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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
FICHA N. III –
Objectivos:
Antecedentes Históricos
O homem compreendeu, desde cedo, que se tratava de um animal social; ou seja, sua preservação
individual e felicidade estavam condicionadas ao convívio com o outro, com o grupo. A história
está recheada de factos que comprovam a existência de grupos organizados de pessoas em torno
de um objectivo: proteger-se contra ataques inimigos, contra as intempéries do tempo, lazer,
convívio social, conseguir alimento (caça, pesca, etc). Podemos afirmar, por isso, que os
princípios da convivência social organizada são atávicos ao ser humano.
Além da convivência social, também o trabalho em grupos organizado parece ser algo atávico à
natureza humana, e a história nos mostra um sem-número de exemplos de competência dos
nossos antepassados na organização do trabalho e na realização de grandes obras,
Exemplos que indicam ter havido planos formais, organizações de trabalho, liderança e sistemas
de avaliação, prática eficiente de funções administrativas que se transformaram em ricos legados
à humanidade, alguns dos quais, até hoje defendidos e utilizados pelos grandes teóricos da
administração.
A administração é uma ciência jovem com pouco mais de 100 anos. Sua história é recente, pois
ela produto do século XX. Ela é resultado histórico e integrado da contribuição de vários
percussores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários, que no decorrer dos
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tempos, foram, cada qual no seu campo de trabalho foram desenvolvendo e divulgando
suas obras e teorias.
Por isso, a administração moderna utiliza conceitos e princípios empregados nas ciências
matemáticas nas ciências humanas (psicologia, sociologia, biologia educação), nas ciências
físicas (física, química), como também no direito, na engenharia na tecnologia etc
Os primórdios da administração
Desenvolvimento histórico da administração
Façamos um breve retrospecto na história dos grandes empreendimentos da humanidade
Teocrática e empírico-prática
FASE TEOCRÁTICA:
Não há conhecimento desta fase, porém haveria apenas um mundo de origem divina.
1800 a.C
Babilónia e Assíria
Nesta fase, destaca-se Hamurabi, rei dos Amoritas, tribo semita que dominou e formou o grande
império babilónico, onde destacamos que:
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Estabelecia, em contrato, relações entre empregados e empregadores.
Uso de controlo escrito e testemunhal;
Os babilônios deixaram à humanidade um poderoso legado com O Código de Hamurábi
(governador da Babilônia - 2000 a 1700 a.C.). Tratava-se de um texto de leis orientadoras do
povo no princípio do trabalho; criaram o princípio da paga mínima, os primeiros modelos de
contratos de trabalho e recibos de pagamento que permitiam as transações comerciais da época.
Se um homem entrega a outro prata, ouro ou qualquer coisa em depósito, seja o que for que
entregue, mostrá-lo-á a uma testemunha, combinará os termos dos contratos e fará então o
depósito.
Se um mercador entrega a um agente cereal, lã, azeite ou mercadorias de qualquer espécie para
negociar, o agente registará o valor e pagará em dinheiro ao mercador.
Se o agente for descuidado e não ficar com um recibo pelo dinheiro que entregou ao mercador, o
dinheiro sem recibo não será lançado em sua conta (prática de controle).
O pedreiro que construa casa que desmorona e mata seus residentes será condenado `a morte.
Se um comerciante de vinho permitir que homens turbulentos se reúnam em sua casa e não os
expulsar, será morto.
Se um doutor operar uma ferida com uma lanceta de cobre e o paciente morrer, ou o olho de um
nobre perder a vista em consequência disto, as mãos do doutor serão cortadas (principio de
responsabilidade).
Utilizavam cores para controlar a produção e o tempo que cada lote permanecia nos estoques.
Foram pioneiros na instalação de um sistema de incentivos salariais.
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Os Hebreus nos deixaram conceitos de organização e o principio escalar e princípio da excepção.
Os hebreus, através da Bíblia, demonstraram princípios básicos de administração. O êxodo de
Moisés, por exemplo, é uma grande deemonstração de competência gerencial, pois foi utilizado
como políticia de descentralização de decisões com as primeiros idéias de núcleos
organizacionais.
Os 10 Mandamentos, por sua vez, trazem regras de conduta e comportamento que preservam a
possibilitam a vida e a solidariedade do grupo.
FASE EMPÍRICO-PRÁTICA :
SUMÉRIA - MESOPOTANIA
Revolução Agrícola
Por volta de 4000 a.c a Revolução Agrícola evoluiu para a Revolução Urbana. Surgiram as
cidades e o Estados.
