Você está na página 1de 41

UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO

FICHA N. III –

ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO

Objectivos:

Proporcionar o conhecimento da base do pensamento dos historiadores das ciências


administrativas, de maneira que possam compreender as derivações do processo administrativo
nas mais variadas áreas de actuação; proporcionar conhecimento da evolução das ciências
administrativas.

Antecedentes Históricos
O homem compreendeu, desde cedo, que se tratava de um animal social; ou seja, sua preservação
individual e felicidade estavam condicionadas ao convívio com o outro, com o grupo. A história
está recheada de factos que comprovam a existência de grupos organizados de pessoas em torno
de um objectivo: proteger-se contra ataques inimigos, contra as intempéries do tempo, lazer,
convívio social, conseguir alimento (caça, pesca, etc). Podemos afirmar, por isso, que os
princípios da convivência social organizada são atávicos ao ser humano.

Além da convivência social, também o trabalho em grupos organizado parece ser algo atávico à
natureza humana, e a história nos mostra um sem-número de exemplos de competência dos
nossos antepassados na organização do trabalho e na realização de grandes obras,
Exemplos que indicam ter havido planos formais, organizações de trabalho, liderança e sistemas
de avaliação, prática eficiente de funções administrativas que se transformaram em ricos legados
à humanidade, alguns dos quais, até hoje defendidos e utilizados pelos grandes teóricos da
administração.

A administração é uma ciência jovem com pouco mais de 100 anos. Sua história é recente, pois
ela produto do século XX. Ela é resultado histórico e integrado da contribuição de vários
percussores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários, que no decorrer dos

1
tempos, foram, cada qual no seu campo de trabalho foram desenvolvendo e divulgando
suas obras e teorias.
Por isso, a administração moderna utiliza conceitos e princípios empregados nas ciências
matemáticas nas ciências humanas (psicologia, sociologia, biologia educação), nas ciências
físicas (física, química), como também no direito, na engenharia na tecnologia etc

Embora de maneira simples e improvisada, alguns princípios elementares de administração


foram desde tempos imemoriais para resolver problemas de organização do trabalho de cidades e
de pessoas.

Os primórdios da administração
Desenvolvimento histórico da administração
Façamos um breve retrospecto na história dos grandes empreendimentos da humanidade

Registos antigos sobre a evolução no campo da administração datam de duas fases:

Teocrática e empírico-prática

FASE TEOCRÁTICA:

Não há conhecimento desta fase, porém haveria apenas um mundo de origem divina.

1800 a.C

Babilónia e Assíria

Nesta fase, destaca-se Hamurabi, rei dos Amoritas, tribo semita que dominou e formou o grande
império babilónico, onde destacamos que:

 Sua legislação influência 15 séculos no oriente médio;


 Preconizou o salário profissional, as férias, o tabelamento de preços e seguro
saúde para os trabalhadores da mesopotâmia;

2
 Estabelecia, em contrato, relações entre empregados e empregadores.
 Uso de controlo escrito e testemunhal;
Os babilônios deixaram à humanidade um poderoso legado com O Código de Hamurábi
(governador da Babilônia - 2000 a 1700 a.C.). Tratava-se de um texto de leis orientadoras do
povo no princípio do trabalho; criaram o princípio da paga mínima, os primeiros modelos de
contratos de trabalho e recibos de pagamento que permitiam as transações comerciais da época.

O Código de Hamurábi cobre assuntos sobre vendas, empréstimos, contratos, sociedades,


acordos e notas promissórias.

Hamurabi, Amásis e Manu estabelecem os códigos disciplinadores do trabalho.

Códigos do rei babilónio – as regras representam os princípios de administração.

Se um homem entrega a outro prata, ouro ou qualquer coisa em depósito, seja o que for que
entregue, mostrá-lo-á a uma testemunha, combinará os termos dos contratos e fará então o
depósito.

Se um mercador entrega a um agente cereal, lã, azeite ou mercadorias de qualquer espécie para
negociar, o agente registará o valor e pagará em dinheiro ao mercador.

Se o agente for descuidado e não ficar com um recibo pelo dinheiro que entregou ao mercador, o
dinheiro sem recibo não será lançado em sua conta (prática de controle).

O pedreiro que construa casa que desmorona e mata seus residentes será condenado `a morte.

Se um comerciante de vinho permitir que homens turbulentos se reúnam em sua casa e não os
expulsar, será morto.

Se um doutor operar uma ferida com uma lanceta de cobre e o paciente morrer, ou o olho de um
nobre perder a vista em consequência disto, as mãos do doutor serão cortadas (principio de
responsabilidade).

Utilizavam cores para controlar a produção e o tempo que cada lote permanecia nos estoques.
Foram pioneiros na instalação de um sistema de incentivos salariais.

HEBREUS 1491 a.C.

3
Os Hebreus nos deixaram conceitos de organização e o principio escalar e princípio da excepção.
Os hebreus, através da Bíblia, demonstraram princípios básicos de administração. O êxodo de
Moisés, por exemplo, é uma grande deemonstração de competência gerencial, pois foi utilizado
como políticia de descentralização de decisões com as primeiros idéias de núcleos
organizacionais.

Os 10 Mandamentos, por sua vez, trazem regras de conduta e comportamento que preservam a
possibilitam a vida e a solidariedade do grupo.

600 a.C Babilonia


( Nabucodonosor) - Controle de produção e incentivos salariais

FASE EMPÍRICO-PRÁTICA :

Na sua grande maioria eram religiosos; agiam de forma empírico-prática, isto é,


experimentavam e repetiam o que dava certo, e eliminavam os insucessos.

Referências pré-históricas acerca das construções erguidas durante a antiguidade, no Egipto, na


Mesopotâmia e na Assíria, testemunharam a existência de dirigentes capazes de planear, e guiar
os esforços de milhares de trabalhadores em monumentos obras que perduram até os dias actuais,
como por exemplo as pirâmides do Egipto.

SUMÉRIA - MESOPOTANIA

Revolução Agrícola

Por volta de 4000 a.c a Revolução Agrícola evoluiu para a Revolução Urbana. Surgiram as
cidades e o Estados.

Por volta de 3000 a.c.

Os Sumérios – Mesopotâmia demonstraram as primeiras práticas da administração na formação


de uma “sociedade de irrigação”.

4
A coordenação dos esforços coube a quem exercia as funções sacerdotais. Mandaram construir
templos que se transformaram em centros administrativos. Os Funcionários faziam anotações
para arquivos, havia registos de recebimento, armazenagem e desenhos de produtos.

Surgimento das Cidades Estados

Formação de uma classe de dirigentes profissionais, reis, sacerdotes. Formação de uma classe de
funcionários públicos. Invenção da contabilidade primitiva. Legislação estrutura de colaboração
e coordenação entre as cidades-estados. Planeamento de longo prazo. Administração de grandes
projectos de construção. Exércitos profissionais especializados.

Egipto 4000 a.C.

A regularidade das inundações do Nilo tiveram grande influência sobre os egípcios, o que levou
a desenvolver a mentalidade orientada para o planeamento a longo prazo.

A construção das pirâmides na qual foram envolvidos 100.000 trabalhadores durante 20 anos,
atesta a competência de homens, que sabiam não só como elaborar projectos, mas, também,
possuíam habilidade em mobilizar e gerenciar recursos humanos são o maior testemunho das
aptidões técnicas e administrativas dos egípcios.

Princípios sofisticados: planeamento, organização e controle, além de descentralização e staff


nos projectos para construção das pirâmides.

• Problemas de mão-de-obra, uso de arquitectos e logística. Cerca de 100.000 pessoas


trabalharam na construção das pirâmides de Quéops: 2.300.000 Blocos de pedras, com
peso médio de 2.5 toneladas, 1146,5 metros de altura e 230 metros cada lado. Mao de
obra organizada =>Tarefas estarrecedoras
 Os egípcios criaram e aplicaram os princípios de administração em projectos
arquitectónicos de engenharia, além das pirâmides, e também na construção de canais
de irrigação, edificações de grande porte, entre outros.

