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Teste - Descartável
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como por divergência, Analisando os pressupostos de admissibilidade do Recurso de Revista, a Terceira Turma
deste Egrégio Tribunal Superior do Trabalho entendeu que, em razão de obstáculos à procedibilidade recursal,
o recurso de revista não poderia ser conhecido. Donde se lê, ao final do acórdão proferido, o seguinte
resultado do julgamento:
Não resignada, a empresa de segurança Litisdenunciada interpôs declaratórios, que foram rejeitados, e ato
contínuo interpôs os presentes embargos de divergência.
Como de conhecimento deste colegiado, o julgamento de recursos de revista (como de resto de recursos
especiais, ou de recursos extraordinários) exige do órgão judicante análise relativa a diferentes graus de
cognição.
O primeiro grau de cognição diz com os pressupostos de admissibilidade do recurso interposto: neste grau de
cognição, o órgão judicante não analisa o mérito do recurso, vale dizer, não analisa a tese recursal
apresentada; ao contrário, o órgão judicante restringe-se a aplicar as chamadas regras técnicas de
conhecimento; aplicadas essas regras técnicas de conhecimento, o órgão judicante então diz se o mérito
recursal é ou não passível de análise, se a tese recursal é ou não passível de conhecimento.
O segundo grau de cognição diz com o mérito do recurso interposto: ultrapassado o primeiro grau de
cognição, acaso entenda o órgão judicante que o recurso é admissível (= que a tese recursal devolvida é de
ser analisada), passa-se então ao segundo grau de cognição, grau de cognição esse no qual é proferido o juízo
de fundo, de mérito, acolhendo-se ou rejeitando-se a tese recursal.
Acórdão proferido por ocasião do julgamento de recurso inadequado pode ser assim representado:
Pois bem; quando um recurso é conhecido, quer isso dizer que nenhum obstáculo de procedibilidade se
apresentou; quer isso dizer que o primeiro grau de cognição foi realizado e ultrapassado; quer isso dizer que a
tese recursal está apta a ser analisada. Assim:
Com sua feição atual, depurados historicamente a partir do velho direito português (onde surgiram como
revista ex specialis gratia), os chamados embargos de divergência (ou por divergência) - previstos atualmente
tanto no Código de Processo Civil (art. 496, VIII), como na CLT (art. 894, II, com a redação dada pela Lei nº
11.496/07) – têm, hoje, uma finalidade preponderante bastante específica.
STF, TST e STJ, tendo por papel precípuo a uniformização em âmbito nacional da jurisprudência acerca das
questões de direito que lhe são afetas, não podem, para que desempenhem esse fundamental papel, divergir
internamente acerca de uma mesma questão de direito.
Ganham então relevância os embargos de divergência em sua feição atual e depurada. Como leciona Pontes de
Miranda, em vez de terem por finalidade a corrigenda de eventuais injustiças, o que inspira a nova legislação
acerca desse recurso (ao lado da antiga finalidade, já quase eliminada) é a necessidade de se pôr termo às
discrepâncias internas da interpretação das leis no âmbito dos Tribunais que se pretendem uniformizadores.
Quer isso dizer que, para o cabimento dos embargos de divergência, os acórdãos confrontados (embargado e
paradigmático) têm que ter ultrapassado o primeiro grau de cognição (= o juízo de admissibilidade), e os
acórdãos confrontados, já no segundo grau de cognição, têm que ter chegado a conclusões distintas acerca da
mesma tese recursal, da mesma questão de direito conhecida e decidida.
E isso é até uma decorrência lógica da feição dos embargos de divergência: se um dos acórdãos confrontados
não ultrapassou o primeiro grau de cognição, então ele não analisou a tese recursal devolvida; e se ele não
analisou a tese recursal devolvida, não há como ele divergir de outro acórdão que tenha, ele sim, ultrapassado
o primeiro grau de cognição.
Como postulado, pode-se afirmar: embargos de divergência exigem divergência na interpretação de teses
recursais e, portanto, exigem que os acórdãos confrontados estejam no mesmo grau de cognição, tendo
ambos ultrapassado o juízo de admissibilidade e adentrado no juízo de fundo, divergindo quanto à
interpretação da questão de direito em que se consubstanciam as teses recursais.
Volte-se então ao caso em tela: interposto Recurso de Revista pela empresa Litisdenunciada, o seu RR não foi
sequer conhecido, de modo tal que o acórdão proferido por ocasião do julgamento do RR não analisou a tese
recursal do RR.
Foi exatamente o que se deu no caso em tela: o acórdão embargado não ultrapassou o primeiro grau de
cognição, e portanto não realizou juízo de fundo, pelo que não analisou tese recursal alguma, e não decidiu
questão de direito alguma.
É evidente que não cabem, no caso em tela, embargos de divergência, pois o acórdão embargado, aplicando
regra técnica de conhecimento, interrompeu seu ofício no primeiro grau de cognição (= no juízo de
admissibilidade), de modo tal que, não tendo entrado no segundo grau de cognição (= juízo de fundo), não
analisou a tese recursal devolvida, e não chegou a emitir interpretação acerca da questão de direito que se
pretendia discutir (mas não se discutiu, pois o RR não foi conhecido). Em resumo:
Se o acórdão embargado ultrapassou o primeiro grau de cognição (e portanto analisou a tese recursal), mas o
acórdão paradigmático, ao contrário, deixou de entrar no mérito recursal, então não cabem embargos de
divergência: