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Tendo origens que apontam para os períodos mais primitivos da raça humana, quando
os Homo sapiens, no período Paleolítico Superior (conhecido como Idade da Pedra Lascada),
utilizavam-se de ossos e chifres de animais para a confecção de artes rupestres em cavernas
que sintetizavam registros contábeis, ainda que rudimentares, para controle de seu patrimônio,
desde elementos derivados da colheita, da criação e contagem de gado, instrumentos de pesca
e até de caça, aproximadamente 20.000 A.C (IÚDICIBUS, 2010)
Sob a ótica dos estudos de Sá (1997, p. 20), a arte rupestre mencionada e representada
pelos desenhos e expressões artísticas dos povos primitivos está comprovadamente ligada
com o conceito contábil de avaliação patrimonial, conforme relato a seguir:
No período Neolítico, conhecido como Nova Idade da Pedra e Idade da Pedra Polida,
que teve início por volta de 7.000 A.C, de acordo com POSSAMAI; COELHO (2015, p. 7):
“48 E ajuntou José todo o mantimento que houve na terra do Egito durante os sete
anos e o guardou nas cidades; o mantimento do campo ao redor de cada cidade foi
guardado na mesma cidade.
49 Assim, ajuntou José muitíssimo cereal, como a areia do mar, até perder a conta,
porque ia além das medidas”.
“3 [...] sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas
jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este
homem era o maior de todos os do Oriente”.
Após perder todo seu patrimônio inicial e conciliar-se com Deus, a Bíblia relata a
existência de um novo inventário no livro de Jó, capítulo 42, no versículo 12, cujo patrimônio
reavaliado de estoque (ativo circulante) foi de:
12 “[...] catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas”.
Frei Luca Pacioli, nascido em 1445 na região de Toscana - Sansepolcro, na Itália, foi
um monge Franciscano e matemático que atualmente é reconhecido como o “pai” da
contabilidade, mais precisamente das partilhas dobradas, método este que integra seu livro
“Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornalitá” — Conhecimentos de
Aritmética, Geometria, Proporção e proporcionalidade — publicado em Veneza quarenta e
nove anos após o seu nascimento. MARIANO; OLIVEIRA; SAVIAN (2016)
[...] antes da edição do livro de Luca Pacioli, algumas obras manuscritas, como a de
Abdullah Ibn Mohammed Ibn Kya al - Mâzenderâni, datada de 1330, de 277
páginas. Copiada em Teerã, com oito capítulos, já apresentava o Diário, Razão,
Livro de Apuração do Resultado, assim como diversos outros livros de contabilidade
e uma ideia embrionária de partidas dobradas em função da igualdade de débito e
crédito.
Outra situação semelhante, [...] refere- se à obra de Benedetto Cotruli, que foi escrita
em 1458, porém editada em 1573, intitulada Della mercatura e del mercante
perfetto, e que expunha a partida dobrada.
Não obstante a discussão que visa “patentear” o conceito das partilhas dobradas para
uma única obra/autor, a contabilidade viveu um momento de consagração, reconhecimento e
“formalização” a partir das revoluções que ocorreram entre os séculos XIV e XV na Europa,
como podemos ver a relação de obras formais publicadas sobre a contabilidade, ainda que não
em caráter único e exclusivo:
Domenico Manzoni 1540 Quaderno Doppio col suo giornale novamente composto etc.
Houve uma vigorosa ascensão das escolas do pensamento contábil europeias como
resposta a necessidade de debater e promover uma livre difusão de ideias, conforme aponta
IÚDICIBUS (2010), mas havia impasses ideológicos que freariam aos poucos a ascensão
crescente em virtude do apelo desacerbado pela personalidade entre mestres e discípulos que
integravam o corpo docente e discente dos colegiados.
Quadro 2 – Escolas do Pensamento Contábil
Benedetto Cotrugli e
XV Contista As contas, em qualquer situação, representam uma pessoa.
Luca Paccioli