 2600 a.C – existia a descentralização na organização;


 2000 a.C – necessidade de ordens escritas, uso de consultoria

5
 Os papiros egípcios atribuídos `a época de 1300 a.C. já indicavam a importância da
organização e da administração pública no antigo Egipto.

Contribuíram com princípios de planeamento das actividades, criação da figura do comandante e


conselheiro dos trabalhos, organização do trabalho em grupos, divisão de actividades e
responsabilidades e a técnica da descrição detalhada de tarefas. Planeamento / organização /
controle são antigos (não do século XX) pois havia necessidade de resolver problemas de
Transporte / alojamento / Administração
Fim dos governos provincianos para dar lugar a um governo centralizado, governado por
militares. O faraó tornou-se proprietário de todas as terras. Criação da própria burocracia
administrativa. Surgiram os escribas, que mantinham registos detalhados das operações. Criação
do exército regular, com soldados assalariados e fortes para protecção.

Em assuntos de negócios e governamentais, os egípcios também demonstraram competência;


seus documentos possuíam registros de quem, quando e por quem haviam sido emitidos, e por
quem e quando foram recebidos, o que demonstra alto grau de eficiência e organização.

• Pensamento Administrativo => “literatura egípcia”


• Práticas e princípios (autoridade, responsabilidade, descrição de tarefas)
• Controle de operações de grande escala
• Os admnistradores Egípcios reconheceram o valor do planeamento e o uso de
conselheiros.
• Importância da especialização na organização total.
• Nenhum comerciante podia se dedicar a um ramo de comércio que não tivesse sido
transmitido por seus pais

CHINA 500 a.C :

Na China, Confúcio e Mêncius sugerem a prática para a boa administração pública;

 Confúcio

6
- A importância das pessoas deve basear-se no mérito. Este tem por base o conhecimento.
Profissionalismos na Administração Pública

– os governantes deveriam sistematizar a condução dos negócios públicos; Expõe uma


doutrina sobre o comportamento ético dos cidadãos e governantes;

 Mêncius
- fala sobre a organização do negócio como sistemas. Sistemas facilitam a execução até
mesmo para os menos habilidosos, gerando resultados. O regime dos confucionismos –
contratação eram feitas com `a submissão de exames
- criou o concurso público.

Necessidade de sistema e padrões - Mencius, 129 a.C. deixou sua contribuição através da
elaboração de modelos de administração (processos) e seleção científica de trabalhadores
(habilidade, traços de personalidade, conhecimento, experiência).

 Sun-Tzu

prescreve princípios de estratégia e comportamento gerencial. 

A Constituição CHOW WU KING (fundador da dinastia CHOW), escrita entre 1122 a 1116
a.C. pelo seu fundador, foi um exemplo de competência administrativa. Chow escreveu: A arte
da guerra de Sun Tzu, obra que tem inspirado a administração ao longo dos séculos

A China foi sempre uma nação de homens sábios e proporcionou ao mundo grandes lições de
administração. Continha a relação de todo o quadro de pessoal do mais alto escalão até o mais
baixo serviçal que trabalhava para o Império, com nome, função e descrição detalhada de tarefas,
deveres e responsabilidades de cada um.
As parábolas de Confúcio sugerem práticas para a boa administração pública.
Século XXIV a.C. o imperador Yao empregou o princípio de assessoria. Reunião com
assessores e ministros para aconselhar-se e delegar-lhes poderes.

1. Organização para que o estado possa ser estabelecido. Criou um manual de administração
para o primeiro – ministro;

7
2. Funções - para que o Estado possa ser esclarecido;
3. Relações – Governo possa ser cooperativa;
4. Procedimento – foco na eficiência
5. Formalidades
6. Controle – ser completo
7. Punições – Estado possa ser corrigida
8. Conta - para que o Estado seja fiscalizado

GRÉCIA 400 a C. : (Sócrates; Platão; Aristóteles)

Enunciado da universalidade da administração:

 Arranjo físico e manutenção de materiais;


 Ncessidade de relações humanas;
 Estudo de movimentos;
 Princípio da especialização;
 Democracia -administração participativa;
 Ética- foco na felicidade dos cidadãos com objectivo do poder público;
 Qualidade - ideal do melhor em qualquer campo de actuação.
 Método científico - Enunciado da universalidade da Administração;

Os gregos, cuja grande contribuição à humanidade se deu nas artes, na literatura, na dramaturgia,
na língua e na filosofia, copiaram modelos de administração, direito e disciplina dos romanos.
Isso porque sua filosofia de vida era ser contra a actividade econômica, considerada indigna para
o ideal grego de homem. Assim como o trabalho manual (suar, cansar-se era impóprio de um
nobre grego!), o comércio era inconcebível para a aristocracia e os filósofos gregos. Essas
actividades eram consideradas inferiores e, por isso, eram realizadas por escravos. Mas, foram
pródigos em deixar exemplos de liderança, luta, poder, hierarquia, todos aplicados à
administração.

8
AS INFLUÊNCIAS NA ADMINISTRAÇÃO DOS FILÓSOFOS

A  Administração recebeu influência da Filosofia desde os tempos da Antiguidade.

Antes de Cristo, o filósofo grego Sócrates (470 a.C. 399 a.C), em sua discussão com
Nicomaquides, expõe o seu ponto de vista sobre a administração: “Sobre qualquer coisa que um
homem possa presidir, ele será, se souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, um bom
presidente, quer tenha a direcção de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é
também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquides, não desprezeis
homens hábeis em administrar seus haveres…”.
Para Sócrates a Administração é uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da
experiência.
Ele defendia a que “a administração deve ser vista como uma habilidade pessoal, separada do
conhecimento técnico e da experiência”.

Platão (429 a.C. - 347 a.C) Também filósofo grego, discípulo de Sócrates, preocupou-se
profundamente com os problemas políticos inerentes ao desenvolvimento social e cultural do
povo grego.
Em sua obra, A República, expõe o seu ponto de vista sobre a forma democrática de governo e
de administração dos negócios públicos (CHIAVENATO, 2000)
Em análise aos problemas decorrentes do desenvolvimento social e cultural, defendia a
administração democrática de governo como adequada para os negócios públicos.

Um dos defensores de métodos, afirma que o verdadeiro conhecimento vinha de especulação


conceitual encontra-se nas ideias e formas

Aristóteles (384-322 a.C.), também filósofo grego, discípulo de Platão, do qual bastante
divergiu, deu enorme impulso à Filosofia principalmente à Cosmologia, Nosologia, Metafísica,

9
Ciências Naturais, abrindo as perspectivas do conhecimento humano na sua época. Foi o criador
da Lógica. Em sua obra a Política, estuda a organização do Estado e aponta 3 formas de se
administração pública:

 Monarquia ou governo de um só;


 Aristocracia ou governo de uma elite;
 Democracia ou governo do povo
Entendia que o conhecimento começa com o estudo da realidade

ROMA - 175 a.C - descrição de funções


Começo do Império Romano (12 séculos); os embriões das instituições administrativas
modernas; o Exército Romano, o modelo para os séculos seguintes.

Dos romanos, herdamos os princípios do sistema semi-industrial de produção, o sistema de


manufatura armamentista, a produção de cerâmica para o mercado mundial, a indústria têxtil
para exportação, a criação do sistema rodoviário para distribuição de bens. Destacaram-se como
grandes administradores, tendo relevante papel nas áreas de direito, administração e estratégias
de guerra.

O Império Romano e a Igreja Católica são exemplos de administração e competência desse povo.
O Estado romano regulava todos os aspectos da vida econômica: determinava as tarefas
comerciais, armazenagem, regulava corporações e usava estes rendimentos para a guerra. Era um
Estado autoritário e partia de dois conceitos fundamentais: disciplina e funcionalidade; por isso,
a grande contribuição romana está afeta às leis, a ação governamental, manifesta no conceito de
ordem.

Princípios:

 Dividir para governar;


 O império foi dividido em quatro grandes regiões;
 Estas dividiam em 13 dioceses – administrados por vigários – que se dividiam em 101
províncias - com governadores.