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A coordenação dos esforços coube a quem exercia as funções sacerdotais. Mandaram construir
templos que se transformaram em centros administrativos. Os Funcionários faziam anotações
para arquivos, havia registos de recebimento, armazenagem e desenhos de produtos.
Formação de uma classe de dirigentes profissionais, reis, sacerdotes. Formação de uma classe de
funcionários públicos. Invenção da contabilidade primitiva. Legislação estrutura de colaboração
e coordenação entre as cidades-estados. Planeamento de longo prazo. Administração de grandes
projectos de construção. Exércitos profissionais especializados.
A regularidade das inundações do Nilo tiveram grande influência sobre os egípcios, o que levou
a desenvolver a mentalidade orientada para o planeamento a longo prazo.
A construção das pirâmides na qual foram envolvidos 100.000 trabalhadores durante 20 anos,
atesta a competência de homens, que sabiam não só como elaborar projectos, mas, também,
possuíam habilidade em mobilizar e gerenciar recursos humanos são o maior testemunho das
aptidões técnicas e administrativas dos egípcios.
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Os papiros egípcios atribuídos `a época de 1300 a.C. já indicavam a importância da
organização e da administração pública no antigo Egipto.
Confúcio
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- A importância das pessoas deve basear-se no mérito. Este tem por base o conhecimento.
Profissionalismos na Administração Pública
Mêncius
- fala sobre a organização do negócio como sistemas. Sistemas facilitam a execução até
mesmo para os menos habilidosos, gerando resultados. O regime dos confucionismos –
contratação eram feitas com `a submissão de exames
- criou o concurso público.
Necessidade de sistema e padrões - Mencius, 129 a.C. deixou sua contribuição através da
elaboração de modelos de administração (processos) e seleção científica de trabalhadores
(habilidade, traços de personalidade, conhecimento, experiência).
Sun-Tzu
A Constituição CHOW WU KING (fundador da dinastia CHOW), escrita entre 1122 a 1116
a.C. pelo seu fundador, foi um exemplo de competência administrativa. Chow escreveu: A arte
da guerra de Sun Tzu, obra que tem inspirado a administração ao longo dos séculos
A China foi sempre uma nação de homens sábios e proporcionou ao mundo grandes lições de
administração. Continha a relação de todo o quadro de pessoal do mais alto escalão até o mais
baixo serviçal que trabalhava para o Império, com nome, função e descrição detalhada de tarefas,
deveres e responsabilidades de cada um.
As parábolas de Confúcio sugerem práticas para a boa administração pública.
Século XXIV a.C. o imperador Yao empregou o princípio de assessoria. Reunião com
assessores e ministros para aconselhar-se e delegar-lhes poderes.
1. Organização para que o estado possa ser estabelecido. Criou um manual de administração
para o primeiro – ministro;
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2. Funções - para que o Estado possa ser esclarecido;
3. Relações – Governo possa ser cooperativa;
4. Procedimento – foco na eficiência
5. Formalidades
6. Controle – ser completo
7. Punições – Estado possa ser corrigida
8. Conta - para que o Estado seja fiscalizado
Os gregos, cuja grande contribuição à humanidade se deu nas artes, na literatura, na dramaturgia,
na língua e na filosofia, copiaram modelos de administração, direito e disciplina dos romanos.
Isso porque sua filosofia de vida era ser contra a actividade econômica, considerada indigna para
o ideal grego de homem. Assim como o trabalho manual (suar, cansar-se era impóprio de um
nobre grego!), o comércio era inconcebível para a aristocracia e os filósofos gregos. Essas
actividades eram consideradas inferiores e, por isso, eram realizadas por escravos. Mas, foram
pródigos em deixar exemplos de liderança, luta, poder, hierarquia, todos aplicados à
administração.
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AS INFLUÊNCIAS NA ADMINISTRAÇÃO DOS FILÓSOFOS
Antes de Cristo, o filósofo grego Sócrates (470 a.C. 399 a.C), em sua discussão com
Nicomaquides, expõe o seu ponto de vista sobre a administração: “Sobre qualquer coisa que um
homem possa presidir, ele será, se souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, um bom
presidente, quer tenha a direcção de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é
também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquides, não desprezeis
homens hábeis em administrar seus haveres…”.
Para Sócrates a Administração é uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da
experiência.
Ele defendia a que “a administração deve ser vista como uma habilidade pessoal, separada do
conhecimento técnico e da experiência”.
