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TREINAMENTO SOBRE PREVENÇÃO COM ACIDENTE

EM ESCAVAÇÃO
Objetivo

Esta Recomendação Técnica de Procedimentos – RTP – dispõe de


medidas
técnicas de segurança relativas à proteção do trabalhador em
atividades
que envolvam Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas, em
atendimento
ao item 18.6 da NR-18.

2. Princípio Básico de Segurança Adotado


Quando houver risco de desmoronamento, deslizamento, acidentes
com
explosivos e projeção de materiais, é necessária a adoção de medidas
correspondentes,
visando a segurança e a saúde dos trabalhadores.
3. Prioridade na Implantação das Medidas

• A proteção coletiva deve ter prioridade sobre as proteções individuais.


A proteção coletiva deve prever a adoção de medidas que evitem a ocorrência
de desmoronamento, deslizamento, projeção de materiais e acidentes
com explosivos, máquinas e equipamentos.
Antes de iniciar os serviços de escavação, fundação ou desmonte de rochas,
certificar-se da existência ou não de redes de água, esgoto, tubulação
de gás, cabos elétricos e de telefone, devendo ser providenciada a sua proteção,
desvio e interrupção, segundo cada caso. Em casos específicos e em situações
de risco, deve ser solicitada a orientação técnica das concessionárias
quanto à interrupção ou à proteção das vias públicas.
A área de trabalho deve ser previamente limpa e desobstruídas as áreas
de circulação, retirando ou escorando solidamente árvores, rochas, equipamentos,
materiais e objetos de qualquer natureza.
Muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas
pela escavação devem ser escoradas, segundo as especificações técnicas
de profissional legalmente habilitado.
3.1. Sistemas de Proteção em Escavações

• Riscos Comuns
• Ruptura ou desprendimento de solo e rochas devido a:
• - Operação de máquinas;
• - Sobrecargas nas bordas dos taludes;
• - Execução de talude inadequado;
• - Aumento da umidade do solo;
• - Falta de estabelecimento de fluxo;
• - Vibrações na obra e adjacências;
• - Realização de escavações abaixo do lençol freático;
• - Realização de trabalhos de escavações sob condições meteorológicas
• adversas;
• - Interferência de cabos elétricos, cabos de telefone e de redes de
• água potável e de sistema de esgoto;
• - Obstrução de vias públicas;
• - Recalque e bombeamento de lençóis freáticos;
• - Falta de espaço suficiente para a operação e movimentação de máquinas.
Medidas Preventivas

O projeto executivo de escavações deve levar em conta as condições


geológicas
e os parâmetros geotécnicos específicos do local da obra, tais como
coesão e ângulo de atrito. Variações paramétricas em função de
alterações do
nível da água e as condições geoclimáticas devem ser consideradas.
O responsável técnico deverá encaminhar ao CREA e aos proprietários
das edificações vizinhas cópias dos projetos executivos, incluindo as
técnicas
e o horário de escavações a serem adotados.
Recomenda-se o monitoramento de todo o processo de escavação,
objetivando
observar zonas de instabilização global ou localizada, a formação de
trincas, o surgimento de deformações em edificações e instalações
vizinhas e vias públicas.
As escavações
Com mais de 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros)
de profundidade devem dispor de escadas de acesso em locais estratégicos,
que permitam a saída rápida e segura dos trabalhadores em caso
de emergência.
Figura 2 – Instalação de escadas em escavação de vala com mais de 1,25 m
de altura
As cargas e sobrecargas ocasionais, bem como possíveis vibrações, devem
ser levadas em consideração para a determinação das paredes do talude,
a construção do escoramento e o cálculo dos seus elementos estruturais.
O material retirado das escavações deve ser depositado a uma distância
mínima que assegure a segurança dos taludes.
Figura 3 – Medidas de afastamento mínimo comumente adotadas
Observação: As medidas acima não se aplicam em determinadas situações,
as quais dependem
da avaliação do responsável técnico.
Sinalização em Escavações
Nas escavações em vias públicas ou em canteiros, é obrigatória a utilização
de sinalizações de advertência e barreiras de isolamento.
Alguns tipos de sinalização usados:
• Cones
• Fitas
• Cavaletes
• Pedestal com iluminação
• Placas de advertência
• Bandeirolas
• Grades de proteção
• Tapumes
• Sinalizadores luminosos
O tráfego próximo às escavações deve ser desviado e, na sua impossibilidade,
a velocidade dos veículos deve ser reduzida.
Devem ser construídas, no mínimo, duas vias de acesso, uma para pedestres
e outra para máquinas, veículos e equipamentos pesados.
No estreitamento de pistas em vias públicas, deve ser adotado o sistema
de sinalização luminosa (utilizar como referencial para consulta o Código
Brasileiro de Trânsito).
Sistemas de Proteção em
Fundações Escavadas

