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LIÇÃO APRESENTADA NO ÂMBITO DAS PROVAS PÚBLICAS DO CONCURSO PARA RECRUTAMENTO DE UM PROFESSOR-COORDENADOR
(EDITAL n.º 324/2009, 31 DE MARÇO, DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM) Santarém, 07 de Junho de 2009 2
Considerações prévias
esta lição está configurada para os fins a que se destina, de acordo com a
legislação que a regulamenta
3
. . . dentro dum espírito pedagógico
para um estudo mais orientado, os estudantes deveriam registar
apontamentos da sessão, uma vez que não é possível encontrar
toda a informação em documentos industriais e tecnológicos,
adoptados por empresas portuguesas
4
Introdução ao estudo
5
da Ciência e daTecnologia da Carne
6
1 Introdução
1.1 Produção, consumo e qualidade da carne
1.1.1 Produção e consumo
1.1.2 As indústrias de abate e de transformação
1.1.3 Consumo
1.1.4 Qualidade
Análise comparativa da composição sumária da carne com a de outros alimentos
8
Objectivo:
conhecer a importância do produto na sociedade de hoje e como o produto é
percepcionado na actualidade
a partir daí poder-se-á trabalhar com números (estatística), dados e noções que
10
Produção, consumo
11
panorama mais próximo
12
Crescimento mundial
do consumo total de carnes per capita
De cima para
baixo:
•Ásia
•América latina
•Mundo
•América do
Norte
•Europa
•África
•Oceania
13
Consumo (per capita) de carne em Portugal
entre 2003-2007
1160
1140
2007
1120
1100
t*103
2006
1080
2005
1060 2004
2003
1040
1020
Ano
14
Consumo per capita/Capitação PORTUGAL
Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas (2007)
100,5 kg/habitante/ano
2,9 %
17,1 % 42,5 %
Porco
Aves
Bovino
Ov Ca
Ov – Ovino
Ca - Caprino
27,7 %
16
Representatividade (%)
PRODUÇÃO ANIMAL vs. VEGETAL
2002-2004
taxa de crescimento da produção animal
Leite
Carne Bovino
Carne Suíno
Carne Aves
Carnes Ov Cap Co Eq
20,70% 25% Ov – ovino
Cap – caprino
Co – coelho
ca. 1/5 1/4 Eq - equino
de 19%)
das bebidas 20
Peso da indústria do sector das carnes no
total das indústrias alimentares e das bebidas
21
relativamente
•
22
Grau de auto-suficiência ou auto-aprovisionamento
carne de bovino com um valor médio nos anos 2003 a 2005, de cerca de 59%
DIMENSÃO
# de carácter transversal
# de natureza político-regulatória
# de natureza normativa
25
Factores a considerar como influenciando a
produção e transformação da carne
POLÍTICA AGRÍCOLA
Liberalização do mercado
mundial
Alargamento
CONCORRÊNCIA
Reforma da P. A. C. DOMINÂNCIA A JUSANTE DA FILEIRA
Produtos substitutos Concentração das cadeias
Qualidade/Diferenciação
transformação
REQUISITOS MÍNIMOS
comercialização/distribuição
Segurança Ambiental
Segurança Alimentar
Segurança das Pessoas
P. A. C. – Política Agrícola Comum
Segurança ao nível da Qualidade
Ética
26
Trabalho de pesquisa para a próxima sessão
# Definição legal de carne
# Dados estatísticos e tendências relativas à produção e
consumo de carne e produtos cárneos na União Europeia (UE)
28
Subjectividade? Dinâmica!
MULTIFACTORIAL
29
Parâmetros, características, qualidade
Atributos/ Características Qualidade
1. Parâmetros química
Composição 8. Características de higiene e
da qualidade da qualidade Total/Global
5. 10
Características sensoriais ou 12. Características éticas
11 Característica III
organolépticas 13. Preço
2 Variabilidade
...
