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UNIVERSIDADE

CATÓLICA DE
BRASÍLIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

LATO SENSU EM REDES DE COMPUTADORES

SISTEMAS DE PREVENÇÃO DE INTRUSÃO BASEADO EM

SOFTWARE LIVRE: DEBIAN E SNORT

IGOR DA SILVA NEIVA MAIA


SANDRO HERMAN PEREIRA REHEM

BRASÍLIA 2º/2005
Lato Sensu em Redes de Computadores

Universidade Católica de Brasília

IGOR DA SILVA NEIVA MAIA

SANDRO HERMAN PEREIRA REHEM

SISTEMAS DE PREVENÇÃO DE INTRUSÃO BASEADO EM

SOFTWARE LIVRE: DEBIAN E SNORT

Projeto final apresentado ao Programa de


Pós-Graduação “Lato Sensu” em Redes de
Computadores da Universidade Católica de
Brasília, como requisito a obtenção do grau de
Especialista em Rede de Computadores.

Orientador: Jerônimo Jardim

Brasília

DEZEMBRO/2005

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TERMO DE APROVAÇÃO

Monografia defendida e aprovada como requisito parcial obtenção do grau de

Especialista em Rede de Computadores, defendida e aprovada, em 12 de dezembro de

2005, pela banca examinadora constituída por:

JERÔNIMO JARDIM

(ORIENTADOR)

LAERTE PEOTA

(EXAMINADOR INTERNO)

Brasília

UCB

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Aos nossos pais, familiares e namoradas pela

compreensão e incentivo nos momentos mais

difíceis.

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Agradecemos:

Primeiramente a Deus.

À Universidade Católica de Brasília.

Ao Professor Mestre Jerônimo Jardim

Incentivador e esclarecedor de muitas dúvidas

surgidas ao longo do projeto

E a todos aqueles que nos ajudaram e

incentivaram no desenvolvimento das

atividades realizadas neste projeto.

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LISTA DE FIGURAS

Ilustração 1.1 – Crescimento dos sistemas de informação...................... ...............................1

Ilustração 2.2 – Estatísticas de incidentes relatados ao CERT/CC.........................................5

Ilustração 2.3 – Estatísticas de incidentes relatados ao CERT.br............................... .............5

Ilustração 2.4 – Comparativo entre conhecimento e sofisticação dos ataques........................ 6

Ilustração 2.5 – Processos para implementação de segurança..............................................9

Ilustração 3.6 – IDS como segunda camada de defesa da rede..................... ......................25

Ilustração 3.7 – Localização dos sensores................................................................... .........31

Ilustração 4.8 – Princípio fundamental de defesa ativa. ................................ .......................37

Ilustração 4.9 – Arquitetura de IPS.............................................................................. ..........39

Ilustração 5.10 – Mecanismo de processamento de pacotes no Snort................................ ..51

Ilustração 5.11 – Exemplo de assinatura do Snort.................................... ............................56

Ilustração 6.12 – Disposição do Snort Inline............................................. ............................63

Ilustração 6.13 - Mecanismo de processamento de pacotes no Snort Inline.........................63

Ilustração 7.14 – Topologia utilizada em laboratório.................................................... ..........66

Ilustração 7.15 – Tela de configuração inicial do BASE.................................................. .......82

Ilustração 7.16 – Tela de status da configuração inicial do BASE.........................................82

Ilustração 8.17 – Análise de logs no BASE............................................... ............................84

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RESUMO

Este trabalho visa a implantação de um IPS (Intruder Prevention System) utilizando o

Snort Inline como ferramenta. Inicialmente é apresentada a teoria envolvida no projeto,

definindo IPS e suas funcionalidades. Logo após, são descritas as ferramentas necessárias

para a implementação do ambiente do IPS, bem como a implementação em si. Em seguida,

são apresentados os dados da coleta a respeito de ataques e sua análise. Finalmente, são

feitas as considerações finais e sugestões de trabalhos futuros.

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ABSTRACT

This work aims at the implantation of IPS (Intruder Prevention System) using the

Snort Inline as tool. This work initially presents the theory involved in the project, explaining

what a IPS is for and how it works. Afterwards, all the tools needed to implement the IPS

environment are described, as well as the implementation itself. Thereafter, the collected

data about the attacks and their analysis are presented. Finally, final statements are made

and future works are suggested.

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ÍNDICE

Capítulo Página

LISTA DE FIGURAS................................................................................................ ...............v

RESUMO.......................................................................................................................... .....vi

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... ................1

1.1 Objetivo......................................................................................................... ................3

1.2 Escopo.................................................................................................... ......................4

2 SEGURANÇA.......................................................................................... ............................4

2.1 Políticas de Segurança............................................................................................... ..7

2.2 Crimes Computacionais..................................................................... ...........................9

2.3 Firewalls............................................................................................ ..........................11

2.4 Ameaças e Ataques.............................................................................................. ......12

2.4.1 Classificação.............................................................................. ..........................12

2.4.2 Tipos de Ataques.................................................................................. ................13

2.4.3 Exemplos de Ataques.............................................................................. .............14

2.5 Intrusão................................................................................................ .......................17

2.5.1 Classificação de uma Intrusão........................................................................ ......18

2.5.2 Detecção de uma Intrusão................................................................................. ...19

3 SISTEMAS DE DETECÇÃO DE INTRUSÃO.................................................. ...................20

3.1 Tipos de IDS........................................................................................................ ........21

3.1.1 IDS baseados em Redes (NIDS)............................................................ ..............21

3.1.2 IDS baseados em Hosts (HIDS)....................................................... ....................25

3.1.3 IDS baseados em kernel .......................................................... ...........................29

3.2 Consoles e Sensores........................................................................ ..........................29

3.2.1 Gerência..................................................................................................... ..........29

3.2.2 Sensores....................................................................................... .......................30

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3.3 Assinaturas........................................................................................................... .......33

3.4 Estímulos e Respostas........................................................................................ ........33

4 SISTEMAS DE PREVENÇÃO DE INTRUSÃO.................................................................. .35

4.1 Surgimento da Necessidade da Pesquisa..................................................... ..............35

4.2 Princípios fundamentais......................................................................... .....................36

4.2.1 Defesa ativa.......................................................................................................... 36

4.2.2 IPS........................................................................................................................ 38

4.3 Riscos e impactos............................................................................... ........................43

4.4 Soluções disponíveis no mercado................................................................ ...............45

4.4.1 Ferramentas gratuitas........................................................................................... 46

4.4.2 Ferramentas comerciais................................................................... ....................48

5 SNORT.............................................................................................................................. .50

5.1 Mecanismo..................................................................................................... .............51

5.2 Configuração................................................................................................. ..............52

5.2.1 Variáveis................................................................................................... ............53

5.2.2 Preprocessor..................................................................................... ...................53

5.2.3 Assinaturas............................................................................................... ............55

5.2.4 Saída...................................................................................................... ..............60

6 SNORT INLINE............................................................................................. .....................62

6.1 Mecanismo IPtables................................................................................. ...................63

6.1.1 Mecanismo IPFW.......................................................................... .......................64

6.2 Configuração................................................................................................. ..............64

6.2.1 Mecanismo Inline............................................................................................... ...64

7 IMPLEMENTAÇÃO................................................................................ ............................66

7.1 Sistema Operacional................................................................................ ...................67

7.1.1 Instalação............................................................................................ .................68

7.2 Firewall.............................................................................................................. ..........68

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7.2.1 Configuração..................................................................................... ...................68

7.3 Sensor............................................................................................................... ..........69

7.3.1 Snort Inline................................................................................... ........................70

7.3.2 Bridge.................................................................................................... ...............74

7.3.3 IPtables.................................................................................... ............................75

7.4 Gerência................................................................................................................. .....76

7.4.1 MySQL..................................................................................... ............................76

7.4.2 Apache HTTP................................................................................... ....................79

7.4.3 BASE............................................................................................................ ........79

8 RESULTADOS........................................................................................ ...........................83

8.1 Resultados obtidos.......................................................................................... ............83

8.2 Análise e Discussão dos Resultados................................................................ ...........85

8.3 Problemas diagnosticados e futuras implementações........................................ .........85

CONCLUSÃO........................................................................................... ...........................87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... ..................89

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1 INTRODUÇÃO

A cada dia milhares de sistemas estão sendo interconectados, operando em conjunto

com outros sistemas, tornando a vida das pessoas cada dia mais fácil e, por conseqüência,

mais perigosa. São sistemas de controle médico: máquinas de vigilância de pacientes,

diagnósticos pela rede e até cirurgias online; Controle aéreo: interoperabilidade entre

diversos aeroportos; Trânsito: semáforos, pontes móveis, pedágios; Até sistemas de

monitoramento de vulcões que mandam seus alarmes pela rede.

Com a popularização das redes de computadores, principalmente a Internet, elas

assumiram um papel fundamental na atividade de empresas e instituições como

universidades, bancos, corretoras, ONGs, e-commerce, entre outras. Assim, essas redes

passaram a trafegar, armazenar e disponibilizar informações, muitas vezes, valiosas e

sigilosas, Ilustração 1.1 .

Ilustração 1.1 – Crescimento dos sistemas de informação.

A disponibilização cada vez mais acelerada de diversos serviços de rede multiplicou

as portas de acesso aos sistemas computacionais, multiplicando também a possibilidade da

ocorrência de acessos indevidos. Na medida em que se amplia o acesso às informações e

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mais recursos são disponibilizados aos clientes internos e externos, mais difícil se torna

garantir a integridade do ambiente. Este problema é agravado pela diversidade de

inovações tecnológicas implementadas a cada dia. Com isso a segurança da informação é

umas das maiores preocupações das grandes organizações no mundo atual, proteger a

rede corporativa contra ataques é uma tarefa constante dos administradores de segurança

da informação de uma empresa, para que os negócios da Empresa não sejam afetados por

ações maléficas, que viriam a se tornar alvo de tentativas de ataques, que em geral, buscam

o acesso não autorizado e a tentativa de indisponibilizar o sistema.

Tecnicamente uma rede de computadores funciona como elos de uma corrente e a

fragilidade da mesma se dá pela possível fragilidade de um único elo mais desprotegido. A

abertura e disponibilização de acesso a uma porta em uma rede segura pode ser um elo

bastante frágil, caso não seja realizada um controle criterioso. Tudo um processo de análise

de segurança deve ser realizado de forma a tornar segura todo o acesso e garantindo que

toda a informação trafegue da forma mais segura possível.

Durante toda a evolução, os primatas que criaram o hábito de acender uma fogueira

na entrada das suas cavernas durante a noite viviam mais, ao contrário dos outros que, vez

por outra, eram devorados por tigres dentes-de-sabre. Este costume se espalhou e, mesmo

que os mais novos não soubessem o motivo da fogueira, este "comportamento adquirido"

era de extrema importância para a sua sobrevivência. Saindo da filosofia é preciso

conscientizar a todos de que a segurança é muito mais do que um simples ramo de

trabalho, ela está presente no cotidiano e é preciso se adaptar. Segurança deve ser uma

preocupação geral, caso contrário estar-se-ia sujeito a ficar nas mãos de pessoas que se

aproveitam do fato de não se dar a devida importância ao assunto.

Para tornar uma rede de computadores mais segura são necessárias ferramentas

complexas de analise de dados/tráfego, pois a quantidade de informações são extramentes

altas e a rapidez na análise é uma exigência da segurança da informação. Existe uma

necessidade crescente por sistemas de segurança.

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O elemento mais comum para segurança é atribuído a firewalls e as práticas

atribuídas a listas de acesso em outros elementos de rede. Mas um tipo importante de

software de segurança que surgiu foram os IDS (Intrusion Detection System), entretanto não

é interessante somente em detectar ataques, mas preveni-los. Essa mudança de foco levou

ao desenvolvimento de uma nova classe de ferramentas de segurança, os Sistemas de

Prevenção de Intrusão (IPS), que têm se tornado uma tendência.

Um firewall é um requisito básico para redes conectadas à Internet, sem um firewall

não há o mínimo de segurança para proteger as redes corporativas bem como os

computadores pessoais.

Os IDS (Sistemas de Detecção de Intrusão) são planejados para farejar o tráfego e

analisar a reconhecer atividades e ataques em rede e hosts, detectando atividades

maliciosas o detector de intrusos, permite reagir a ameaças contra o ambiente corporativo.

Um IPS é um sistema que detecta e obstrui automaticamente ataques

computacionais a recursos protegidos. Um contraste com os IDS tradicionais, que localiza e

notifica os administradores sobre anomalias, um IPS defende o alvo sem uma participação

direta dos administradores. Tal proteção pode envolver o uso de técnicas baseadas em

assinatura ou técnicas conhecidas para identificar um ataque, bloquear um tráfego malicioso

ou alguma chamada de sistema que posa causar algum dano. O IPS combina as

funcionalidades de um IDS mais um firewall para oferecer uma solução que

automaticamente bloqueia ações ofensivas e detecta ataques.

1.1 Objetivo

O projeto visa implementar um sistema de prevenção de intrusão com plataforma e

ferramentas de uso livre, abordando estudo dos conceitos de Redes de Computadores.

Visando um aprofundamento no segmento de segurança da informação torna-se

desejável conhecer as ferramentas disponíveis para esta implementação.

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Ao final espera-se que seja uma fonte de referência: objetiva e de fácil entendimento;

e propor novas possibilidades de continuidade do projeto.

1.2 Escopo

O sistema operacional adotado foi o Debian, organizado pelo projeto

autodenominado. O Debian é um sistema operacional livre baseado no projeto GNU o qual é

a distribuição oficial Linux. O Debian usa o kernel Linux, mas a maior parte das ferramentas

do SO vêm do projeto GNU, daí o nome GNU/Linux .

A ferramenta, capaz de analisar o tráfego e registro de pacotes na rede, adotada foi o

Snort®. O Snort é um sistema de detecção e prevenção contra intrusos que utiliza linguagem

dirigida por regras, o qual combina os benefícios de assinatura, protocolo e anomalias

baseados nos métodos de inspeção e .

A implementação do ambiente proposto utiliza máquinas virtuais emuladas.

2 SEGURANÇA

Segurança significa minimizar a vulnerabilidade de bens e recursos. Vulnerabilidades

podem ser exploradas para se violar um sistema ou as informações nele contidas. A

Segurança Computacional está relacionada à necessidade de proteção contra o acesso ou

a manipulação, intencional ou não, de informações confidenciais por elementos não

autorizados: é a utilização não autorizada do computador ou de seus dispositivos periféricos.

As estatísticas de incidentes de ataques mostram um crescimento quase exponencial

nos últimos anos, de forma assustadora. De acordo com o CERT/CC (Computer Emergency

Response Team Coordination Center), esse número aumentou de 9859 para 137529

incidentes relatados, no período de 1999 a 2003, Ilustração 2.1. Os dados a partir de 2004

ainda não foram publicados .

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Ilustração 2.2 – Estatísticas de incidentes relatados ao CERT/CC.

De acordo com o CERT.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes

de Segurança no Brasil), o número de incidentes relatados aumentou de 3107 para 75722,

no período de 1999 a 2004, até setembro de 2005 foram 46205, Ilustração 2.2 .

Ilustração 2.3 – Estatísticas de incidentes relatados ao CERT.br.

Juntamente com a evolução no número de ataques, evoluíram também as técnicas

utilizadas para procedê-los. Assim, obter acesso não autorizado aos sistemas, deixou de ser

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uma prática somente de especialistas, para ser diversão de usuários que tenham interesse e

possuam as ferramentas corretas, Ilustração 2.3 .

Ilustração 2.4 – Comparativo entre conhecimento e sofisticação dos ataques.

Dado ao uso disseminado de ferramentas automáticas, os ataques a sistemas

tornam os incidentes bastante comuns, entretanto existem poucas informações a respeito do

impacto dos ataques. Em virtude desse quadro assim como em uma guerra, conhecer o

inimigo é algo de extrema importância. No mundo dos computadores, saber as técnicas e

ferramentas empregadas nos ataques às redes de computadores é algo fundamental para

que as técnicas de defesa mantenham sua eficácia.

Mesmo assim, com a tecnologia disponível no momento, é praticamente impossível

impedir que um ataque aconteça. Não existe um mecanismo único que forneça uma solução

para esse problema. Desta forma, foi introduzido o conceito de segurança em profundidade,

que faz uso de várias camadas de segurança, englobando os sistemas de informação e as

redes que os interligam.

Existem diferenças fundamentais na segurança voltada para o mercado corporativo,

onde se depara com a utilização de tecnologias avançadas, alta capacidade de tráfego, alta

disponibilidade e gerenciamento de estações, quando comparadas à segurança voltada

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para o mercado doméstico, do usuário da internet. Esta pesquisa contribui com a resolução

dos problemas de corporações.

A necessidade de proteção deve ser definida em termos das possíveis ameaças e

riscos e dos objetivos de uma organização formalizados em uma política de segurança.

2.1 Políticas de Segurança

Uma política de segurança é a expressão formal das regras pelas quais é fornecido

acesso aos recursos tecnológicos da empresa. Ou seja, é um conjunto de leis, regras e

práticas que regulam como uma organização gerencia, protege e distribui suas informações

e recursos. Um sistema é considerado seguro em relação a uma política de segurança, caso

garanta o cumprimento das leis, regras e práticas definidas na mesma.

O principal propósito de uma política de segurança é informar aos usuários, equipe e

gerentes, as suas obrigações para a proteção da tecnologia e do acesso à informação. A

política deve especificar os mecanismos através dos quais estes requisitos podem ser

alcançados. Outro propósito é oferecer um ponto de referência a partir do qual se possa

adquirir, configurar e auditorar sistemas computacionais e redes, para que sejam adequados

aos requisitos propostos. Portanto, uma tentativa de utilizar um conjunto de ferramentas de

segurança na ausência de pelo menos uma política de segurança implícita não faz sentido.

Uma política de uso apropriado pode também ser parte de uma política de

segurança. Ela deve expressar o que os usuários devem e não devem fazer em relação aos

diversos componentes do sistema, incluindo o tipo de tráfego permitido nas redes. Essa

política deve ser tão explícita quanto possível para evitar ambigüidades ou maus

entendimentos.

As decisões que um administrador toma ou deixa de tomar, relacionadas à

segurança, irão determinar a quão segura ou insegura é a rede, quantas funcionalidades ela

irá oferecer, e qual será a facilidade de utilizá-la. No entanto, não se consegue tomar boas

decisões sobre segurança, sem antes determinar quais são as metas de segurança. Até que

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sejam determinadas, não se poderá fazer uso efetivo de qualquer coleção de ferramentas

de segurança, pois simplesmente não se sabe o que checar e quais restrições impor.

Os objetivos devem ser formulados a partir das seguintes determinantes:

a. Serviços oferecidos versus Segurança fornecida

Cada serviço oferecido para os usuários carrega seus próprios riscos de segurança.

Para alguns serviços, o risco é superior ao benefício do mesmo, e o administrador deve

optar por eliminar o serviço ao invés de tentar torná-lo menos inseguro.

b. Facilidade de uso versus Segurança

O sistema mais fácil de usar deveria permitir acesso a qualquer usuário e não exigir

senha, isto é, não haveria segurança. Solicitar senhas torna o sistema um pouco menos

conveniente, porém mais seguro. Requerer senhas "one-time" geradas por dispositivos,

torna o sistema ainda mais difícil de utilizar, mas bastante mais seguro.

c. Custo da segurança versus o Risco da perda

Há muitos custos diferentes para segurança: monetário (o custo da aquisição de

hardware e software como firewalls, e geradores de senha "one-time"), desempenho

(tempo cifragem e decifragem), e facilidade de uso. Há também muitos níveis de risco:

perda de privacidade (a leitura de uma informação por indivíduos não autorizados),

perda de dados (corrupção ou deleção de informações), e a perda de serviços (ocupar

todo o espaço disponível em disco, impossibilidade de acesso à rede). Cada tipo de

custo deve ser contra balanceado ao tipo de perda [7].

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Ilustração 2.5 – Processos para implementação de segurança.

Pode haver requisitos regulamentares que afetem alguns aspectos da política de

segurança (como a monitoração). Os criadores da política de segurança devem considerar a

busca de assistência legal na criação da mesma. No mínimo, a política deve ser revisada

por um conselho legal.

2.2 Crimes Computacionais

A era da Internet é cada vez mais presente na vida das pessoas. Esta por sua vez,

tende a trazer grandes benefícios para o cotidiano dos seres humanos. Contudo, nem

sempre há o uso devido das tecnologias. Da mesma forma ocorre com a Internet: é possível

usá-la para o bem ou para o mal.

Entre os males causados pelo uso indevido da Internet, pode-se citar os crimes

virtuais. O conjunto de normas, princípios e instruções que regulam as relações jurídicas

emergentes da atividade informática, constitui a intersecção entre direito e informática.

O crime virtual está por todo o mundo, inclusive no Brasil, mais nem sempre é

publicado, e não se restringe somente ao vírus digital. Isso ocorre pelo fato de que os

computadores se tornaram populares e estão ao alcance de todos. Por sua vez, a ética nem

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sempre engloba os princípios da Informática, fazendo com que a segurança nos

computadores seja deturpada.

Atualmente, para os usuários da Internet não existe limite para o crime por

computador, pois a fiscalização é muito fraca.

