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[Crônica] A Casa do Lago

A casa do lago sempre esteve lá. Surya se lembra de quando ainda era menina, na época, sua
avó não a deixava ir sozinha até as margens do lugar, muito menos atravessar o corpo d´água
para chegar até o velho casebre de madeira. O lago formava um círculo quase perfeito e bem
no meio dele achava-se uma ilhota e nesta a casa. Ninguém sabia ao certo quem a teria
construído nem quando. Sua finada avó lhe contava histórias da própria meninice que
mencionavam o lugar. Surya, na época Elinites Malvino, sempre teve sensações estranhas.
Primeiro achava que a casa era mal-assombrada ou que servia de esconderijo para criminosos.
Só agora ela entendia o porque de nunca ter se aproximado mais de 50 metros da margem do
lago, aquele era um local de poder e a jovem maga estava decidida a reivindicá-lo como seu.

Sinopse: Ninho do Dragão foi criada para comemorar o lançamento da edição nacional de
Mago o Despertar. Trata-se de uma história fechada – equivalente a um capítulo ou sessão –
para personagens iniciantes. Nela os jogadores tomam conhecimento da Casa do Lago, um
suposto Sacrário/Oratório abandonado há décadas. Entretanto o local o local não esta tão
abandonado assim. O atual morador alimenta-se da energia do lugar e não esta disposto a
entregá-lo sem lutar.

A Casa do Lago[a ilusão...]

Situado numa região rural, o lugar sempre foi envolvido em mistérios. Quando os primeiros
moradores chegaram naquela área no início dos anos 30, o lago e a pequena choupana em seu
centro já dividiam espaço com o pântano. Dentro casa não havia muita coisa, apenas alguns
móveis do século anterior cobertos por teias. Como o lago não possuía peixes ou qualquer
indicio de vida animal, o local não era muito visitado, principalmente, dado a dificuldade de se
chegar nele. Na verdade, não existem vestígios de vida animal nos arredores do lugar.

O casebre fica localizado exatamente no centro do lago. Chegar a ele exige usar uma pequena
embarcação, como uma canoa, algo inexistente ali. Embora não haja mesmo animais nas águas
do lugar, nadar pode não ser uma boa idéia. Em 80 anos, foram registrados alguns
afogamentos no lugar, sempre associados à inaptidão dos nadadores. Seu interior não mudou
nada nesse mesmo tempo. Trata-se de uma construção modesta, com apenas um cômodo.
Uma mesa de madeira com quatro cadeiras empoeiradas, dividem espaço com um forno a
lenha completamente enferrujado, uma cama improvisada feita com galhos e folhas secas,
assim como uma estante com alguns poucos livros embolorados.

[...e a verdade]

O que os Adormecidos locais não sabem é que o lugar é na verdade o Sacrário, um local onde
as energias da criação fluem da Trama para o Mundo Caído. A casa já foi o Oratório de um
mago solitário, Obadi, no final do século XIX. Naquela época a região era apenas um pântano
deserto cujos únicos habitantes eram os répteis, ambiente perfeito para oblações.

Certa noite, algo saiu errado. Um ritual realizado para contatar espíritos do outro lado do
Dromo acabou por convocar um destes seres, um particularmente raivoso. A entidade
consumiu a vida de Obadi, permanecendo presa ao Sacrário por todos estes anos. Com o
tempo ela tornou-se territorial ao extremo, atacando qualquer um que se aproximasse do
lugar, principalmente pequenos animais – o que explica a inexistência de vida nas imediações.
As vezes, um ou outro humano também acaba vítima da entidade, embora tais mortes sejam
raras, pois o espírito prefere atacar pessoas desacompanhadas. Quando em pequenos grupos
ele prefere afugentá-los.

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