Você está na página 1de 8

Corujão de Alagoinhas – Revisão 1º Ano

GRAMÁTICA
Professora: Alda Pereira
Note que a expressão “dois rios inteiros” também foi
APRESENTAÇÃO empregada conotativamente e compõe um dos elementos
básicos para a interpretação da letra.
Olá, pré vestibulandos!!! Em diversos textos, nem sempre a linguagem apresenta
um único sentido. Em alguns contextos as frases podem
Neste material apresento uma revisão de Língua ganhar novos sentidos ou não.
Portuguesa do 1º ano do Ensino Médio. Nele, você Para se entender qualquer tipo de texto, se faz necessário
encontrará um estudo voltado para as possibilidades de o estudo das linguagens denotativa ( do dicionário ) e
significação que as palavras podem apresentar dentro de conotativa (sentido figurado). É isto que iremos estudar
um contexto, o que lhe possibilitará um entendimento agora.
maior dos textos apresentados nas provas de concursos Estes dois conceitos são muito fáceis de entender.
vestibulares. Além disto, compreende aspectos da Vamos começar entendendo as duas partes de um signo
estrutura e da formação de palavras, sempre cobrados em lingüístico (a palavra):
vestibulares elaborados pela CONSULTEC e, em especial, 1. O Significante – Parte concreta da palavra é constituída
pela UFBA. Estão inclusas também algumas estratégias de sons e da forma escrita.
de interpretação de texto, a fim que você possa responder Cobra – O significante é a própria palavra.
questões com eficiência e rapidez. 2. O Significado – Parte que a gente entende, ou seja, o
Bom estudo! conceito.
Profª Alda Pereira Cobra – O significado é aquilo que a palavra representa. O
significado nos remete a uma idéia mental ou uma
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO imagem.
Exemplo 1: A cobra picou o homem! (cobra = tipo de réptil
Nos textos literários nem sempre a linguagem apresenta peçonhento)
um único sentido, aquele apresentado pelo dicionário.
Empregadas em alguns contextos, elas ganham novos Exemplo 2: Este homem é uma cobra! (cobra = pessoa
sentidos, figurados, carregados de valores afetivos ou falsa)
sociais. Perceba que Um mesmo significante (parte concreta)
Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o pode ter vários significados (conceitos)!
que aparece no dicionário) dizemos que foi Podemos concluir que:
empregada denotativamente. a) Um signo lingüístico (palavra) apresenta duas partes:
Quando é utilizada com um sentido diferente daquele que significante e significado!
lhe é comum, dizemos que foi empregada b) O significado varia de acordo com o contexto!
conotativamente, este recurso é muito explorado na c) Um significante pode ter vários significados!
Literatura. Vamos agora entender os significados!
A linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é Os significados apresentam duas formas:
empregada em letras de música, anúncios publicitários, a) A forma primitiva e original – A cobra picou o homem.
conversas do dia-a-dia, etc. b) Uma forma secundária, uma alegoria – Este homem é
Observe um trecho da canção “Dois rios”, de Samuel uma cobra.
Rosa, Lô Borges e Nando Reis, note a caracterização A partir destas noções, podemos entender o que são
do sol, ele foi empregado conotativamente: denotação e Conotação.
O sol é o pé e a mão *Denotação: Usamos o significado primitivo e original, com
O sol é a mãe e o pai o sentido do dicionário; usado de modo automatizado;
Dissolve a escuridão linguagem comum. Ex: O cão está latindo!
*Contação: Usamos o significado secundário, com o
O sol se põe se vai sentido amplo; usado de modo criativo, numa linguagem
E após se pôr rica e expressiva. Ex: Esta menina é um cão!
O sol renasce no Japão Vamos Revisar
... * Denotação – sentido comum! (Macete: ―D‖ de Dicionário
Que os braços sentem – sentido do dicionário)
E os olhos vêem * Conotação – sentido figurado!
Que os lábios sejam Simples.
Dois rios inteiros
* Observe o texto:
Sem direção
A autônoma Michele M. F, 20 anos, foi presa na tarde de
quinta-feira, sob suspeita de ter assassinado o marido com
Que os braços sentem
um tiro na cabeça na Vila Maria, zona oeste de São Paulo.
