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INQUÉRITO POLICIAL
• É instaurado pela autoridade policial, no exercício da polícia judiciária e que “terá por fim a
apuração das infrações penais e da sua autoria.”
• A polícia judiciária desempenha a apuração das realidades infracionais já perpetradas, base para
que se desenvolva a persecução criminal.
• É um procedimento administrativo-persecutório de instrução provisória, destinado a preparar a
ação policial.
• A natureza jurídica do I.P. é de um procedimento administrativo e meramente informativo e
inquisitorial. Nele não há defesa propriamente dita. É mero elemento de instrução da Promotoria
Pública ou da parte privada.
Art. 9
As peças do inquérito deverão ser reduzidas a escrito ou datilografas e rubricadas pela autoridade.
O I.P. é sempre sigiloso, deve ser feito com discrição e sem alarde publicitário.
Dispensabilidade do I.P.
Art. 27
Quando o MP tiver se municiado de documentos e informações suficientes à propositura de da ação
penal, sendo desnecessário a instauração de inquérito.
Art. 12
O inquérito policial acompanhará a denúncia ou a queixa sempre que servir de base a uma ou a outra.
Art. 20 do CPP:
“A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade.”
Porém, devido à Lei 8.906/94, o advogado do indiciado poderá sempre ter acesso ao mesmo. A
autoridade policial poderá solicitar ao Juiz que decrete a incomunicabilidade do indiciado, por até 3
dias. Porém, mesmo assim, poderá se comunicar com seu advogado.
AUTORIDADE COMPETENTE
Art. 4º
A competência para a instauração de inquérito será a autoridade policial.
A não observância da competência não anulará o inquérito.
PRAZO DO I.P.
A autoridade policial tem 30 dias para encerrar o inquérito ou 10 dias caso o indiciado esteja preso
em flagrante ou preventivamente..
ARQUIVAMENTO
O delegado jamais poderá arquivar um processo. Deverá sempre encaminhá-lo ao Fórum, onde o
promotor poderá propor seu arquivamento ou ser utilizado como base para uma ação penal. O juiz
decidirá.
NOTITIA CRIMINIS
• É o conhecimento espontâneo ou provocado a que tem a autoridade pública da prática de um
fato delituoso.
1) A espontânea é aquela que se dá por cognição imediata ou comunicação não formal.
2) A provocada é quando alguém dá conhecimento à autoridade pública, ou seja,
consubstanciada num ato jurídico (delação, denúncia de qualquer do povo – a vítima ou
qualquer pessoa que o represente – a representação etc.). Porém, a instauração do inquérito
se dá somente pela autoridade policial competente. Se levada ao Juiz ou ao Promotor, estes
deverão repassá-la à autoridade Policial.
• É a comunicação da ocorrência de um determinado fato criminoso. É a causa imprescindível
para a instauração do inquérito policial.
• Poderá ser dirigida à autoridade policial ou ao MP. Excepcionalmente poderá ser endereçada ao
juiz.
• A C.F., embora permita a livre expressão de pensamento, veda o anonimato. Mas na seara da
notitia criminis, a autoridade não poderá se negar a tomar conhecimento.
Art. 15
Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado um curador.
Efeitos
A responsabilidade penal, em regra, independe da cível. Porém, se a decisão irrecorrível de prejudicial
civil em processo penal faz desaparecer elementos constitutivos do crime descrito na denúncia,
tornando atípicos os fatos atribuídos ao réu, tal decisão tem força vinculante que deve ser aceita como
verdade pela jurisdição criminal, desaparecendo a justa causa para a ação penal.
QUESTÕES INCIDENTAIS
DAS EXCEÇÕES
Estão entre os processos incidentes, ou seja, aqueles que externa e paralelamente poderão afetar a
instauração ou as condições de desenvolvimento da ação penal.
Tal qual as prejudiciais, as exceções serão processadas separadamente da ação principal a que se
referem e sobre o qual repercutirão, seja para impedir a própria instauração da ação penal (exceções
peremptórias ou extintivas), seja apenas retardando o andamento do processo criminal (exceção
dilatória).
− É um meio de defesa indireto do acusado com o objetivo de extinguir a ação ou dilatar
simplesmente o seu exercício.
− É a ação do réu. É a alegação de defesa.
− É a pretensão do réu que deseja livrar-se da pretensão do autor.
I. Exceção de Suspeição art. 254 a 256, 258, 460, 564, I e 581, III
Imputa-se ao juiz uma desconfiança de parcialidade.
Juiz amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes.
“se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato
análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia”
“seu cônjuge, o parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar
demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes”
“se tiver aconselhado qualquer das partes.”
“credor ou devedor, tutor ou curador de qualquer das partes.”
Art. 95 II
I. Exceção de Incompetência de juízo art. 108, 109, 111, 114, I, 564, I, 567 e 581, I
O juízo deverá ser o competente.
Art. 95 III
II. Exceção de Litispendência 110, 111 e 581, III
− Ninguém pode ser julgado 2 vezes pelo mesmo fato.
− Para se evitar que corram paralelamente dois processos idênticos.
− Deve ser argüida a exceção ido no segundo processo.
− Os elementos que identificam a demanda, impedindo outra pela litispendência são:
a) O pedido
b) As partes
− Se o juiz não aceitar, cabe o habbeas corpus, pois tratar-se-á de constrangimento ilegal.
Art. 95 IV
III. Exceção de Ilegitimidade de Parte 43, III, 110, 111, 564, II, 568, e 581
− É privativa do acusado.
− Inclui a legitimidade da ação e a capacidade processual.
