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História das Ciências e o Método

Científico:
Bases Para a Educação Científica

Daniel Afonso de Mendonça Toledo

Formação Inicial e
Continuada

+
IFMG
Daniel Afonso de Mendonça Toledo

História das Ciências e o Método Científico: Bases Para a


Educação Científica

1ª Edição

Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais.

Pró-reitor de Extensão Carlos Bernardes Rosa Júnior


Diretor de Programas de Extensão Niltom Vieira Junior
Coordenação do curso Daniel Afonso de Mendonça Toledo
Arte gráfica Ângela Bacon
Diagramação Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

T649h Toledo, Daniel Afonso de Mendonça.


História das ciências e o método científico: bases para a
educação científica [recurso eletrônico] / Daniel Afonso de
Mendonça Toledo. – Belo Horizonte: Instituto Federal de Minas
Gerais, 2021.
47 p.: il. color.

E-book, no formato PDF.


Material didático para Formação Inicial e Continuada.
ISBN 978-65-5876-121-1
1. Ciência – Metodologia - História. 2. Ciência – Estudo e
ensino. I. Título
CDU 001.8

Catalogação: Luciana Batista Neves - CRB-6/2000

Índice para catálogo sistemático:


1. Método Científico 001.8

2021
Direitos exclusivos cedidos ao
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG,
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material

Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático,


incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de forma
autônoma e suficiente.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade de
acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
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Palavra do autor

Caros cursistas, desejamos a todos boas vindas e um excelente proveito do curso


ofertado denominado “História das Ciências e o Método Científico: Bases Para a
Educação Científica”.
A dificuldade do entendimento das ciências na sociedade de forma geral, é um
problema estrutural, que impede o desenvolvimento do cidadão, impede que o mesmo
tome decisões assertivas, coerentes, e contribua assim para o desenvolvimento como
um todo da nação em que vive.
Esse curso, tem como objetivo discutir as bases do conhecimento científico e dar
fundamentos para que o cursista possa se familiarizar e entender as bases da ciência,
para assim, não somente se tornar um cidadão melhor, como também trabalhar como
um difusor de ideias, seja profissionalmente ou como cidadão informado propagador de
ideias estruturadas e embasadas.
Este curso não tem o objetivo de ensinar algo específico e técnico, tem como
premissa a base do conhecimento científico para que assim, o próprio cursista tenha
maior capacidade e experiência para entender e apreciar os conteúdos produzidos pela
humanidade, no campo das ciências.

Bons estudos
Prof. Daniel Afonso de Mendonça Toledo
Apresentação do curso

Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.

Será abordado a história da humanidade, os primórdios, as


primeiras revoluções científicas humanas, que nos
SEMANA 1
permitiram avançar rumo à modernidade e aos conceitos e
métodos da ciência moderna e pós-moderna.
Entendimento dos principais acontecimentos, autores e
construção da ciência durante a antiguidade, idade média
SEMANA 2
e moderna. Entenderemos o método científico e como
fundamentou a ciência moderna e pós-moderna.
Discutiremos o método científico na contemporaneidade,
os feitos científicos, a difusão da ciência para o
SEMANA 3
entendimento dos termos e aceitação/entendimento social
da ciência.

Carga horária: 30 horas.


Estudo proposto: 2h por dia em cinco dias por semana (10 horas semanais).
Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

Semana 1 – As raízes da humanidade e a ciência ........................................ 15


1.1 “Homens” – Marco zero ...................................................................... 15
1.2 O passo seguinte – A dominação ....................................................... 16
1.3 A grande revolução – O paradigma existencial .................................. 17
1.4 Conhecimentos e principais povos da antiguidade ............................. 18
1.5 “O surgimento da Ciência” ................................................................. 21
Semana 2 – A “construção” do método e sistematização da ciência ............. 25
2.1 Os primórdios do método científico .................................................... 25
2.2 Uma ponte longa e espinhosa para a modernidade ........................... 27
2.3 Uma luz no fim da “ponte” .................................................................. 29
2.4 A modernidade e estabelecimento do método ................................... 31
2.5 Marcos da ciência moderna ............................................................... 33
Semana 3 – Capacidade de entender ciência x desenvolvimento humano ... 39
3.1 O estabelecimento do método contemporâneo .................................. 39
3.2 O paradigma emergencial e o método para mudar o mundo .............. 41
Referências ................................................................................................... 43
Currículo do autor.......................................................................................... 45
Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 47
Semana 1 – As raízes da humanidade e a ciência Plataforma +IFMG

Objetivos
Será abordado a história da humanidade, os primórdios, as
primeiras revoluções científicas humanas, que nos permitiram
avançar rumo à modernidade e aos conceitos e métodos da
ciência moderna e pós-moderna.

Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”.

1.1 “Homens” – Marco zero

O mundo em que vivemos e estamos submetidos, em termos sociais, foi estruturado


ao longo de centenas de milhares de anos, com o modelamento dos homens como
indivíduos e grupos coletivos. Tal modelamento, foi baseado nas vivências, experiências e
alterações genéticas e biológicas a qual o gênero Homo passou. São inúmeras espécies de
homens descritas pela ciência, que traçaram a história dos homens na terra (considera-se
homens aqueles que pertencem ao gênero Homo) até chegar, de forma hegemônica, no
domínio entre os hominídeos pelos seres humanos, a única e imperadora espécie existente
a mais de 10000 mil anos, o Homo sapiens (1).

Alguns acontecimentos, como por exemplo a experiência de manipulação do fogo,


conhecida por muitos autores como “Marco Zero das Ciências” ocorrida com a espécie Homo
erectus (tanto a data quanto a(s) espécie(s) são ainda incertos, se atendo a suposições e
aproximações), e que passou a ser prática comum entre diferentes espécies de homens à
cerca de 300 mil anos atrás, culminou em uma cascata de eventos como capacidade de
cozinhar os alimentos, que leva os homens a um potencial alimentar e digestivo muito maior,
modelando a anatomia e fisiologia do organismo, elevando em nível de complexidade os
sistemas do corpo, como o sistema nervoso por exemplo. A capacidade de “controlar” a
natureza, encurralar animais de caça, desmatar para fins próprios, se defender, foram
eventos que além do exemplo anterior relacionado à alimentação, foram avanços
conseguidos por consequência do marco zero, ou seja, a manipulação do fogo (2, 3).
Assim, a raiz das ciências, se dá dessa forma, determinando uma sucessão de
eventos posteriores fundamentais para a formação e estruturação do homem, tanto
individualmente, como organismo biológico, como socialmente (3).

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1.2 O passo seguinte – A dominação

A dominação dos Homo sapiens, como espécie que conhecemos, um ser unânime
dentro dos hominídeos na terra, se deu à um grande marco que está pautado no curso em
questão, como ponto chave para o desenvolvimento científico humano, estamos falando da
revolução cognitiva (4).
A partir do marco zero, os homens se tornaram cada vez mais diferentes, complexos
e com uma capacidade de cognição cada vez maior, isso trouxe um senso cada vez mais
apurado de coletividade e da importância de se manter em bandos. A espécie que teve um
maior sucesso nesse quesito, sem sombra de dúvidas foi a que hoje conhecemos como
Homo sapiens, simplesmente Nós. Enquanto outras espécies não conseguiam se organizar
em números maiores de indivíduos, os Homo sapiens passaram a se organizar em bandos
cada vez maiores. Tal fato se deveu, principalmente à revolução cognitiva, que trouxe a eles
a capacidade de seguirem, ao invés de um ou mais líderes, com a necessidade das relações
físicas e afetivas, mitos ou histórias, que passavam a compor o imaginário coletivo, portanto
promovia um agregado muito maior de indivíduos e todos passavam a seguir tal imaginário,
como se fosse um líder, porém sem a dependência das relações físicas, das fraquezas
individuais humanas (4).
Agora, com tais níveis de organização, o poder do Homo sapiens se torna absoluto,
a ponto de provocar verdadeiros massacres e dominação por onde passavam. Além disso,
a propagação do Homo sapiens se torna global. Saímos da África em direção à Ásia, Europa,
Oceania, América. Dominamos o mundo e passamos a desenvolver ciência e tecnologia que
nos permitia cada vez mais nos fortalecermos e explorar o meio em que vivíamos. Éramos
exímios caçadores-coletores com tecnologias, as ciências avançavam entre os humanos (4).

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Figura 1 – A localização geográfica de três espécies do gênero Homo no globo terrestre e o período aproximado
de tempo referente à migração do Homo sapiens no globo terrestre (traços e setas vermelhas).

Fonte:https://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=Special:Search&search=homo+sapiens+migration+w
orld+&fulltext=1&profile=default&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1#/media/File:Spreading_
homo_sapiens.jpg (acessado em 18 Dez. 2020).

Mídia Digital: Vá até a sala virtual e assista ao vídeo 1


e 2 sobre a evolução e propagação humana na terra.