E os olhos vêem
A Secretaria da Segurança informou que Michele
Que os lábios beijam
permaneceu no local do crime e disse aos policiais que
Dois rios inteiros
matou Joaquim de Moraes Barros, 40anos, seu marido
Sem direção
porque ele mantinha um relacionamento extra-conjugal
com uma adolescente.
1 a
CORUJÃO DE ALAGOINHAS – Revisão 1º Ano Gramática – Prof . Alda Pereira
O texto jornalístico traz as palavras com significados Figuras de linguagem mais usadas
primitivos. O texto é denotativo. *Antítese e Paradoxo – Paradoxo é a aproximação de
*Veja agora: ideias contrárias.
Michele descobriu que seu marido tinha uma amante, Ex.: Já estou cheio de me sentir vazio.
certamente uma franguinha bem mais nova que ela… Antítese consiste na exposição de palavras contrárias.
Michele resolveu dar o troco e matou o marido de ciúmes, Ex.: Ele não odeia, ama.
saindo toda noite com um antigo amigo de faculdade. Na explicação do professor Paulo Hernandes fica evidente
O texto é pessoal, apresenta palavras com significado a diferença entre estas duas figuras de linguagem
secundário, portanto, trata-se de um textoconotativo. frequentemente confundidas:
"Como podemos ver, na antítese, apresentam-se ideias
FIGURAS DE LINGUAGEM contrárias em oposição. No paradoxo, as ideias aparentam
ser contraditórias, mas podem ter explicação que
Figuras de linguagem (Brasil) ou figuras de estilo / figuras transcende os limites da expressão verbal."
de Retórica (Portugal) são estratégias que o escritor pode *Catacrese – É a figura de linguagem que consiste na
aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve
interpretação do leitor. São formas de expressão mais com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por
localizadas em comparação às funções da linguagem, que não haver outra palavra apropriada – ou a palavra
são características globais do texto. Podem relacionar-se apropriada não ser de uso comum.
com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das Ex.: Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.
palavras afetadas. É muito usada no dia-a-dia das *Sinestesia – Consiste na fusão de impressões sensoriais
pessoas. diferentes.
Alguns exemplos:  Ex.: Aquela criança tem um olhar tão doce.
 A vida é um palco iluminado. (metáfora) *Comparação – Como o próprio nome diz, essa figura de
 Já disse mais de um milhão de vezes! (hipérbole) linguagem é uma comparação feita entre dois termos com
 As velas do Mucuripe / saíram para pescar. o uso de um conectivo.
(sinédoque)  Ex.: O Amor queima como o fogo.
 O único sentido oculto das coisas é elas não terem *Metáfora – Entre dois termos com o uso de conectivo.
sentido oculto nenhum. (paradoxo)  Ex.: Eu sou um poço de dor e estupidez.
 Ouviram do Ipiranga as margens plácidas... (hipérbato) Sendo assim "poço de dor E estupidez" considerando E
Embora haja mais de uma maneira de classificá-las, as como conectivo.
figuras de linguagem podem ser divididas em: Metafora¹
Sem conectivo
*Figuras de palavras (figuras semânticas ou tropos) e/ou *Disfemismo ou Cacofemismo – É uma figura de estilo
Figuras de pensamento (figura de linguagem) que consiste em empregar
 Alegoria  Ambiguidade deliberadamente termos ou expressões depreciativas,
 Antífrase  Antítese sarcásticas ou chulas para fazer referência a um
 Antonomásia ou perífrase  Apóstrofe determinado tema, coisa ou pessoa, opondo-se assim, ao
 Cacofonia  Catacrese eufemismo. Expressões disfêmicas são freqüentemente
 Comparação por símile  Comparação usadas para criar situações de humor.
simples  Ex.: Comer capim pela raiz.
 Disfemismo  Eufemismo *Hipérbole ou Auxese – É a figura de linguagem que
 Enumeração  Gradação consiste no exagero.
 Hipálage  Hipérbato  Ex.: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!"
 Hipérbole (oposto de Litotes)  Ironia *Metonímia ou Transnominação – É a figura de linguagem
 Litotes (oposto da Hipérbole)  Metáfora que consiste no emprego de um termo por outro, dada a
 Metalepse  Metonímia relação de semelhança ou a possibilidade de associação
(ou sinédoque) entre eles. Definição básica: Figura retórica que consiste
 Onomatopeia  Oximoro no emprego de uma palavra por outra que a recorda.
