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DA UNIFORMIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA
(...)
"é destinado a fazer com que seja mantida a unidade da jurisprudência interna
de determinado tribunal".
Não podendo ser diferente, faz o nosso Código de Processo Civil previsão
expressa a despeito da maneira pela qual tal incidente deve tramitar junto aos
tribunais deste País em seus artigos 476, 477, 478 e 479.
Art. 479. O julgamento, tomado pelo voto da maioria absoluta dos membros que
integram o tribunal, será objeto de súmula e constituirá precedente na
uniformização da jurisprudência.
No que tange aos autos originários (os autos do recurso em que foi
instaurado o incidente de uniformização), a vinculação da decisão proferida no
julgamento do incidente é obrigatória, devendo a tese vencedora ser aplicada ao
caso concreto de maneira cogente.
O valor desse precedente é relativo. Ele tem força vinculante para o caso
concreto cujo julgamento está em curso, porque o processo, voltando à Câmara,
Turma ou Grupo de Câmaras para aplicar a lei ao caso concreto, só pode seguir
o entendimento fixado pelo pleno, mas para os casos futuros terá apenas a
autoridade de uma decisão já tomada pelo órgão mais elevado do tribunal.
Medidas tais como a que se tem notícias de que será adotada pelo novo
Código de Processo Civil (projeto de lei em trâmite em Brasília), que pretende criar
meios de julgamento simultâneo de causas que versem sobre os mesmos assuntos.
3. DA SÚMULA VINCULANTE
3.1. Do conceito
O autor ainda nos mostra, citando André Ramos Tavares, que, muito
embora ambos os sistemas sejam radicalmente opostos e aparentemente
incompatíveis, foi a aceitação de parte dos princípios costumeiros e centrados nas
decisões dos juízes do sistema common law pelo direito brasileiro, adepto do
sistema civil law, que proporcionou o surgimento da súmula vinculante em nosso
ordenamento jurídico.
I - o Presidente da República;
VI - o Procurador-Geral da República;
Por sua vez, a Lei n. 11.417/2006, em seu art. 3º, VI a XI, estendeu tal
legitimidade:
(...)
Sendo tal acréscimo válido, haja vista que o parágrafo primeiro do art.
103-A de nossa Carta Magna ressalva tal possibilidade.
Vale salientar ainda que, para a edição de uma súmula vinculante, requer-
se que haja reiteradas decisões a respeito de matéria constitucional inerente às
normas as quais exista, entre órgãos judiciais ou entre estes e os entes da
administração pública, controvérsia atual que culmine em grave insegurança jurídica
e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica, é o que Lenza (2009,
p. 584) nos traz.
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil
Comentado. 5.ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001.
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro - Volume 2. 11. ed. São
Paulo: Editora Saraiva, 1996.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado - 13. ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009.
SANTOS, Ernani Fidélis. Direito Processual Civil - Volume 1. 12. ed. São Paulo:
Editora Saraiva, 2007.