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CONCURSO DE CONTOS 2010 SESC AMAZONAS

EMILIE SOUZA CONTO: CATSTROFE

MANAUS 2010

Catstrofe

S voc para fazer algo to sem noo!, Anderson encostou-se aos cantos da parede para evitar contato com o desastre no cho. O que eu fao agora?!, Fabiano disse com as mos na cabea. Andando de uma ponta a outra da sala, comeou a pensar numa desculpa. Que deveria ser muito boa para convencer sua me. Ou que o livrasse do cinturo do pai... Ah, isso um caos! O que eu fao?, repetia na esperana de ouvir alguma idia genuna do amigo. Anderson no sabia o que dizer, e se soubesse falaria asneira. Talvez a idade... Dizer que foi um acidente, que estavam distrados correndo... Que Anderson o acertou no olho e por isso comearam a correr pela casa como desesperados, coisa de criana. A me entenderia. Nem tudo estava perdido. A me tambm foi criana um dia... e j fez a burrada uma ou duas vezes... Ahr! no foi de propsito, poxa!. Anderson escapulia pela porta da frente. Se estivesse ali atribuiriam parcela da culpa a ele. Anderson, no sai! Voc ser meu libi, Fabiano o parou. Ele quer que eu apanhe tambm, pensou o amigo com uma ponta de arrependimento por ter passado s para jogar videogame. Mas, foi voc que fez isso, justificou a fuga. Anderson... lembra daquela vez em que te livrei das mos caludas do Marcelo?. Ah, no, ele lembrou daquilo... bendito dia em que fiz besteira e ele foi me salvar. Sabia que no devia ter dito te devo uma. Devia ter previsto a cobrana, pensou, Bom, agora no tem jeito. Concordou em ajud-lo. Mais por divida do que por amizade. A me se exasperou quando viu seu jarro preferido aos pedaos. Gritou pelo nome de Fabiano. Como voc fez isso?!. Desculpe, me, deixei a porta aberta e o cachorro

entrou. Correu atrs do gato, a senhora sabe como eles se odeiam.... A me olhou para o menino, bufando. No , Anderson?. , dona Rosangela. Eu ouvi tudo da sala enquanto estvamos jogando videogame, disse com o controle ainda na mo.

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