Diferença
30
30
Exemplo: características organoléticas
Aspecto
Textura Firmeza Exsudação
Tenrura
Suculência Flavour
Características
Organolépticas/ Aroma/
Tenacidade
Sensoriais Odor/
Cheiro
Sabor
Fibrosidade
Marmoreado
31
A experiência dos primeiros utilizadores da carne //S É até possível que o
A experiência actual homem pré-histórico
… mais recente,
não há métodos rápidos e eficientes, que nas linhas de produção
especialista em
(online) permitam medir a qualidade da carne magra animais como era,
possa ter aprendido
Meisinger (2000) propôs que:
através da experiência
se utilizasse a tecnologia existente para caracterizaro de
queforma global
a ciência a
mais
tarde confirmaria, que
qualidade da carne apresentada por um fornecedor
um animal tranquilo no
momento do abate dá
origem a uma carne
obtendo diagnóstico da qualidade e, deste modo, verificar
mais doce, do que
objectivamente a continuidade ou não da manutenção de umaque
aquele relação
se
encontre nervoso ou
comercial
Tannahill (1988) com o fornecedor em causa Documento do
Microsoft Office Word
exausto. 32
QUALIDADE …
Parâmetros? Critérios?
QUAIS ESCOLHER ???? CADA AUTOR/ENTIDADE A SUA “SENTENÇA” !!!!
Documento do
Microsoft Office Word
33
2
34
2.
História e cultura
associadas ao consumo
da carne como alimento
35
“Peixe não puxa carroça”
36
Objectivo:
Reforçar a importância da carne para a espécie humana, mas
através de uma abordagem em que se evidencia a relação entre o
homem e a carne
37
A relação entre a carne e o cérebro
e o “ser-se” humano
38
Cérebro e as suas funções
39
O cérebro
Um conjunto de células sofisticadas
40
Neurónio(s) …
UNIÃO
41
CONECTIVIDADE
http://img230.imageshack.us/img230/3485/neuroniosl9.jpg
Funções do cérebro humano
Personalidade Linguagem
Compreensão
Linguagem
Personalidade Compreensão
Núcleos
Estrias
(multinucleada)
44
Miofibrilha
Sarcómero
http://tbn1.google.com/images?q=tbn:spbpvZrf1tYWIM:http://www.charite-
buch.de/kfo192/uploads/pics/Abbildung-von-P1_02.jpg
http://www.nature.com/nrm/journal/v7/n10/images/nrm2024-i1.jpg
45
a) mioblastos rodeando um miotubo primário;
Desenvolvimento embrionico e fetal das b) e c) miotubo secundário formando-se e destacando-se da superfície de um miotubo primário;
d) miotubos secundários rodeando um miotubo primário;
e) diversas fibras musculares completamente formadas;
f) secção transversal de músculo esquelético embrionário mostrando a predominância de
miotubos;
g) secção transversal de músculo esquelético fetal mostrando miotubos secundários envolvendo
miotubos primários;
fibras musculares
b)
Miotubos
primários
c)
Miotubos g)
secundários
d)
Fibras
musculare
s h)
e)
46
Tipos de fibras musculares:Características (1/2)
Aberle et al. (2001) Tipo de fibra (mamíferos e aves domésticas)
Vermelhas
Beecher et al. (1969)
Brancas
Vermelhas
Gauthier (1969) Intermédias
Brancas
I
II
Robbins et al. (1969); Brooke e Kaiser (1970)1 IIA1
IIB1
IIC1
48
1 (MHC-1)
a
Tipos de fibras musculares
estriadas esqueléticas
Fibra branca
Micro vascularização
Fibras intermédias
Fibra vermelha
Núcleo periférico 49
Como poderá a carne ter influenciado os primeiros
humanos e as nossas características actuais?
O que torna os humanos seres únicos? O que faz de nós a
espécie “mais bem sucedida” que habita hoje a Terra?
… a chave deste “sucesso”
=
tamanho
capacidade do nosso cérebro /características . . .
de pensamento
??? Terão sido os desafios que os primeiros humanos enfrentaram que
levaram a espécie à comunicação, ao uso de instrumentos, a caminhar e
capacidade de exibir uma comunicação avançada
desse modo, conduziram a uma evolução no sentido do desenvolvimento
de um cérebro de maiores dimensões?
uso
??? Oude
eminstrumentos e uma
alternativa, terá sido locomoção
a carne, bípede
o desejo de carne, de caçar e
de partilhar a carne, que levaram a esta evolução?