1.3 A grande revolução – O paradigma existencial

O Homo sapiens, agora como única espécie existente dentro do gênero homo, há
cerca de 10 a 15 mil anos atrás, iniciava uma ruptura do modo de vida e comportamental,
passando de caçador-coletor, homens nômades que saíam a medida do necessário para
capturar alimentos e recursos diversos, para agricultores e criadores de espécies em uma
área fixa e determinada.
O termo utilizado no título, “A grande revolução – O paradigma existencial” foi usado
propositalmente para chamar atenção e diz respeito a um caminho que o homem adotou,
contrário ao que praticou ao longo de milhares de anos, mas que embora fundamental para
estarmos aqui hoje, discutindo nesse texto os avanços e brilhantismo da ciência e evolução

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do homem como sociedade, é bastante controverso e debatido entre os pesquisadores,


gerando a dúvida se realmente melhoramos e “avançamos” como espécie ou não.
Quando o homem passou a perceber que era possível controlar o crescimento e
colheita do seu alimento, em áreas delimitadas e fixas, podendo assim se estabelecer em
um determinado local, em segurança e com garantias, passa a agricultores e pastores,
estabelecendo assim pequenas populações e a noção da propriedade privada. Avançando
o processo, podemos chamar as consequências e resultados dessa quebra de paradigma
comportamental como Revolução Agrícola (4).
Agora, o homem muda completamente seu nicho, sua atuação nos ecossistemas,
remodela seu trabalho, suas funções, seu tempo, suas relações familiares e como
consequências, passa a desenvolver tecnologias, formas e línguas que nos diziam algo
importante para colheita, pastoreio, estruturação de cidades. Passamos a observar a
biologia dos organismos, as variáveis climáticas, desenvolvemos ferramentas para cálculo,
contabilidade, formas de escrita e comunicação específicas e assim passamos a produzir
conhecimento científico, embora ainda bastante difuso e voltado para questões práticas do
dia a dia.
É notável e bastante difundido os avanços científicos e tecnológicos obtidos nas
antigas civilizações. Vale ressaltar que desde a revolução agrícola, ou seu início, até o
estabelecimento de civilizações importantes, como a Egípcia, os povos da Mesopotâmia, os
Hindus, chineses, há um lapso de tempo de pelo menos 5 mil anos. Nesse período, como
consequências da revolução agrícola, há uma organização social sendo criada, a noção da
propriedade privada, o acúmulo de recursos por alguns indivíduos, o desenvolvimento e uso
de histórias compartilhadas por indivíduos para centralização de poder, tudo isso gera a
noção de sociedade que conhecemos hoje, estratificada, desigual, posta em camadas.
O surgimento das elites se dá desses fatores, junto surge a massa de miseráveis que
mantém os meios produtivos, enquanto a minoria controla e domina esses meios. Figuras
que usam e dominam os delírios coletivos, os mitos, a cultura, passam a se apropriar de
poderes “sobrenaturais” e junto dos detentores de posses, as elites, começam a modelar a
sociedade que perpetuará, sem mudanças tão significativas, até os dias de hoje (5).

1.4 – Conhecimentos e principais povos da antiguidade

As civilizações mais antigas conhecidas por nós, são os Mesopotâmios, Egípcios e


Chineses. Nessas civilizações a alta produção de insumos e necessidades de
armazenamento de água, grãos, organização social trouxeram muitos avanços tecnológicos.
Terrenos ricos em minério foram utilizados para desenvolvimento da metalurgia, fundiam
cobre utilizando fogo e confeccionavam peças, arados, além de entenderem o processo e
posteriormente expandirem para outros metais.
Os Egípcios, que se formaram às margens do Rio Nilo, limitada pelo mediterrâneo e
desertos, estabelecera-se a cerca de 4000 a.C até cerca de 2000 a.C. Desenvolveram nesse
percurso uma matemática avançada, documentada no papiro de Rhind, que contém cerca

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de 85 problemas de aritmética, frações, cálculos de áreas, volumes, regras de três simples,


trigonometria, enfim, um documento bastante elucidativo. Desenvolveram também uma
medicina avançada, com estudos em anatomia, realização de partos, produção de
substâncias que eram utilizadas como remédios, como pomadas. Desenvolveram a prática
do corte em pedras e a escrita hieroglífica, essa até hoje bastante complexa para o
entendimento de estudiosos (6).
Os mesopotâmios (Terra entre Rios), povos que se localizavam entre o rio Tigres e
Eufrates, região fértil e que permitiu o desenvolvimento das primeiras civilizações, datando
de cerca de 4000 a.C até cerca de 539 a.C, foram muito importantes para o desenvolvimento
de tecnologias e conhecimentos humanos. Diferente dos Egípcios que eram apenas um
povo, com uma unidade e uma relação cultural mais coesa e compartilhada entre os
indivíduos, a Mesopotâmia abrigou vários povos diferentes, com características e perfis
distintos, na maioria das vezes. Ao longo do tempo um povo dominava a região e estabelecia
impérios poderosos. Acadia, Babilônia, Assíria, foram exemplos de impérios que dominaram
a região, geralmente um povo que se desenvolvia e dominava os demais (7).
Os sumérios, primeiros da Mesopotâmia, inventaram a primeira forma de escrita
conhecida, a Cuneiforme. Os Babilônicos, contribuíram, por exemplo, com o calendário
anual em 360 dias, divididos em 12 meses. Inventaram o relógio solar, capaz de dividir o
“dia” em horas, minutos e segundos. Conhecemos o primeiro sistema de leis registrado em
documento, para regulamentar a vidas das pessoas e o poder do estado, trata-se do “código
de Hamurabi”. Lembremos que os seres humanos vivem ao longo de todo esse tempo, até
a contemporaneidade, baseado em relações legais e ilegais, regidas em documentos, na
forma de leis, ou seja, seria impossível o desenvolvimento humano sem as leis precedentes
e a ideia de Hamurabi, um rei babilônico (6,7).
Os mesopotâmios, desenvolveram técnicas de fusão de metais, como por exemplo
ferro de meteoritos, criando assim ferramentas muito funcionais e resistentes. Tecnologias
como carros para guerra, foram produzidos a partir da invenção da roda com raios, no
império Assírio. Atribui-se aos mesopotâmios a invenção do arado, da polia, do barco a vela
e da Astronomia (6,7).
São várias as contribuições para o desenvolvimento científico humano dado aos
Mesopotâmios, e isso se associa a uma característica importante, que nos traz a ideia de o
porquê povos mesopotâmios produzirem tanto conhecimento. Tal ocorrência, está no fato
de tais povos serem desapegados aos mitos religiosos ou teologia como norteador da vida
das pessoas, como guia de comportamento, valores e ações no dia a dia. Isso, trazia mais
liberdade e a ausência de uma necessidade de um cabresto para atender algo sobrenatural,
que sempre, ao longo da história humana, mostrou-se um atraso ao desenvolvimento das
habilidade e ciência humana (6).

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Figura 2 – Região onde se localizavam os povos da antiga Mesopotâmia e da civilização Egípcia.


Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ancient_Egypt_and_Mesopotam-es.png (acessado em 18 Dez.
2020).

Outros povos antigos, como Fenícios e Hebreus, localizados entre Egito e


Mesopotâmia, datando de cerca de 3000 a.C, inventaram técnicas como a escrita alfabética.
Lembrem-se que a escrita em si era apenas através de símbolos, agora esses seriam
traduzidos em 30 letras. A escrita alfabética teria sido repassada aos gregos que espalharam
para o ocidente. Como os Chineses não tiveram acesso a tal técnica, a escrita por lá se
desenvolveu muito diferentemente. Quem nunca se perguntou de o porquê povos do oriente,

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como os Chineses, terem uma escrita tão diferente do que temos acesso e estamos
acostumados a conviver? (6)
Os Hindus, datando em torno de 3000 a.C, contribuíram com a arquitetura,
urbanismo, higiene. Os Chineses, também em torno de 3000 a.C, se desenvolveram como
exímios agricultores, desenvolvendo técnicas importantes. Desenvolveram a escrita
Chinesa, as escolas políticas de Confúcio (Kung-Fu-Tzu), grande filósofo e pensador chinês.
Confúcio viveu de 551 a 479 a.C e trata-se de um grande pensador da história humana (6).
Da China vem o Ábaco - apesar de controversa a definição da origem, porém os Chineses
aperfeiçoaram e depois os Romanos - é um instrumento de cálculo em sistema decimal,
considerado como uma extensão do ato de se contar nos dedos (9). Dentre os muitos
desenvolvidos; o mais popular utiliza uma combinação de dois números-base (2 e 5) para
representar números decimais. Mas os mais antigos ábacos usavam números sexagesimais
representados por fatores de 5, 2, 3 e 2 por cada dígito (6,9).
Após esse breve relato sobre as civilizações antigas e contribuição científica, vamos
caminhar para entendermos de fato a Ciência. É importante entender que, como
mencionado, os Homo sapiens, desde sua origem, produzem conhecimento científico,
porém, tais conhecimentos descendem da necessidade de desenvolvimento na sociedade
e não como uma prática sistemática e metódica para busca de saberes relacionados à nossa
natureza, as leis naturais, funcionamento e composição das “coisas”, do universo.
Portanto, falar em ciência da maneira que entendemos e pensar no início do que
podemos hoje chamar de um método, nos afunila para uma civilização, que será de fato a
grande contribuinte para a criação daquilo que temos como Ciência. O próximo tópico trará
aqueles que estabeleceram a ciência como entendemos e seguimos, desde a antiguidade
até hoje e que tanto contribuiu e contribuiu para nosso desenvolvimento como sociedade,
com as revoluções e domínio absoluto humano do planeta e quem sabe, de partes fora dele.

1.5 – “O surgimento da ciência”

A etimologia da palavra ciência vem do latim scientia ("conhecimento"), o mesmo do


verbo scire ("saber") que designa a origem da faculdade mental do conhecimento. Portanto
a palavra ciência pode ser entendida como descreve o significado em latim, a etimologia, e
pode ser entendida como uma entidade, algo muito mais amplo, uma corrente organizada
de pensamento que faz jus a lógica e razão humana.
Quando descrevemos a história da humanidade e falamos em ciências, com a
definição e significado conhecidos na modernidade, temos que falar sobre os Gregos, pois
esse povo irá organizar e definir um padrão e regras para que de fato o conhecimento
pudesse ser produzido, legitimado, documentado e difundido na população, a ciência se
torna uma corrente humana, lógica, racional e organizada. Até então o conhecimento era
difuso, baseado em tentativas e erros e focados em resolver problemas da agricultura,
contabilidade e necessidades humanas diretas, bem como sempre associada à cultura,
mitos e religiões (10).