Platão (429 a.C. - 347 a.C) Também filósofo grego, discípulo de Sócrates, preocupou-se
profundamente com os problemas políticos inerentes ao desenvolvimento social e cultural do
povo grego.
Em sua obra, A República, expõe o seu ponto de vista sobre a forma democrática de governo e
de administração dos negócios públicos (CHIAVENATO, 2000)
Em análise aos problemas decorrentes do desenvolvimento social e cultural, defendia a
administração democrática de governo como adequada para os negócios públicos.
Aristóteles (384-322 a.C.), também filósofo grego, discípulo de Platão, do qual bastante
divergiu, deu enorme impulso à Filosofia principalmente à Cosmologia, Nosologia, Metafísica,
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Ciências Naturais, abrindo as perspectivas do conhecimento humano na sua época. Foi o criador
da Lógica. Em sua obra a Política, estuda a organização do Estado e aponta 3 formas de se
administração pública:
O Império Romano e a Igreja Católica são exemplos de administração e competência desse povo.
O Estado romano regulava todos os aspectos da vida econômica: determinava as tarefas
comerciais, armazenagem, regulava corporações e usava estes rendimentos para a guerra. Era um
Estado autoritário e partia de dois conceitos fundamentais: disciplina e funcionalidade; por isso,
a grande contribuição romana está afeta às leis, a ação governamental, manifesta no conceito de
ordem.
Princípios:
Os romanos deixaram legados tais como administração pública, autoridades dos magistrados,
hierarquia e o senado.
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Administração financeira:
Principais fontes de receitas do Estado - tributos cobrados nas cidades conquistadas por
Roma;
Os habitantes pagam um tributo sobre as propriedades e um imposto individual;
Surgimento dos colectores – a colecta dos tributos era terceirizada na forma de
arrendamento - colector paga dividendos ao Estado;
Criação de grandes empresas sob a forma de sociedade de acção – para a colecta dos
impostos;
Direito Romano conferiu `a propriedade privada sua identidade formal aos proprietários.
O código do direito romano ainda é modelo para todas as civilizações.
Surgimento da propriedade privada.
Do século XVI até meados do século XVIII, o mundo era essencialmente agrícola; a economia se
resumia ao cultivo do solo e à produção de alimentos para consumo próprio e familiar. Em plena
Idade Média, e os proprietários de terras, em geral religiosos ou políticos, contavam para o
cultivo, plantio e sustento de suas propriedades com a mão de obra barata e escrava do povo.
A actividade industrial era incipiente; restringia-se apenas a alguns poucos e rebeldes artesãos,
que fugiam das propriedades e do domínio dos senhores feudais para exercer uma actividade
econômica independente.
Esses artesãos se reuniam em locais fora das propriedades feudais, nos quais montavam o seu
próprio negócio, criavam família e comercializavam sua mercadoria. Esses aglomerados de
“incorformados” foram despontando e crescendo rapidamente, ficando conhecidos como
“cidades”. Esse crescimento foi incentivado pelo crescimento da actividade econômica e pelo
declínio do poder feudal do século XVII.
SISTEMA FABRIL
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A acção de comercialização por alguém não pertencente ao núcleo de produção gerou os
princípios da intermediação. Esse comerciante, desde logo, aprendeu que não precisava produzir;
ele ganharia muito mais desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas e habilidades para vender um
produto, ao invés de fabricá-lo. Para isso, ele teria que encomendar o produto a um “mestre”
(artesão que detinha a habilidade maior na fabricação) e responsabilizar-se pela sua venda.
Ao mestre cabia a tarefa de aglutinar outros artesãos para a tarefa encomendada, dividindo e
organizando o trabalho, determinando as diretrizes da produção e remunerando-os por peça
trabalhada. O trabalho era feito nas próprias casas dos artesãos colaboradores do mestre.
Posteriormente, o mestre descobriu que era mais eficaz levar os artesãos para trabalhar em sua
própria casa, o que facilitaria a organização e o controle do trabalho. Esse modelo de actividade
econômica contribuiu significativamente para o surgimento do sistema fabril, redirecionando o
domínio da terra para o detentor do capital.
Organização do trabalho
Mestre,
Companheiro e
Aprendiz
Eventos que marcaram essa fase:
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A organização do estado Inglês
Organização dos Estados Unidos
A revolução francesa (1789)
Esta última, que pela Assembleia Nacional da Declaração dos Direitos do Homem, que
democratizou as oportunidades de emprego, tanto para o sector público como para o sector
privado, dando início á era da competição pelo mérito para o trabalho.
