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Lição 03 - Partidarismo na Igreja


Leitura Bíblica em Classe
1 Coríntios 1.10-13; 3.1-6

Introdução:
I.   Uma Igreja, Quatro Partidos (1 Co
1.10-12)
II. A Igreja e a Diversidade de Seus
Ministérios (1 Co 3.1-10)

Conclusão:

 Título deste subsídio: O partidarismo


entre os crentes produz dissensões na
igreja
 Palavras-chave: Secular, carnal

Um dos problemas mais evidentes em


Corinto era o das divisões espirituais.
Durante a ausência de Paulo a igreja
havia desenvolvido grupos fechados,
conflitantes facções egoístas que
ameaçavam despedaçar a sua
comunhão. O problema era antigo.
Paulo tentou mostrar a natureza não-
cristã de um grupo rixoso, dividido e
crítico de crentes professos. Ele afirmou
que a nova experiência em Jesus Cristo
poderia resolver este antigo problema.
Ao defender a unidade cristã, Paulo
apresentou vários contrastes, ou
comparações, entre a vida dirigida pelo
Espírito em Cristo, e a vida egoísta e
carnalmente motivada dos coríntios. 
1. EXORTAÇÃO À UNIDADE (1.10)
a) Paulo suplica aos coríntios em palavras
fortes e persuasivas: digais todos uma
mesma coisa. Esta é uma expressão
clássica usada em relação às comunidades
políticas que estão livres de tensões, ou em
relação a nações diferentes que estabelecem
cordiais relacionamentos diplomáticos e
comerciais. 
A palavra para dissensões (schismata)
significa "fenda", "fissura", ou "divisão". O
termo é usado por Marcos (2.21) e por
Mateus (9.16) para descrever um rasgo em
uma vestimenta velha. João usa a palavra
(7.43) para descrever uma divisão de opinião
entre as pessoas com respeito a Jesus.
Paulo usa a mesma palavra em referência
aos grupos pretensiosos que faziam da
observância da Ceia do Senhor uma
zombaria (11.18). Na expressão sejais
unidos, Paulo usa um termo médico.
Barclay explica o termo como "uma palavra
médica usada em relação à ligadura de
ossos que foram fraturados, ou à ligadura de
uma junta que foi deslocada".! Paulo deseja
que eles cheguem a um entendimento
correto e a uma unidade de opinião, ou
julgamento. 

2. RELATÓRIO DA DISSENSÃO (1.11)


Paulo tinha recebido um relatório da família
de Cloe: Me foi comunicado pelos da
família de Cloe que há contendas entre
vós. Cloe não é conhecida, exceto pela
referência neste ponto. O fato de Paulo se
referir a ela serve a três propósitos. Indica
que este relatório não era constituído de
rumores infundados ou burburinhos
inconseqüentes no "campo eclesiástico". Isto
também sugere que Cloe era uma mulher de
caráter e de boa posição. Além disso, a
referência sugere que a igreja tinha elevado
mulheres a uma posição de dignidade e
respeito. 
A palavra que Paulo usa para contendas
significa discussões amargas. O grego (eris)
é "um termo empregado por Homero para
significar 'batalha' na obra Ilíada e 'contenda'
ou 'rivalidade' na obra Odisséia". Um
significado ainda mais forte desta palavra é
apresentado na expressão "quando o ódio
me domina". As divisões em Corinto não
eram leves divergências de opiniões. Eram
disputas arraigadas que ameaçavam a exis-
tência da igreja. 