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“O início”, se dá com os filósofos e a necessidade de organizar o conhecimento, bem


como de focar no aprendizado e tentar explicar e pensar os fenômenos que estávamos
submetidos, sejam naturais ou criados pelo homem e sua organização (sociais). Para termos
um ponto de partida didático, é importante falarmos dos sábios da Grécia antiga, geração
que antecedeu os filósofos e cientistas mais conhecidos e citados. Desses sábios, podemos
destacar os sete sábios da Grécia antiga, Pítaco de Mitilene, Periandro de Corinto, Tales de
Mileto, Sólon de Atenas, Quílon de Esparta, Cleóbulo de Lindos e Bias de Priene (10).
Tales de Mileto (624 - 546 a.C), mais conhecido e tido como referência para os
filósofos de gerações posteriors, como Aristóteles, foi um filósofo, matemático, engenheiro,
homem de negócios e astrônomo da Grécia Antiga, considerado por alguns, o primeiro
filósofo ocidental. De ascendência fenícia, nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia
Menor, atual Turquia. Na mesma época de Tales, viveu e pertenceu a escola da Jônia,
Pitágoras (570- 495 a.C.). De suma importância para as ciências, Pitágoras definiu e
idealizou a palavra filosofia, contribuiu significativamente para a matemática, enxergou que
a natureza, o universo, poderiam ser interpretados matematicamente, revolucionando a
forma de pensar os fenômenos naturais, segundo Pitágoras “tudo no universo é harmonia
numérica...” (10).
Por que os Gregos iniciaram as ciências, a filosofia, estruturaram o conhecimento e
“ensinaram” os ocidentais a raciocinar? Diferentemente dos povos das civilizações antigas,
como Egípcios e Mesopotâmios, os Gregos combinaram uma série de fatores que permitiu
tal fertilidade intelectual e revolucionária. São algumas delas:
• Curiosidade Intelectual
• Ausência da religião na administração e em pautas comportamentais.
• Pequeno tamanho das cidades-estados.
• Tendência à reflexão, argumentação, dialética.

Correntes e escolas posteriores foram surgindo. A Escola de Eléia trouxe Zenão,


definido por Platão como “o grande” (490/485 - 430 a.C), os “Atomistas”, que questionavam
a natureza da matéria, definiram o primeiro conceito de átomo e composição da matéria.
Leucipo de Mileto (não se sabe onde nasceu e nem a data, falecido em 370 a.C.) propôs
que haveria uma partícula tão pequena na composição da matéria que não poderia mais se
dividir. Os sofistas, embora bastante contestados, foram os mestres da retórica e oratória.
Eram tidos por Sócrates e Platão como “falsos”, pois usavam da sua habilidade para enganar
e ensinar as pessoas o que lhes convinham, acreditavam que não faziam nada errado
(6,10,11).
A história da filosofia e ciência, encontrará um divisor de águas quando surge em 369
a.C, Sócrates. Tamanho a importância para filosofia e pensamento humano, que os
pensadores podem e são subdivididos entre pré e pós-socráticos, sendo esse, considerado
pelos seus discípulos o Mestre de si Mesmo, O Maior. Infelizmente, além de não deixar obras
escritas, o que era parte de sua ideologia, as que se encontra foram redigidas por seus
discípulos, um deles e o mais expressivo, Platão. Sócrates foi assassinado pelo estado após
ser condenado, em 399 a.C., por negar os Deuses da pátria e corromper os jovens (6,10,11).
Há quem defina Sócrates como um divisor de águas também na forma de fazer
ciência, classificando os filósofos que vieram antes como pré-cientistas, isso por que como
Sócrates começa-se a exigir, mesmo que de forma bastante difusa e simples, a “evidência”

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científica, trazendo a noção de empirismo e um rascunho do que viria a ser o Método


Científico. Percebam que nesse ponto nós temos um ponto de partida fundamental para o
curso, que discute justamente a ciência, o método e suas implicações (11).
Com esse breve relato e discussões explicitadas nos parágrafos anteriores, rumamos
à segunda semana, após demonstrarmos, brevemente, como o Homem se desenvolveu
intelectualmente, como as transformações em termos de organização e sociedade
contribuíram para que introduzíssemos o conhecimento sistemático na humanidade. É
importante, portanto, já que o curso em si é introdutório e de curta duração, assim como os
conteúdos abordados são selecionados para que uma ordem didática e cronológicas seja
passada ao cursista, que o mesmo busque a ligação dos pontos, pesquise sobre os eventos
apresentados e complemente o conteúdo proposto.

Mídia Digital: Para saber mais sobre os “Egípcios e


Mesopotâmios”, vá até a sala virtual e acesse os
respectivos vídeos complementares.

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 2 – A “construção” do método e sistematização da
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ciência

Objetivos
Entendimento dos principais acontecimentos, autores e
construção da ciência durante a antiguidade, idade média e
moderna. Entenderemos o método científico e como
fundamentou a ciência moderna e pós-moderna.

2.1 Os primórdios do método científico

Conforme mencionado na primeira semana, o ser humano, desde seu


estabelecimento, está sujeito a transformações vindas de seu raciocínio e práticas
relacionadas a seu modo de vida. A forma com que nos organizamos, nos levou a termos
necessidades, culminando em desenvolvimento, fruto de raciocínio e resolução de
problemas. Assim, as civilizações antigas, como mencionado anteriormente, se
organizavam, criavam maneiras de se manterem e se auto sustentarem, de forma cada vez
mais eficiente. A subsistência e a resolução de problemas imediatos e diretos, relacionados
à agricultura, a organização da sociedade, fizeram com que os humanos avançassem
significativamente em seus conhecimentos, estabelecendo assim um raciocínio científico,
importante, porém ainda difuso.
O raciocínio difuso, assim considerado nesta apostila, se dá por não produzirmos,
naquela época, conhecimento para entendimento da natureza que nos cerca, das nossas
origens e bases comportamentais, de questões profundas da existência humana e do
universo. Tratávamos de raciocinar para resolvermos problemas do cotidiano. Isso se deu,
de forma geral, até os gregos. Por isso é comum encontrarmos, quando procuramos sobre
história das ciências, como ponto de partida os gregos e seus primeiros filósofos, que datam
do Século VI a.C em diante. No final da primeira semana dessa apostila, fizemos um
apanhado geral da filosofia na Grécia, para introduzirmos um ponto fundamental para
avançarmos nesse capítulo e poder assim, de fato, falar de “Ciências” como conhecemos e
entendemos atualmente.
Já mencionamos anteriormente um breve relato sobre os sábios da Grécia, falamos
de muitos filósofos e pensadores até dar o enfoque em Sócrates, que subdividiu o mundo
do conhecimento entre antes dele, os pré-cientistas e os posteriores a ele, os pós-cientistas.
Porém, para seguirmos e entendermos como se procedeu a ciência e o pensamento
ocidental até a modernidade, é importante falarmos de Aristóteles.
Embora o que conhecemos do método seja moderno, com descobertas e indícios da
prática na Grécia e principalmente na sociedade árabe, com Abu Ali al-Hasan Ibn Al-Haitham
(965 – 1040 d.C), conhecido na forma latinizada como Alhazém, foi com Aristóteles que o
início de um conjunto sistemático de regras, baseado no raciocínio lógico é observado.
Aristóteles (384 – 322 a.C), Grego, nascido em Athenas, foi o primeiro grande
enciclopedista, entendedor de muitas disciplinas e idealizador da ciência com maior grau de

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organização, integração entre as ciências naturais, sociais, matemáticas. Embora haja


muitos autores que são creditadas a prática de um método ou uma organização na
elaboração de seus conhecimentos, como Alhazém por exemplo, Aristóteles foi tão
reconhecido e tão grande que perdurou como base dos ensinamentos por cerca de 1500
anos posteriores à sua vida, sendo a principal referência nas escolas e universidades
durante a idade média, até a modernidade (12).
Aristóteles foi discípulo de Platão, foi tutor e preceptor de Alexandre Magno, “O
Grande”, fundador de um centro acadêmico de ensino e pesquisa, o Liceu e nele
desenvolveu práticas científicas que culminaram em contribuições enormes para a Física,
como questões sobre a essência da matéria, do universo, definiu o conceito utilizado até
hoje, o “Éter”. Aristóteles determinou pela primeira vez o termo gravidade e usou para
explicar densidade e indiretamente a alteração dos corpos. No campo da Biologia criou o
primeiro sistema de classificação dos seres vivos a ser utilizado como padrão didático por
muitos anos. Analisou, dissecou, classificou centenas de organismos, descrevendo padrões
anatômicos, funções. Aristóteles faz referência pela primeira vez àquilo que viríamos a
conhecer como DNA (6).
Aristóteles, é considerado um dos homens mais influentes de todos os tempos e por
muitos o maior conhecedor que já existiu. Suas contribuições são em praticamente qualquer
área do conhecimento, direta ou indiretamente. Além de exemplos dados acima, Aristóteles
deixou como legado contribuições que ultrapassam as ciências naturais, como no campo da
Metafísica, Psicologia, Ética, Retórica, Artes (música, poesia), Política. As contribuições são
inúmeras e vale a pena um aprofundamento no autor para entender melhor esse ponto de
partida definido no curso (12).
A forte contribuição de Aristóteles para a criação do método científico deve ser
considerada e entendida pelo cursista, já que precisamos de forma resumida criar uma
cronologia. Portanto, embora discutível, podemos classificar Aristóteles como o primeiro
grande contribuinte para a elaboração do que entendemos hoje como método científico e
metodologia de pesquisa, foco desse curso e importantíssimo para a prática e entendimento
das ciências atuais. É importante considerar que quando se fala em método científico
devemos associar na modernidade outros autores, frutos a revolução científica, porém,
quando referencio Aristóteles, é para demonstrar a base desse conhecimento. A revolução
científica, logo o método científico, só foi possível pois antes outros pensadores, como
Aristóteles, introduziram o conhecimento, mesmo que para ser contestado e confrontado
(12).
O método utilizado por Aristóteles, baseava-se na lógica, onde deveria se analisar a
realidade através de suas partes, uni-las e através da lógica postular princípios universais.
Dizemos que Aristóteles rascunhou o método que seria praticado na idade moderna, e que
embasaria o desenvolvimento do método contemporâneo, a lógica indutiva onde o
conhecimento verdadeiro viria do critério da justificação lógica. Repare que as definições de
método de Aristóteles vêm de consequências de um histórico de pensadores Gregos, nesse
autor temos o acúmulo de conhecimentos e práticas dos mencionados já nesse livro que
precederam Aristóteles, com destaque para seu mestre Platão. O método Aristotélico
perdurou por cerca de 2000 anos (6,13).

