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Experimento 3:

Análise de propriedades mecânicas em polímeros.

Disciplina: BC1105 – Materiais e Suas Propriedades.

Discentes:
Fábio Luis de Melo Paulon
Fernando Henrique Gomes Zucatelli
Nathalie Minako Ito
Pedro Caetano Oliveira
Thiago Rodrigues Brito

Turma: A/Diurno

Profº. Dr. Gerson Luiz Mantovani

Santo André, 13 de Dezembro de 2010.


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1. INTRODUÇÃO
A aplicação dos materias está ligada a diversas propriedades deles, dentre elas
as propriedades mecânicas. A determinação destas propriedades é feita através de
ensaios mecânicos como o de tração de onde pode-se obter diversas características
do material conforme apresentado na Figura 1 [1].

Figura 1 – Gráfico ilustrativo das tensões de escoamento, máxima (resistência à tração) e ruptura [2].

Onde, σR é a tensão máxima suportada pelo material - resistência à tração: RT;


σE, a tensão de escoamento do material - ponto que separa a deformação elástica
(reversível) da plástica (irreversível); e σr é a tensão de ruptura do material.
Dentro de região linear (Figura 2) (deformação elástica pode-se calcular o
módulo elástico (ou de Young) do material por meio da Lei de Hooke (1) [3].
Sendo ε: deformação; σ: tensão; E: módulo elástico:
σ
σ = Eε ⇒ E = (1)
ε

Figura 2 – Região linear válida para uso da Lei de Hooke e móulo de Elasticidade ([1]).

Outras duas propriedades que podem ser obtidas no ensaio da tração são a
ductibilidade e a tenacidade. Onde ductilidade está associada com o alongamento
do material até a ruptura, enquanto que a tenacidade com a área sob a curva no
gráfico tensão x deformação (Figura 3) [3].
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Figura 3 – Ductilidade e Tenacidade [1].

Os polímeros analisados foram fabricados por diferentes processos de


extrusão. Este processo aplicado a polímeros é um processo de transformação de
termoplásticos. O processo utiliza um equipamento denominado extrusora que é
constituído de um cilindro aquecido dentro do qual há uma rosca. Este conjunto
plastifica a resina. A extrusora é alimentada com resina através de um funil
alimentador (tremonha), situado na seção traseira. A resina é transportada ao longo
do cilindro pelo movimento de rotação da rosca. As resinas são fundidas
gradativamente pelo contato com a parede aquecida do cilindro e o calor gerado
pelo cisalhamento da massa entre a rosca e o cilindro. A rosca transporta e
comprime o polímero através da matriz (matriz de extrusão), que molda o fundido na
sua forma final (Figura 4) [4].

Figura 4 – Esquema de máquina extrusora de rosca simples [5].

Outro teste analisado é o de resistência ao impacto, que fornece quanta


energia o material absorve durante um impacto. Neste teste um martelo com
determinada massa de teste é posicionado em um ângulo inicial e então liberado
para girar sob seu centro e atingir o corpo de prova. A energia absorvida é calculada
com base na altura (ângulo) que o martelo alcança após a colisão.

2. OBJETIVOS
Conhecer formas de ensaio em materiais e analisar propriedades mecânicas.
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3. PARTE EXPERIMENTAL
Dados sobre o ensaio de tração de amostras de Polipropileno foram fornecidos
pelo Professor Dr. Gerson Mantovani. Com estes dados, foram feitos gráficos e
calculadas uma série de informações para melhor caracterizar os materiais.
Os dados sobre resistência ao impacto foram coletados em Laboratório na
presença de um técnico utilizando a máquina Pêndulo de impacto digital, que
fornece o ângulo final com que o pêndulo de impacto sobe e, a partir da relação
desse ângulo com a energia potencial, o quanto a peça absorveu de energia. Esta
análise realizada é meramente ilustrativa sobre o uso do entalhe previsto por
normas, dado que a origem das duas amostras dos materiais não foi fornecida. Foi
realizado teste Izod com a amostra na posição vertical com e sem entalhe triangular.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 5 mostra o gráfico de tensão por deformação das amostras 1, 2, 3 e 4,
Polipropileno (PP) Puro, PP mono-rosca, PP Cascata e PP Dupla-Rosca,
respectivamente.

Figura 5 – Curvas de Tensão por Deformação das amostras avaliadas.

Como podemos observar, o comportamento do Polipropileno varia em função


do tipo de extrusão em que o material foi submetido. As amostras de PP que
sofreram extrusão mono-rosca e dupla-rosca apresentaram capacidade de
deformação muito superior ao PP puro sem extrusão e o PP Cascata, que
aparentemente não apresenta grandes alterações em suas características
mecânicas. Porém, a resistência a tração e os pontos de escoamento parecem ter
diminuído. Para melhorar nossa análise, foram empregados métodos numéricos.
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Na Tabela 1 estão os dados obtidos com as análises iniciais das figuras acima
(Os valores foram aproximados pelos gráficos e depois procurados na respectiva
região da tabela de dados sobre as amostras).
Os valores de tensão de ruptura são o último valor antes da diferença entre o
valor anterior se tornar muito grande, o que indica que as medições estão sendo
realizando durante o processo de ruptura do material, por isso a diferença aumenta
bruscamente.

Tabela 1 – Caracterísitcas dos materiais de acordo com suas respectivas figuras.


Tensão de Resistência à tração (Mpa) Tensão de ruptura (Mpa)
Escoamento (Mpa)
PP puro 36,4160 36,4160 29,9854
PP Cascata 35,2929 35,2929 33,8149
PP mono-rosca 36,8975 36,8975 30,8965
PP dupla-rosca 32,0180 32,3068 26,1515

Para o cálculo do módulo elástico, selecionou-se um ponto na região do gráfico


que apresenta comportamento linear, no caso o ponto de tensão aproximadamente
5 para todos os polímeros e utilizou-se a equação (1).
A tenacidade, definida como a área sob a curva tensão x deformação, foi
calculado com uso de algoritmo da regra dos trapézios [6], implementado em
MATLAB 7. Pois desta forma foi possível avaliar a valor de integral usando todos os
pontos fornecidos, independentemente de função matemática que rege a formação
de tais pontos.
Quanto à ductibilidade, quanto mais deformação sofre o material, mais dúctil
ele é, logo, pela análise do gráfico, a amostra 1 é a menos dúctil (deformação de
2,673), a amostra 3 é um pouco mais dúctil (2,679) e a amostra 2 (3,832) é menos
dúctil apenas que a amostra 4 (5,299), a mais dúctil de todas. A Tabela 2 sintetiza
estas informações.

Tabela 2 – Características dos materiais de acordo com suas respectivas figuras.


Módulo de Tenaciadade Ductilidade
Elasticidade (MPa) (área sob a curva) (deformação máxima)
PP puro 1045,015 76,3685 2,673
PP Cascata 2915,412 108,8101 3,831
PP mono-rosca 4876,814 76,3240 2,679
PP dupla-rosca 2930,430 128,9470 5,299
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Os resultados do teste de impacto fornecidos pelo aparelho estão na Tabela 3.

Tabela 3 – Dados sobre ensaio de impacto com ângulo inicial de 150°.


Amostra 1 – com entalhe 1 – sem entalhe 2 – com entalhe 2 – sem entalhe
Ângulo final (°) 130 92 124 54
Energia absorvida (J) 0,644 2,401 0,886 4,202

5. CONCLUSÃO
Conclui-se que o ensaio de tração permite obter diversas propriedades dos
materiais e serve como ponto de partida para a seleção de materiais no que tange
ao suas propriedades mecânicas. E que os diferentes tipos de extrusão modificam
sensívelmente as propriedades do polipropileno, desta forma, o processo de
fabricação também deve ser considerado na escolha de um material tal como outros
fatores influentes não analisados aqui como temperatura, umidade, ciclo de trabalho,
etc.
Sobre o teste de impacto percebe-se que o entalhe reduz sensívelmente a
energia absorvida pela peça, pois cria uma região de concentração de tensões
durante o impacto propícia para a ruptura

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] CRUZ, Sandra A. M&P-PMecanicas1 - Propriedades Mecânicas. 2010. 33 f.
Notas de aula. UFABC, Santo André, 2010.
[2] LOSEKANN, Cláudio R. Processos de fabricação I. Universidade do Vale do
Itajaí 2001. Disponível em <http://www.scribd.com/doc/36982595/Processo-de-
Fabricao > . Acesso 06 de out. 2010
[3] CRUZ, Sandra A. M&P-Pmecanicas3 - Propriedades Mecânicas em Polímeros
2010. 33 f. Notas de aula. UFABC, Santo André, 2010.
[4] PROCESSAMENTO de POLÍMEROS (Extrusão). Disponível em
<http://www.scribd.com/doc/37384821/extrusao>. Acesso em 12 de dez. 2010.
[5] FATEC Mogi Mirim. Processamento de polímeros. Disponível em
<http://www.fatecmm.edu.br/.../MC2Mecanica_de_precisao_Aula05_Processame
nto_de_Polimeros.pdf>. Acesso em 12 de dez. 2010
[6] RUGGIERO, Márcia A. G.; LOPES , Vera L. R. Cálculo Numérico, Pearson,
2006.

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