RENASCIMENTO
Contribuições
VENEZA
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Remunerações de horas extras
Supervisão focando na qualidade, horas trabalhadas e na disciplina
Desempenho no sistema de mérito - aumentos salariais
Influência dos filósofos modernos das ciências na Administração- Outros filósofos deixaram
importantes contribuições para a formação do pensamento administrativo:
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1) Princípio da dúvida sistemática ou da evidência: Consiste em não aceitar como
verdadeira alguma coisa alguma enquanto não se souber com evidência aquilo que é
realmente verdadeiro.
2) Princípio da Analise ou Decomposição: Consiste em dividir e decompor cada
dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e necessárias á sua
adequação e solução e resolve-las cada uma separadamente
3) Princípio da Síntese ou da Composição: Consiste em conduzir ordenadamente nossos
pensamentos e nossos pensamentos e nosso raciocínio, começando pelos objectivos e
assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passarmos gradativamente aos mais
difíceis.
4) Princípio da Enumeração ou da Verificação: Consiste em fazer recontagens,
verificações e revisões tão gerais que se fique seguro de nada haver omitido ou deixado á
parte.
Veremos mais tarde que vários princípios da moderna administração, como os da divisão do
trabalho, da ordem, do controle etc. estão basicamente contidos nos princípios cartesianos
(CHIAVENATO, 2000)
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próximo. O Estado viria a ser, portanto, a inevitável resultante da questão, impondo a ordem e
organizando a vida social, qual um Leviatã.
Em seu livro Leviatã, assinala que o povo renuncia aos seus direitos naturais em favor de um
governo que, investido de poder a ele conferido, impõe a ordem, organiza a vida social e garante
a paz.
Igreja Catolica
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Ao longo dos séculos, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, sua hierarquia de
autoridade, seu estado-maior (assessoria) e sua coordenação funcional. Hoje a Igreja tem uma
organização hierárquica tão simples e eficiente que a sua enorme organização mundial pode
operar satisfatoriamente sob o comando de uma só cabeça executiva.
A Igreja católica tem sua organização herdada do Império Romano (Deocleciano – 284 d.C),
com uma doutrina centralizada, porém com actividades e administração descentralizada. Ao
longo do tempo, a Igreja Católica estruturou sua organização em uma hierarquia de autoridade,
estado-maior (assessoria) e coordenação funcional para assegurar integração. A organização
hierárquica da Igreja é simples e eficiente e sua organização mundial pode operar sob o comando
de uma só cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe foi delegada por uma
divina superior.
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INFLUENCIA DA ORGANIZAÇÃO MILITAR
A organização linear, por exemplo, tem suas origens na organização militar dos exércitos
da antiguidade e da Época Medieval, deve-se ao facto de que, entre o superior e os
subordinados, existe linhas directas e únicas de autoridades e de responsabilidade
O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior)
– fundamental para a função de direcção.
A escala hierárquica, ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o grau de
autoridade e responsabilidade correspondente é tipicamente um aspecto da organização
militar utilizado em outras organizações. com graus de autoridade e de responsabilidade
(delegação); – os vários níveis hierárquicos de comando com autoridade e
responsabilidade.
O princípio da direcção, através do qual todo soldado deve saber perfeitamente o que se
espera dele e aquilo que ele deve fazer. (entender os objectivos) – Napoleão.
O conceito de hierarquia dentro do exército é provavelmente tão antigo quanto a própria guerra,
pois a necessidade de um estado estado-maior sempre existiu para o exército. Todavia, o estado-
maior formal como um quartel-general somente apareceu em 1665 com a Marca de
Brandenburgo, precursor do exército prussiano.
A organização Staff – Linha – que tinha que para aumentar a eficiência do seu exército, criou
um estado-maior (Staff) para assessorar o comando militar (Linha).
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Estado-maior: staff (planeamento) e linha (operações de guerra)
Mesmo Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem
explicar o seu objectivo e certificar-se de que haviam compreendido correctamente, pois estava
convencido de que a obediência cega jamais leva a uma execução inteligente de qualquer coisa.
No início do século XIX, Carl von Clausewitz (1780-1831), general prussiano, escreveu um
Tratado sobre a Guerra e os Princípios de Guerra, sugerindo como administrar os exércitos em
períodos de guerra. Foi o grande inspirador de muitos teóricos da Administração que
posteriormente se basearam na organização e estratégia militares para adaptá-las à organização e
estratégia industriais.
