RT666/233), Edvaldo Brito (A Constituição Brasileira, 1988, vários autores, Forense
Universitária, p. 393 e segs.), Eros Roberto Grau, Sergio Gischklow Pereira, Araken
de Assis ( artigo e decisões publicadas em A Luta contra a usura, Organização
Fernando Gasparian, Coordenação de Roberto Fernandes de Almeida, Graal ed. p.
37 à 123 ), José Afonso da Silva , Nagib Slaib Filho e Luis Roberto Barroso. E isto
se aplica aos Contratos de Adesão das Administradoras de Cartões de Crédito,
principalmente no sistema rotativo. Vamos analisar entretanto, a posição da
jurisprudência a respeito da limitação dos juros nos Contratos de Cartão de Crédito:
E o Egrégio Supremo Tribunal Federal, pela Súmula 121, consagrou tal orientação:
"É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada".
Na mesma RT 734/488 lê-se: "A capitalização mensal de juros (juros sobre juros) é
vedada pelo nosso direito, mesmo quando expressamente convencionada, não tendo
sido revogada a regra do art. 4º do Dec. 22.626/33 pela Lei 4.595/64".
Diante disto, devemos ainda expor que os nossos Tribunais decidem com
unanimidade repudiando a prática do anatocismo inclusive com as Administradoras de
Cartões de Crédito:
"Art. 1º. É vedado, é será punido nos termos desta Lei, estipular
em quaisquer contratos taxas de juros superiores ao dobro da taxa
legal".
"Art. 4º. É proibido contar juros dos juros; esta proibição não
compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos em conta
corrente de ano a ano".
Neste tópico devemos ressaltar que uma indevida inscrição dos nomes de
consumidores nos cadastros do Serviço de Proteção ao Crédito poderá gerar uma série
de danos que devem ser indenizáveis pela Administradora. Vejamos os principais
precedentes dos nossos Tribunais a respeito do assunto:
CONCLUSÕES FINAIS: