UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Minerais na Nutrição de
Ruminantes
Profa. Dra. Expedita Maria de Oliveira Pereira
 INTRODUÇÃO
• Crescimento nacional – bovinos, ovinos,
búfalos
• Produto de qualidade – atender exigências
mercado interno e externo (refinamento do
processo de criação)
• Busca-se – maior produtividade com menor o
custo produtivo
• Uso de suplemento mineral – preço x
vantagens.
 DEFINIÇÕES....

• Minerais – são elementos

químicos inorgânicos
encontrados
freqüentemente na forma
de sais associados com
elementos inorgânicos ou
orgânicos.
 DIVISÃO SEGUNDO QUANTIDADE
UTILIZADA
Podem ser divididos em:

a. Macrominerais – encontrados em maior concentração

no organismo animal e cujo requerimentos são
expressos em % - cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio
(Mg), sódio (Na), cloro (Cl), potássio (K) e enxofre (S).

b. Microminerais ou oligoelementos – são aqueles que

estão em concentrações bem menores e cujos
requerimentos são expressados em partes por milhão
(ppm) : cobre (Cu), zinco (Zn), iodo (I), selênio (Se),
ferro (Fe), cobalto (Co), manganês (Mn), molibdênio
(Mo) e flúor (F)
Importância metabólica dos minerais
• De maneira geral podemos
dizer que:
1. macroelementos - são
utilizados principalmente para
funções estruturais (Ca. P, S)
ou para a mantença do
balanço ácido-base (Na, K, Cl)

PEDREIRA e BERCHIELLI (2006)

Importância metabólica dos minerais
• De maneira geral podemos dizer que:
2. microelementos - atuam principalmente
como co-fatores enzimáticos (Mg, Cu),
contribuindo de forma estrutural ou
funcional para a atividade de enzimas (Zn,
Mo, Se) , hormônios (I) ou vitaminas (Co)

PEDREIRA e BERCHIELLI (2006)

Importância metabólica dos minerais
Tabela 1 – Funções metabólicas mais importantes dos macrominerais
MINERAL COMPOSIÇÃO FUNÇÃO
NO ORGANISMO
Cálcio 1-2 mineralização ósseas, regulação metabólica,
coagulação sanguínea, contração muscular,
tranmissão de impulsos nervosos.
fósforo 0,7-1,2 Mineralização óssea, componente de DNA e
RNA, parte de compostos de alta energia
(ATP), regulação de enzimas alostéricas,
componentes de fosfolipídeos
Plotássio 0,3 Regulação da pressão osmótica, transmissão
do impulso nervoso, regulação do equilíbrio
ácido-básico, contração muscular, controle do
equilíbrio hídrico

Adaptado de SPEARS (1999)

Apenas para tornar as
coisas mais visíveis....
Cadê os
minerais ?????

Ôh trem
difícil !!!!!!!!!!!!
 Importância metabólica dos minerais
Tabela 1 – Funções metabólicas mais importantes dos macrominerais

MINERAL COMPOSIÇÃO NO FUNÇÃO

ORGANISMO
Enxofre 0,25 Componente de aminoácidos sulfurados,
componente de biotina e tiamina, componente de
mucopolossacarídeos, reaçoes de desintoxicação
Sódio 0,15 Regulação da pressão osmótica, condução nervosa,
transporte ativo de nutrientes, equilíbrio ácido-
básico, contração muscular, controle do equilíbrio
hídrico
cloro 0,15 Regulação da pressão osmótica, regulação do
equilíbrio ácido-básico, controle do equilíbrio
hídrico, formação do HCl no suco gástrico
Magnésio 0,045 Cofator de mais de 300 enzimas, componente dos
ossos, atividade neuro-muscular.

Adaptado de SPEARS (1999)

Importância metabólica dos minerais
Tabela 2 – Funções metabólicas mais importantes dos microminerais
MINERAL COMPOSIÇÃO NO FUNÇÃO
ORGANISMO
(ppm)
Ferro 80 Transporte e armazenamento de oxigênio
(hemoglobina e mioglobina), transporte de
elétrons, componentes de enzimas (catalase,
triptofao 5-monoxigenase, aconitase)

zinco 30 Componente de mais de 70 enzimas (álcool

desidrogenase, DNA polimerase, RNA polimerase,
anidrase carbônica), expressão gênica, estabilidade
das membranas
Cobre 3 Componente de muitas enzimas (tirosinase,
citocromo oxidase)
Iodo 0,4 Componente de hormônios tireoidianos

Adaptado de SPEARS (1999)ro

 Importância metabólica dos minerais

• São considerados essenciais para os animais –

Ca, P, Mg, K, Na, CL, S, I, Fe, Cu, Co, Mn, Zn,
Se, Mo, Cr, Sr, V, Ni e Si.

• Desses elementos não são essenciais para as

plantas – Ca, I, Co, Se e o Cr (frequente
deficiência destes nas pastagens).
 Requerimentos e deficiências
• Deficiências mais frequentes dos
macrominerais são de fósforo e sódio –
(pastagens)
• Deficiências de cálcio – menos frequentes,
mais relacionado a fêmeas
• Microminerais – mais comuns deficiências
de Cobre, zinco e cobalto, seguidas de
selênio e iodo
REQUERIMENTO
NUTRICIONAL
• O quanto precisa ser
ingerido ?
• O quanto precisa ser
fornecido ?
• O que realmente
define o
requerimento?
A primeira coisa que determina o
requerimento é a ESPÉCIE....
 Dentro de cada raça o
requerimento vai ser influenciado
por:
1. Idade
2. Tipo funcional
3. Tempo de Utilização ou
serviço
4. Nível de produção
 Idade dos animais interfere...
• Capacidade de
absorção

• Mineral mais
limitante para
desenvolvimento
Tipo funcional ......

• Machos ou fêmeas
• Corte ou leite
 Tempo de utilização ou serviço...
• Ao longo de 12 meses e .......

...... Também considerando a vida produtiva

(permanência no rebanho).
 Nível de Produção Interfere....
• Na necessidade de
produção hormonal
• Nível de produção
enzimática para a
realização de tarefas
metabólicas....
• Nível de mobilização e
deposição enzimática.
 Requerimentos e deficiências
Tabela 3 – Requerimento médio de macronutrientes para ovinos segundo NRC
(2007)

Elementos Requerimento Nível máximo

minerais (% da MS) tolerado
Macroelementos Intervalo
Cálcio 0,20-0,82
Fósforo 0,16-0,38
Magnésio 0,12-0,18 0.,5
Enxofre 0,14-0,26 0,4
Sódio 0.09-0,18 <1,8
potássio 0,50-0,80 3.0
 Requerimentos e deficiências
Tabela 4 – Requerimento médio de micronutrientes para ovinos segundo NRC
(2007)
Elementos minerais Requerimento Nível máximo
(mg/kg/MS) tolerado
Microelementos Intervalo
Iodo 0,10-0,80 50
Ferro 30-50 500
Cobre 7-11 25
Molibdênio 0,5 10
Cobalto 0,10-0,20 10
manganês 20-40 1000
zinco 20-33 750
selênio 0,10-0,20 2
 Requerimentos e deficiências
TABELA 05. Requerimento de minerais e vitaminas que afetam a reprodução
de vacas de leite e de corte (NRC (1996) e NRC (1989))

Leite Corte
Nutriente Vacas Novilhas Vacas Novilhas Níveis
Máximos
Base na MS
Ca, b % 0,6-0,8 0,4 0,4 0,4 2,0
P, b % 0,3-0,5 0,3 0,25 0,25 1,0
Cu, ppm 10-20 10-20 10 10 100
Mn, ppm 40-60 40-60 40 20-40 1.000
I, ppm 0,6-1,0 0,3-0,6 0,5 0,5 50
Se, ppm 0,3 0,3 0,1-0,3 0,1-0,3 2,0
Zn, ppm 40-60 40-60 30 30 500
Vit. A, 60-100 30-50 30-40 20-30 1,000
UIx103/d
Vit. E, c UI/d 500-1000 250 300-500 200-300 30.000
-Caroteno, mg/d
d
300-500 --- --- --- ---
 Requerimentos e deficiências
• os graus de deficiência
variam bastante, desde
estas carências leves ou
sub-clínicos que afetam
principalmente
produtividade e a
fertilidade até estados
graves com
sintomatologia
específica.
Requerimentos e deficiências
ÓTIMO

IMUNIDADE
Transitório
Crescimento
e fertilidade

SINAIS

SUBCLÍNICA CLÍNICA
 Na pratica.....
• A deficiência de Ca - ocorrer em bovinos que
recebem alimentação abundante em
concentrados;
• naqueles em regime de campo não constitui
problema.
• Por mais pobres em Ca que sejam as pastagens,
os bovinos sempre recebem quantidades
suficientes de Ca através delas ou da forragem.
 Na pratica.....
• Os fatores que contribuem para isto, são os
seguintes:
• a) a maioria das plantas contém mais Ca do que
P
• b) solos deficientes em Ca são menos comuns
que os carentes em P
• c) os níveis de Ca não diminuem com a
maturação das plantas, como é o caso com o P.
 Na pratica.....
• deficiência de fósforo é muito importante
para bovinos - mantidos em regime de campo.
• Já a deficiência de sódio é a carência mineral
mais comum em todo mundo, além de ser a
mais importante – raras exceções.....
• Em todo mundo, e também no Brasil, o cobre
e o cobalto são os dois microelementos que
mais frequentemente estão envolvidos em
estados carênciais nos ovinos.
 Identificação do problema
• Na prática observa-se o surgimento dos
sintomas
• Problemas com quadros subclínicos – perdas
na produtividade
• Casos mais severos – avaliações viscerais pós-
mortem...

Medidas mais eficientes precisam ser tomadas

 Uma vez estabelecido o
diagnóstico
1) adubação do solo com o(s) elemento(s)
deficiente(s) seria a medida ideal, pois além
de resolver o problema da deficiência mineral
no animal, em alguns casos também traz
aumento da produção de massa verde e
melhoramento da pastagem. Infelizmente é
um método caro.
 Uma vez estabelecido o
diagnóstico
2) a administração do(s) elemento(s)
deficiente(s) ao animal, seja por via oral,
geralmente misturado(s) ao sal comum, ou,
em condições especiais, através da água (P),
por meio de "balas" (Co), ou seja por via
parenteral (Cu).
 Mas existem maneiras mais
eficientes de trabalharmos com a
mineralização
 Equívocos sobre suplementação
mineral
1) A essencialidade metabólica de um elemento
sempre implicaria em sua suplementação
obrigatória, via misturas minerais.

2) A suplementação mineral deveria ser sempre

obrigatória em todos os locais ou regiões.
 Equívocos sobre suplementação
mineral

3) A suplementação mineral deveria ser sempre

praticada, mesmo para animais que recebem
dietas energético-protéicas muito pobres.
ANIMAL QUE PASSA FOME NÃO RESPONDE
 Equívocos sobre suplementação
mineral
4) Quanto maior o número de elementos incluídos na
composição de uma mistura mineral, melhor ela seria.
• incluir sulfato de ferro em uma mistura mineral
PODEMOS reduzir absorção do fósforo e de cobre
• inclusão de elementos como cromo, vanádio, níquel,
NA PRÁTICA, parece não surtir efeito e nada se sabe
ainda sobre efeito associativo

Aumenta o preço do produto

 Equívocos sobre suplementação
mineral
5) Quanto maior o consumo diário de uma
mistura mineral, melhor seria a qualidade
dessa mistura.
6) A maior ou menor ingestão de uma mistura
mineral reflete, antes de tudo, seu teor de
cloreto de sódio (sal).
 Equívocos sobre suplementação
mineral
5) Quanto maior o consumo diário de uma
mistura mineral, melhor seria a qualidade
dessa mistura.
6) A maior ou menor ingestão de uma mistura
mineral reflete, antes de tudo, seu teor de
cloreto de sódio (sal).
Quais as estratégias que adotam...
1) Parte dos pecuaristas opta pela utilização de
uma mistura mineral comercial (MMC)

2) Parte compra uma MMC formulada com base

no pressuposto de que análises de solo e de
forrageiras de sua propriedade possam
determinar com exatidão a quantidade de
minerais necessária a ser suprida aos animais;
Quais as estratégias que adotam...
3) Outra parte fornece apenas cloretode sódio
(NaCl);

4) Uma pequena parcela dos pecuaristas não

fornece qualquer suplemento mineral ao
rebanho
Quais as estratégias que adotam...
5) Outro grupo de pecuaristas suplementam os
animais de maneira muito irregular e descontínua
com MMC ou com o cloreto de sódio;
6) Como as misturas minerais são insumos caros,
alguns proprietários diluem essas misturas com o
sal comum, o que obviamente reduz a
concentração dos outros minerais nesse
preparado. - pode haver a necessidade de corrigir
mineraos deficitário
Principais problemas relativos à suplementação
mineral no país
a) Quantidades insuficientes. – formulações que
não consideram diferenças regionais (solos)

b) Baixa concentração de cloreto de sódio na

MMC. - estimular consumo
Principais problemas relativos à suplementação
mineral no país
c) Ingestão insuficiente (ou não-ingestão) da
mistura mineral ou do cloreto de sódio.
• Impedimento do acesso ao cocho por
questões de hierarquia.
• Falta de espaço no cocho que permita a
ingestão.
• Disponibilização insuficiente ou ocasional da
mistura mineral. – fornecimento inadequado
ou esporádico
 REGRAS BÁSICAS DA
SUPLEMENTAÇÃO SELETIVA (SMS)
1) Não suplementar minerais se não há sinais
diretos ou indiretos de deficiência mineral;
2) A suplementação mineral deve ser ajustada
ao nível de produção;
3) As necessidades da suplementação mineral
variam com a área (região), época do ano e
com o manejo alimentar do rebanho;
 REGRAS BÁSICAS DA
SUPLEMENTAÇÃO SELETIVA (SMS)
4) Pouco adianta suplementar minerais sem a
prévia adequação protéica-energética da dieta
e sem uma adequada disponibilidade de
volumoso, isto é, antes de suplementar com
minerais,

5) A formulação mineral deve ser feita caso a

caso, isto é, fazenda a fazenda;
 REGRAS BÁSICAS DA
SUPLEMENTAÇÃO SELETIVA (SMS)
6) Estar sempre atento ao risco inerente de
toxicidade dos minerais, em especial com
relação ao cobre e ao selênio;

7) Suplementar minerais em excesso equivale a

“jogar dinheiro fora”.
 E o início de um bom programa
SMS
• Começa com a avaliação do solo
• Segue com a avaliação da composição da
dieta – o que tem no concentrado?

Não há perdas no sistema

Maior aproveitamento
Menores custos com suplementação
OBRIGADA.
expedita@ufam.edu.br