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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE


BLUMENAU – ESTADO DE SANTA CATARINA.

JOÃO DA SILVA, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da Carteira de


identidade nº. 1.234.5 SSP-SC e inscrito no CPF sob nº. 123.456.789-01, residente
e domiciliado na Rua da Paz, 12 – Apartamento 400 – Residencial Luz do Sol, nesta
cidade de Blumenau – SC, vem mui respeitosamente à presença de V. Exa., através
de seu procurador abaixo assinado com escritório profissional na Rua Dr.
Blumenau, 2590 – Bairro Velha - Blumenau – SC., para propor a presente

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR C/C COM


INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS

contra, CLICLANA DE TAL, brasileira, solteira, cabeleireira, portadora da


carteira de identidade nº. 9.876.5 SSI-SC e inscrita no CPF sob nº. 987.654.321-09,
residente na Rua da Paz, 12 – Apartamento 404 – Residencial Luz do Sol, nesta
cidade de Blumenau – SC., pelos seguintes motivos de fato e de direito que passa a
expor:

DOS FATOS

1 – O Autor é proprietário de um apartamento de nº. 404, do Edifício Residencial


Luz do Sol, localizado na Rua da Paz, 12 – nesta cidade de Blumenau – SC.,
conforme comprova através de competente inscrição no registro de imóveis.
2 – Em 12 de junho de 2006, cedeu o referido apartamento, através de contrato
escrito de comodato por prazo indeterminado (documento em anexo), para seu
amigo FULANO DE TAL e sua namorada CICLANA DE TAL (Ré), ficando estes
apenas obrigados a efetuar o pagamento das despesas – consideradas não
onerosas – de condomínio, água e luz.

3 – Em 28 de abril de 2008, os comodatários, terminaram seu relacionamento,


sendo que FULANO DE TAL, desocupou o imóvel na mesma semana, enquanto
que CICLANA DE TAL informou que desocuparia na semana seguinte, fato que não
ocorreu. Procurada pelo Autor a Ré afirmou que não sairia do apartamento, pois
entendia não haver motivo para o fim do comodato.

4 – Em 26 de maio de 2008 o Autor notificou formalmente a Ré sobre a intenção de


retomada do imóvel (documento em anexo), concedendo-lhe o prazo de 90
(noventa) dias para a desocupação do mesmo.

5 – A Ré não desocupou o apartamento no prazo previsto na notificação, bem


como, não efetuou o pagamento das contas de água, luz e despesas de condomínio
do referido imóvel, vencidas a partir do mês de junho de 2008.

DO DIREITO

O direito do Autor, encontra amparo no disposto no artigo 1.210 do Código


Civil:
“Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo
receio de ser molestado.”
“Art. 582. O Comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora,
a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a
natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O Comodatário
constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da
coisa que for arbitrado pelo comodante.”
Com a notificação enviada (documento em anexo) a Ré, restou
constituída em mora a partir da data do dia 24 de julho de 2008.
Como reiteradamente vêm os Tribunais decidindo, as notificações são
documentos hábeis a constituir o comodatário em mora:
“Possessória - Comodato - Não restituído o imóvel após a notificação,
está caracterizado o esbulho - Agravo provido para cassar a liminar deferida aos
esbulhadores.” (TJSC, agravo de instrumento 8.933 de Piçarras – Relator
Desembargador Eduardo Luz).
Estabelece o art. 924 do CPC:
“Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de
posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da
turbação ou do esbulho; passando esse prazo, será ordinário , não perdendo,
contudo o caráter possessório.”
Levando-se em conta que a notificação foi entregue em 26 de maio de
2008, o esbulho possessório deu-se em 23 de julho de 2008, estando o pedido
dentro do período de ano e dia exigido pelo citado artigo 924, uma vez que a
notificação caracteriza o esbulho.
Como dispõe os arts. 927 e 928 do CPC:
“Art. 927. Incumbe ao autor provar:
I – a sua posse;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a
perda da posse, na ação de reintegração.”
“Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá,
sem ouvir o réu, a expedição do mandato liminar de manutenção ou de
reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o
alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.”
Desta forma, atendidos os requisitos do art. 927 acima citado:
a) a prova da posse indireta do Autor – o que se faz pelo contrato de
comodato anexo;
b) o esbulho e a data de sua ocorrência - que se deram após o
desatendimento da notificação enviada, conforme documento em anexo;
c) a perda da posse pela Ré – ocorrida uma vez que desatendida a
notificação.
DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer-se à Vossa Excelência:


1. A concessão frente às provas apresentadas, do mandado liminar de
reintegração de posse, sem a ouvida da Ré;
2. A citação do réu, conforme endereço fixado no preâmbulo para que,
querendo, conteste a presente ação sob pena de revelia;
3. A produção de provas documentais, periciais e testemunhais, além de
outras que eventual contraditório possa ensejar, bem como depoimento
pessoal da Ré, sob pena de confissão.
4. A procedência da presente ação, reintegrando o Autor na posse do
imóvel em questão, arbitrando-se para os fins de aluguel previsto no art.
582 do CC, o valor de R$ 800,00 (oitocentos reais) mensais, e
indenização a ser paga pela Ré em favor do Autor no valor de R$ 900,00
(novecentos reais) referente aos valores não pagos de água, luz e
condomínio do apartamento em questão a partir de junho de 2008,
condenando-se a Ré ao pagamento das custas, despesas processuais e
honorários advocatícios a serem fixados por Vossa Excelência.

Dá-se à causa, o valor de R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais).

Nesses Termos, Pede Deferimento.

Blumenau, 29 de julho de 2008.

JAQUELINE SUSAN MACHADO


OAB-SC: DIR-23

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