 Paradoxo  Personificação  Ex.: Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém,
(ou prosopopeia) na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral.)
 Sinestesia *Personificação ou Prosopopeia – É uma figura de estilo
que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres
*Figuras de construção (ou figuras sintáticas) irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres
 Aliteração  Anacoluto humanos.
(Ex.: O vento vinha ventanto)  Ex.: O Sol amanheceu triste e escondido.
 Anadiplose  Anáfora *Perífrase – Consiste no emprego de palavras para indicar
 Analepse  Assíndeto o ser através de algumas de suas características ou
(oposto de Prolepse) qualidades.
 Assonância  Circunlóquio  Ex.: Ele é o rei dos animais. (Leão)
 Clímax  Diácope  Ex.: Visitamos a cidade-luz. (Paris)
 Elipse  Epizêuxis *Ironia – Consiste em apresentar um termo em sentido
 Inversão ou Hipérbato  Pleonasmo oposto.
 Polissíndeto  Sínquise  Ex.: Meu irmão é um santinho (malcriado).
 Silepse  Zeugma *Eufemismo – Consiste em suavizar um contexto.
 Zoomorfização ou Animalização  Ex.: Você faltou com a verdade (Em lugar de mentiu).

2 a
CORUJÃO DE ALAGOINHAS – Revisão 1º Ano Gramática – Prof . Alda Pereira
FUNÇÕES DA LINGUAGEM chamar sua atenção. Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do
discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e formas verbais
São recursos de ênfase que atuam segundo a intenção do ou expressões no imperativo. Como essa função é a mais
produtor da mensagem, cada qual abordando um persuasiva de todas, aparece comumente nos textos
diferente elemento da comunicação. Um texto pode publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos
apresentar mais de uma função enfatizada. de auto-ajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou
seja, no interlocutor, há um uso explícito de argumentos
Elementos da comunicação que fazem parte do universo do mesmo.
1. Emissor: Indivíduo ou grupo que codifica (emite) a Exemplo:
mensagem. "Fique antenado com seu tempo..."; "Compre já, e ganhe
dicas surpreendentes!".
2. Receptor: Indivíduo ou grupo que decodifica (recebe) a
*Função fática ou de contato – O canal é posto em
mensagem. destaque, ou seja, o canal que dá suporte à mensagem. O
3. Mensagem: O próprio texto transmitido. interesse do emissor é emitir e simplesmente testar ou
4. Canal: É o meio físico por onde circula a mensagem chamar a atenção para o canal, isto é, verificar a "ponte"
entre o emissor e o receptor de comunicação e certificar-se sobre o contato
5. Referente: Conteúdo da mensagem, objeto ou situação estabelecido, de forma a prolongá-lo. Os cacoetes de
a que a mensagem se refere, contexto relacionado a linguagem como alô, né?, certo?, afinal?, ahã,num, "ei",
etc, são um exemplo bem comum para se evidenciar
emissor e receptor.
"Contato entre emissor e receptor"
6. Código: Conjunto de signos usado na transmissão e *Função poética – É aquela que põe em evidência a forma
recepção da mensagem, normalmente uma língua natural. da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em "como
7. Contexto: A que a mensagem se refere. O contexto é o dizer" do que com "o que dizer". O foco recai sobre o
conteúdo,o assunto da mensagem. trabalho e a construção da mensagem. A mensagem é
Obs: As atitudes e reações dos comunicantes são também posta em destaque, chamando a atenção para o modo
referentes e exercem influência sobre a comunicação. como foi organizada. Há um interesse pela mensagem
através do arranjo e da estética, valorizando as palavras e
suas combinações. Essa função aparece comumente em
Funções da Linguagem – Tipos
textos publicitários, provérbios, músicas, ditos populares e
*Função emotiva ou expressiva – Esta função ocorre
linguagem cotidiana. Nessa função pode-se observar o
quando se destaca o emissor. A mensagem centra-se nas
intensivo uso de figuras de linguagem, como
opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um
o Neologismo , quando se faz necessária a criação de
texto completamente subjetivo e pessoal. A idéia de
uma nova palavra para exprimir o sentido e alcançar o
destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do
efeito desejado. Quando a mensagem é elaborada de
singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes.
forma inovadora e imprevista, utilizando combinações
A presença de interjeições, pontuação com reticências e
sonoras e rítmicas, jogos de imagem ou de idéias, temos a
pontos de exclamação também evidenciam a função
manifestação da função poética da linguagem. Essa
emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que
função é capaz de despertar no leitor prazer estético e
expressam o estado de alma do locutor, ou seja, que
surpresa. É explorada na poesia e em textos publicitários.
exemplificam melhor essa função, são os textos líricos, as
autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas de Características
amor.  Subjetividade;
Por exemplo:  Figuras de linguagem;
― ―  Brincadeiras com o código.
É bonito ser amigo, mas confesso *Função Metalinguística – Caracterizada pela
é tão difícil aprender! preocupação com o código. Pode ser definida como a
— Poema do amigo aprendiz, linguagem que fala da própria linguagem, ou seja,
Fernando Pessoa descreve o ato de falar ou escrever. A linguagem (o
[1]
*Função referencial ou denotativa – A mensagem é código) torna-se objeto de análise do próprio texto . Os
centrada no referente,referencial, no assunto (contexto dicionários e as gramáticas são repositórios de
relacionado a emissor e receptor). O emissor procura metalinguagem.
fornecer informações da realidade, sem a opinião pessoal, Exemplo:
de forma objetiva, direta, denotativa. A ênfase é dada ao ―Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos
conteúdo, ou seja, às informações. Geralmente, usa-se a mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão
3ª pessoa do singular. Os textos que servem como fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria
exemplo dessa função de linguagem são os jornalísticos, poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento
os científicos e outros de cunho apenas informativo. A apanhar algumas para meu sustento num dia de vida.
função referencial também é conhecida como cognitiva ou Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não
denotativa. há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao
Características centro da praça.‖ Carlos Drummond de Andrade
 neutralidade do emissor; Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como
 objetividade e precisão; escrever poemas. Ou seja, a criação literária fala sobre si
 conteúdo informacional; mesma.
 uso da 3ª pessoa do singular (ele/ela). Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o
*Função apelativa ou conativa – A mensagem é centrada modo como ele faz seus desenhos em um próprio cartum;
no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou ele demonstra o ato de fazer cartuns e como são feitos.

3 a
CORUJÃO DE ALAGOINHAS – Revisão 1º Ano Gramática – Prof . Alda Pereira
ESTRUTURA DAS PALAVRAS cant-á-va-mos cant-á-sse-is
cant: radical cant: radical
Observe as seguintes palavras: -á-: vogal temática -á-: vogal temática
*escol-a *escol-ar * escol-arização
-va-:desinência modo- -sse-:desinência modo-
*escol-arizar *sub-escol-arização
temporal (caracteriza o temporal (caracteriza o
Observando-as, percebemos que há um elemento comum
pretérito imperfeito do pretérito imperfeito do
a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há
indicativo) subjuntivo)
elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe
de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar: -mos:desinência
-is: desinência número-
partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do número-pessoal
pessoal (caracteriza a
elemento destacável -ar. (caracteriza a primeira
segunda pessoa do plural)
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas pessoa do plural)
palavras que selecionamos, podemos depreender a
existência de diferentes elementos formadores. Cada um Vogal temática
desses elementos formadores é uma unidade mínima de Observe que, entre o radical cant- e as desinências
significação, um elemento significativo indecomponível, a verbais, surge sempre o morfema –a.
que damos o nome de morfema. Esse morfema, que liga o radical às desinências, é
chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao
Classificação dos morfemas: radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical +
*Radical – Há um morfema comum a todas as palavras vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto
que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.
– o radical – que faz com que as consideremos palavras *Vogais temáticas nominais – São -a, -e, e -o, quando
de uma mesma família de significação – os cognatos. O átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda,
radical é a parte da palavra responsável por sua escola, triste, base, combate. Nesses casos, não
significação principal. poderíamos pensar que essas terminações são
*Afixos – Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola,
uma nova palavra a partir de escola. De maneira por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e – vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de
arização à forma escol- criou subescolarização. Esses plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados
morfemas recebem o nome de afixos. em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo)
Quando são colocados antes do radical, como acontece não apresentam vogal temática.
com sub-, os afixos recebem o nome deprefixos. *Vogais temáticas verbais – São -a, -e e -i, que
Quando, como –arização, surgem depois do radical os caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de
afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -
além de operar mudança de classe gramatical, são a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal
capazes de introduzir modificações de significado no temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que
radical a que são acrescentados. têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.