No Brasil existem inúmeros casos de crimes virtuais, onde, segundo fontes como

revistas, jornais e documentários, pode-se notar que este assunto não é tão recente quanto

parece. Existem alguns tipos de diversificações de denominações referentes a este assunto,

que são:

• Computer crime;

• Abuso de computador;

• Crime de computação;

• Criminalidade mediante computadores;

• Delito informático;

• Fraude informática;

• Delinqüência econômica;

• Computer kriminalistat;

Conceituando crime informático, para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento

(OECD): "Computer crime é qualquer conduta ilegal, não autorizada, que envolva

processamento automático de dados e/ou transmissão de dados”.

Um crime pode ser realizado com base nas diferentes áreas de um computador,

como na unidade de entrada, na de saída, na unidade central de processamento, num

dispositivo de armazenamento ou de transmissão de informações. Sendo que os crimes

ocorrem de acordo com a criatividade do agente.

Segundo Ulrich Sieber, os crimes podem ser classificados da seguinte forma:

• Fraude por manipulação de um computador contra um sistema de processamento de

dados;

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• Espionagem informática;

• Furto de tempo;

• Acesso não autorizado a sistemas;

• Ofensas tradicionais;

Segundo C.M Romeo Casabona são:

• Manipulação de entrada de dados (input);

• Manipulação no programa;

• Manipulação na saída de dados (output);

• Manipulação a distância;

Totalmente ligados ao computer crime, estão os Hackers. Os Hackers interagem com

os demais dentro de uma estrutura anarquista, sem liderança forte ou padrão rígido a seguir.

E tem como finalidade desbravar novos horizontes, mesmo que o objetivo principal seja a

infiltração de valores novos para a sociedade, a contra cultura.

2.3 Firewalls

Firewall é o mecanismo de segurança interposto entre a rede interna e a rede

externa com a finalidade de liberar ou bloquear o acesso de computadores remotos aos

serviços que são oferecidos em um perímetro ou dentro da rede corporativa. Este

mecanismo de segurança pode ser baseado em hardware, software ou uma mistura dos

dois.

O firewall é o ponto de conexão com a rede externa, tudo o que chega à rede interna

deve passar pelo firewall, ele é também o responsável por aplicar as regras de segurança,

autenticar usuários, registrar tráfego para auditoria e deve limitar a exposição dos hosts

internos aos hosts da Internet, para que elas não seja alcançáveis, por exemplo, o servidor

de banco de dados. Entretanto, algumas tarefas não podem ser executadas, como, proteger

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a rede contra usuários internos mal intencionados, conexões que não passam por ele,

ameaças novas, no qual ele não foi parametrizado para executar uma ação.

Um ataque pode ocorrer explorando as vulnerabilidades do aplicativo em máquinas

protegidas por firewalls com listas permitindo o acesso. São três os fatores em risco: a

reputação, os computadores e as informações guardadas; e são três os fatores precisam ser

resguardados: a privacidade, a integridade e a disponibilidade. Existem situações de riscos

como, roubo de conexão depois dela ter sido autenticada, espionagem de dados secretos

enquanto em trânsito pela rede e um usuário não autenticado convence a rede que ele foi

autenticado.

O firewall não deve ser substituído por IPS, deve existir uma barreira de segurança

adicional na rede.

2.4 Ameaças e Ataques

Uma ameaça consiste em uma possível violação da segurança de um sistema.

Algumas das principais ameaças às redes de computadores são:

• Destruição de informação ou de outros recursos

• Modificação ou deturpação da informação

• Roubo, remoção ou perda de informação ou de outros recursos

• Revelação de informação

• Interrupção de serviços.

2.4.1 Classificação

As ameaças podem ser classificadas como:

• Acidentais ou Intencionais

• Ativas ou Passivas

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Ameaças acidentais são as que não estão associadas à intenção premeditada. Por

exemplo, descuidos operacionais e bugs (falhas) de software e hardware. A concretização

das ameaças intencionais variam desde a observação de dados com ferramentas simples

de monitoramento de redes, a ataques sofisticados baseados no conhecimento do

funcionamento do sistema.

Ameaças passivas são as que, quando realizadas, não resultam em qualquer

modificação nas informações contidas em um sistema, em sua operação ou em seu estado.