Os romanos deixaram legados tais como administração pública, autoridades dos magistrados,
hierarquia e o senado.

10
Administração financeira:

 Principais fontes de receitas do Estado - tributos cobrados nas cidades conquistadas por
Roma;
 Os habitantes pagam um tributo sobre as propriedades e um imposto individual;
 Surgimento dos colectores – a colecta dos tributos era terceirizada na forma de
arrendamento - colector paga dividendos ao Estado;
 Criação de grandes empresas sob a forma de sociedade de acção – para a colecta dos
impostos;
 Direito Romano conferiu `a propriedade privada sua identidade formal aos proprietários.
O código do direito romano ainda é modelo para todas as civilizações.
 Surgimento da propriedade privada.

PERIODO MEDIAVAL/ IDADE MÉDIA FINS DO SECULO XV

Do século XVI até meados do século XVIII, o mundo era essencialmente agrícola; a economia se
resumia ao cultivo do solo e à produção de alimentos para consumo próprio e familiar. Em plena
Idade Média, e os proprietários de terras, em geral religiosos ou políticos, contavam para o
cultivo, plantio e sustento de suas propriedades com a mão de obra barata e escrava do povo.

A actividade industrial era incipiente; restringia-se apenas a alguns poucos e rebeldes artesãos,
que fugiam das propriedades e do domínio dos senhores feudais para exercer uma actividade
econômica independente.

Esses artesãos se reuniam em locais fora das propriedades feudais, nos quais montavam o seu
próprio negócio, criavam família e comercializavam sua mercadoria. Esses aglomerados de
“incorformados” foram despontando e crescendo rapidamente, ficando conhecidos como
“cidades”. Esse crescimento foi incentivado pelo crescimento da actividade econômica e pelo
declínio do poder feudal do século XVII.

SISTEMA FABRIL

A organização industrial das “cidades” consistia, inicialmente, de um sistema domiciliar. O


trabalho era feito na casa de cada trabalhador, em áreas rurais, e entregue a um comerciante
independente que cuidava da sua comercialização.

11
A acção de comercialização por alguém não pertencente ao núcleo de produção gerou os
princípios da intermediação. Esse comerciante, desde logo, aprendeu que não precisava produzir;
ele ganharia muito mais desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas e habilidades para vender um
produto, ao invés de fabricá-lo. Para isso, ele teria que encomendar o produto a um “mestre”
(artesão que detinha a habilidade maior na fabricação) e responsabilizar-se pela sua venda.

Ao mestre cabia a tarefa de aglutinar outros artesãos para a tarefa encomendada, dividindo e
organizando o trabalho, determinando as diretrizes da produção e remunerando-os por peça
trabalhada. O trabalho era feito nas próprias casas dos artesãos colaboradores do mestre.
Posteriormente, o mestre descobriu que era mais eficaz levar os artesãos para trabalhar em sua
própria casa, o que facilitaria a organização e o controle do trabalho. Esse modelo de actividade
econômica contribuiu significativamente para o surgimento do sistema fabril, redirecionando o
domínio da terra para o detentor do capital.

Organização do trabalho

 Produção artesanal (mestres e aprendizes “familiar”)


 Cidades medievais = centros de produção;
 Extensão das práticas romanas, era marcada pela existência de associações de
artesãos ou empresários - Guildas, grupo de artesão que se uniam para lutar por
seus direitos
 Controlavam a produção e distribuição de bens
 Protegiam os produtores da concorrência por meio de práticas justas;
 As empresas tinham estruturas hierárquicas
 Processos decisório colectivo com participação dos funcionários
 Regulamentação dos trabalhos

Na idade média as corporações de ofício eram estruturadas em três categorias profissionais:

 Mestre,
 Companheiro e
 Aprendiz
Eventos que marcaram essa fase:

12
 A organização do estado Inglês
 Organização dos Estados Unidos
 A revolução francesa (1789)

Esta última, que pela Assembleia Nacional da Declaração dos Direitos do Homem, que
democratizou as oportunidades de emprego, tanto para o sector público como para o sector
privado, dando início á era da competição pelo mérito para o trabalho.

No século XVI – EXPANSÃO EUROPEIA

 Descoberta das rotas marítimas e expansão económica


 Aumento da demanda de encomendas e consequentemente aumento de serviço
 Surgimento das sociedades anónimas

RENASCIMENTO

O mercantilismo ou capitalismo mercantil

 Nascimento da burguesia e com ela o surgimento de famílias de comerciantes e


banqueiros;
 Surgimento dos intermediários e agenciadores da matéria-prima e mão-de-obra;
 Negócios tornam-se redes, que faziam o comércio de bens em larga escala
 Processo de tomada de decisão se tornou centralizado.

Contribuições

VENEZA

 Sociedade de famílias para constituir empresas – utilização de contratos socais de


duração limitada – fretamento de navios para o comércio internacional.
 Entrega de mercadorias em consignação para distribuidores, que recebiam pagamentos de
comissão sobre vendas
 Uso de livros de contabilidade
 Sistema de linha de montagem para as embarcações
 Dispositivos dos armazéns de peças ao longo do canal
 Oficinas de montagem especializadas em partes peças padronizadas – serviam em outros
navios.
 Embarcações com projectos básicos

13
 Remunerações de horas extras
 Supervisão focando na qualidade, horas trabalhadas e na disciplina
 Desempenho no sistema de mérito - aumentos salariais

Influência dos filósofos modernos das ciências na Administração- Outros filósofos deixaram
importantes contribuições para a formação do pensamento administrativo:

Após o Renascimento, os filósofos europeus começaram a ser destaque no mundo científico.

Nicolau Maquiavel (1469 – 1527)


- historiador e filósofo político italiano, seu livro mais famoso, O Príncipe (escrito em 1513 e
publicado em 1532) refere-se à forma de como um governante deve se comportar. Segundo
Maximiano (2000, p.146), Maquiavel pode ser entendido “como um analista do poder e do
comportamento dos dirigentes em organizações complexas”. Certos princípios simplificados que
sofreram popularização estão associados a Maquiavel (observa-se o adjectivo maquiavélico): 
 “Se tiver que fazer o mal, o príncipe deve fazê-lo de uma só vez. O bem deve fazê-lo aos
poucos”. 
 “O príncipe terá uma só palavra. No entanto, deverá mudá-la sempre que for necessário”.
  “O príncipe deve preferir ser temido do que amado.”

Francis Bacon (1561 – 1626 )

- filósofo e estadista inglês, criador da Lógica Moderna, baseada no método experimental e


indutivo. Mostra a preocupação prática de se separar experimentalmente o que é essencial do que
é acidental ou acessório. Ele antecipou-se ao princípio conhecido em Administração como da
prevalência do principal sobre o acessório. CHIAVENATO, 2000)

René Descartes (1596-1650)


- um filósofo, matemático e físico francês, considerado o fundador da filosofia moderna e das
coordenadas cartesianas. Em seu livro O Discurso do Método, qual descreve os preceitos do seu
método filosófico, hoje denominado o método cartesiano, que serviu de fundamento para a
tradição científica do ocidente. Descreve seu método filosófico denominado método
cartesiano, cujos princípios são:

14
1) Princípio da dúvida sistemática ou da evidência: Consiste em não aceitar como
verdadeira alguma coisa alguma enquanto não se souber com evidência aquilo que é
realmente verdadeiro.
2) Princípio da Analise ou Decomposição: Consiste em dividir e decompor cada
dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e necessárias á sua
adequação e solução e resolve-las cada uma separadamente
3) Princípio da Síntese ou da Composição: Consiste em conduzir ordenadamente nossos
pensamentos e nossos pensamentos e nosso raciocínio, começando pelos objectivos e
assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passarmos gradativamente aos mais
difíceis.
4) Princípio da Enumeração ou da Verificação: Consiste em fazer recontagens,
verificações e revisões tão gerais que se fique seguro de nada haver omitido ou deixado á
parte.

Veremos mais tarde que vários princípios da moderna administração, como os da divisão do
trabalho, da ordem, do controle etc. estão basicamente contidos nos princípios cartesianos
(CHIAVENATO, 2000)

O método cartesiano teve profunda influência na Administração do século XX.