*Desinências – Quando se conjuga o verbo amar, obtêm- primeira segunda terceira
se formas como amava, amavas, amava, amávamos, conjugação conjugação conjugação
amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra
que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse
plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo realiz-a-sse mex-e-rá ag-i-mos
(amava, amara, amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que Vogal ou consoante de ligação
indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que
surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou
de desinências. Há desinências nominais e desinências mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra.
verbais. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra
• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a
nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro,
opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o
morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência DIRETRIZES PARA A LEITURA, ANÁLISE E
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência “Os maiores obstáculos do estudo e da aprendizagem, em
de plural assume a forma -es: mar/mares; ciência e em filosofia, estão diretamente relacionados com
revólver/revólveres; cruz/cruzes. a correspondente dificuldade que o estudante encontra na
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências exata compreensão dos textos teóricos. Habituados à
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que abordagem de textos literários, os estudantes, ao se
indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) defrontarem com textos científicos ou filosóficos,
e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos encontram dificuldades logo julgadas insuperáveis e que
(desinência número-pessoais): reforçam uma atitude de desânimo e de desencanto,

4 a
CORUJÃO DE ALAGOINHAS – Revisão 1º Ano Gramática – Prof . Alda Pereira
geralmente acompanhada de um juízo de valor Derivação
depreciativo em relação ao pensamento teórico.” A derivação é um processo que consiste no acréscimo
de morfemas a um radical já existente, a fim de
*A leitura analítica é um método de estudo que tem como representar um conceito relacionado à palavra original.
objetivos: Existem cinco processos de derivação, a saber:
1. Favorecer a compreensão global do significado do *Prefixação: consiste em adicionar ao radical um prefixo.
texto; Exemplos: forma - reforma, teatro - anfiteatro, operação -
2. Treinar para a compreensão e interpretação crítica dos cooperação etc.
textos; *Sufixação: consiste em adicionar ao radical um sufixo.
3. Auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico; Exemplos: pedra - pedreira, engenheiro -
4. Fornecer instrumentos para o trabalho intelectual engenharia, igual - igualdade etc.
desenvolvido nos seminários, no estudo dirigido, no *Parassíntese: consiste em adicionar ao radical, ao
estudo pessoal e em grupos, na confecção de mesmo tempo, um prefixo e um sufixo.
resumos, resenhas, relatórios etc.

* Seus processos básicos são os seguintes: Exemplos:


1. Análise textual: preparação do texto; trabalhar sobre veneno - envenenamento, vermelho - vermelhado, frio -
unidades delimitadas (um capítulo, uma seção, uma esfriamento etc.
parte etc., sempre um trecho com um pensamento Nota-se que não são consideradas parassínteses palavras
completo); fazer uma leitura rápida e atenta da unidade como "desordenamento", "decodificação", etc. uma vez
para se adquirir uma visão de conjunto da mesma; que existem as palavras "ordenamento", "desordem",
levantar esclarecimentos relativos ao autor, ao "codificação", sendo o prefixo independente do sufixo.
vocabulário específico, aos fatos, doutrinas e autores Nesse caso, diz-se que a palavra sofreu tanto prefixação
citados, que sejam importantes para a compreensão da quanto sufixação. Ex: repor = re (prefixo) + por (radical do
mensagem; esquematizar o texto, evidenciando sua verbo "pôr").
estrutura redacional.  *Regressão: geralmente são substantivos oriundos de
2. Análise temática: compreensão do texto; determinar o verbos, e consistem na supressão das desinências
tema-problema, a idéia central e as idéias secundárias verbais. Exemplos:buscar - busca, morrer - morte etc.
da unidade; refazer a linha de raciocínio do autor, ou *Conversão: (ou Derivação Imprópria) esta derivação não
seja, reconstruir o processo lógico do pensamento do modifica a palavra, consiste apenas em mudar a classe
autor; evidenciar a estrutura lógica do texto, gramatical, geralmente transformando o verbo em
esquematizando a seqüência das idéias. substantivo. Exemplos: o saber, o porquê etc. Consiste
3. Análise interpretativa: interpretação do texto; situar o também em usar adjetivos como se fossem advérbios, por
texto no contexto da vida e da obra do autor, assim exemplo: "andar rápido", "jogar bonito" etc.