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Com o domínio da Grécia pelos Macedônicos e consequentemente domínio dos


Macedônicos e Gregos pelos Romanos, a Grécia se torna um protetorado de Roma, onde
os jovens Romanos iam estudar. Muitos acontecimentos ocorreram no campo do
conhecimento no passar dos anos, como a migração do centro intelectual para Alexandria,
uma cidade do Egito, com a grande biblioteca e os grandes pensadores que ali se
encontraram para praticar e exercitar sua sabedoria e intelecto. Ressaltemos a escola
Alexandrina, que possui como grandes sábios Euclides, um dos maiores cientistas de todos
os tempos, praticante do método até então sabido, de Aristóteles, Apolônio, Arquimedes
(14). E assim, concentrando-nos à história do método científico, adiantamos algumas
centenas de anos e entramos naquela que seria o período menos fértil da humanidade em
termos de produção de conhecimento, o que não anula a importância de muitos autores e
pensadores. Estamos falando da Idade Média.
Devemos imaginar também que paralelamente, outras civilizações de forma
independente desenvolviam-se no mundo, com seus pensadores, conhecimentos,
metodologias praticadas para geração do saber. Para não passar despercebido, a título de
orientação de consulta, outros povos estavam também se desenvolvendo dentro de suas
realidades, embora menos significativos que os Europeus para nosso contexto, como
descrito anteriormente, mas também importantes de serem citados. São povos como os
Chineses, que de forma independente contribuíram na matemática, química, engenharias,
medicina, agricultura. Desenvolveram uma química refinada, originando a pólvora, bússula,
a imprensa. Reparem que são exemplos isolados, que não são creditados a um pensador
específico, por isso estudar o método científico necessariamente deve ser dado enfoque na
Europa ocidental. Outros povos também contribuíram com áreas do conhecimento, como
Hindús, Árabes, vale ressaltar Alhazém e primeiros registros de um método científico (15).

2.2 Uma ponte longa e espinhosa para a modernidade

Seguindo nossa ordem cronológica sobre o desenvolvimento da ciência e o método,


concentrando em uma linha robusta de entendimento da ciência, passamos pelos Gregos,
focamos em Aristóteles, comentamos sobre Alexandria e seguimos à idade média, com um
salto no tempo de cerca de 450 anos.
A idade média, portanto, se estabelece entre os séculos V e XV, após uma derrocada
no conhecimento, dado ao imperialismo e perfil de dominação dos Romanos, muitas das
vezes com imperadores bastante retrógrados, agregado ao crescimento e estabelecimento
do cristianismo. Assim, com o enfraquecimento de Roma, que já não contribuía mais para a
fertilidade no conhecimento apresentada em outros momentos, e a ascensão da Igreja, que
passa a ditar os valores, costumes, formas de pensar, limites para produção científica,
baseada na explicação de seus dogmas, temos o início da idade média em coincidência com
a queda de Roma do ocidente, no século V.
Na idade média, a igreja passa de algo espiritual à força política, econômica, moral,
sendo responsável direto pelo fracasso científico europeu. Tal instituição se volta a atacar a
cultura, os ensinamentos deixados, perseguindo quem os propagava, inclusive membros do

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próprio clero. Nesse período a biblioteca de Alexandria, antes símbolo de prosperidade,


conhecimentos, saber, é definitivamente destruída. Escolas platônicas foram fechadas e o
Liceu, símbolo de conhecimento científico, deixado por Aristóteles, deixa de existir. Agora, a
igreja mediará os valores, condenando e destruindo tudo que fosse de encontro a seus
dogmas. Os poucos letrados eram os monges e os que detinha conhecimento, os copistas,
pois tinham acesso a ensinamentos e documentos antigos, antes disponível a todos, agora
proibidos (6).
Os legados no campo das ciências mais significativos dizem respeito às catedrais e
suas engenharias na construção. É importante ressaltar que o oriente não passava por tal
opressão e seguia a todo vapor no desenvolvimento científico. Assim, as cruzadas, quando
em contato com o mundo oriental, trazem ao ocidente e a realidade descrita acima, uma
inquietação intelectual, questionadora. Nesse momento, surgirá alguns pensadores no
ocidente, motivados por tal inquietude. Portanto a imensa maioria são ligadas ao clero, por
motivos já mencionados acima, os padres e membros do clero eram letrados, tinham acesso
ao conhecimento e foram motivados nas cruzadas pelos contatos com o oriente (10).
Muitos foram os autores e contribuintes para o pensamento da época, vários
motivados pela alquimia, observada e trazida dos Árabes. Podemos ressaltar nesse campo:
• Alberto Magno (1206 -1280) – Ferrenho seguidor e admirador das obras de
Aristóteles, contribuiu significativamente para os conhecimentos da época, em
especial a Alquimia. Foi conhecido após sua morte como mago e teve como
pupilo um dos maiores pensadores do período, Tomás de Aquino (16).

• Roger Bacon (1214 -1292) – Padre e professor da universidade de Paris,


também conhecido como Doctor Mirabilis (Doutor Admirável em latim). Ele deu
bastante ênfase ao empirismo e ao uso da matemática no estudo da natureza.
Contribuiu em áreas importantes como a Mecânica, a Filosofia, a Geografia e
principalmente a Óptica. Foi um Alquímico considerável (6).

• Paracelso (1493 – 1541) – Foi um grande alquímico, místico, praticava a


medicina onde descreveu minerais, suas propriedades, usando-os inclusive na
medicina. Criou a ideia de medicamento, bioquímica e toxicologia, sendo
considerado um divisor de águas entre a alquimia e a química. Paracelso já se
encontra em um período de fuga da idade média, viveu no período da
Renascença (17).

A alquimia (química) constitui um dos maiores legados da história da humanidade,


compondo junto à matemática e a música, as três principais linguagens universais.
Na baixa idade média, segunda metade do período, podemos destacar fora do campo
da alquimia, com legados grandiosos para a humanidade, pensadores como Roberto
Grosseteste (1175 – 1253) e São Tomás de Aquino (1225 – 1274), este o mais importante
filósofo medieval. Suas obras, tiveram enorme influência na teologia e na filosofia,
principalmente na tradição conhecida como Escolástica (18).

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Ele foi o mais importante proponente clássico da teologia natural e o pai do tomismo.
Sua influência no pensamento ocidental é considerável. Ao contrário de muitas correntes da
Igreja na época, Tomás admirava e adotou as ideias de Aristóteles, confrontando-as e
criando um equilíbrio frente ao racionalismo aristotélico, convergindo com ensinamentos e
dogmas da igreja (tomismo). Referia-se a Aristóteles como "o Filósofo". É considerado um
dos grandes responsáveis pela estruturação das escolas e universidades católicas, que
ganharam a Europa e posteriormente foram os berços para que o mundo saísse dos
domínios e opressão típicos da idade média (18).
É importante ressaltar que não foi obra da igreja a criação das universidades, tendo
a primeira sido criada em Bologna e depois nos arredores da catedral de Notre Dame, em
Paris. Posteriormente as universidades passaram a ser ligadas à igreja e nobreza, ou seja,
as instituições universitárias passam a ser braços da igreja e tomam os ensinamentos de
São Tomás de Aquino como norteador (Tomismo) (18).
Apesar de termos, obviamente muitos exemplos, pensadores, sábios que
contribuíram para o desenvolvimento humano, deixando legados importantes, é necessário
entender que o período em si, durou cerca de 1000 anos, e grande parte do que se produzia
era voltado para explicar o inexplicável, ou seja, dogmas e mitos do cristianismo. A medida
que determinados conhecimentos naturalmente se distanciavam de tais dogmas, era
reprimido e prontamente diluído.
Os alquimistas, mesmo muitos sendo padres, eram observados de perto, sofriam
grande pressão para que não saíssem dos “trilhos”. Referências do período, com genialidade
e mentalidade fértil, como Tomás de Aquino, canalizou toda sua sabedoria e brilhantismo
para conectar ensinamentos racionais, aristotélicos e encaixá-los nos dogmas e mitos da
igreja, ou seja, trata-se de um período que mesmo que se tenha muita história e bons nomes
para discutir, que contribuíram, ficou muito aquém do desenvolvimento do conhecimento
humano que se poderia ter obtido.
Imaginemos, quem sabe, se não tivéssemos 1000 anos tão subaproveitados na nossa
história, se poderíamos entender muito mais da nossa natureza, fenômenos físicos, termos
tecnologias que nos permitiriam corrigir e contornar problemas que afligem a humanidade.

2.3 Uma luz no fim da “ponte”

Se pudermos atribuir algo realmente produtivo na idade média, foi sem dúvidas o
desenvolvimento das universidades, que gerou, de forma irreversível uma guinada na mente
humana. A escolástica e o tomismo, eram a base do ensino nessas instituições, ou seja,
fortemente ligadas a explicar questões da igreja, o que obviamente reprimia o pensamento
e livre manifestação intelectual. Porém, tal fato não impedia de muitos pensadores e alunos,
mesmo ligados ao clero, pudessem se tornar cada vez mais questionadores, inquietos,
levando assim, ao longo de centenas de anos, à uma ruptura, um processo que culminou no
fim da característica reprimida da educação, pensamento e ciência da idade média (6).

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O renascimento pode ser caracterizado como o início da ruptura, marcado por ideias
e pensamentos que se opunham fortemente à escolástica e tomismo que eram dogmáticos
e limitadores. Compreende um período, embora não definido com exatidão, entre o século
XIV e XVII. Associado à um enfraquecimento da igreja, que não poderia mais reprimir com
a força de outrora. O pensamento questionador e libertador passaria a fluir pela mente de
alguns autores que se sentiam mais confortáveis em se manifestar nesse período (19).
Guilherme de Ockham (1285 – 1347), foi um frade franciscano, filósofo, que se opôs
duramente à filosofia escolástica e ao tomismo, embora o mesmo tenha praticado por boa
parte da vida. Por suas ideias e contestações, Ockham foi excomungado da igreja e fugiu
para a Baviera, hoje território Alemão. Esse fato foi muito importante e simbólico para
determinar eventos que culminariam na contestação dos dogmas da igreja, levando à
Reforma protestante, idealizada por Martinho Lutero (1483 – 1546) na própria Alemanha, no
Renascimento, com a ascensão de pensadores contestadores praticando arte dotada de
ciências e depois à Revolução Científica (6).
Nesse período surgiu também, apesar de já se ter algo parecido na China inventado
por um artesão denominado Bi Sheng (990 – 1051), a imprensa, com Johannes Gutenberg
(1400 – 1468), o que viabilizou mudanças profundas na forma com que a informação era
difundida, popularizando ideias. Pinturas repletas de conotações científicas, mensagens
ocultas foram produzidas, corroborando com essa ascensão do pensamento humano (20).
As ciências médicas passaram a ser praticadas com mais intensidade e com menos
restrições em relação ao corpo humano, as universidades dissecavam, abriam corpos e já
adotavam as aulas de anatomia como padrão. Conforme já mencionado anteriormente,
quando se falou sobre a idade média, o grande alquimista e médico Paracelso inventou
formas de utilização de fármacos, introduziu a bioquímica e os estudos que originaram o que
hoje conhecemos como medicamentos (17).
Nesse período tivemos a existência de uma das figuras mais brilhantes e geniais de
todos os tempos, Leonardo da Vinci (1452 – 1519). Da Vinci foi um gênio, multidisciplinar,
enciclopedista, que contribuiu em várias áreas do conhecimento como: Anatomia, Geologia,
Botânica, Hidráulica, Ótica, Matemática, Arquitetura, Engenharias, Filosofia e até mesmo em
engenharia de guerra. Da Vinci rompeu com a escolástica, e tampouco seguia as ideias
clássicas, como alguns autores da renascença adotava. Nunca publicou uma obra e o que
se sabe são provindas de inúmeras anotações para si mesmo e obras, protótipos, pinturas
e relatos. Da Vinci nunca se preocupou com um método, com a sistematização da ciência,
um padrão, portanto não contribuiu significativamente para o método científico moderno,
onde queremos chegar e foco desse curso. Também nunca produziu no intuito de ser
compreendido pelo coletivo, o que de fato é algo na contramão da ciência como conhecemos
e como deve ser (6).

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2.4 A modernidade e estabelecimento do método

Após a renascença e todas as consequências dela, conforme discutido anteriormente,


um momento áureo estava por vir. O método científico ganharia forma e identidade,
culminando no que hoje temos como referência de ciências e prática em ciências.
Chegamos agora a um período em que paradigmas são rompidos, há ruptura com o
senso comum, uma preocupação cética e técnica de leitura do universo e das leis que nos
cercam, com menos amarras ou dogmas a serem seguidos, rompendo-se com a escolástica,
uma história fantástica que culminará no estabelecimento da ciência.
De forma reducionista, podemos dizer que a grande questão que perpetuava a mais
de 20 séculos, um enigma, começa a ser desvendada, por consequência da ruptura parcial
das amarradas até então muito fortes e pelo estabelecimento do método científico e prática
dele pela tríade Copérnico-Galileu-Newton (6,10).
Nicolau Copérnico (1473 – 1543), revolucionou a astronomia ao propor os
movimentos dos astros, rever obras até então imaculadas, como as de Aristóteles e Cláudio
Ptolomeu (90 – 168), pela primeira vez contestou o geocentrismo e propôs, a partir de seus
estudos o heliocentrismo. Tal proposição, mais do que sua interpretação literal, significa um
marco para as ciências, pois a partir dela e do impacto de Copérnico, pensadores
revolucionários farão sua contribuição e história, culminando nas ciências como conhecemos
(6).
Antes de chegarmos nos que definiram os rumos das ciências, Galileu e Newton,
temos uma ponte composta por pensadores motivados e influenciados por Copérnico,
composta por Giordano Bruno (1548 – 1600) que teve sua vida interrompida pela inquisição,
Tycho Brahe (1546 – 1601) e Johannes Kepler (1571 – 1630) que contribuíram para as
teorias copernicanas e construíram assim, as bases daquela que seria a revolução das
ciências e do pensamento humano, definido por um dos maiores nomes das ciências e
aquele que moldou o método científico moderno, Galileu Galilei (1564 – 1642) (6,10).
Galileu foi autor de várias obras, desenvolveu vários estudos introdutórios no campo
da física como movimento pendular, uniformemente acelerado, lei dos corpos, inércia,
mecânica. Confeccionou e tornou usual o telescópio, que apesar de não ser uma invenção
própria, foi modelada e empregada por ele para realização dos seus estudos científicos.
Galileu constatou que a terra não era o centro e que o heliocentrismo era de fato o que
ocorria. Galileu foi muito além disso, inventou a bomba de fazer subir a água, equipamentos
militares, escreveu tratados sobre fortificações de cidades e mantinha uma oficina para
construção de equipamentos funcionais, como bússolas (21).
Galileu foi sem sombra de dúvidas o marco para a revolução científica, exigindo
provas e constatações para que afirmações fossem dadas, disse que a natureza poderia ser
explicada e para isso era necessário um método, sistemático, que envolvesse constatações
e matemática. O uso de experimentação através do telescópio deu a base para constatação
das ideias de Copérnico, que nunca conseguira provar, disse então que “o livro da natureza
é escrito em linguagem matemática” em clara referência a exigência de um método
sistemático, que a partir daí seria dado de forma simplificada por nós como ciência, ou fazer

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ciência e culminaria na revolução científica. Galileu foi um divisor de águas, responsável


majoritariamente pela revolução científica e pelos avanços científicos que viriam depois
(10,21).
Em 1633 Galileu foi preso pela inquisição por suas visões contrárias à visão cristã do
universo, e não fosse pela sua representatividade e influência na época, seu nome, não teria
sido dada a segunda chance que teve. Galileu foi perdoado após se retratar e afirmar que
estava errado, que os dogmas da igreja eram a verdade e o geocentrismo ocorria no
universo. Porém, tal atitude se deu para que não fosse executado pela igreja, assim Galileu
continuou produzindo até sua morte, em 1642 aos 78 anos (21).
Morria, assim, um dos maiores nomes das ciências e um dos que nos apadrinhou
com as raízes do método científico moderno, e a forma de fazer ciência que revolucionou a
humanidade nos anos subsequentes, até os dias de hoje. Dizemos que o método moderno,
teve seu principal ponto de partida em Galileu Galilei. Em 1992, o papa João Paulo II, após
longa investigação da igreja, inocentou e reabilitou Galileu, definindo-o como o “crente
sincero”, o “físico genial”. Coincidentemente, em 1642, ano da morte do grande mestre
Galileu, nascia Isaac Newton, outro revolucionário no mundo das ciências (6).
Na sequência da construção do método científico, precisamos referenciar dois
importantes pensadores, considerados essenciais para a estruturação do método, Francis
Bacon (1561 – 1626), cujo papel nesse processo se faz pela necessária prática do
experimentalismo, dando a ele o crédito de pai da ciência experimental e um dos fundadores
do método científico (reparem que Bacon é contemporâneo à Galileu) e René Descartes
(1596 – 1650), filósofo que mais influenciou e ainda influencia a maneira ocidental de pensar.
Descartes trouxe a ideia de sistematização, fundamental para o estabelecimento do método
científico (6,10,22).
Outro importante nome para o entendimento do método e pensamento científico,
trata-se de John Locke (1632 – 1704), considerado o principal representante do “empirismo”,
fundamental para construção do método como entendemos. O empirismo se trata de uma
doutrina segundo a qual todo conhecimento provém unicamente da experiência, limitando-
se ao que pode ser captado do mundo externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela
introspecção, sendo descartadas as verdades reveladas e transcendentes do misticismo, ou
apriorísticas e inatas do racionalismo. Lembremos que o racionalismo era o que predominou
desde a Grécia antiga, com os Filósofos Gregos e principalmente Aristóteles, perdurou por
toda a idade média e passou a ser enfraquecida principalmente na Renascença (10).
Isaac Newton, é sem sombra de dúvidas um dos maiores gênios da história e o maior
físico que já existiu. Produziu conhecimentos no campo da física como nenhum outro, o
método matemático das fluxões ou cálculo diferencial, lei da composição da luz (disco de
Newton), lei da gravitação universal, teoria do movimento dos corpos. Seus livros, os
Principia, trazem uma revolução no mundo da ciência, leitura obrigatória para qualquer aluno
de física. Principia, foi considerado a maior ruptura na história das ciências, sendo ali
representadas leis e constatações que para muitos explicariam matematicamente as leis do
universo e são até hoje as bases da física clássica. Nenhum outro autor possui tantas leis e
fórmulas que levam seu nome (10,23).

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Newton se tornou herói nacional, cavaleiro do reino, símbolo da revolução científica


europeia. Morreu em 1727 e foi enterrado ao lado de reis e rainhas na Abadia de
Westminster. Em sua lápide, é possível encontrar a seguinte reverência que a Inglaterra fez
a seu gênio: “A natureza e as suas leis jazem ocultas na noite. Deus disse: Que Newton
exista! E tudo se fez luz” (6).
Dizemos que, Galileu, Bacon, Descartes e Locke, trouxeram a base do método
científico, experimental, sistemático, baseado em provas e evidências comprováveis, para
que Isaac Newton (1642 – 1727) o praticasse, desvendasse leis naturais e refinasse-o. A
estruturação e fortalecimento do método científico, permitiu que a humanidade vivenciasse
um avanço científico, tecnológico e social nunca visto antes. A contribuição de muitos
autores e pensadores, como referenciado anteriormente no texto, serviu para que
paradigmas, até então amarras para o desenvolvimento humano, fossem rompidos e
pudéssemos evoluir significativamente.
Não podemos deixar de mencionar que o século XVIII foi denominado “Século das
Luzes”, onde tivemos a filosofia do século XVII + o racionalismo Cartesiano + o empirismo
de Locke + a prática da ciência Galileico-Newtoniana culminando no Iluminismo. No
iluminismo, filósofos e pensadores defendiam o predomínio da razão sobre a fé e
acreditavam que o progresso e a felicidade seriam o caminho traçado para a humanidade,
defendiam a liberdade de expressão dos cidadãos, a liberdade religiosa, acreditavam que
todos são iguais perante a lei e que todos têm o direito de defesa contra o abuso das
autoridades, acreditam na ciência e no método científico. Percebam que temos a fórmula
perfeita para grandes mudanças sociais, desenvolvimento humano, científico e tecnológico
sem precedentes na história da humanidade.
Assim, o século XVIII foi o período de emancipação da ciência em relação à religião
e de um fortalecimento sem precedentes da mesma, culminando em grandes marcos
científicos e o estabelecimento do método científico moderno.

2.5 Marcos da ciência moderna

A Ciência Moderna, consiste em um determinado momento em que houve a


articulação do método de observação e experimentação com o uso de instrumentos técnicos.
Podemos dizer que se iniciou, propriamente, na Europa do século XVI, com as obras de
pensadores antes mencionados, Copérnico, Galileu e T. Brahe. Se fortaleceu e se
estabeleceu no século das luzes e assim grandes acontecimentos ocorreram (6,10).
Temos que mencionar também, o trabalho dos enciclopedistas, que foi de extrema
importância para o período. O enciclopedismo, foi um movimento filosófico-cultural originado
no e do iluminismo, por Denis Diderot (1713 – 1784) e Jean le Rond d'Alembert (1717 –
1783), que buscava, a partir dos novos princípios da razão, catalogar todo o conhecimento
humano na Encyclopédie, uma obra grandiosa de 35 volumes (6,10).
A química ganha forma, nome, identidade. O que se conhecia até então como
Alquimia, se torna disciplina, ramo importante da ciência, um marco para humanidade. O

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que antes era “magia” se torna ciência. Nomes como Robert Boyle (1627 – 1691), que para
os Ingleses é o pai da química e Antoine-Laurent de Lavoisier (1743 – 1794), pai da química
para a maioria, marcaram esse processo. Lavoisier publicou o livro Traité élémentaire de
chimie (tratado elementar de química) publicado em 1789. É considerado o primeiro livro
texto de química devido ao uso sistemático de instrumentos de precisão, metodologia
rigorosa nos experimentos e por negar a teoria do flogisto postulado pela alquimia. Foi
fundamental para a criação do que entendemos como química e junto de outros clássicos
monumentais como a “Física de Aristóteles”, “Almagesto” de Ptolomeu, os “Printipia” de
Newton é considerado um dos trabalhos mais importantes e influentes da história da ciência
(6,10).

Figura 3 – (A) Imagem e pintura de Isaac Newton e ao lado sua principal obra, uma das edições do “Principia”.
(B) Imagem e pintura de Lavoisier e ao lado uma das páginas do seu livro “Traité élémentaire de chimie”.
Fonte:https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=Isaac+Newton&title=Special:Search&profile=adva
nced&fulltext=1&advancedSearchcurrent=%7B%7D&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1#/m
edia/File:Sir_Isaac_Newton_(1643-1727).jpg (acessado em 18 Dez. 2020).
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antoine_Lavoisier_Trait%C3%A9_%C3%89l%C3%A9mentaire_de_C
himie_1789.jpg (acessado em 18 Dez. 2020).
https://en.wikipedia.org/wiki/Antoine_Lavoisier#/media/File:David__Portrait_of_Monsieur_Lavoisier_(cropped)
.jpg (acessado em 18 Dez. 2020).

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Alavancada pela explosão científica vivida na Europa, outro marco importante


ocorreu, a Revolução industrial, que moldou toda as relações humanas existentes,
impulsionou o desenvolvimento, embates de classes e consequentemente demandou mais
desenvolvimentos científicos e tecnológicos. As mudanças antes vividas e descritas, mais
as necessidades e consequências da indústria, faz com que entremos no século áureo da
ciência, o século XIX (6,10).
A química e a física se fundem em ideias e métodos, com cientistas como Luigi
Galvani (1737 – 1798), Alessandro Volta (1745 – 1827) e o surgimento da transferência
elétrica e a pilha. Surgem grandes químicos como John Dalton (1766 – 1844), Dmitri Ivanovic
Mendeleev (1834 – 1907), criador da primeira tabela periódica, e consequentemente a
indústria da química (6,10).
Surgem nomes como André-Marie Ampère (1775 – 1836), o “Newton da eletricidade”,
como o referenciou James Clerk Maxwell (1831 – 1879), que seguiu e finalizou os trabalhos
sobre eletromagnetismo de Ampère. Nesse campo, surge o grande gênio da eletricidade,
Michael Faraday (1791 – 1867), considerado por muitos como o maior experimentalista de
todos os tempos. Suas descobertas em eletromagnetismo forneceram a base para os
trabalhos de engenharia no fim do século XIX para que Thomas Edison (1847 – 1931), Ernst
Werner von Siemens (1816 – 1892), Nikola Tesla (1856 – 1943) e George Westinghouse
(1846 – 1914) tornassem possível a eletrificação das sociedades industrializadas. Seus
trabalhos em eletroquímica são amplamente usados na química industrial (6,10).
No campo da Biologia, temos o que referenciamos como “Newton da Biologia”,
Charles Darwin (1809 – 1882), que descreveu a maneira com que os seres vivos evoluem,
através de sua publicação, “A Origem das Espécies” revolucionando dogmas e pilares da
sociologia humana na época. Suas ideias são ainda atuais e estruturam toda a biologia
evolutiva. Darwin, jaze ao lado de Newton, na Abadia de Westminster, sendo considerado
um dos mais revolucionários cientistas de todos os tempos, pelo peso de sua obra e impacto
que causou (23).
Ainda no campo da Biologia, temos Gregor Mendel (1822 – 1884), que realizou seus
trabalhos de observação e probabilidades e cunhou o que entendemos hoje como Genética.
Sua obra, descoberta pela comunidade científica somente após sua morte, serviu de
referência para muitos cientistas, que passaram a entender e buscar mais informações sobre
as características dos seres vivos, sua transmissão e como se portava no organismo. A
Genética, é hoje uma realidade evidente para qualquer um, tanto no entendimento do
indivíduo, como na criação de tecnologias na área médica, alimentícia, entre outras. A
Biotecnologia ligado aos setores de produção de alimentos, medicamentos, é hoje o que
mais gera dinheiro no mundo.
Alguns autores foram mencionados para que objetivo desse curso fosse atendido,
porém são vários que em um texto mais detalhado e específico poderiam ser citados. Trata-
se de uma tentativa de estabelecer uma ordem cronológica do pensamento científico e falar
do método científico dessa maneira.
Ao adentrarmos no século XX, podemos descrevê-lo como a continuidade daquilo
que se tinha atingido, a excepcionalidade e brilhantismo da ciência e aperfeiçoamento do
método, que se tornava cada vez mais enraizado e poderoso nas sociedades. Com Newton,

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a ciência se tornou uma unanimidade e um alento para as questões da sociedade.


Perpassou os anos e desencadeou no século XX, em grandes avanços e surgimento de
brilhantes cientistas.
O século se inicia com quatro descobertas revolucionárias, os Raios-X, a definição do
elétron, a Radioatividade e seu uso e o Efeito Zeeman. Cientistas como Ernest Rutherford
(1871 – 1937), considerado o “pai da física nuclear”, demonstrou a tão sonhada, e que
outrora era mito e magia, transmutação, através do decaimento dos elementos, esses se
transformariam em outros e que era possível, através da mensuração desse processo, datar
quase tudo que se tinha, como fósseis, rochas (6,10).
Max Planck (1858 – 1947), define o quantum de energia - Luz e surge um novo ramo
da física, não explicável pela física clássica. Alinhado a esse fato, surge um dos maiores
cientistas que a humanidade já viu, pertencendo ao Hall da fama de nomes como Aristóteles,
Galileu, Newton, o grande e popular Albert Einstein (1879 – 1955), com seus conceitos de
relatividade, uma revolução para o campo da física.
Com as contribuições de Rutherford, Niels Bohr (1885 – 1962), Einstein, Heisenberg
(1901 – 1976), Louis de Broglie (1892 – 1987), a estrutura do átomo foi definida, entendida,
o que revolucionou a ciência física e química e a forma de pensar sobre a matéria, é um
avanço imensurável (6,10).
Nesse ponto, podemos dizer que o método científico se encontra no seu auge,
absolutamente consolidado, o que acaba se tornando um problema, estamos diante do
absolutismo da ciência, o distanciamento do seu real objetivo, de entendimento,
transformação social. A ciência e o método se tornam entidades absolutas e invioláveis,
distantes do cidadão comum e algo concentrado a muitos poucos intelectualmente
privilegiados.
Consequências como o entendimento de subpartículas, bomba nuclear, a produção
de semicondutores, gatilho para o desenvolvimento da micro e nanotecnologia, que rege a
humanidade nos dias atuais, os entendimentos da biologia molecular, do DNA, revolucionam
a ciência biológica, médica, biotecnológica, levando assim ao que conhecemos hoje como
ciência contemporânea.
Embora a essência desse curso seja as ciências naturais, química, física e biologia e
suas ferramentas, por se tratar do entendimento do método científico que foi estruturado
para atender investigações majoritariamente na área, não podemos deixar de comentar que
outras revoluções científicas, também significativas na área das ciências humanas, sociais,
políticas ocorreram. Muitos autores ao longo dos anos contribuíram para verdadeiras
revoluções nesse sentido, um deles, no contexto apresentado, se trata de Sigmund Freud
(1856 – 1939), que trouxe à tona um lado do ser humano que estava obscuro e sequer era
explorado, o que chamamos de Subconsciente (6).
Assim, vamos à nossa terceira semana e parte reflexiva e conclusiva do curso, de
suma importância para o objetivo deste. Embora já tenhamos traçado o método e explicado
sua origem, transformação, estabelecimento e importância, não discutimos o que realmente
importa, como ele transforma a sociedade, muda a vida das pessoas e como deve-se tratar
as ciências para que construamos uma sociedade melhor.

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Mídia Digital: Vá até a sala virtual e confira o vídeo


“Síntese da semana 2”.

Atividade: Para concluir a segunda semana de


estudos, vá até a sala virtual e participe do Fórum
“Meu curso”. Inicie uma nova publicação ou
contribua com a publicação de algum outro colega,
considerando a seguinte questão: este livro é
capaz de permitir o estudo autônomo do
estudante? Sugira também, através de buscas,
artigos que possam complementar o conteúdo
discutido até agora.

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 3 – Capacidade de entender ciência x desenvolvimento
humano

Objetivos
Discutiremos o método científico na contemporaneidade, os
feitos científicos, a difusão da ciência para o entendimento dos
termos e aceitação/entendimento social da ciência.

3.1 O estabelecimento do método contemporâneo

Chegando ao final do processo de entendimento do método científico, podemos


definir alguns pontos especiais, revolucionários, que já foram mencionados e as chamadas
“viradas científicas”, que podem parecer não tão relevantes, porém transformaram a maneira
da humanidade enxergar determinadas coisas, significaram uma virada, um nó no
pensamento humano. A questão do universo e a posição humana nele, com a ideia de
Copérnico e Galileu, uma revolução humana. As teorias de Darwin e a evolução, que
simplesmente virou ao avesso a sociedade tanto leiga quanto científica da época. A
demonstração de um outro “mundo”, um outro lado humano, com o entendimento do
subconsciente, por Freud. São marcos que definimos não pela complexidade da informação,
pela aplicabilidade tecnológico, mas sim pelo impacto causado no pensamento humano.
Portanto, após tanta história e informação, discutiremos o que isso significa para a
humanidade e o porquê de o método científico e a ciência originaria serem tão fundamentais
de serem entendidas por cada cidadão que habita o globo (24,25).
Como o estabelecimento do método científico e uma maneira muito eficaz de
investigação, grandes feitos se realizaram durante a modernidade. Após Copérnico, Galileu
e Newton, principalmente o último, a ciência se tornou uma entidade venerada, absoluta, o
que também levou os cientistas a pensarem e se portarem como tal. Ocorreu que, através
de instrumentos e a prática do método científico, os cientistas produziam seus
conhecimentos e os dotavam de verdadeiros, absolutos, incontestáveis, se apropriavam da
verdade. Isso gera, claramente, momentos de reflexões, principalmente pela filosofia, que
passa a questionar essa lógica (24,25).
Einstein, podemos dizer que começa a demonstrar que há um grande despropósito
nessa maneira de pensar, principalmente motivado pela sua linha de trabalho, que muito se
relacionava a incertezas. Elétrons, fótons e principalmente a Relatividade. Antes, com
Newton, a física era clara, definida, mensurável e quando se praticava o método de maneira
impecável estava definido a verdade, incontestável. Einstein percebe que não, que além de
as bases do conhecimento mudarem e o que se tinha como verdade ser flexibilizado, com a
relatividade, tudo era relativo. Em carta destinada ao grande filósofo do século XX Karl
Raimund Popper (1902 – 1994), questionador do positivismo e absolutismo da ciência e dos
cientistas, ambos dialogam:

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Li seu trabalho e, de modo geral (weitgehend), concordo. Só não admito a
possibilidade de produzir um “exemplo superpuro” que nos permitisse prever a
posição e o momento (cor) de um fóton, com precisão “inadmissível”. [...]

Não me agrada absolutamente a tendência “positivista”, ora em moda (modische), de


apego ao observável. Considero trivial dizer que, no âmbito das magnitudes
atômicas, são impossíveis predições com qualquer grau desejado de precisão, e
penso (como o senhor, aliás) que a teoria não pode ser fabricada a partir de
resultados de observação, mas há de ser inventada. (POPPER, 2007, p. 525)

Popper questiona a ciência como definidora de suas verdades, seu absolutismo e diz
que é necessário que a filosofia trabalhe em conjunto. Isso se dá após percebermos que a
ciência não é absoluta em seus resultados e nem deve ser, pois se assim for, deixa de ser
plena, deixa de abrir portas, deixa de ser questionadora e questionada, o que sabemos ser
fundamental para o crescimento e produção do conhecimento. Grandes trabalhos e
descobertas, que duraram por anos como absolutas, fruto da pesquisa de grandes
pensadores foram, através de avanço científico e tecnológico, sendo refutadas e ou
flexibilizadas. Enquanto conhecimentos que eram absolutos simplesmente se desfizeram
outros foram relativizados, flexibilizados ou minimizados, por conta do avanço cientifico e
novas práticas mais modernas, com resultados mais satisfatórios. Todo esse raciocínio,
definimos como “o paradigma dominante” da ciência e nesse ponto, temos um momento da
“quebra do paradigma dominante”.
É bastante prudente dizermos que além de Einstein, Planck (1900), Bohr (1913),
Heisenberg, contribuíram significativamente para a quebra do paradigma newtoniano. Nesse
contexto, adentramos em uma nova perspectiva, uma nova visão da ciência,
contemporânea. Observações e experimentações são relativas, não se pode observar e
experimentar a física quântica em vários aspectos, mas pode-se concluir algo sobre ela. As
conclusões não são absolutas e se muda informações que conduziram o raciocínio científico
muda as conclusões. O método científico é elevado de um simples conjunto de regras e
passos a serem seguidos, a um processo elaborado, indefinido e contínuo. Assim o método
passa a ser justificado como uma descrição e a discussão, amplas e contínuas, de quais
critérios básicos são utilizados no processo de investigação científica (6,25).
Enquanto na ciência clássica, da idade média e moderna, que podemos entender
como ciência Aristotélica e Moderna, o conhecimento justificado e provado naquele
momento era aceito como verdadeiro, na ciência e método contemporâneos, o objetivo é
obter uma investigação constante e não achar a verdade. Assim, a ciência necessita de 2
aspectos: Um subjetivo, que cria, que projeta e o objeto que testa e confronta e não há uma
lógica para descoberta, entenda-o como um processo.

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3.2 O paradigma emergencial e o método para mudar o mundo

Não há mais sentido a concepção mecanicista que faz distinções entre ciências
naturais e ciências sociais, ainda mais que os avanços recentes da física e da biologia
rechaçam tal dualismo. Ademais, ao contrário do que ocorria na ciência moderna, no
paradigma emergente a inteligibilidade da natureza é presidida por conceitos, teorias,
metáforas e analogias das ciências sociais, na tentativa, inclusive, de aproximar as ciências
da humanidade. Todo o conhecimento científico-natural é científico-social; todo
conhecimento é local e total; todo conhecimento é autoconhecimento; todo conhecimento
científico visa a se constituir em senso comum (25).
Portanto é necessário que as ciências sejam praticadas por um processo amplo e
complexo, em harmonia e interação com as ciências sociais, humanas, que interaja com as
realidades das pessoas e leve em consideração questões culturais, costumes. Não
confundamos o que foi dito com uma flexibilização da ciência e aceitação de ideias baseadas
em cultura, costumes e humanidades, porém, os conhecimentos, o método tem que levar
em conta e trabalhar com esses espectros, pois se assim não se faz, se torna imutável,
absoluto, ditatorial, e vimos que o conhecimento feito dessa forma em algum momento se
contradiz e cai por terra. Também, é necessário entender que a ciências e seus avanços só
fazem sentido se tiverem consequência para as pessoas, para isso devem interagir com as
questões humanas, como mencionado (25).
Portanto, o método científico abordado dessa forma, além de ser um caminho sem
fim, produtivo e não absoluto, aceitando novas informações e perspectivas, desde que sigam
a lógica e o método, regras básicas, precisa se difundir no senso comum, se tornar real na
vida das pessoas e assim criar uma ciência forte, transformadora e reflexiva. Nesse ponto,
concluímos nosso conteúdo, alertando que na humanidade, o capitalismo, a exploração de
mitos e costumes, acabam por separar romper com essa lógica. Assim, o que percebemos,
são massas de pessoas que não conseguem entender o método e nem se quer mensurar
ciências. Tais pessoas, baseado em emoções, achismos e negacionismos, passam a
produzir informações danosas, que se espalham por nosso sistema altamente interativo
permitido pela internet. Alguns, por oportunismo e estratégia de ganhar popularidade,
recursos, dinheiro e poder fazem uso da ignorância científica para manipular e moldar a
opinião pública. Isso se intensifica quando veículos de informação dão espaço como se
fossem o contraditório à ciência séria, produzida corretamente, a partir de um método
científico.
É necessário urgentemente que a educação seja prioridade de uma vez por todas, de
forma geral, e com grande enfoque na educação científica. Só é possível combater a
ignorância, a inutilidade de determinadas informações e neutralizar os efeitos catastróficos
de teóricos da conspiração, negacionistas e pseudocientistas, como suas pseudociências,
baseadas em emoção, com educação científica, que parte do entendimento do método, das
bases da ciência, como fazemos nesse curso.
Por fim, é importante que entendamos que quanto menos informações, quanto
menos educação e quanto menos entendemos do método científico e a construção do
pensamento científico humano, mais tendemos a “crer” e aceitar ideias estapafúrdias de
várias naturezas, perigosíssimas para o progresso humano, que podem ser danosas para