Riscos Comuns
São riscos comuns nas escavações de poços e nas
fundações a céu aberto:
• Queda de materiais;
• Queda de pessoas;
• Fechamento das paredes do poço;
• Interferência com redes hidráulicas, elétricas,
telefônicas e de abastecimento de gás;
• Inundação;
• Eletrocussão;
• Asfixia.
Medidas Preventivas

A execução do serviço de escavação deverá ser feita por trabalhadores


qualificados.
Na execução de poços e tubulões a céu aberto, a exigência de escoramento/
encamisamento fica a critério do responsável técnico pela execução
do serviço, considerando os requisitos de segurança que garantam a
inexistência
de risco ao trabalhador.
Tubulões, túneis, galerias ou escavações profundas de pequenas dimensões,
cuja frente de trabalho não possibilite perfeito contato visual da atividade
e em que exista trabalho individual, o trabalhador deve estar preso a um
cabo-guia que permita, em caso de emergência, a solicitação ao profissional
de superfície para o seu rápido socorro.
Medidas Preventivas

A partir de 1 m (um metro) de profundidade, o acesso da saída do poço


ou tubulão será efetuado por meio de sistemas que garantam a segurança do
trabalhador, tais como:
• sarilho com trava;
• guincho mecânico.
Nas escavações manuais de poços e tubulões a céu aberto o diâmetro mínimo
deverá ser de 0,60 m (sessenta centímetros).
Perigos/Riscos mais freqüentes
• Queda de pessoas a nível diferente;
• Queda de pessoas ao mesmo nível;
• Queda de objetos por desabamento ou desmoronamento de estruturas vizinhas;
• Queda de objetos desprendidos;
• Marcha sobre objetos;
• Soterramento;
• Choques ou pancadas por objetos móveis;
• Projecção de fragmentos ou partículas;
• Entalamento ou esmagamento por ou entre objetos;
• Entalamento ou esmagamento por capotamento de máquinas;
• Sobre-esforços ou posturas inadequadas;
• Contactos eléctricos, por interferência com redes técnicas;
• Explosão, por interferência com redes técnicas;
• Atropelamento ou choque de veículos;
• Exposição ao ruído;
• Exposição a substâncias tóxicas ou nocivas (poeiras e gases);
• Exposição a vibrações.
Causas Principais
 Falta de preparação do trabalho, nomeadamente, existência de infra-estruturas
enterradas e tipo de solo;
 Não respeitar os taludes naturais;
 Sobrecarregar os topos dos taludes;
 Não vigiar e sanear os taludes;
 Entivação inadequada ou insuficiente;
 Topo dos taludes sem protecção (contra quedas em altura);
 Trabalho desorganizado;
 Não manter os caminhos de circulação em estado adequado para a circulação;
 Não definir e sinalizar caminhos de circulação com largura suficiente para a
circulação segura de camiões e peões;
 Trabalhar em condições atmosféricas adversas;
 Não delimitar e sinalizar a zona de trabalhos e não controlar as entradas nessa
zona;
 Não respeitar as limitações das máquinas, indicadas pelos fabricantes;
 Utilização de meios mecânicos de forma inadequada (para arrancar elementos
construtivos ou utilizar os equipamentos para além das capacidades indicadas
pelo fabricante...);
 Trabalhadores sem formação e desconhecimento dos riscos.
Medidas de Prevenção
Aconselhadas
Antes de iniciar qualquer trabalho deve efetuar o levantamento de: tipo de terreno (talude natural, coesão, níveis
freáticos, teor de humildade, estratificações, escavações ou aterros anteriores...), proximidade de construções
(e suas fundações) ou outras estruturas, proximidade de fontes de vibrações (estradas, fábricas...) e proceder
ao levantamento de todas as infra-estruturas aéreas e subterrâneas (localização e profundidade exatas) e,
