Especialistas da ONU estão seriamente preocupados com o
aumento da produção das drogas no Afeganistão. De acordo com avaliações feitas foi de um terço o aumento da produção do ópio no ano passado. A matéria-prima cultivada neste país é suficiente para preparar 800 toneladas de heroína.
Praticamente não existem duvidas de que o atual inverno
rigoroso não impedirá que os barões das drogas batam novo recorde neste ano. Embora 93 % do ópio no mercado clandestino mundial ser de origem afegã; assinala o orientalista Ajdar Kurtov:
O Afeganistão era tradicionalmente um dos países do cultivo dos
narcóticos, basicamente a papoula de ópio. Porém as perturbações relacionadas com a guerra civil, a intervenção estrangeira, os constantes golpes com participação dos diferentes clãs e agrupamentos étnicos, acabaram contribuindo para que no final das contas grande parte dos habitantes, e isso alguns milhões, acabassem envolvidos no cultivo da papoula de ópio.
Desde o momento do surgimento das tropas norte-americanas
no Afeganistão em 2001 a área plantada aumentou aproximadamente 20 vezes. Os lucros obtidos com a exportação do ópio e seus derivados somam cerca de quatro bilhões de dólares anuais. Os especialistas consideram que diante da situação atual no Afeganistão praticamente não existem chances de impedir seriamente a produção de drogas.
É registrado o aumento dos volumes da exportação do ópio
afegão e crescimento do crime organizado, corrupção e vicio das drogas em países limítrofes – Irã e Paquistão, pois é através deles que passam os dois principais caminhos do fornecimento dos narcóticos afegãos à Europa.
Existe ainda o chamado “itinerário do Norte” quando em todos
os países da Ásia Central é assinalado o aumento dos viciados em droga que passaram do ópio para a heroína.
E também o Cáucaso se transformou num ponto de passagem do
ópio afegão à Europa.
Sob estas circunstancias a Rússia convoca os seus parceiros
ocidentais para intensificar a cooperação na luta contra a ameaça afegã. Como declarou o embaixador russo na OTAN, Dmitri Rogozin é preciso “desencadear uma verdadeira operação conjunta” para interceptar os canais do trafico de drogas. Por sua vez, os países membros da Organização do Tratado sobre a Segurança Coletiva (OTSC) formada pela Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tadjiquistão, Uzbequistão há muito que oferecem sua ajuda ao contingente da OTAN no Afeganistão. Bruxelas prefere manter silencio se limitando às declarações sobre a oposição conjunto ao terrorismo.