Com o surgimento da Filosofia Moderna, deixa a Administração de receber contribuições e


influências, uma vez que o campo de estudo filosófico afasta-se enormemente dos problemas
organizacionais.

Thomas Hobbes (1588 – 1679)


- filósofo e teórico político inglês, segundo o qual o homem primitivo era um ser anti-social por
definição, atirando-se uns contra os outros pelo desejo de poder, riquezas e propriedades – “o
homem é o lobo do próprio homem”. O Estado surge como a resultante da questão, que, de
forma absoluta, impõe a ordem e organiza a vida social. 
Desenvolveu a teoria da origem contratualista do Estado, segundo o qual o homem primitivo,
vivendo em estado selvagem, passou lentamente à vida social, através de um pacto entre todos. O
homem primitivo era um ser anti-social por definição, vivendo em guerra permanente com o

15
próximo. O Estado viria a ser, portanto, a inevitável resultante da questão, impondo a ordem e
organizando a vida social, qual um Leviatã.
Em seu livro Leviatã, assinala que o povo renuncia aos seus direitos naturais em favor de um
governo que, investido de poder a ele conferido, impõe a ordem, organiza a vida social e garante
a paz.

Jean-Jacques Rosseau (1712 – 1778) –


filósofo francês, desenvolve a Teoria do Contrato Social que é um acordo entre os membros de
uma sociedade pela qual reconhecem a autoridade legal de um regime político, governante ou de
um conjunto de regras. Desenvolve a teria do Contrato Social: o Estado surge de um acordo de
vontades. Rousseau assevera que o homem é por natureza bom e afável e a vida em sociedade o
deturpa.

Kal Marx (1818-1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820-1895) –


Propõem uma teoria da origem económica do Estado. O surgimento do poder político e do
Estado nada mais é do que o fruto da dominação económica do homem pelo homem. Chiavenato
(2000) escreve que, de acordo com Marx e Engels a dominação económica do homem pelo
homem é a geradora do poder político do Estado, que vem a ser uma ordem coactiva imposta por
uma classe social exploradora. No Manifesto Comunista, afirmam que a história da humanidade
é uma luta de classes. Homens livrem e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e
artesãos, em uma palavra exploradores e explorados. (CHIAVENATO, 2000)
Em uma época em que a administração não era conhecida, esses filósofos já conseguiram criar o
que hoje é considerado as bases da administração moderna. (CHIAVENATO, 2000)

DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA E MILITAR

Igreja Catolica

Através dos séculos, as normas administrativas e princípios de organização pública foram-se


transferindo das instituições dos Estados para as instituições da nascente Igreja Católica e para as
organizações militares.

16
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, sua hierarquia de
autoridade, seu estado-maior (assessoria) e sua coordenação funcional. Hoje a Igreja tem uma
organização hierárquica tão simples e eficiente que a sua enorme organização mundial pode
operar satisfatoriamente sob o comando de uma só cabeça executiva.

A Igreja católica tem sua organização herdada do Império Romano (Deocleciano – 284 d.C),
com uma doutrina centralizada, porém com actividades e administração descentralizada. Ao
longo do tempo, a Igreja Católica estruturou sua organização em uma hierarquia de autoridade,
estado-maior (assessoria) e coordenação funcional para assegurar integração. A organização
hierárquica da Igreja é simples e eficiente e sua organização mundial pode operar sob o comando
de uma só cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe foi delegada por uma
divina superior.

A organização eclesiástica serviu de modelo para as organizações ávidas de experiências bem-


sucedidas que passaram a incorporar os princípios utilizados pela Igreja Católica. Exemplos da
utilização de princípios como liderança, divisão do trabalho, amplitude administrativa, avaliação
do desempenho, podem ser encontrados na História da Igreja Católica.

 Organização: Hierarquia de autoridade (Papa),


 Estado-maior (assessoria),
 Coordenação Funcional: Bispo – Vaticano, Padres – Diocese, Diáconos – Paróquia, Fiéis;
 Princípio da Direção;
 Minucioso planeamento

A estrutura da organização eclesiástica, devido às suas experiências bem-sucedidas, tornou-se


modelo para outras organizações, com inspiração no modelo de ordem e disciplina.

De qualquer forma, a estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para muitas


organizações que, ávidas de experiências bem-sucedidas, passaram a incorporar uma infinidade
de princípios e normas administrativas utilizadas na Igreja Católica.

17
INFLUENCIA DA ORGANIZAÇÃO MILITAR

A organização militar tem influenciado enormemente o desenvolvimento das teorias da


administração ao longo do tempo. O legado das organizações militares pode ser observado nos
seguintes princípios:

 A organização linear, por exemplo, tem suas origens na organização militar dos exércitos
da antiguidade e da Época Medieval, deve-se ao facto de que, entre o superior e os
subordinados, existe linhas directas e únicas de autoridades e de responsabilidade

 O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior)
– fundamental para a função de direcção.
 A escala hierárquica, ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o grau de
autoridade e responsabilidade correspondente é tipicamente um aspecto da organização
militar utilizado em outras organizações. com graus de autoridade e de responsabilidade
(delegação); – os vários níveis hierárquicos de comando com autoridade e
responsabilidade.

 O princípio da direcção, através do qual todo soldado deve saber perfeitamente o que se
espera dele e aquilo que ele deve fazer. (entender os objectivos) – Napoleão.

O conceito de hierarquia dentro do exército é provavelmente tão antigo quanto a própria guerra,
pois a necessidade de um estado estado-maior sempre existiu para o exército. Todavia, o estado-
maior formal como um quartel-general somente apareceu em 1665 com a Marca de
Brandenburgo, precursor do exército prussiano.

Prússia, com o Imperador Frederico II, o Grande (1712-1786) - ocorreu:


A evolução do princípio de assessoria e a formação de um estado-maior geral;

A organização Staff – Linha – que tinha que para aumentar a eficiência do seu exército, criou
um estado-maior (Staff) para assessorar o comando militar (Linha).

18
Estado-maior: staff (planeamento) e linha (operações de guerra)

Centralização do comando e descentralização da execução;

Mesmo Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem
explicar o seu objectivo e certificar-se de que haviam compreendido correctamente, pois estava
convencido de que a obediência cega jamais leva a uma execução inteligente de qualquer coisa.

No início do século XIX, Carl von Clausewitz (1780-1831), general prussiano, escreveu um
Tratado sobre a Guerra e os Princípios de Guerra, sugerindo como administrar os exércitos em
períodos de guerra. Foi o grande inspirador de muitos teóricos da Administração que
posteriormente se basearam na organização e estratégia militares para adaptá-las à organização e
estratégia industriais.

Karl Von Clausewitz – pai do pensamento estratégico; “a guerra é a continuação da política por
outros meios”; decisões baseadas em probabilidades e não apenas na lógica - considerava a
disciplina como um requisito básico para uma boa organização. Para ele, toda organização requer
um cuidadoso planeamento, no qual as decisões devem ser científicas e não simplesmente
intuitivas. As decisões devem basear-se na probabilidade e não apenas na necessidade lógica. O
administrador deve aceitar a incerteza e planear de maneira a poder minimizar essa incerteza.

Há 2.500 anos, Sun Tzu, general e filósofo chinês, escreveu um livro sobre a arte da guerra no
qual trata da preparação dos planos, da guerra, da espada, das manobras, das tácticas, do exército
em marcha, do terreno, dos pontos fortes e fracos do inimigo e da organização do exército.

Quando o volume de operações militares aumentou, cresceu a necessidade de delegar


autoridade para níveis mais baixo da organização militar.

O planeamento e controle centralizados e as operações descentralizadas

O comando das operações exigiu centralização do comando e descentralização da execução.

A disciplina é o requisito básico da organização militar

19
SECULO XVIII, INGLATERRA : ERA INDUSTRIAL (Administracao ainda era
empírica)

Influência da Revolução Industrial

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Com a invenção da máquina a vapor por James watt (1736 – 1819) e sua aplicação na produção,
surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e
comercial da época, e provocou a Revolução Industrial, com transformações de ordem
económica, política e social, que no um lapso de um século, foram maiores do que as mudanças
ocorridas em todo o milénio anterior.

 O rápido e intenso fenómeno da maquinizarão das oficinas provocou fusões de pequenas


oficinas, que passaram a integrar outras maiores e que aos poucos, foram crescendo e
transformando em fábricas.

20
 O operário foi substituído pela máquina nas tarefas em que se podia automatizar e
acelerar pela repetição.

 A mecanização do trabalho levou á divisão do trabalho e á simplificação das operações,


substituindo os ofícios tradicionais por tarefas semi-automatizadas e repetitivas.

 A unidade doméstica de produção desapareceu com a súbita e violenta competição,


surgindo um enorme contingente de operários nas fábricas trabalhando juntos durantes
jornadas diárias de trabalho que se estendiam por 12 ou 13 horas em condições perigosas
e insalubres.

 O crescimento industrial era improvisado e baseado no empirismo.

 Ao mesmo tempo em que intensa migração de mão-de-obra se deslocava dos campos


agrícolas para os centros industriais, surge um surto acelerado e desorganizado
de urbanização.

 Ao mesmo tempo em que o capitalismo se solidifica, cresce o tamanho de uma nova


classe social: o proletariado.

 As tensões entre a classe operária e os proprietários de indústria não tardam a aparecer.


Com a nova tecnologia dos processos de produção, de construção e funcionamento das
máquinas, com a crescente legislação destinada a defender e proteger a saúde e a integridade
física do trabalhador, a administração e a gerência das empresas industrial passaram a ser a
preocupação maior dos proprietários.

A prática foi lentamente ajudando a seleccionar ideias e métodos empíricos.

O desafio agora era dirigir batalhões de operários da nova classe proletária. A preocupação dos
empresários se fixava na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção, com o
objectivo de produzir quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo.

21
A gestão do pessoal e a coordenação do esforço produtivo eram aspectos de pouca ou nenhuma
importância.
Assim a Revolução Industrial, embora tenha provocado uma profunda modificação na estrutura
empresarial da época, não chegou a influenciar directamente os princípios de administração das
empresas então utilizadas.
Os dirigentes de empresas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de
uma economia em rápida expansão. Alguns empresários baseavam suas decisões tendo por
modelos as organizações militares ou eclesiásticas nos séculos anteriores.

ASPECTOS LIGADOS À ADMINISTRAÇÃO

 A Revolução Industrial teve início na Inglaterra e é dividida em duas épocas distintas:

 Primeira Fase da Revolução Industrial: (1780 a 1860) – Revolução do Carvão e do


Ferro, e (Inglaterra), passou por quatro fases:
Mecanização da indústria e da agricultura - A máquina de fiar, o tear hidráulico, o tear
mecânico e o descaroçador de algodão substituíram o trabalho muscular do homem, do animal
ou da roda da água.

Eram máquinas enormes com incrível superioridade sobre os processos manuais de produção da
época. O descaroçador de algodão fazia mil fibras de algodão no mesmo tempo em que um
escravo conseguia cinco libras. (Ex: máquina de fiar, do tear hidráulico, do tear mecânico e do
descaroçador de algodão).

Aplicação da força motriz à indústria -  A aplicação do vapor às máquinas transforma as


oficinas em fábricas.

Desenvolvimento do sistema fabril - O artesão e sua pequena oficina patronal cederam lugar ao
operário e às fábricas e usinas baseadas na divisão do trabalho.

Massas humanas migram das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provocando a
urbanização.

Surgem as fábricas e os operários (em lugar do artesão e sua oficina).

22
Espectacular aceleramento dos transportes e das comunicações -  Navegação a vapor,
estradas de ferro, e novos meios de transporte e de comunicação, surgem com impressionante
rapidez.

Samuel Morse inventa o telégrafo (1835), Graham Bell o telefone (1876), Daimler e Benz
constroem o primeiro automóvel, Santos Dumont voa em Paris com o 14 Bis.

Surgem as grandes transformações

A Segunda Fase da Revolução Industrial – (1860 a 1914) – Revolução do Aço e da


Electricidade (Alemanha, Franca, Rússia e Itália)

Começa em torno de 1860, provocada por três eventos: 

 O processo de fabricação do aço (1856),


 O dínamo (1873) e,
 O motor de combustão interna (1873).

As características da Segunda Revolução industrial são:

 Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.


 Substituição do vapor pela electricidade e petróleo como fonte de energia.
 Desenvolvimento de máquinas automáticas e especialização do operário.
 Crescente domínio da indústria pela ciência.

Transformação nos transportes e nas comunicações. As vias férreas são ampliadas.

 Em 1880, Daimler e Benz produzem automóveis.


 Dunlop aperfeiçoa o pneumático e,
 Henry Ford produz o modelo “T” em 1908.
 Em 1906, Santos Dumont faz sua experiência com o avião.

Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista. O capitalismo industrial cedeu


lugar ao capitalismo financeiro, que tem quatro características principais:

23
o Dominação da indústria por inversões de bancos e instituições financeiras,
como na formação da Unirted States Steel Corporation, em 1901, pela J.P.
Morgan & Co.
o Acumulação de capital, fusões de empresas e formação de trustes.
o Separação entre a propriedade particular e a direcção das empresas.
o Aparecimento das holding companies para integrar os negócios.

O aparecimento das fábricas e indústrias

O artesanato – em que os operários se organizavam em corporações de ofício regidas por


estatutos – foi substituído pela produção por meio de máquinas dentro das fábricas. Ocorreu uma
transformação provocada por dois aspectos:

1. Transferência da habilidade do artesão para a máquina, que produz custos de


produção.
2. Substituição da força do animal ou músculo humano pela máquina a vapor e depois
pelo motor, permitindo maior produção e economia.

A organização moderna nasceu com a Revolução Industrial devido:

 À ruptura das estruturas corporativas da idade média;


 Ao avanço tecnológico e à aplicação dos progressos científicos à produção, à descoberta
de novas formas de energia e à enorme ampliação de mercados.
 À substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção.
 Novas formas de organização capitalista.
 Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente.

CONTRIBUIÇÃO DOS ECONOMISTAS LIBERAIS


A partir do século XVII desenvolveu-se uma variedade de teorias económicas centradas na
explicação dos fenómenos empresariais (microeconómicos) e baseados em dados empíricos na
experiência quotidiana e em tradições do comércio da época.

24
Ao término do século XVIII, os economistas clássicos liberais conseguem aceitação de suas
teorias.

As ideais liberais decorrem do direito natural: a ordem natural é a ordem mais perfeita. Os
direitos económicos humanos são inalienáveis e existe uma harmonia pré-estabelecida em toda a
colectividade de indivíduos.
Segundo o liberalismo, a vida económica deve afastar-se da influência estatal, pois o trabalho
segue os princípios económicos e a mão-de-obra está sujeita ás mesmas leis da economia que
regem o mercado de matérias-primas ou comércio internacional.
A livre concorrência é o postulado principal do liberalismo económico.

Os ideais básicos dos economistas clássicos liberais constituem os germes iniciais do


pensamento administrativo de nossos dias. Os principais economistas liberais são:

Adam Smith  (1723 – 1790) - Filósofo e economista escocês, considerado como criador da
Escola Clássica da Economia, em 1776 publica a sua obra “Uma investigação sobre a natureza e
as causas da riqueza das nações”, mais conhecido como A Riqueza das Nações, já abordava o
princípio da especialização dos operários e o princípio da divisão do trabalho em uma
manufactura de agulhas para destacar a necessidade da racionalização da produção. É o fundador
da economia clássica, cuja ideia central é a competição

Conforme Chiavenato (2000), para Adam Smith, a origem da riqueza das nações reside na
divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e
movimentos, pensamento que, mais tarde, Frederick Winslow Taylor e o casal Frank e Lilian
Gilbreth viriam a desenvolver, fundamentando a Administração Científica. 

Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento anual da
sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente não tem intenção de promover o
interesse público, nem sabe o quanto o promove.
Ao preferir dar sustento mais à actividade doméstica que à exterior, ele tem em vista apenas sua
própria segurança; e, ao dirigir essa actividade de maneira que sua produção seja de maior valor
possível, ele tem em vista apenas seu próprio lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é

25
guiado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte de sua intenção. E o facto
de este fim não fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar seu
próprio interesse, frequentemente ele promove o da sociedade de maneira mais eficiente do que
quando realmente tem a intenção de promovê-lo. (“Adam Smith, A Riqueza das Nações, Livro
IV, capítulo 2”)

Adam Smith reforçou bastante a importância do planeamento e da organização dentro das


funções da Administração

James Mill (1773-1836)


Filósofo e economista britânico publicou o livro o “Princípios de Economia Política” publicado
em 1826, uma série de medidas relacionadas com os estudos de tempos e movimentos como
meio de obter incremento da produção nas indústrias da época. Estabelece medidas para tempos
e movimentos a fim de obter o aumento da produção; apresenta um conceito de controle com o
objectivo de evitar furtos nas empresas. Acrescenta duas qualidades importantes, a fidelidade e
o zelo. 
Samuel P. Newman – destaca que o administrador deve ser uma combinação de várias
qualidades dificilmente encontradas em uma única pessoa. As funções da administração,
segundo ele, são:
1. Planeamento
2. Arranjo
3. Condução de diferentes processos de produção

David Ricardo (1772 – 1823)


Economista britânico, em sua obra “Princípios de Economia Política e Tributação”, publicada em
1817, tratava de teorias cujas bases residiam nos seus estudos sobre a distribuição da riqueza a
longo prazo, no qual aborda trabalho, capital, salário, renda, produção, preços e mercados.
Segundo David Ricardo o crescimento da população tenderia a provocar a escassez de terras
produtivas.
Tal Como Adam Smith, Ricardo admitia que a qualidade do trabalho contribuía para o valor de
um bem. O trabalho era visto como uma mercadoria.

26
Uma importante contribuição sua foi o princípio dos rendimentos decrescentes, devido à renda
das terras. Tentou deduzir uma teoria do valor a partir da aplicação do trabalho.
Ricardo tornou-se o clássico por excelência da Economia, apesar de se inspirar em grande parte
da sua análise na obra de Adam Smith acabou por criticá-lo. Alterou o conceito de valor de uso
de Adam Smith definindo-o como a Utilidade, ou seja, a capacidade do produto satisfazer as
nossas necessidades. Como contribuições para a formação do pensamento administrativo,
resumidamente, é possível destacar: suas posições a respeito do custo do trabalho e sobre os
preços e mercados.

Karl Mark (1818 – 1883) e Friedrich Engel (1820 – 1896), criadores do socialismo científico e
do materialismo histórico, publicam e, 1848 o manifesto Comunista, no qual analisam os regimes
económicos e sociais e a sociedade capitalista.

O socialismo e o sindicalismo obrigam o capitalismo do início do século XX a enveredar pelo


aperfeiçoamento dos factores de produção envolvidos e sua adequada remuneração. Nessa
situação, surgem os primeiros esforços nas empresas capitalistas para implantar métodos e
processos de racionalização do trabalho, cujo estudo metódico coincide com o início do século
XX.

INFLUÊNCIA DOS PIONEIROS E EMPREENDEDORES

O século XIX assistiu a um monumental desfile de inovações e mudanças no cenário


empresarial. O mundo estava mudando. E as empresas também. As condições para o
aparecimento da teoria administrativa estavam se consolidando.

Em torno de 1820, o maior negócio empresarial privado eram as estradas de ferro, que
impulsionaram as acções de investimentos e o ramo de seguros, e também provocaram o
fenómeno da urbanização, o qual criou necessidades de habitação, alimentação, roupa, luz e
aquecimento e o crescimento de empresas focadas n consumo.

Em 1871, a Inglaterra era a maior potência económica mundial. Os “criadores de impérios”


integravam concorrentes, fornecedores e distribuidores e, junto com as empresas e instalações,
vinham também os antigos donos e empregados.

27
Surgiram os primitivos impérios industriais que se tornaram grandes demais para serem dirigidos
pelos pequenos grupos familiares. Logo apareceram os gerentes profissionais, os primeiros
organizadores preocupados mais com a fabrica do que com as vendas ou compras.

Na década de 1880, surgem empresas com organizações próprias de vendas e vendedores


treinados, dando inicio ao “marketing” de hoje, com a organização do tipo funcional que seria
adoptada pelas demais empresas, a saber:

 Departamento de produção para cuidar da manufactura de fábrica isoladas.


 Departamento de vendas e escritórios distritais com vendedores.
 Departamento técnico de engenharia para desenvolver produtos.
 Departamento financeiro.

No início do século XX, grandes corporações sucumbiram financeiramente. Dirigir grandes


empresas deixou de ser uma habilidade pessoal. Estavam criadas as condições para o
aparecimento dos organizadores que substituiriam os capitães das indústrias – pioneiros e
empreendedores. Chegou à era da competição e da concorrência como decorrência de factores
como:

 Desenvolvimento tecnológico.
 Livre comércio
 Mudança dos mercados vendedores para mercados compradores
 Aumento da capacidade de investimento de capital
 Rapidez do ritmo de mudança tecnológica que reduz custos de produção
 Crescimento dos negócios.

Todos esses factores iriam completar as condições propícias para a busca de bases científicas
para a melhoria da prática empresarial e para a melhoria da prática empresarial e para o
surgimento da teoria administrativa. (CHIAVENATO, 2000).

Campo de actuação do profissional de administração

28
O actual momento histórico é único. Esta é a última geração da chamada sociedade industrial e
que já pertence a uma nova sociedade, a da tecnologia da informação, cujo escritor Alvin
Toffler denominou de “Terceira Onda”.

Dentro deste contexto de transição, falar sobre as perspectivas profissionais aos egressos dos
cursos de Administração é algo estimulante, porque leva a reflectir sobre os diversos cenários
dentro desta nova economia e também sobre o papel que os administradores devem
desempenhar.

Por seu tamanho e pela complexidade de suas operações, as organizações, ao atingirem um certo
porte, precisam ser administradas e a sua administração  requer todo um aparato de pessoas
estratificadas em diversos níveis hierárquicos que se ocupam de incumbências diferentes.
A Administração revela-se nos dias de hoje como uma área do conhecimento humano
impregnada de complexidades e desafio.

O profissional que utiliza a Administração como meio de vida pode trabalhar nos mais variados
níveis de uma organização: desde o nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de
dirigente máximo da organização.

Pode trabalhar nas diversas especializações da Administração: seja a Administração da


Produção, ou da Administração Financeira, ou da Administração de Recursos Humanos,  ou
da Administração Mercadológica, ou ainda da Administração Geral.

Em cada nível e em cada especialização da Administração, as situações são muito diversificadas


e diferenciadas. Em cada organização, o administrador soluciona problemas, dimensiona
recursos, planeja suas aplicações, desenvolve estratégias, efectua diagnósticos de situações etc.,
exclusivos daquela organização. (CHIAVENATO, 2000)

Requisitos que o mercado exige do profissional de administração


A tarefa administrativa nas próximas décadas será incerta e desafiadora. Mesmo que o executivo
tenha profundos conhecimentos de Administração e apresente um invejável currículo

29
profissional, ele não é julgado pelo que sabe a respeito das funções que exerce em sua
especialidade, mas principalmente pela maneira como realizar seu trabalho e pelos resultados
que consegue obter dos recursos disponíveis. Ele não é apenas analisado pelas organizações por
seus conhecimentos tecnológicos de Administração, mas, principalmente, por seu modo de agir,
suas atitudes, personalidades e filosofia de trabalho.
A partir do Séc. XX poderemos verificar no pensamento de Peter Drucker a crescente
preocupação com as novas formas de actuação do administrador enquanto individuo e da
administração enquanto prática para que tal indivíduo alcance e desenvolva a felicidade, zelo,
controle do trabalho, utilidade do valor, a ordem, a organização, e outros aspectos já
evidenciados pelos filósofos clássicos diante de um mundo tão complexo como o que
vivenciamos hoje, chamado de mundo globalizado.

Perspetivas futuras da administração

Segundo Chiavenato (2003), Cada Época desenvolve formas organizacionais em função das
suas características e exigências. A organização burocrática servirá de trampolim para novos
modelos organizacionais.
Assim, os seguintes aspectos irão contribuir para a emergência de futuros sistemas
organizacionais:
1) Mudanças rápidas e inesperadas no campo do conhecimento e explosão populacional
impõem novas necessidades que as organizações não têm condições de atender;

2) Crescimento e expansão das organizações quê se tornam complexas e globalizadas;

3) Pessoas de competências diversas e especializadas para fazer face as mudanças;

4) Taxas elevadas de inflação : a inflação exigirá maior eficiência da administração para que
possam obter melhores resultados;

30
5) Globalização da economia e internacionalização dos negócios : a globalização e o
intercâmbio fazem com que a competição se torne mundial;

6) Visibilidade maior das organizações: quando as organizações crescem, tornam-se


competitivas e sofisticadas e aumentam a sua influência, chamam a atenção do ambiente
e do público

A partir da segunda metade do século XIX, o liberalismo económico perde influência


enquanto o capitalismo cresce surpreendentemente, aparecendo assim, o “novo capitalismo”,
em produções em larga escala de maquinarias e mão –de- obra, criando problemas de
organização de trabalho, concorrência económica , padrão de vida, entre outros. Karl Marx e
Friedrich Engles, concluíram na obra “Manifesto Comunista”, que a luta de classes é o
motor da história, e que o capitalismo, é um modo de produção transitório e sujeito `a
crises económicas cíclicas devido a suas contradições internas e constitui uma etapa do
desenvolvimento da sociedade em direcção ao modo de produção socialista e ao
comunismo. O socialismo e o sindicalismo obrigam o capitalismo a aperfeiçoar todos os factores
de produção envolvidos e sua adequada remuneração. Desta forma, surgem os primeiros esforços
no sentido de racionalização do trabalho como um todo.

No século XIX, inúmeras mudanças e inovações ocorreram no cenário empresarial, consolidando


condições necessárias para o surgimento da “Teoria Administrativa”. As ferrovias nos Estados
Unidos permitiram o desbravamento do território provocando o aumento da urbanização, e assim
as novas necessidades como habitação, alimentação, roupa, luz e aquecimento, o que fez
aumentar as empresas de consumo direto. Grande parte eram empresas de família onde um
membro exercia inúmeras funções. Logo após, surgem os gerentes profissionais, os primeiros
organizadores que se preocupavam mais com a fábrica do que com as vendas. Na década de
1880, que surgem as organizações próprias de vendas (marketing) assumindo a organização do

31
tipo funcional, onde se preocupam com os meios de redução de custos. Entre 1880 e 1890, os
meios para redução de custos diminuíram e as empresas passaram a procurar novos mercados
através da diversificação de produtos. Com a queda da velha estrutura funcional, surge a
“empresa integrada e multidepartamental”, aparecem as holding’s(alianças e sociedades) e o
mercado de distribuições se torna mais acessível ao cliente final. Em seguida inúmeras fusões
ocorreram como meio de utilização racional das fábricas e redução de preços. Devido a essas
fusões, começaram a aparecer os primeiros oligopólio

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Porque estudamos às teorias da administração

Teoria “é um conjunto coerente de pressupostos elaborados para explicar as relações entre dois
ou mais factos observáveis e prover uma base sólida para prever eventos futuros.”
(Freeman,1999:22).

Teorias administrativas são conhecimentos organizados e produzidos pela experiência prática


das organizações e são fundamentadas como um conjunto de afirmações e regras, feitas para
formatar o que se verifica como realidade.” (Maximiano,2007)

Segundo Freeman (1999:22), estudam-se as teorias pois:


 Guiam as decisões da Administração: permite-nos prever o que acontecerá sob certas
situações e podemos aplicar diferentes teorias da administração a diferentes situações;

 Dão forma a nossa visão das organizações: mostra-nos de onde retiramos algumas das
nossas ideias sobre as organizações sobre as pessoas que participam nelas;

32
 Conscientizam o ambiente Empresarial: o conhecimento das teorias irá ajudar-nos a
compreender porque estas são apropriadas a diferentes circunstâncias;

 São uma fonte de novas ideias: dão-nos a chance de assumir um ponto de vista
diferente com relação ao quotidiano. Por outro lado, permitem perceber que, não há
nenhuma teoria geral unificando ou dominando o campo de conhecimentos obre
Administração

ABORDAGEM CLÁSSICADA ADMINISTRAÇÃO (1900)


No início do século XX dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos pioneiros a
respeito da administração.
De acordo com Chiavenato (2003), a abordagem clássica se divide em:
Escola Administração Científica com o americano Frederick Winslow Taylor (Ênfase nas
Tarefas e tinha como objectivo: Aumentar a eficiência, da empresa por meio do aumento de
eficiência ao nível operacional), preocupada em aumentar a eficiência da indústria por meio
da racionalização do trabalho do operário
e;
 Teoria Clássica com o europeu Henry Fayol (Ênfase na Estrutura e tinha como
objectivo: Aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos
componentes da organização e das suas inter-relações estruturais), preocupada em
aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de
princípios gerais da administração em bases científicas.

Apesar de estes nunca terem se comunicado e tenham partido de pontos diferentes e mesmo
opostos, o certo é que suas ideias constituem a chamada abordagem clássica da administração,
cujos postulados dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no panorama
administrativo das organizações.

ABORDAGEM HUMANISTICADA ADMINISTRAÇÃO

33
Com esta abordagem a teoria administrativa passou por uma revolução conceitual: a
transferência da enfâse antes colocada na tarefa (pela teoria de administração científica-
Taylor) e na estrutura organizacional (pela teoria clássica - Fayol), para enfâse nas pessoas
que trabalham nas organizações ou que participam delas.
Abordagem Humanística estuda a: Teoria das Relações Humanas teve como percursor Elton
Mayo com ênfase, nas Pessoas que trabalham ou participam nas organizações.

Esta abordagem humanística, faz com que a preocupação com a máquina, o método de trabalho,
a organização formal e os princípios de administração cedam lugar ou prioridade para a
preocupação com as pessoas e os grupos sociais. Dos aspectos técnicos e formais para os
psicológicos e sociológicos.
O movimento das relações humanas converge para a importância de se considerar os processos
sócias de grupo no estudo das organizações, substituindo a concepção das organizações
como máquinas, recuperando o carácter normativo da melhora industrial mas sem o intuito
de melhorar o trabalhador pretendendo-se melhorar as condições de trabalho.

ABORDAGEM PRAGMÁTICAS:
Estas abordagens englobam essencialmente o esforço analítico e normativo levado a cabo
a partir de meados dos anos 50 por pessoas ligadas `a gestão de empresas. O facto comum
dos seus autores é a definição de “regras práticas de gestão” sendo esta abordagem a proposta
dos teóricos da escola clássica, atenuada pelos ensinamentos das teorias comportamentais

1. Teorias neoclássicas (1950) – enfâse nos aspectos práticos da administração, pelo


pragmatismo e busca de resultados concretos e palpáveis

2. Administração por objectivos (1954) – enfâse nos objectivos.

ABORDAGEM COMPORTAMENTAL OU BIAVIORISMO

34
A Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da Administração veio significar uma nova
direcção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do
comportamento, o abandono das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores e a
adopção de posições explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas pessoas, mas dentro de
um contexto organizacional.
Principais autores da teoria:
Kurt Lewin (1890-1947),
Douglas McGregor, Herbert Simon, RensisLikert, Chris Argyris, J.G.March.
TEORIA DO DESENVOLVIMETO ORGANIZACIONAL (DO) 1962) –
É o desdobramento prático e operacional da Teoria Comportamental em direcção `a
abordagem sistémica. – Enfâse na mudança.