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uma nação por uma eternidade. “Nós” tendemos a gostar de histórias mirabolantes,
confrontantes e emocionadas, gostamos de ficção e mitologia, pois em geral são atrativas e
carecem de umas informações básicas para compreensão, assim, são melhores aceitas.
Vivemos uma era que as pessoas negam as ciências, e quem não tem a menor capacidade
de raciocínio sobre um tema se transforma num pensador de internet, espantosamente
seguido por uma legião de outros ignorantes. Sem exagerar, isso poderá culminar no
colapso da humanidade, fiquemos atentos!

Mídia Digital: Vá até a sala virtual e confira o vídeo


“Síntese da semana 3”.

Atividade: Para concluir o curso e gerar o seu


certificado, vá até a sala virtual e responda ao
Questionário “Avaliação geral”. Este teste é
constituído por 20 perguntas de múltipla
escolha, que se baseiam em todo conteúdo
abordado no curso, inclusive as indicações de
textos e vídeos.

Nesse momento, após finalização do curso, esperamos que tenha compreendido, em


partes o método científico e momentos históricos na elaboração. Agora, você terá ampliado
sua cabeça para novos desafios. Comece aprofundando nos temas superficialmente
abordados, se aprofunde nos autores e no entendimento das ciências e por fim seja um
grande divulgador científico. Pessoas como você, que buscam o conhecimento e
principalmente a compreensão das ciências, saem na frente na percepção do meio em que
vive, se torna cidadão mais crítico e preparado para a vida em sociedade e um grande
propagador de ideias. Parabéns pela conclusão e lembre-se, a cada conhecimento
adquirido, outras dezenas de portas e questionamentos se abrem, continue...

Parabéns pela conclusão do curso. Foi um prazer tê-lo conosco!

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Referências

1 - CORDEIRO, Antonio Rodrigues. Gênese da vida humana. Cienc. Cult., São Paulo , v.
60, n. spe1, p. 60-62, July 2008 .
2 - LEVI-STRAUSS, C. O cru e o cozido. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
3 - WRANGHAM, R. Pegando fogo: por que cozinhar nos tornou humanos. Rio de
Janeiro: J. Zahar, 2010.
4 - HARARI, Yuval Noah. Sapiens: Uma breve história da humanidade. Porto Alegre:
L&PM Editores S. A., 2018.
5 - GHIDINI, Rafael. MORMUL, Najla Mehanna. Revolução agrícola neolítica e o
surgimento do Estado classista: breve construção histórica. Revista de Ciências do
Estado. Belo Horizonte: v. 5, n. 1, 2020.
6 – CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 2004.
7 – SANTOS, António Ramos. A historiografia e o tempo na Mesopotâmia. Cultura
[Online], Vol. 23 | 2006.
8 - ENCLOSURE. In Encyclopædia Britannica. 2013. Disponível em:
<http://www.britannica.com/EBchecked/topic/186545/enclosure >. Acesso em: 27 Nov,
2020.
9 - OLIVEIRA, P. C. et al. Uma Rota pelos Instrumentos de Cálculo. v. 20, p.15, 2019.
10 - ROSA, Carlos Augusto de Proença. História da Ciência: Da Antiguidade ao
Renascimento Científico. 2. ed., Brasília: FUNAG, 2012.
11 - POLITO, A, M. Mota; FILHO, O. L. Silva. A filosofia da natureza dos pré-Socráticos.
Cad. Bras. Ens. Fís., v. 30, n. 2: p. 323-361, 2013.
12 - MCKEON, R. The basic works of Aristotle. New York: The Modern Library, 2001.
13 – KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: Teoria da ciência e
iniciação à pesquisa. 34. ed., Petrópolis: Vozes, 2015.
14 - RODRIGUES NETO, Guilherme. Euclides e a geometria do raio visual. Sci stud.,
São Paulo, v. 11, n. 4, p. 873-892, 2013.
15 - BITTAR, Eduardo C. B. O aristotelismo e o pensamento árabe: Averróis e a
recepção de Aristóteles no mundo medieval. Rev. Port. de História do Livro, Lisboa, n.
24, p. 61-103, 2009.
16 - RASCHIETTI, Matteo. A importância e o legado de Alberto Magno na controvérsia
sobre a unicidade do intelecto. Trans/Form/Ação, Marília, v. 42, n. spe, p. 75-92, 2019.
17 - LUGONES BOTELL, Miguel; et.al. Paracelso. Rev Cubana Med Gen Integr, Ciudad
de La Habana, v.29, n.1, p.105-110, 2013.
18 - SANTOS ,Ivanaldo Oliveira. Tomás de Aquino e o século XIII. Ágora Filosófica. N.1,
p. 123-148, 2017.

43
19 - DAMIÃO, A. P. O Renascimento e as origens da ciência moderna: Interfaces
históricas e epistemológicas. História da Ciência e Ensino: construindo interfaces. v. 17,
p. 28, 2018.
20 - FLORENTINO, Luiz Felipe. Os reflexos da imprensa na Reforma Protestante e
seus efeitos sobre a crítica popular europeia ao clero. Revista Trilhas da História. v.8,
nº15, p. 321-333, 2018.
21 - MARICONDA, Pablo Rubén. Galileu e a ciência moderna. Cadernos de Ciências
Humanas - Especiaria. v. 9, n.16, p. 267-292. 2006.
22 - ZATERKA, L., and BARBOSA, G.L.A. Francis Bacon e a constituição do ideal
científico moderno. In: MOURA, B. A., and FORATO, T. C. M., comps. Histórias das
ciências, epistemologia, gênero e arte: ensaios para a formação de professores [online].
São Bernardo do Campo, SP: Editora UFABC, pp. 195-215, 2017.
23 - PINO, Angel. Ciência e educação: a propósito do bicentenário do nascimento de
Charles Darwin. Educ. Soc., Campinas , v. 30, n.108, p. 845-866, 2009.
24 - SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências na transição para
uma ciência pós-moderna. Estud. av., São Paulo, v. 2, n. 2, p. 46-71, 2008.
25 - RIBEIRO, Wallace Carvalho; et.al. Paradigma tradicional e paradigma emergente:
Algumas implicações na educação. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. v. 12, n. 1, p. 27-
42, 2010

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Currículo do autor

Daniel Afonso de Mendonça Toledo: Possui graduação em


Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Juiz de Fora
(2009), mestrado e doutorado em biologia celular e molecular pelo
Instituto Oswaldo Cruz - IOC/FIOCRUZ, RJ. Tem experiência na
área de Morfologia com ênfase em Biologia Celular e Molecular,
área de educação com ênfase em educação ambiental e
comportamento do aluno e experiência na área de biossegurança
com trabalhos realizados e cursos ministrados. Atuou em pesquisa relacionada a doença
de Chagas no Instituto Oswaldo Cruz - RJ em parceria com a Universidade Federal de
Juiz de Fora - UFJF. Tem experiência como professor na rede básica de educação do
estado de Minas Gerais, onde atuou em nível fundamental e médio e experiência na rede
Federal como professor do ensino técnico e superior (IF Sudeste MG, UFJF e IFMG).
Atualmente é professor efetivo do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) atuando a
nível médio, técnico e superior. Trabalha com projetos voltados para divulgação científica
e ensino em ciências. Possui experiência administrativa como coordenador de pesquisa.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5040616665739198

Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão

Daniel Afonso de Mendonça Luiz Augusto Ferreira de


20/12/2020 29/03/2021 1.0
Toledo Campos Viana

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Glossário de códigos QR (Quick Response)

Mídia digital Mídia digital


Apresentação do Evolução Humana
curso. parte 1.

Mídia digital Mídia digital


Evolução Humana
Mesopotâmia.
parte 2.

Mídia digital Mídia digital


Síntese da semana
Egito.
2.

Mídia digital
Síntese da semana 3.

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Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de


2020 concentrou seus esforços na criação do Programa
+IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos
online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento
institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a
abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação
profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG cumprir
seu papel na oferta de uma educação pública, de qualidade e
cada vez mais acessível.
Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe
multidisciplinar, contando com especialistas em educação,
web design, design instrucional, programação, revisão de
texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais.
Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos
setores institucionais e também com a imprescindível
contribuição de muitos servidores (professores e técnico-
administrativos) que trabalharam como autores dos materiais
didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de
atuação.
A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex adquiriu
estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de iluminação e
isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG.
Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará
também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para
Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e
científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem,
considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos.
Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por
sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado.

O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você!

Professor Carlos Bernardes Rosa Jr.


Pró-Reitor de Extensão do IFMG
Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital

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