solicitar às entidades exploradoras o seu desvio, caso se encontrem na zona de influência da escavação; se ta
não for possível, deve-se efetuar um planejamento cuidado do trabalho porque, nesta situação as
concessionárias vão exigir datas e horas para efetuar os cortes;
No caso de surgir um cabo elétrico ou uma tubagem de gás, não assinalados nas plantas, os trabalhos devem ser
suspensos, de imediato, até à chegada de um responsável da entidade exploradora;
Devem ser construídos acessos separados à escavação, para pessoal e para veículos;
Só deve utilizar máquinas homologadas;
Os veículos e máquinas usados devem ter a sinalização luminosa e acústica de marcha-atrás em bom estado de
funcionamento;
Deve ser rigorosamente proibido todo e qualquer trabalho ou a permanência de trabalhadores no raio de acção das
máquinas;
Devem ser definidos e devidamente sinalizados, caminhos de circulação com largura suficiente para evitar o choqu
frontal de veículos;
Os caminhos de circulação devem ser mantidos em bom estado, tapando covas e irregularidades e compactando a
zonas moles (se necessário, com toutvenant ou detritos de pedreira);
Devem ser devidamente entivadas, todas as frentes de escavação cujo talude tenha ângulo superior ao do talude
natural;
Devem-se impedir as infiltrações nos taludes através de covas e requeiras da superfície, construindo drenos;
colmatando e compactando covas susceptíveis de se transformarem em charcos e obturando fissuras
superficiais com terra compactada;
Se a escavação atingir o nível freático, deve-se proceder à drenagem permanente das águas e à vigilância dos
taludes;
Continuação
• Se a escavação for efetuada em zona de aterro, deve-se verificar o estado de compactação dos solos
e a escavação deve ser executada por pequenos troços (em extensão e profundidade);
• Se existirem edificações, muros em alvenaria ou betão ou postes, devem-se escorar ou recalçar todos
os alicerces/maciços susceptíveis de serem afetados;
• Deve ser vigiada, diariamente, a resistência dos taludes, especialmente se o solo apresenta fissuras
ou estratificações (descontinuidades) muito acentuadas ou se estão previstas grandes amplitudes
térmicas no decurso da escavação. Se for necessário proceder ao seu saneamento, os trabalhadores
que executarem a tarefa devem usar arnês anti-quedas;
• Se existirem estradas ou caminhos de circulação de veículos, próximas da frente de escavação, deve-
se exercer uma vigilância diária sobre a resistência do talude e instalar sinalização rodoviária, a avisar
da circulação e manobra de máquinas e viaturas. Se a intensidade do tráfego o justificar devem ser
estudadas limitações de velocidade;
• Se o tráfego o justificar, devem ser utilizados «sinaleiros» nos entroncamentos com as vias públicas;
• Nos trabalhos de saneamento com alavancas ou escombreiras, os trabalhadores devem usar proteção
anti-queda, para ocaso da ferramenta escapar, ao exercer a força, ou a pedra ceder inesperadamente;
• Se houver necessidade de aproximar máquinas ou caminhões do coroamento dos (para carregar ou
descarregar, por exemplo), devem ser colocados batentes a uma distância mínima de 2 m
• O coroamento dos taludes que se situem junto a caminhos de circulação (da obra ou outros), devem
ser protegidos com guarda-corpos, colocados a dois metros do bordo;
• Deve ser rigorosamente proibido trabalhar junto a taludes (especialmente na parte de baixo) abertos
recentemente e que ainda não tenham sido saneados;
• Deve dotar a escavação de meios de acesso adequados;

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