3. AS DIVISÕES NA IGREJA (1.12)


  As divisões na igreja eram o resultado de
uma associação carnal aos nomes de líderes
humanos. Não havia qualquer desacordo
entre estes próprios líderes. Mas o desacor-
do surgiu quando certas pessoas insistiram
na autoridade de um líder sobre outro. Al-
guns estavam dizendo: Eu sou de Paulo, e
eu, de ApoIo, e eu, de Cefas, e eu, de
Cristo. Portanto, parecia haver uma divisão
quádrupla. 
a) O Grupo de Paulo. O grupo de Paulo era
provavelmente uma combinação de crentes
simples e sinceros e a "velha guarda",
composta dos patriarcas fundadores, ou
membros fundadores. Sua preocupação
pode ter sido basicamente espiritual. Mas o
fato de eles exibirem o espírito faccioso
também indicava que podem ter desejado
usar a sua condição de mais velhos para
exigir prioridade sobre a liderança da igreja.
Ou podem ter tendido a fazer da liberdade
em Cristo pregada por Paulo uma desculpa
para uma libertinagem não autorizada. De
qualquer maneira, Paulo não se deixou
seduzir pela falsa lealdade desses coríntios
em relação a ele. 
 b) O Grupo de ApoIo. De acordo com Atos
18.24, Apolo era um homem eloqüente, bem
instruído nas Escrituras. Com a grande
ênfase sobre a expressão verbal em Corinto,
era natural que alguns tivessem preferido o
eloqüente ApoIo ao menos impressionante
Paulo (2 Co 10.10). ApoIo era de Alexandria,
e pode ter tido uma formação intelectual
interessante que, acrescida de sua habilidade
oratória, teria feito dele um pregador que
atraía muitas pessoas. 
c) O Grupo de Cefas. Aqueles que seguiam
a liderança de Pedro eram judeus conver-
tidos que insistiam na idéia de que os
cristãos deviam observar a lei judaica, ou
eram gentios convertidos que eram legalistas
em sua abordagem da vida cristã. 
d) O Grupo de Cristo. Embora alguns
estudiosos debatam a questão, parece válido
aceitar um quarto grupo chamado de "grupo
de Cristo". William Baird declara três
possíveis descrições deste grupo. 1) O grupo
de Cristo era uma facção judaizante
composta por convertidos de Tiago, o irmão
do Senhor; 2) O grupo de Cristo era um
grupo libertino, consistindo de pessoas que
queriam completa liberdade ética e religiosa,
sem que uma autoridade apostólica fosse
exerci da sobre eles; 3) O grupo de Cristo
era uma facção de gnósticos que adoravam
exibir seu conhecimento e exigiam a
liberdade de pensamento e de ação.

4. UM SÓ CRISTO E UM SÓ BATISMO
(1.13-17)
Paulo considerava a igreja como o corpo de
Cristo (1 Co 12.12-27). Como tal, o corpo
era unido e não devia ser despedaçado pela
discussão carnal da igreja. Para comprovar o
seu ensino, o apóstolo fez várias perguntas
puramente retóricas que só poderiam ser
respondidas na negativa. 
a) Está Cristo dividido? (13) A obra de
Cristo como Senhor e Salvador está dividida
"entre vários indivíduos, para que um possua
um pedaço dele, e outro, possua algum
outro?". Professar o nome de Cristo em meio
a discórdias, rixas e divisões é, na realidade,
despedaçar a Cristo. As divisões na verdade
negam o senhorio de Cristo. Como João
Calvino declara: "Porque Ele só reina em
nosso meio quando Ele é o meio de nos unir
em uma união inviolável". 
b) A primeira pergunta exaltava a Cristo. Em
sua segunda pergunta, Paulo "sugere a sua
própria insignificância comparativa": Foi
Paulo crucificado por vós? Visto que ne-
nhuma personalidade humana poderia
conseguir a redenção do homem, era inútil
discutir sobre a liderança humana. Somente
a morte de Cristo poderia trazer a salvação
pessoal do homem. Em vista da crucificação
de Cristo, todas as discussões do homem
deveriam cessar. 
c) Uma terceira pergunta concluiu o
processo: Ou fostes vós batizados em
nome de Paulo?" 'Em nome' sugere a
entrada na comunhão e lealdade, como
existe entre o Redentor e o redimido". Os
coríntios tinham sido batizados como
cristãos, não como seguidores de qualquer
líder humano. 
d) O próprio Paulo só havia batizado algumas
pessoas, 14-17

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