Reiteração do Pedido de Suspensão da Aplicação do Novo Modelo de Avaliação em Nome
de uma Avaliação Promotora do Sucesso e da Dignificação da Carreira Docente
Exmo. Senhor Presidente da República
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República Exmo. Senhor Presidente da Comissão Parlamentar de Educação Exmo. Senhor Presidente do Conselho Pedagógico do Agrupamento de Escolas de Colmeias Exmo. Senhor Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Colmeias
Os docentes do Agrupamento de Escolas de Colmeias reunidos no dia 22 de
Janeiro de 2009, após a análise do Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro e demais legislação em vigor, consideram que as condições objectivas para a aplicação do modelo de avaliação de desempenho do pessoal docente, mesmo que simplificado, não se alteraram. Assim, na linha da análise e reflexão anteriores ocorrida a quatro de Novembro de dois mil e oito, continuam a considerar que: a) O actual regime transitório de avaliação de desempenho docente, ao consignar a não obrigatoriedade de os docentes serem avaliados na componente científico- pedagógica, não só não promove, como compromete, a qualidade do ensino b) O actual regime transitório de avaliação de desempenho docente, apesar de retirar do processo avaliativo alguns parâmetros anteriormente previstos, não o torna, ainda assim, mais exequível, designadamente por força da concentração de competências no Presidente do Conselho Executivo. c) O actual regime transitório de avaliação de desempenho docente, compromete a construção, desde já e a longo prazo, de um modelo de avaliação justo, sério e credível, bem como desvia significativamente a Escola da sua principal razão - a educação dos alunos. d) O actual regime transitório de avaliação de desempenho docente a realizar-se nos termos agora regulamentados, por não ter mexido no essencial do modelo e ainda, por comportar um vasto potencial de contradições e problemas de aplicação, promoverá a injustiça entre pares, configurando-se, assim, como instrumento de gestão ineficaz, promotor de desmotivação e de instabilidade no nosso Agrupamento, pois não assegura, de forma distinta, a avaliação do mérito científico-pedagógico. e) Se afigura fundamental que um modelo de avaliação da actividade docente não se constitua como uma solução transitória como agora se apresenta a coberto do Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro, mas antes e inequivocamente, como um instrumento fundamental de valorização da escola pública e do desempenho dos docentes que integre um cariz formativo e que promova a melhoria das práticas, não se esgotando apenas na seriação dos professores para efeitos de gestão de carreira. f) Qualquer alternativa ao actual modelo de avaliação de desempenho só pode passar pelo fim da divisão artificial da carreira em professores e professores titulares, uma situação que descredibiliza o próprio estatuto profissional e a função docente, por não configurar o primado do mérito profissional. g) Não faz qualquer sentido a vivência de um clima de insegurança por via do insuficiente ou nalguns casos, inexistente esclarecimento de dúvidas que se colocam relativamente aos efeitos decorrentes da aplicação do actual regime transitório de avaliação de desempenho docente.
Nesta conformidade, os docentes do Agrupamento de Escolas de Colmeias, abaixo-
assinados, na assunção de uma tomada de posição coerente, responsável, ética e respeitosa na mesma linha da que anteriormente manifestaram, reafirmam a sua vontade em reiterar a sua decisão tomada em vinte e dois de Janeiro de dois mil e nove, de suspender a sua participação em toda e qualquer iniciativa relacionada com a avaliação de desempenho do pessoal docente estabelecido pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro e demais legislação subsidiária, pela defesa da qualidade do ensino e do prestígio da escola pública, salvaguardando a situação dos professores contratados, aos quais se reserva o direito de decidirem individualmente face ao seu processo avaliativo. Reiteramos ainda a posição maioritária do Conselho de Escolas, favorável à suspensão deste processo de avaliação de desempenho. Reforçamos também a nossa convicção de que a substituição do actual modelo por um modelo competente e que seja compreendido e aceite pela maioria daqueles a quem se dirige, visando a melhoria da prestação do serviço educativo público, a dignificação da profissionalidade docente, promovendo assim uma escola pública de qualidade, é a opção estratégica mais desejada pelos docentes.