como no contexto da cultura de sua especialidade, Composição
tanto do ponto de vista histórico como do ponto de vista
A composição é o processo que consiste em unir dois ou
teórico; explicitar os pressupostos filosóficos do autor
mais radicais para formar uma nova palavra. Existem
que justifiquem suas posturas teóricas; aproximar e
quatro processos de composição, a saber:
associar idéias do autor expressas na unidade com
 *Justaposição: neste caso, não há mudança nas palavras
outras idéias relacionadas à mesma temática; exercer
originais, e estas são unidas sem perder letras ou
uma atitude crítica diante das posições do autor em
fonemas, com ou sem hífen. Exemplos: guarda-
termos de:
chuva, girassol, arranha-céu, porta-arquivos etc.
a) coerência interna da argumentação;
 *Aglutinação: neste caso, parte do elemento original das
b) validade dos argumentos empregados;
palavras se perde, e assim deixa de existir a noção do
c) originalidade do tratamento dado ao problema;
composto. Alguns exemplos: planalto (de plano +
d) profundidade de análise ao tema;
alto), embora (em + boa + ora), fidalgo (filho + de +
e) alcance de suas conclusões e conseqüências;
algo), boquiaberta (boca + aberta), você (vossa + mercê)
f) apreciação e juízo pessoal das idéias defendidas.
etc.
4. Problematização: discussão do texto; levantar e
 *União de radicais: processo semelhante ao de
debater questões explícitas ou implicitadas no texto;
aglutinação, consiste em juntar elementos radicais do latim
debater questões afins sugeridas pelo leitor.
ou do grego para dar um novo significado.
5. Síntese pessoal: reelaboração pessoal da mensagem;
Exemplos: pedofilia (pedo, "criança" + filia,
desenvolver a mensagem mediante retomada pessoal
"atração"), agrícola (agro, "campo" + cola, "aquele que
do texto e raciocínio personalizado; elaborar um novo
habita" etc.)
texto, com redação própria, com discussão e reflexão
 *Hibridismo: consiste em unir elementos sendo cada um
pessoais.
oriundo de um idioma. Exemplos: automóvel (latim e
grego), alcalóide(árabe e grego) etc.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 
Estrangeirismo
Existem vários processos de formação de palavras
na Língua Portuguesa. Esses processos foram usados ao O estrangeirismo é o processo que consiste em introduzir
longo da história do idioma e podem ser usados uma palavra de um idioma estrangeiro dentro do
português. Pode receber nomes diferentes de acordo com
atualmente para a criação de neologismos, quando se
o idioma de origem, como anglicismo (do inglês), galicismo
quer criar uma palavra para um conceito até então
(do francês), germanismo (do alemão) etc. Não são
desconhecido.Os principais processos de formação de
consideradas estrangeirismos as palavras de origem
palavras são os seguintes:

5 a
CORUJÃO DE ALAGOINHAS – Revisão 1º Ano Gramática – Prof . Alda Pereira
latina, bem como as palavras brasileiras de origem tupi. O f) ( ) ―Tantas palavras / Que eu conhecia / E já não falo
estrangeirismo pode ser de duas categorias: mais, jamais/ Quantas palavras/ Que ela adorava/ Saíram
*Com aportuguesamento: consiste em adaptar a grafia do de cartaz‖
idioma estrangeiro para o português. Exemplos: abajur (do g) ( ) ― Abriu os olhos devagar. Os olhos vindos de sua
francês "abat-jour"), algodão (do árabe "al-qutun"), lanche própria escuridão nada viram na desmaiada luz da tarde.
(do inglês "lunch") etc. Ficou respirando. Aos poucos recomeçou a enxergar,
*Sem aportuguesamento: consiste em conservar a forma após poucos as formas foram se solidificando, ela
original da palavra. Exemplos: networking, mise-en-scène, cansada, esmagada pela doçura de um cansaço‖
pizza etc. h) ( ) ―Na literatura brasileira de hoje, talvez seja o conto o
gênero de maior destaque, em termos de vigor e
Acrônimo criatividade‖.