Karl Von Clausewitz – pai do pensamento estratégico; “a guerra é a continuação da política por
outros meios”; decisões baseadas em probabilidades e não apenas na lógica - considerava a
disciplina como um requisito básico para uma boa organização. Para ele, toda organização requer
um cuidadoso planeamento, no qual as decisões devem ser científicas e não simplesmente
intuitivas. As decisões devem basear-se na probabilidade e não apenas na necessidade lógica. O
administrador deve aceitar a incerteza e planear de maneira a poder minimizar essa incerteza.
Há 2.500 anos, Sun Tzu, general e filósofo chinês, escreveu um livro sobre a arte da guerra no
qual trata da preparação dos planos, da guerra, da espada, das manobras, das tácticas, do exército
em marcha, do terreno, dos pontos fortes e fracos do inimigo e da organização do exército.
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SECULO XVIII, INGLATERRA : ERA INDUSTRIAL (Administracao ainda era
empírica)
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Com a invenção da máquina a vapor por James watt (1736 – 1819) e sua aplicação na produção,
surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e
comercial da época, e provocou a Revolução Industrial, com transformações de ordem
económica, política e social, que no um lapso de um século, foram maiores do que as mudanças
ocorridas em todo o milénio anterior.
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O operário foi substituído pela máquina nas tarefas em que se podia automatizar e
acelerar pela repetição.
O desafio agora era dirigir batalhões de operários da nova classe proletária. A preocupação dos
empresários se fixava na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção, com o
objectivo de produzir quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo.
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A gestão do pessoal e a coordenação do esforço produtivo eram aspectos de pouca ou nenhuma
importância.
Assim a Revolução Industrial, embora tenha provocado uma profunda modificação na estrutura
empresarial da época, não chegou a influenciar directamente os princípios de administração das
empresas então utilizadas.
Os dirigentes de empresas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de
uma economia em rápida expansão. Alguns empresários baseavam suas decisões tendo por
modelos as organizações militares ou eclesiásticas nos séculos anteriores.
Eram máquinas enormes com incrível superioridade sobre os processos manuais de produção da
época. O descaroçador de algodão fazia mil fibras de algodão no mesmo tempo em que um
escravo conseguia cinco libras. (Ex: máquina de fiar, do tear hidráulico, do tear mecânico e do
descaroçador de algodão).
Desenvolvimento do sistema fabril - O artesão e sua pequena oficina patronal cederam lugar ao
operário e às fábricas e usinas baseadas na divisão do trabalho.
Massas humanas migram das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provocando a
urbanização.
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Espectacular aceleramento dos transportes e das comunicações - Navegação a vapor,
estradas de ferro, e novos meios de transporte e de comunicação, surgem com impressionante
rapidez.
Samuel Morse inventa o telégrafo (1835), Graham Bell o telefone (1876), Daimler e Benz
constroem o primeiro automóvel, Santos Dumont voa em Paris com o 14 Bis.
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o Dominação da indústria por inversões de bancos e instituições financeiras,
como na formação da Unirted States Steel Corporation, em 1901, pela J.P.
Morgan & Co.
o Acumulação de capital, fusões de empresas e formação de trustes.
o Separação entre a propriedade particular e a direcção das empresas.
o Aparecimento das holding companies para integrar os negócios.
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Ao término do século XVIII, os economistas clássicos liberais conseguem aceitação de suas
teorias.
As ideais liberais decorrem do direito natural: a ordem natural é a ordem mais perfeita. Os
direitos económicos humanos são inalienáveis e existe uma harmonia pré-estabelecida em toda a
colectividade de indivíduos.
Segundo o liberalismo, a vida económica deve afastar-se da influência estatal, pois o trabalho
segue os princípios económicos e a mão-de-obra está sujeita ás mesmas leis da economia que
regem o mercado de matérias-primas ou comércio internacional.
A livre concorrência é o postulado principal do liberalismo económico.
Adam Smith (1723 – 1790) - Filósofo e economista escocês, considerado como criador da
Escola Clássica da Economia, em 1776 publica a sua obra “Uma investigação sobre a natureza e
as causas da riqueza das nações”, mais conhecido como A Riqueza das Nações, já abordava o
princípio da especialização dos operários e o princípio da divisão do trabalho em uma
manufactura de agulhas para destacar a necessidade da racionalização da produção. É o fundador
da economia clássica, cuja ideia central é a competição
Conforme Chiavenato (2000), para Adam Smith, a origem da riqueza das nações reside na
divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e
movimentos, pensamento que, mais tarde, Frederick Winslow Taylor e o casal Frank e Lilian
Gilbreth viriam a desenvolver, fundamentando a Administração Científica.
Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento anual da
sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente não tem intenção de promover o
interesse público, nem sabe o quanto o promove.
Ao preferir dar sustento mais à actividade doméstica que à exterior, ele tem em vista apenas sua
própria segurança; e, ao dirigir essa actividade de maneira que sua produção seja de maior valor
possível, ele tem em vista apenas seu próprio lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é
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guiado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte de sua intenção. E o facto
de este fim não fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar seu
próprio interesse, frequentemente ele promove o da sociedade de maneira mais eficiente do que
quando realmente tem a intenção de promovê-lo. (“Adam Smith, A Riqueza das Nações, Livro
IV, capítulo 2”)
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Uma importante contribuição sua foi o princípio dos rendimentos decrescentes, devido à renda
das terras. Tentou deduzir uma teoria do valor a partir da aplicação do trabalho.
Ricardo tornou-se o clássico por excelência da Economia, apesar de se inspirar em grande parte
da sua análise na obra de Adam Smith acabou por criticá-lo. Alterou o conceito de valor de uso
de Adam Smith definindo-o como a Utilidade, ou seja, a capacidade do produto satisfazer as
nossas necessidades. Como contribuições para a formação do pensamento administrativo,
resumidamente, é possível destacar: suas posições a respeito do custo do trabalho e sobre os
preços e mercados.
Karl Mark (1818 – 1883) e Friedrich Engel (1820 – 1896), criadores do socialismo científico e
do materialismo histórico, publicam e, 1848 o manifesto Comunista, no qual analisam os regimes
económicos e sociais e a sociedade capitalista.
Em torno de 1820, o maior negócio empresarial privado eram as estradas de ferro, que
impulsionaram as acções de investimentos e o ramo de seguros, e também provocaram o
fenómeno da urbanização, o qual criou necessidades de habitação, alimentação, roupa, luz e
aquecimento e o crescimento de empresas focadas n consumo.
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Surgiram os primitivos impérios industriais que se tornaram grandes demais para serem dirigidos
pelos pequenos grupos familiares. Logo apareceram os gerentes profissionais, os primeiros
organizadores preocupados mais com a fabrica do que com as vendas ou compras.
Desenvolvimento tecnológico.
Livre comércio
Mudança dos mercados vendedores para mercados compradores
Aumento da capacidade de investimento de capital
Rapidez do ritmo de mudança tecnológica que reduz custos de produção
Crescimento dos negócios.
Todos esses factores iriam completar as condições propícias para a busca de bases científicas
para a melhoria da prática empresarial e para a melhoria da prática empresarial e para o
surgimento da teoria administrativa. (CHIAVENATO, 2000).
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O actual momento histórico é único. Esta é a última geração da chamada sociedade industrial e
que já pertence a uma nova sociedade, a da tecnologia da informação, cujo escritor Alvin
Toffler denominou de “Terceira Onda”.
Dentro deste contexto de transição, falar sobre as perspectivas profissionais aos egressos dos
cursos de Administração é algo estimulante, porque leva a reflectir sobre os diversos cenários
dentro desta nova economia e também sobre o papel que os administradores devem
desempenhar.
Por seu tamanho e pela complexidade de suas operações, as organizações, ao atingirem um certo
porte, precisam ser administradas e a sua administração requer todo um aparato de pessoas
estratificadas em diversos níveis hierárquicos que se ocupam de incumbências diferentes.
A Administração revela-se nos dias de hoje como uma área do conhecimento humano
impregnada de complexidades e desafio.
O profissional que utiliza a Administração como meio de vida pode trabalhar nos mais variados
níveis de uma organização: desde o nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de
dirigente máximo da organização.
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profissional, ele não é julgado pelo que sabe a respeito das funções que exerce em sua
especialidade, mas principalmente pela maneira como realizar seu trabalho e pelos resultados
que consegue obter dos recursos disponíveis. Ele não é apenas analisado pelas organizações por
seus conhecimentos tecnológicos de Administração, mas, principalmente, por seu modo de agir,
suas atitudes, personalidades e filosofia de trabalho.
A partir do Séc. XX poderemos verificar no pensamento de Peter Drucker a crescente
preocupação com as novas formas de actuação do administrador enquanto individuo e da
administração enquanto prática para que tal indivíduo alcance e desenvolva a felicidade, zelo,
controle do trabalho, utilidade do valor, a ordem, a organização, e outros aspectos já
evidenciados pelos filósofos clássicos diante de um mundo tão complexo como o que
vivenciamos hoje, chamado de mundo globalizado.