50
Espaço e dimensões cerebrais
no chimpanzé, no hominídeo Australopithecus afarensis (Lucy ou Lucifer) (ca. 3,8
milhões de anos) e no Humano (Homo sapiens sapiens)
Espaço
Dimensões Dimensões
cerebral
cerebrais cerebrais
à nascença
à nascença no adulto
Chimpanzé
Lucy
ou
Lucifer
162 cm3
(estimativa)
415 cm3
Humano
52
A evolução humana
Andamento bípede
Fogo
Utensílios em pedra
A. anamensis
A. afarensis (Lucy ou Lucifer)
A. africanus
A. ghari
Género: H. erectus
A: Australopithecus H.. antecessor
P: Paranthropus H. heidelbergensis
H: Homo
H. neanderthalensis
H. sapiens
Milhões de anos
Actualidade 53
½ A carne como componente da dieta humana ?
é interessante pensar que estas características terão influenciado o
desenvolvimento umas das outras . . . . . .
o homem tem molares rasos e uma estrutura dos maxilares que lhe permitem uma
mastigação lateralizada
claramente adaptada a alimentos de origem vegetal
56
As características da dentição 2/2
processamento culinário
levou a externalização parcial dos processos digestivos
a selecção levou-o a possuir dentes e maxilares robustos, mais típicos dos herbívoros
57
As características do tracto gastrointestinal
58
Alteração da relação entre as proporções do cérebro
e as de outros compartimentos corporais em humanos e outros primatas
Outros
Humanos primatas
Cérebro
Rins, coração,
fígado
59
Comparação entre as massas dos órgãos
HUMANO de 65 kg
vs.
PRIMATA com uma massa corporal similar
2000
1800
1600
Massa dos órgãos (g)
H – humano; P - primata
1400
1200
1000
800
400
200
0
Rim H
Cérebro H
P
P
Coração H
Fígado H
T. Gastro H
60
A utilização de energia pelo cérebro 1/2
Questão: onde foram os primeiros humanos buscar a energia
extra necessária para alimentar cérebros tão grandes?
61
A utilização de energia pelo cérebro
Questão: onde foram os primeiros humanos buscar a energia
extra necessária para alimentar cérebros tão grandes?
Pão branco
X
67 12,4 2,0 0,9 9,2
(1 fatia, 25 g)
Ervilhas, congeladas,
cozidas 62 11,4 4,1 0,2 63,6
(1/2 chávena, 80 g)
63
O consumo de porções da carcaça ricas em lípidos
oscarcaça encontrada
seus níveis oucolesterol
séricos de roubada e- arecheada de lípidos são
pressão sanguínea da baixos
medula óssea, um
(Bangmeio-dia, numa
e Dyerberg, 1980; refeição
Leonard relativamente
et al., 1994) segura e fácil (Gore, 1997)
64
Adaptações metabólicas 1/4
vitamina B12
produzida pela flora bacteriana nas porções distais do intestino dos herbívoros
taurina
não encontrada em plantas
temos uma limitada capacidade de síntese no fígado
surgimento
redução na ingestão diária
da
de ácidos gordos de cadeia longa
AGRICULTURA
68
1/3 O bipedismo e a posição erecta … “primeiros hominídeos bípedes”
MUDANÇA CLIMÁTICA = ca. 6 milhões anos
69
2/3 Bipedismo APARECIMENTO
ou
70
3/3 O bipedismo e a posição erecta “primeiros hominídeos bípedes”
características para melhor sobreviver a paisagens ou ambientes
73
Alterações nas proporções de espécies animais consumidas
por populações Paleolíticas vs. Neolíticas
no Médio Oriente e na região mediterrânica (10500-5700 anos)
80
70
Animais consumidos (%)
60
50
40
30
20
10
0
N
N
Gazela P
Veado P
Caprinos P
Bovinos P
Suínos P
adaptado a partir de dados de Smith et al. (1984)
74
A utilização da carne nos dias de hoje Percentagem da carne no consumo
total de alimentos, expressa em proteínas (1999-2001)
(adaptado de Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), 2009)
% do consumo
20% ou Sem dados para total de proteína
mais uma ou ambas as
subnutridos variáveis
“Mas não duvido que por vezes é bom para a alma contemplar, como
triviais.”