O acrônimo, ou sigla, é uma forma de composição de 2. ( Fuvest- SP)
palavras que consiste em juntar letras ou sílabas de outras Leia as frases
palavras para dar origem a uma nova. Na maioria dos a) Uma andorinha só não faz verão
casos (mas nem sempre), o acrônimo serve para designar b) Nem tudo que reluz é ouro
nomes próprios, não sendo, portanto, um processo c) Quem semeia ventos, colhe tempestades
tradicional de formação de palavras. Os acrônimos podem d) Quem não tem cão caça com gato.
ser de duas categorias: As idéias centrais dos provérbios acima são, na ordem
*Silabáveis: formam efetivamente uma nova palavra, (marque um X na opção correta):
podendo ser pronunciada de acordo com as normas do a)solidariedade- aparência- vingança- dissimulação.
idioma. b)cooperação – aparência- punição- adaptação.
Exemplos: Petrobrás (Petróleo Brasileiro), Infraero c)egoísmo- ambição- vingança- falsificação.
(Infraestrutura Aeroportuária), USP (Universidade de São d)cooperação – ambição – conseqüência- dissimulação
Paulo), etc. e)solidão – prudência- punição – adaptação.
*Não silabáveis: não formam propriamente uma palavra, 03.
sendo constituídos apenas pelas iniciais das palavras, Reconheça nos textos a seguir, as funções da linguagem:
sendo necessária a pronúncia do nome de cada letra. a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje
Exemplos: correm não é o de se romperem, ou serem rompidas, mas
FMI, MST, SPC, PT etc. o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez,
parassintese é quando tem o sufixo e o prefixo paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde de
exemplo:amortercedo..amorter-prefixo cedo-sufixo acomodação e da complacência. Diante do povo, diante
do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora
Onomatopéia é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes
A onomatopéia é a palavra criada à partir do som que ela devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já
representa. não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar
Ex.: cacarejar, zumbir, reco-reco, ronronar, pow!, pá!. ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é
apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem
QUESTÕES RELACIONADAS doer." (O Estado de São Paulo)
1. b)
O verbo infinitivo
Leia atentamente os textos abaixo e indique D quando
Ser criado, gerar-se, transformar
prevalecer a denotação e C quando prevalecer a
O amor em carne e a carne em amor; nascer
conotação:
Respirar, e chorar, e adormecer
a) ( ) ―O ano de 1948, em Pernambuco, foi marcado por
um processo revolucionário, liderado por um Partido E se nutrir para poder chorar
Liberal radical.‖
Para poder nutrir-se; e despertar
b) ( ) ―Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois –
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
Recife das revoluções libertárias – Mas o Recife sem
E começar a amar e então ouvir
história nem literatura – Recife sem mais nada – Recife da
E então sorrir para poder chorar.
minha infância‖
c) ( ) ― depois de analisar os prontuários de 964 pessoas
operadas np Hospital das Clínicas da Universidade E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
Federal de Pernambuco, no Recife, o médico Cláudio
De ser e amar, e se sentir maldito
Moura Lacerda de Melo, 31 anos, concluiu que seus
colegas exageraram na requisição de exames radiológicos
e de laboratório, ao mesmo tempo em que dão pouca E esquecer tudo ao vir um novo amor
atenção ao exame direto do paciente e a uma conversa E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)
com ele sobre o seu histórico de saúde‖.
d) ( ) ―Em todo triângulo, o quadrado de qualquer lado é
igual a soma dos quadrados dos outros dois, menos o
duplo produto destes dois lados pelo co- seno do ângulo
que eles formam.
e) ( )― A ciência que se constituiu em torno dos fatos da
língua passou por três fases sucessivas antes de
reconhecer seu verdadeiro e único objeto’’

6 a
CORUJÃO DE ALAGOINHAS – Revisão 1º Ano Gramática – Prof . Alda Pereira
c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde Ria se teu coração pedir
os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome Chore se teu coração mandar." (Danilo Caymmi & Ana
genérico de voz, determinados pela corrente de ar Terra)
expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração,
quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu e) "Olá, como vai?
trajeto até a parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.) Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e
d) você?
" - Que coisa, né? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono
- É. Puxa vida! tranqüilo..." (Paulinho da Viola)
- Ora, droga!
- Bolas! Texto para as questões 06 e 07
- Que troço! Poética
- Coisa de louco!
- É!" Que é poesia?
uma ilha
e) cercada
"Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra de palavras
Lights." por todos os lados
f) Que é um poeta?
"Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava um homem
que um grito me anunciasse qualquer acontecimento que trabalha um poema
extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, com o suor do seu rosto
espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui- Um homem
me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da que tem fome
gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e como qualquer outro
isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento homem.
embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede (Cassiano Ricardo)
horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei 06. Quais as funções da linguagem predominantes no
pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes." poema anterior?
(Graciliano Ramos) 07. Aponte os elementos que integram o processo de
comunicação em Poética, de Cassiano Ricardo.
g)
08.
" - Que quer dizer pitosga?
- Pitosga significa míope. Historinha I
- E o que é míope?
- Míope é o que vê pouco."
04.
No texto abaixo, identifique as funções da linguagem:

"Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de


Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas
o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Historinha II
Que, em verdade, há dois meios de granjear a vontade
das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o
insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de
Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora
de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno."
(Machado de Assis)
05.
Descubra, nos textos a seguir, as funções de linguagem:
Qual a função da linguagem comum às duas historinhas?
a) "O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm 09. (CESUPA - CESAM - COPERVES)
linguagem comum." (Rose-Marie Muraro) Segundo o lingüísta Roman Jakobson, "dificilmente
lograríamos (...) encontrar mensagens verbais que
b) "O discurso comporta duas partes, pois preenchem uma única função... A estrutura verbal de uma
necessariamente importa indicar o assunto de que se mensagem depende basicamente da função
trata, e em seguida a demonstração. (...) A primeira destas predominante".
operações é a exposição; a segunda, a prova." "Meu canto de morte
(Aristóteles) Guerreiros, ouvi.
Sou filho das selvas
c) "Amigo Americano é um filme que conta a história de Nas selvas cresci.
um casal que vive feliz com o seu filho até o dia Guerreiros, descendo
em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer." Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
d) "Se um dia você for embora Que agora anda errante

7 a
CORUJÃO DE ALAGOINHAS – Revisão 1º Ano Gramática – Prof . Alda Pereira
Por fado inconstante. ANOTAÇÕES
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, forte,
Sou filho do Norte
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi."
(Gonçalves Dias)
Indique a função predominante no fragmento acima
transcrito, justificando a indicação.
10. (PUC - SP)
"Com esta história eu vou me sensibilizar, e bem sei que
cada dia é um dia roubado da morte. Eu não sou um
intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo é uma
névoa úmida. As palavras são sons transfundidos de
sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites,
renda, música transfigurada de órgão. Mal ouso clamar
palavras a essa rede vibrante e rica, mórbida e obscura
tendo como contratom o baixo grosso da dor. Alegro com
brio. Tentarei tirar ouro do carvão. Sei que estou adiando a
história e que brinco de bola sem bola. O fato é um ato?
Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia
muda. Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta."
(Clarice Lispector)
A obra de Clarice Lispector, além de se apresentar
introspectiva, marcada pela sondagem de fluxo de
consciência (monólogo interior), reflete, também, uma
preocupação com a escritura do texto literário.
Observe o trecho em questão e aponte os elementos que
comprovam tal preocupação.
11. (FATEC)
O senão do livro
COMEÇO a arrepender-me deste livro. Não que ele me
canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir
alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa
que distrai um pouco da eternidade. mas o livro é
enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração
cadavérica, vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior
defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de
envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração
direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o
meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à
esquerda, andam e param, resmungam, urram,
gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
Este trecho revela o estilo de:
a) MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA, ao usar uma
linguagem apelativa, direcionada à reflexão
crítica da obra romântica.
b) GRACILIANO RAMOS, ao revelar a quebra da ordem
cronológica da narrativa de suas obras,
como reflexo coerente da instabilidade psicológica e
espacial de suas personagens.
c) MACHADO DE ASSIS, ao questionar o leitor quanto à
linha lógica e impositiva do tempo velho da
obra literária e, ao mesmo tempo, conscientizá-lo de um
novo modo de ler.
d) LIMA BARRETO, ao retratar o estilo incoerente de suas
personagens em seus atos de loucura.
e) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, ao especular o
tempo e a qualidade de vida do homem
(leitor) em interação com o tempo da narrativa.

8 a
CORUJÃO DE ALAGOINHAS – Revisão 1º Ano Gramática – Prof . Alda Pereira

Você também pode gostar