ABORDAGEM ESTRUTURALISTA
A Abordagem Estruturalista se divide em:
 Teoria da Burocracia (1940) - com ênfase na estrutura, teve como precursor o sociólogo
alemão Max Weber (1864-1920)
 Teoria Estruturalista da administração - significa um desdobramento da teoria da
burocracia e uma leve aproximação `a teoria das relações humanas – representa uma
visão crítica da organização formal - com ênfase na Estrutura, nas Pessoas e no
Ambiente, com os seguintes autores: Robert Merton, PhilipSelznick, Alvin W. Gouldner,
Richard H. Hall e Nicos Mouzelis.

ABORDAGEM SISTEMICA DA ADMINISTRACAO

A Abordagem Sistêmica da Administração trata de três escolas principais:


 Cibernética e Administração;
 Teoria Matemática da Administração;
 Teoria de Sistemas.
A Teoria Geral de Sistemas (T.G.S.) surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Ludwig von
Bertalanffy. A Teoria Geral de Sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções

35
práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de
aplicações na realidade empírica.

Teoria de sistemas
Não busca solucionar problemas ou tentar soluções praticas, mas produzir teorias e
formulações conceituas para aplicações na realidade empírica

ABORDAGEM CONTINGENCIAL
Defende que situações diversas requerem práticas distintas, com a possibilidade de usar as
abordagem anterior, independentemente ou combinadas, para lidar com as diferentes
situações. Identificação das variáveis contextuais e ambientais exigem adaptações nas estruturas
e práticas de gestão, estando a eficácia das opções tomadas dependentes de sua adequação ao
meio externo e interno da organização.

36
Referências Bibliográficas
CHIAVENATO, R. Introdução á Teoria Geral da Administração. 6ª Ed. Rio de Janeiro, 2000.
Chianato, (2003) IntroduçãoàTeoriaGeraldaAdministração.7ª.Edição,RiodeJaneiro:Editora
Campos.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus.
2004)
Freeman,R.E.Stoner,J.A.F.(1999).Administração.LTCEditora,RiodeJaneiro,Capitulo2
MEGGINSON, Leon C. et al. Administração: Conceitos e aplicações.  4a  ed. São Paulo:
      Atlas, 1995.
MAXIMINIANO, António César Amaru. Introdução à Administração.  4a ed. São Paulo:
  Atlas, 1995
STONER, James A F. & FREEMAN, R. Edward. Administração. 5a ed. Rio de Janeiro:
Prentice Hall do Brasil, 1995.
SROUR, Robert Henry. Poder, Cultura e ética nas Organizações. 4 ed. Rio de Janeiro:
 Campus, 1938.

37
Ficha de trabalho Individual Exercício n. III

1. Quais são as duas fontes principais que originam os conhecimentos administrativos?


2. Quais as contribuições que Aristóteles deu param a administração no seu tempo.
3. Em que Francis Bacon contribuiu para a administração?
4. Defina o que foi o método cartesiano e cada uma de suas fases?
5. Qual a contribuição da igreja para a administração?
6. Qual é o tipo de organização hierárquica empregada pela igreja?
7. Como a organização militar influenciou a administração?
8. Qual a contribuição da organização militar para a administração?
9. Defina o que foi a primeira revolução industrial?
10. Defina a segunda revolução industrial?
11. Descreva as características da primeira e da segunda Revolução Industrial.
12. Quais são as contribuições dadas pelos economistas liberais para a
administração?
13. Qual a contribuição dos empreendedores para a administração?
14. A invenção da máquina a vapor por James watt  (1736 – 1819) e sua aplicação na
produção, provocou a Revolução Industrial, originando grandes s de ordem
económica, política e social no mundo. Quais foram essas mudanças?

15.Quais foram os factores que determinaram para o surgimento das teorias da


administração.

38
16.Leia as frases a seguir e julgue-as conforme as alternativas propostas:

I. O conhecimento é um algo mais, é uma capacidade de seleccionar um caminho que irá


levar mais facilmente a atingir determinados objectivos na corporação.
II. Antes de gerenciar o conhecimento, uma organização deve, portanto, definir onde quer
chegar, que espaço quer ocupar no mercado, para que se possa criar um ambiente propício
para que o conhecimento seja utilizado de forma a apoiar estrategicamente a empresa.
III. Para o melhor uso do conhecimento é necessário que se tenha, em vez de chefes, líderes
que gerenciem, estimulando o colaborador a compartilhar o seu conhecimento.
IV. É preciso quebrar o velho paradigma da "Era Industrial", que tinha como premissa o
facto de que compartilhar saberes está ligado a perder, o poder.
a) Apenas as assertivas I, II e III estão correctas.
b) Apenas as assertivas I, II e IV estão correctas
c) Apenas a assertiva I está correcta.
d) As assertivas estão correctas.Todas
e) Apenas a assertiva II está correcta
Defina o que é uma sociedade pluralista de organizações?

17.A história de administração desenvolveu se lentamente que só partir do Séc xx é que


teve notável avanço e inovação.
a) Explique porquê?
18. Diga porque devemos estudar as teorias da administração?

19. Quais são por palavras tuas as perspectivas futuras da gestão?

20.Historicamente, a administração passou por uma transformação fundamental devido a um


acontecimento que, como impacto, gerou o crescimento das organizações e a necessidade de
participação de gestores profissionais para organizar os processos produtivos. Esse evento foi a:
a) Revolução Industrial
b) Primeira Guerra Mundial

39
c) Revolução Agrícola
d) Revolução Francesa

21.O sistema de comércio calcado em trocas locais é característico da fase industrial da história
da empresa.
Assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as afirmativas falsas.
 A Teoria da Administração teve influências dos sectores:
( ) Igreja Católica;
( ) Exército;
( ) Revolução Industrial;
( ) Economistas Gerais;
( ) Times de futebol.  
a) V, V, V, V, V;
b) V, V, V, F, F;
c) V, V, F, F, F;
d) V, V, V, V, F.

22. Muitas teorias e técnicas usadas para administrar as organizações da actualidade são ideias
que evoluíram das práticas do passado. Países, exércitos e organizações religiosas vêm há muito
tempo criando soluções para lidar com recursos e realizar objectivos. Como contribuições e
ideias podem ser citadas. Marque a alternativa CORRECTA:
a) Maquiavel, no período da Revolução Industrial, na sua obra mais importante, O Príncipe, faz
recomendações sobre como o povo deveria comportar-se.

b) Das organizações militares, na administração de grandes contingentes de pessoas, as


tributações de cidades conquistadas e os colectores de impostos.

c) Da Grécia vieram ideias que influenciaram profundamente a Administração, como a


democracia, a ética e a qualidade.

40
d) De Roma e da Igreja Católica, no tratado A Arte da Guerra, propôs teorias que recomendavam
evitar a batalha, intimidar psicologicamente o indivíduo e usar o tempo, em vez da força, para
desgastá-lo e atacá-lo quando estivesse desprevenido.

e) Da Igreja Católica, desenvolveram-se as características que vieram a servir de modelo para os
exércitos, destacando-se a logística.

23. Associe as duas colunas conforme as seis fases da história das empresas apresentadas por
CHIAVENATO ( 2000:6):
(1) - 1˚ Fase – Artesanal                                                               
(2) - 2˚ Fase – Transição para a Industrialização                           
(3) - 3˚ Fase – Desenvolvimento industrial                                    
(4) - 4˚ Fase – Gigantismo industrial                                              
(5) - 5˚ Fase – Moderna                                                                
(6) -6 ˚Fase – Globalização
( ) Antiguidade até a pré-revolução industrial  
( ) Primeira Revolução Industrial
( ) Após as duas Grandes Guerras Mundiais
( ) Entre as duas guerras Mundiais
( ) Pós-guerra até actualidade
( ) Actualidade                                                         
Indique a alternativa correta.
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6.
b) 1, 3, 2, 4, 5, 6
.c) 1, 2, 4, 3, 5, 6.
d) 2, 1, 5, 6, 4, 3.
e) 4, 1, 5, 6, 2, 3.

41

Você também pode gostar