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A CONTABILIDADE

NA ANTIGUIDADE

Prof. Me. Airton A. Bauermann


À porção seca chamou Deus Terra (...).
Gênesis 1:10.
O ativo imobilizado na contabilidade.

Igual porção comerão, além das vendas


do seu patrimônio.
Deuteronômio 18:8
Desde os primórdios o homem
praticava atos de comércio
através da troca de bens e
mercadorias.

Porem percebe-se que já


existia a preocupação em se
organizar para controlar seus
pertences, ou seja, seu
patrimônio.
Diferente do que muitos
pensam, patrimônio não
é apenas o que se tem,
mas:

+ BENS
+ DIREITOS
- OBRIGAÇÕES
= PATRIMÔNIO
O homem priorizou a agricultura e o
pastoreio. No início não havia
muito vinculo de comunidade; cada
pessoa criava sua própria riqueza
individualmente.

Ao morrer, o legado deixado pela


pessoa não era dissolvido, mas
passado aos parentes (filhos ou
parentes próximos). Esta herança
recebida dos pais era chamada de
pater ou patris. Daí o que se
denomina patrimônio.
Região da
Mesopotâmia

A Mesopotâmia (do grego

antigo Μεσοποταμία;

composto de μέσος, “meio”,

e ποταμός, “rio”

Ou “Terra entre Rios”

Rios Tigres e Eufrates


Mapa da Antiga Suméria
Provavelmente as grandes riquezas de Uruk desencadearam
as bases para a contabilidade como um todo. Povo mais
antigo que se tem notícia, os sumérios apuravam custos,
faziam orçamentos, revisão de contas, controle da gestão da
produtividade. Adotava-se o RAZÃO e eram realizados os
balanços.

O código de Hamurabi (rei da Babilônia – 1795 a 1750


a.C.) continha legislação específica sobre a área comercial.
Aparecem ali normas sobre contrato de sociedade, carta de
crédito, empréstimos, relação entre empregados e patrões.

Provavelmente seja dos babilônicos a mais antiga referência às partidas


dobradas (débitos e créditos). No reinado de Nabucodonosor II, no séc.
VI/V a.C., existia uma casa bancária, com o nome de Egibi e Filhos, na
cidade de Hillah, na Assíria. Emprestavam dinheiro a juros e vendiam
terrenos e escravos. Daí a necessidade da contabilização de todos os fatos.
Tablete do período
cuneiforme, da
Mesopotâmia
(provavelmente de
Uruk), 3100–2900
a.C.

Os sumérios foram os
primeiros povos a desenvolver
cidades e a construir uma
civilização, por volta de 3000
a.C., em torno da crescente
fértil dos rios Tigre e Eufrates.
Tablete com escrita cuneiforme, Suméria, 2350 a.C. Encontrado na
Os animais que compunham a cidade de Nipur que era uma importante cidade dos sumérios onde estava
criação eram porcos, ovelhas, o templo do seu principal deus, Enlil. Recibo de compra de uma vaca
cabras e gado, sendo que esse para oferta no templo. Acervo MAB OAR 0198.
último também era utilizado
para tração e transporte. 

E ali trareis os vossos holocaustos, e


os vossos sacrifícios, e os vossos
dízimos, e a oferta alçada da vossa
mão, e os vossos votos, e as vossas
ofertas voluntárias, e os
primogênitos das vossas vacas e das
vossas ovelhas.
Deuteronômio 12:6
Selo cilíndrico, 2600 – 2000 a.C. Com representações de uma
A maioria dos selos deixava uma impressão positiva (alto relevo), mas
procissão de oferenda aos deuses mesopotâmicos. Cor branca.
Os selos eram usados para identificação do seu possuidor e alguns também faziam o inverso. Carimbo e selos de cilindro eram muito
para lacrar documentos, certidões. Eram feitos em formato de
utilizadas para identificar a propriedade de bens, e fichas de registro das
anéis ou de cilindro presos ao pescoço por um cordão (I Rs. 21:
8, Es. 8:8, Jr 22: 24, Jr. 32: 10, Dn 6:17). Acervo MAB OAR commodities, além de confirmar algum recebimento.
0187

E assinei a escritura, e selei-a, e fiz


confirmar por testemunhas; e pesei-lhe
o dinheiro numa balança. E tomei a
escritura da compra, selada segundo a
lei e os estatutos, e a cópia aberta.
Jeremias 32:10 e 11
Na Mesopotâmia,
escolas de escrituração
contabilística foram
organizadas, onde
foram encontradas
muitas placas de argila
de exercícios de alunos.
Várias tábuas de argila da Mesopotâmia antigas,
principalmente recibos e registros de impostos (vários (Provasi & Farag, 2013).
períodos de tempo) em exibição no Museu Egípcio
Rosacruz em San Jose, Califórnia. Tablete com inscrição
cuneiforme, Suméria, 2200
a.C. Registro de um texto
contábil. Acervo MAB OAR
0085.
Os sumérios conseguiram controlar e registrar de forma melhor o fluxo de excedentes que era produzido nas cidades. Assim,
havia alguém encarregado especificamente de administrar esse fluxo econômico, o escriba, que era quem dominava a escrita
cuneiforme.
Tablete babilônico, 1900 a.C. Inscrição cuneiforme com 6
linhas, em apenas um lado. Tradução do texto: "1 carneiro, é
prata [...] 5 silas de cerveja de segunda, é prata [...] 100 sila
de farinha de cevada, é prata [...] 40 sila de farinha de
ervilha, é prata [...] 2 sila de óleo, é prata: 1/6 de um shekel,
2 1/2 [...] recebido por Ahuni, o soldado". A sila é uma medida
que equivale a 1 litro/ 1 tigela. Recibos desse tipo eram comuns,
porém as pessoas não recebiam em prata, mas em mercadoria. A
lista se trata de uma referência de valores entre as mercadorias e
a prata. Acervo MAB OAR 0012.