Segundo Chiavenato (2003), Cada Época desenvolve formas organizacionais em função das
suas características e exigências. A organização burocrática servirá de trampolim para novos
modelos organizacionais.
Assim, os seguintes aspectos irão contribuir para a emergência de futuros sistemas
organizacionais:
1) Mudanças rápidas e inesperadas no campo do conhecimento e explosão populacional
impõem novas necessidades que as organizações não têm condições de atender;
4) Taxas elevadas de inflação : a inflação exigirá maior eficiência da administração para que
possam obter melhores resultados;
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5) Globalização da economia e internacionalização dos negócios : a globalização e o
intercâmbio fazem com que a competição se torne mundial;
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tipo funcional, onde se preocupam com os meios de redução de custos. Entre 1880 e 1890, os
meios para redução de custos diminuíram e as empresas passaram a procurar novos mercados
através da diversificação de produtos. Com a queda da velha estrutura funcional, surge a
“empresa integrada e multidepartamental”, aparecem as holding’s(alianças e sociedades) e o
mercado de distribuições se torna mais acessível ao cliente final. Em seguida inúmeras fusões
ocorreram como meio de utilização racional das fábricas e redução de preços. Devido a essas
fusões, começaram a aparecer os primeiros oligopólio
TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
Teoria “é um conjunto coerente de pressupostos elaborados para explicar as relações entre dois
ou mais factos observáveis e prover uma base sólida para prever eventos futuros.”
(Freeman,1999:22).
Dão forma a nossa visão das organizações: mostra-nos de onde retiramos algumas das
nossas ideias sobre as organizações sobre as pessoas que participam nelas;
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Conscientizam o ambiente Empresarial: o conhecimento das teorias irá ajudar-nos a
compreender porque estas são apropriadas a diferentes circunstâncias;
São uma fonte de novas ideias: dão-nos a chance de assumir um ponto de vista
diferente com relação ao quotidiano. Por outro lado, permitem perceber que, não há
nenhuma teoria geral unificando ou dominando o campo de conhecimentos obre
Administração
Apesar de estes nunca terem se comunicado e tenham partido de pontos diferentes e mesmo
opostos, o certo é que suas ideias constituem a chamada abordagem clássica da administração,
cujos postulados dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no panorama
administrativo das organizações.
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Com esta abordagem a teoria administrativa passou por uma revolução conceitual: a
transferência da enfâse antes colocada na tarefa (pela teoria de administração científica-
Taylor) e na estrutura organizacional (pela teoria clássica - Fayol), para enfâse nas pessoas
que trabalham nas organizações ou que participam delas.
Abordagem Humanística estuda a: Teoria das Relações Humanas teve como percursor Elton
Mayo com ênfase, nas Pessoas que trabalham ou participam nas organizações.
Esta abordagem humanística, faz com que a preocupação com a máquina, o método de trabalho,
a organização formal e os princípios de administração cedam lugar ou prioridade para a
preocupação com as pessoas e os grupos sociais. Dos aspectos técnicos e formais para os
psicológicos e sociológicos.
O movimento das relações humanas converge para a importância de se considerar os processos
sócias de grupo no estudo das organizações, substituindo a concepção das organizações
como máquinas, recuperando o carácter normativo da melhora industrial mas sem o intuito
de melhorar o trabalhador pretendendo-se melhorar as condições de trabalho.
ABORDAGEM PRAGMÁTICAS:
Estas abordagens englobam essencialmente o esforço analítico e normativo levado a cabo
a partir de meados dos anos 50 por pessoas ligadas `a gestão de empresas. O facto comum
dos seus autores é a definição de “regras práticas de gestão” sendo esta abordagem a proposta
dos teóricos da escola clássica, atenuada pelos ensinamentos das teorias comportamentais
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A Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da Administração veio significar uma nova
direcção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do
comportamento, o abandono das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores e a
adopção de posições explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas pessoas, mas dentro de
um contexto organizacional.
Principais autores da teoria:
Kurt Lewin (1890-1947),
Douglas McGregor, Herbert Simon, RensisLikert, Chris Argyris, J.G.March.
TEORIA DO DESENVOLVIMETO ORGANIZACIONAL (DO) 1962) –
É o desdobramento prático e operacional da Teoria Comportamental em direcção `a
abordagem sistémica. – Enfâse na mudança.