Burnet, citado por Coleridge (2001)
79
MEDOS ALIMENTARES na Europa - resumo das principais categorias
(Knowles; Moody; McEachern, 2007)
Ano Microbiológicos Contaminantes Zoonóticos/Epizoóticos
1988 Salmonella em ovos (UK) - -
1989 Listeria (UK) Pesticida alar (UE) Encefalite espongiforme Bovina (UK)
Salmonella enteritidis (UK) Contaminação de carne fresca por esgotos (Fr)
Botulismo em puré de avelã (UK)
1990 - Bezeno em água Perrier engarrafada (UE) -
1992 Listeria (Fr) -
1995 Campylobacter (Uk) -
E. coli (Sw) Mortes por Doença de Creuztfeldt-Jakobs (UK)
1996 E. coli (UK;Sw) Febre aftosa (Ty; Gr; Bul)
1998 Salmonella enteritidis (Gr) -
Salmonella bongori (It)
Botulismo (It; Fr; UK; No)
1999 Salmonella typhimurium (Fr) Dioxinas em alimentos para animais (UE) Alerta para a Doença de Creuztfeldt-Jakobs no vinho (Fr)
Listeria (Fr) Fungicida/fraca concentração de dióxido de carbono em Coca Cola
2000 Salmonella enteritidis (Ne) - Encefalite espongiforme Bovina (Fr; Gy; Sp)
Salmonella typhimurium (UK; Ic; Ne; Gy)
E. coli (Sp)
2001 Listeriose (Be) Contaminação de azeite (Sp; UK) Encefalite espongiforme Bovina (It)
Febre Aftosa (UK; Ir; Fr; Ne)
2002 - Nitrofuranos em camarões (UK) Febre Aftosa (UK)
Nitrofeno em trigo (UE)
Acrilamida (UE)
2003 Campylobacter (UK; Sp) Intoxicação por mercúrio, em peixe espada (UK)
E. coli (Dk) Sudan 1 (UE)
2004 E. coli (Dk) Lasalocida em ovos (UK) Influenza aviária (UE)
Salmonella enteritidis (Ne) PCB's e dioxinas em salmão (UK)
Salmonella bovis-morbificans (Gy) Sudan 1 (UE)
2005 Salmonella bovis-morbificans (Gy) Sudan 1 (UE) Influenza aviária (UE)
Salmonella typhimurium (UK; No; Dk; Ne) Para Red (EU)
Campylobacter (Dk)
Listeria (Ne)
Salmonella hadar (Sp)
E. coli (Fr)
Salmonella stourbridge (UK; Fr; Swe; Sz; Gy;
79
Au)
2006 Salmonella montevideo (Uk) Benzeno em refrigerantes (Fr; UK) Influenza aviária (UE)
PAÍSES de e fora da OECD OCDE
Organization for Economic Co-operation and Development
28500
Figura 32 – Países OECD. Produção e consumo de carne de vaca e de
28000 Produção vitela: Projecções 2008-2017 (Organization for Economic
27500 Co-operation and Development; Food and Agriculture Organization
Consumo
of the United Nations, 2008).
27000
26500
26000
25500
25000
2007 apurado
Média 2002-2006
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
41000
40000
39000
38000
37000
36000
35000 Produção
34000
Consumo
33000
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2007 apurado
Média 2002-2006
% de origem genética;
81
10 aspectos menos evidentes do nosso estilo de vida contemporâneo
“ambiente obesogénico” 5/10 componentes S//
7. - maior utilizaçãoIdênticas
de medicamentos neurolépticos
observações ou estudos
8. -doenças
a poluiçãoatribuíveis
leva a um aumento
a uma de peso, por substâncias
alimentação tóxicas que
desequilibrada
como,
passam a existir no ambiente entre outras:
e interferem em fenómenos endócrinos
. . .
Diabetes tipo 2
Obesidade
Medos Manias Desequilíbrios Erros Alimentares
. . .
http://images.cdn3.inmagine.com/168nwm/emotive/emo045/emo045062.jpg
84
PARAÍSO
FORA
86
COMO REAGIR?
87
DE HOMINÍDEO A . . .??
PROVAVELMENTE NÃO?
88
89
A trabalhar e pesquisar
• Trabalhar conceito de qualidade apresentado
carne
90