Modelo de cervejaria de madeira (Middle Kingdom) em


exibição no Rosicrucian Egyptian Museum em San Jose,
Califórnia. A cerveja de cevada está sendo preparada, com os
homens à esquerda esmagando o fermento inicial em uma tigela
para fermentar, enquanto os da direita engarrafam. A figura
mais à direita é um escriba, contando as garrafas produzidas.
Tábua de barro de 2040 a.C.
com balanço anual de uma oficina
de cerâmica em Ur, na antiga Suméria, com
registros de matérias-primas e dias de
trabalho.

Teorema de Pitágoras
Tijolo com escrita cuneiforme. Inscrição com um
problema algébrico - geométrico envolvendo um
triângulo retângulo. Os babilônios utilizavam
muitos processos matemáticos: multiplicação,
divisão, cálculo da área do retângulo, do triângulo
e volume do paralelepípedo, do cone e do prisma
trapezoidal. Calculavam o perímetro da
circunferência. Conheciam o princípio do
teorema do triângulo retângulo que só foi
enunciado pelo grego Pitágoras (570 a.C).
Acervo MAB OAR 0216.
Ânfora, Período do bronze. As ânforas Camelos, quatrocentos e trinta e cinco;
serviam para armazenar os cereais,
vinho, óleo e até peixes secos e salgados.
jumentos, seis mil, setecentos e vinte. Neemias
7:69
Acervo MAB OAR 0135.

Tablete com escrita cuneiforme da Suméria,


2100 - 2000 a.C. Texto com três colunas e 27
linhas, contendo lista de lotes, referências a
animais. Do documento foram traduzidos
algumas palavras: 2ª coluna - Quem é
grande? campo; cortador de grama,
jumentos, 20 hectares, cevada; a área de
juncos que o arada havia cortado; escriba;
um devoto 3ª coluna - Sr. Ur-mess, hectare;
Sr. Lugal-hegal; jumentos machos. Acervo
MAB OAR 0041.
Conjunto de pedras roladas. Usadas como peso, 800-600 a.C. Acervo MAB OAR 0159.

Tudo foi contado e pesado; e todo o peso foi registrado na mesma ocasião. Esdras 8:34

TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. Daniel 5:27

E ouro puro para os garfos, e para as bacias, e para os jarros, e para as taças de ouro,
para cada taça seu peso; como também para as taças de prata, para cada taça seu peso. 1
Crônicas 28:17
Placa de argila (MY Oe 106)
ostentando inscrição micênica (MY
Oe 106) em escrita Linear B,
encontrada na "Casa do Mercador
de Óleo". A placa registra uma certa
quantidade de lã, destinada a ser
tingida por encomenda de uma
mulher, para a sua filha. No reverso
está gravada uma figura masculina.
Ano 1250 a.C. Museu Arqueológico
Nacional de Atenas, No. 7671
Civilização Hindu
Profissões comerciais eram honrosas. A obra “Kautilya” (s.d.), de Arthasastra, continha diversos conceitos contábeis:
lucro, custos, receitas e capital.
Código de Manu: legislação comercial tratava da fiscalização da qualidade e preço das mercadorias, prevenção de fraudes,
regulação dos tributos, taxas de juros e taxas e empréstimo.

Civilização Persa
Séc. V a.C. o Rei Dario organizou um cadastro do império, lançando todos os impostos que eram devidos pelo povo.
Inventários dos templos, conventos, particulares e comerciantes, em que a contabilidade pública e privada andavam juntas.

Civilização Fenícia
Criaram as feitorias – entrepostos comerciais. A criação da escrita alfabética facilitou os registros e entendimentos destas
informações, visto que a escrita cuneiforme e hieroglífica eram difíceis de entender.

Civilização Egípcia
No tempo dos Faraós se praticava uma contabilidade bastante apurada. Os Memoriais foram criados, e as contas contábeis
dispostas em grupos. A documentação era arquivada de forma organizada. O departamento financeiro registrava todas as
entradas de cereais e outras mercadorias e impostos recebidos. Os escribas tinham esta função, a mais honrosa e digna deste
período
Civilização Grega
Os primeiros banqueiros gregos eram sacerdotes e os bancos se encontravam nas próprias igrejas. O Estado realizava
inventário anual nos templos e neste os contadores anotavam quais as principais fontes de renda, que podiam ser os juros
e rendas de empréstimos, e a origem das despesas, principalmente sacrifícios, entretenimentos e salários. Muitos livros
contábeis já estavam sendo obrigados a que todos os comerciantes tivessem devidamente preenchidos.

Civilização Romana
O mundo romano teve uma acumulação de riquezas. Sua contabilidade pode ser considerada como superior, em todas as
fases do reinado (monarquia, república e império), tendo atingido seu ápice neste período da história antiga. Há registros
de que a depreciação também deveria ser contabilizada como custo em determinadas situações. Livros contábeis,
inclusive, podiam ser utilizados como provas em tribunais.
Alguns destes livros eram: O comentário; Adversaria; Código de Receitas e Despesas; Tabelas de Caracteres;
Calendarium.
Voltou o Senhor e
ajustou as contas.
(Mt. 25:19)

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