ABORDAGEM ESTRUTURALISTA
A Abordagem Estruturalista se divide em:
Teoria da Burocracia (1940) - com ênfase na estrutura, teve como precursor o sociólogo
alemão Max Weber (1864-1920)
Teoria Estruturalista da administração - significa um desdobramento da teoria da
burocracia e uma leve aproximação `a teoria das relações humanas – representa uma
visão crítica da organização formal - com ênfase na Estrutura, nas Pessoas e no
Ambiente, com os seguintes autores: Robert Merton, PhilipSelznick, Alvin W. Gouldner,
Richard H. Hall e Nicos Mouzelis.
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práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de
aplicações na realidade empírica.
Teoria de sistemas
Não busca solucionar problemas ou tentar soluções praticas, mas produzir teorias e
formulações conceituas para aplicações na realidade empírica
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
Defende que situações diversas requerem práticas distintas, com a possibilidade de usar as
abordagem anterior, independentemente ou combinadas, para lidar com as diferentes
situações. Identificação das variáveis contextuais e ambientais exigem adaptações nas estruturas
e práticas de gestão, estando a eficácia das opções tomadas dependentes de sua adequação ao
meio externo e interno da organização.
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Referências Bibliográficas
CHIAVENATO, R. Introdução á Teoria Geral da Administração. 6ª Ed. Rio de Janeiro, 2000.
Chianato, (2003) IntroduçãoàTeoriaGeraldaAdministração.7ª.Edição,RiodeJaneiro:Editora
Campos.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus.
2004)
Freeman,R.E.Stoner,J.A.F.(1999).Administração.LTCEditora,RiodeJaneiro,Capitulo2
MEGGINSON, Leon C. et al. Administração: Conceitos e aplicações. 4a ed. São Paulo:
Atlas, 1995.
MAXIMINIANO, António César Amaru. Introdução à Administração. 4a ed. São Paulo:
Atlas, 1995
STONER, James A F. & FREEMAN, R. Edward. Administração. 5a ed. Rio de Janeiro:
Prentice Hall do Brasil, 1995.
SROUR, Robert Henry. Poder, Cultura e ética nas Organizações. 4 ed. Rio de Janeiro:
Campus, 1938.
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Ficha de trabalho Individual Exercício n. III
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16.Leia as frases a seguir e julgue-as conforme as alternativas propostas:
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c) Revolução Agrícola
d) Revolução Francesa
21.O sistema de comércio calcado em trocas locais é característico da fase industrial da história
da empresa.
Assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as afirmativas falsas.
A Teoria da Administração teve influências dos sectores:
( ) Igreja Católica;
( ) Exército;
( ) Revolução Industrial;
( ) Economistas Gerais;
( ) Times de futebol.
a) V, V, V, V, V;
b) V, V, V, F, F;
c) V, V, F, F, F;
d) V, V, V, V, F.
22. Muitas teorias e técnicas usadas para administrar as organizações da actualidade são ideias
que evoluíram das práticas do passado. Países, exércitos e organizações religiosas vêm há muito
tempo criando soluções para lidar com recursos e realizar objectivos. Como contribuições e
ideias podem ser citadas. Marque a alternativa CORRECTA:
a) Maquiavel, no período da Revolução Industrial, na sua obra mais importante, O Príncipe, faz
recomendações sobre como o povo deveria comportar-se.
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d) De Roma e da Igreja Católica, no tratado A Arte da Guerra, propôs teorias que recomendavam
evitar a batalha, intimidar psicologicamente o indivíduo e usar o tempo, em vez da força, para
desgastá-lo e atacá-lo quando estivesse desprevenido.
e) Da Igreja Católica, desenvolveram-se as características que vieram a servir de modelo para os
exércitos, destacando-se a logística.
23. Associe as duas colunas conforme as seis fases da história das empresas apresentadas por
CHIAVENATO ( 2000:6):
(1) - 1˚ Fase – Artesanal
(2) - 2˚ Fase – Transição para a Industrialização
(3) - 3˚ Fase – Desenvolvimento industrial
(4) - 4˚ Fase – Gigantismo industrial
(5) - 5˚ Fase – Moderna
(6) -6 ˚Fase – Globalização
( ) Antiguidade até a pré-revolução industrial
( ) Primeira Revolução Industrial
( ) Após as duas Grandes Guerras Mundiais
( ) Entre as duas guerras Mundiais
( ) Pós-guerra até actualidade
( ) Actualidade
Indique a alternativa correta.
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6.
b) 1, 3, 2, 4, 5, 6
.c) 1, 2, 4, 3, 5, 6.
d) 2, 1, 5, 6, 4, 3.
e) 4, 1, 5, 6, 2, 3.
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