− A denúncia pode ser rejeitada quando “for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição
exigida pela lei para o exercício da ação penal. (art. 43)”
− Do mesmo modo que a exceção de incompetência de juízo, se não procedida a ilegitimidade,
pode o acusado entrar com habbeas corpus para o reconhecimento de constrangimento ilegal
decorrente de ilegitimidade da parte.
− Ex.: quando o querelante é incapaz, não podendo estar em juízo, quando o querelante não é o
representante legal do ofendido, quando na ação privada personalíssima a queixa é oferecida
pelo sucessor da vítima.
Art. 95 IV
IV. Exceção da Coisa Julgada. 110, §2o , 111 e 581, III
− Quando se verifica a identidade de demanda entre a ação proposta e uma já decidida por
sentença transitada em julgado. Há identidade de demanda nos processos quando existirem
as mesmas pessoas, o mesmo pedido e o mesmo fundamento.
− Neste caso já existe uma sentença transitada em julgado sobre a mesma coisa.
− Pela coisa julgada impede-se que se multipliquem as ações sobre o mesmo fato.
DOS PERITOS
Art. 105 e 112
• O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: tiver funcionado seu cônjuge ou
parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 3º grau, inclusive, como
defensor ou advogado, órgão do MP, autoridade policial, auxiliar de justiça ou perito.” Art. 252
− São auxiliares eventuais da justiça. Art. 139
− Sujeitos à disciplina judiciária e subordinados à autoridade.
− “As prescrições sobre a suspeição dos juizes estendem-se aos serventuários e funcionários da
justiça, no que lhes for aplicável.” Art. 274. Incluem-se aí os Peritos.
− “O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.” Art. 275
− “As partes não intervirão na nomeação do perito”. (art. 276)
− O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o cargo sob pena de multa ..., salvo
escusa atendível. Art. 277.
− “No caso de não comparecimento sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua
condução.” Art. 278.
− O perito tem o mesmo dever de veracidade das testemunhas. Se não o fizer, incide no crime
de falsa perícia, igual ao de falso testemunho. Art. 342
Falso testemunho ou falsa perícia (art. 342 CP)
“Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo
arbitral.” Pena - reclusão de um a três anos.
− “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.” Art. 158
Não poderão ser peritos
− “O juiz, o órgão do MP, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes
abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal,
que declararão nos autos. Se não der a abstenção, a incompatibilidade ou o impedimento
poderá ser argüido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de
Suspeição.” (art. 112).
− ”Não poderão ser peritos os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos art.
69 do CP. Art. 47 I e II.” Art. 279 e 280. Se a pessoa já foi condenada por crime em prejuízo da
Fazenda Pública, crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função
pública.
− Há incompatibilidade também para “os que tiverem prestado depoimento no processo ou
opinado anteriormente sobe o objeto da perícia.” (art. 279, II)
− A lei não proíbe que um perito seja chamado para prestar declarações a respeito do laudo que
ofereceu nos autos. Providência esta por vezes necessária ou até indispensável.
− Há incapacidade “os analfabetos e os menores de 21 anos” (art. 279 III)
GRAVAÇÕES TELEFÔNICAS
Interceptação clandestina é crime. Gravações obtidas por meios ilícitos não têm valor como prova.
PERÍCIAS
• Exame de corpo e delito é um auto em que se descrevem as observações dos peritos.
• Prazo de 10 dias, podendo ser prorrogado.
• A perícia deve ser feita por 2 peritos oficiais, independentemente.
• Se não estiver disponível o perito, poderá ser realizado por duas pessoas idôneas. Se
discordantes, o juiz nomeará outro perito.
• Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
• Se for o art. 129 do CP “Lesão Corporal”, deverá ser feito em até 30 dias.
• No caso de exame por precatória, os quesitos serão transcritos na mesma. Art. 177
• Se houver divergência entre os peritos, colocar-se-á no auto de exame as declarações de cada
um e a autoridade nomeará um terceiro. Se este divergir de ambos, a autoridade poderá solicitar
a realização de novo exame por outros peritos. Art. 180
• “A autoridade poderá ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar
conveniente.” Art. 181
• “O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.” Art. 182
INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
Art. 185
“O interrogatório somente se dará na presença de um defensor.”
Art. 186
“O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.”
TESTEMUNHAS
• Todos são obrigados a testemunhar sob pena de cometer crime de desobediência.
• O testemunho é oral.
• A testemunha tem o direito de ficar em silêncio, quando a resposta puder comprometer-lhe.
• O ascendente, descendente, cônjuge, ainda que desquitado, pai, mãe, irmão, filho adotivo do
acusado podem se recusar a depor como testemunha, desde que possível obter provas por
outros meios. Não têm a obrigação a dizer a verdade.
• Aqueles que, por razões de ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo não podem
testemunhar.
RECONHECIMENTO DE PESSOAS
ACAREAÇÃO
Pouco útil, pois o indiciado não tem a obrigação de dizer a verdade assim como a vítima.
DOCUMENTOS
A apresentação de documentos é livre em qualquer fase do processo. Cópias de documentos devem
ser autenticadas para ter o valor de original.
INDÍCIOS
São provas de uma circunstância e não uma prova direta de um fato. Tem valor probatório semelhante
ao de provas diretas.
BUSCA E APREENSÃO
Instrumento de obtenção de provas.
Busca e apreensão em domicílio depende de ordem judicial, pois a CF, art. 5º, inciso XI, diz que a casa
é asilo inviolável.
Polícia Federal
Art. 144
Órgão permanente para apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e
exija repressão uniforme...
É a polícia judiciária da União.