Uma estação que processa todos os quadros que recebe em uma rede local (incluindo os

que não são a ela endereçados) é um exemplo de realização de uma ameaça passiva. Uma

realização de ameaça ativa a um sistema envolve a alteração da informação contida no

sistema, ou modificações em seu estado ou operação. Uma estação de uma rede em anel

que não retransmite mensagens quando deveria fazê-lo (ela não é a responsável pela

retirada da mensagem do anel) é um exemplo de realização de uma ameaça ativa.

2.4.2 Tipos de Ataques

A materialização de uma ameaça intencional configura um ataque. Alguns dos

principais ataques que podem ocorrer em um ambiente de processamento e comunicação

de dados são:

• Personificação (masquerade): uma entidade faz-se passar por outra. Uma entidade

que possui poucos privilégios pode fingir ser outra, para obter privilégios extras

• Replay: Uma mensagem, ou parte dela, é interceptada, e posteriormente transmitida

para produzir um efeito não autorizado. Por exemplo, uma mensagem válida,

carregando informações que autenticam uma entidade A, pode ser capturada e

posteriormente transmitida por uma entidade X tentando autenticar-se no sistema

(possivelmente personificando a entidade A).

• Modificação: O conteúdo de uma mensagem é alterado implicando em efeitos não

autorizados sem que o sistema consiga detectar a alteração.

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• Recusa ou impedimento de serviço: ocorre quando uma entidade não executa sua

função apropriadamente ou atua de forma a impedir que outras entidades executem

suas funções. Uma entidade pode utilizar essa forma de ataque para suprimir as

mensagens, por exemplo, direcionadas a entidade encarregada da execução do

serviço de auditoria de segurança. Outro exemplo de utilização dessa forma de

ataque é a geração de mensagens com intuito de atrapalhar o funcionamento de

algoritmos de roteamento.

• Ataques internos: Ocorre quando usuários legítimos comportam-se de modo não

autorizado ou não esperado

• Armadilhas (trapdoor): Ocorre quando uma entidade do sistema é modificada para

produzir efeitos não autorizados em resposta a um comando (emitido pela entidade

que está atacando o sistema) ou a um evento, ou seqüência de eventos

predeterminado. Um exemplo desse ataque seria a modificação do processo de

autenticação de usuários para dispensar a verificação da senha em resposta a uma

combinação de teclas específica, por exemplo, “Ctrl+Alt+U”, ou a um evento do tipo

“hora do sistema 23:35:00”

• Cavalos de Tróia: Nesse ataque, uma entidade executa funções não autorizadas. Um

procedimento de login modificado, que além de sua função normal de iniciar a

sessão de trabalho dos usuários, grava suas senhas em um arquivo desprotegido, é

um exemplo de Cavalo de Tróia

2.4.3 Exemplos de Ataques

2.4.3.1 Backdoors

Antigamente, todo sistema tinha uma "porta dos fundos" (ou backdoor), por onde o

criador do sistema poderia entrar a qualquer hora, independente de quem fosse o

responsável pelo mesmo.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 14


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O autor garantiria sua entrada criando uma passagem secreta, que somente ele

saberia o local.

Há algum tempo vários programadores deixavam sempre um local por onde eles

poderiam passar no futuro. Hoje isso é mais difícil, pois existem muito mais pessoas

interessadas em procurar falhas do que antes.

De qualquer forma, quando se fala em "encontrar uma backdoor" ou "deixar uma

backdoor em algum sistema", geralmente, refere-se a uma característica secreta e

obviamente não documentada que permite o acesso de quem implantou esta backdoor.

É perfeitamente possível existir backdoors em scripts de IRC, programas de FTP, ou

qualquer outro serviço encontrado pela Internet. Portanto, os programas devem ser bem

escolhidos.

Algumas versões de Cavalos de Tróia possuem a capacidade de se anexar a outros

programas, fazendo com que este se transforme em uma backdoor, sem que se perceba

nada de diferente no sistema.

2.4.3.2 Portscan

Portscan é o processo de conexão em diversas portas TCP/UDP com o intuito de

identificar quais portas estão em listening, ou seja, aptas para receber uma conexão. Deste

modo é possível identificar alguns dados sobre o sistema, assim como serviços (TCP/UDP)

que o mesmo executa, sistema operacional, etc.

Existem 6 tipos de Portscans:

• TCP Connect Scan: Este tipo de Portscan conecta na porta de destino e completa as

3 etapas do Handshake (completar a conexão): SYN - SYN/ACK - ACK. Ou seja:

envia o SYN, recebe o SYN/ACK e retorna o ACK novamente. Este tipo de Portscan

é facilmente detectado pelo destino, devido o fato de completar as conexões (3

etapas do handshake).

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 15


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• TCP SYN Scan: O TCP Syn Scan por outro lado, emprega uma técnica chamada

half-open scanning, ou seja: A conexão TCP não é realizada por completo. O Pacote

SYN é enviado ao destino, se o destino retornar o pacote SYN/ACK é porque

provavelmente a porta esta disponível. Ao não enviar o terceiro pacote (ACK) evita-

se do Portscan ser logado pelo sistema (Ao menos nas ferramentas mais

rudimentares).

• TCP FIN Scan: Funciona somente em Unix Based, enviando um pacote FIN na porta

de destino, o mesmo responde com um sinal RST para todas as portas fechadas.

• TCP Xmas Tree Scan: Deste modo, o host fonte envia 3 pacotes (FIN, URG e PUSH)

para o host remoto, o mesmo retornando com um pacote RST para todas as portas

fechadas.

• TCP Null Scan: Esta técnica 'desliga' todas as flags, o host remoto. Também envia

pacotes RST para todas as portas fechadas.

• UDP Scan: Com o UDP scan, o host envia um pacote UDP pra determinada porta no

host de destino. Se o host responde com um sinal ICMP 'ICMP Port Unreachable', a

porta esta fechada, se não recebe esta resposta, pode-se deduzir que a porta esta

aberta.

2.4.3.3 Exploits locais e remotos

Exploits locais são programas geralmente feitos em C que exploram a

vulnerabilidade de programas e sistemas para ganhar acesso root (de administrador). 90%

dos exploits são para sistemas Linux. Os exploits locais são scripts em C que irão rodar no

servidor a partir de uma shell adquirida , os exploits locais são os melhores de se usar , por

sua variedade e confiança de acesso (desde que se saiba o que está fazendo). Alguns

possuem pequenos trojans para dar acesso ao desenvolvedor. Existem vários tipos de

exploits locais, cada um com sua função e seu jeito de executar.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 16


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Os Exploits remotos como o próprio nome já diz, são parecidos com os exploits

locais, no entanto, não precisam de uma shell para “hackear” a máquina desejada, o que é

necessário é uma base para rodá-lo, geralmente um sistema UNIX/Linux, pois esses

exploits são, em geral, em C ou Perl; os exploits remotos exploram bugs remotamente,

dando a hackers1 acesso privilegiado no sistema.

2.5 Intrusão

De forma simples, pode-se dizer que um intruso é alguém que tenta invadir um

sistema ou fazer mau uso do mesmo. Uma intrusão pode ser definida como qualquer

conjunto de ações que tentem comprometer a integridade, confidencialidade ou

disponibilidade dos dados e/ou do sistema.

Para se diferenciar as ações legítimas das nocivas, faz-se necessária a definição da

política de segurança.

É comum pensar que uma instituição está sujeita, na maior parte do tempo, as

tentativas de invasão externas, ou seja, ataques originados de fora da instituição,

geralmente da Internet. No entanto, estudos revelam que a maior porcentagem de ataques

tem origem dentro da própria instituição (intrusos internos), que poderia melhor conhecer a

topologia da rede, que sabe onde os dados sensíveis estão armazenados e quais são os

recursos de segurança disponíveis.

Levando-se em consideração o fato de que a maioria dos mecanismos de segurança

é implementado com o objetivo de proteger a instituição dos ataques externos, muitos

ataques ocorrem e muitas vezes não são notados; ou, quando o são, já é tarde demais. Faz-

se necessário, então, um mecanismo que previna os dois tipos de ataque, uma tentativa

externa ou interna. Um IPS eficiente previne os dois tipos de ataques.

1
Hackers são pessoas com grande conhecimento de sistemas operacionais e linguagens de

programação que utilizam disso para explorar fraquezas de outras máquinas

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2.5.1 Classificação de uma Intrusão

Todas as intrusões devem estar definidas na política de segurança. Enquanto não for

definido o que é permitido e o que não é permitido no sistema, é inútil tentar entender uma

intrusão.

Uma intrusão pode ser definida como qualquer conjunto de ações que tentem

comprometer a integridade, confidencialidade ou disponibilidade dos dados e/ou do sistema.

Pode-se classificar as intrusões em duas classes principais:

• Intrusão devido ao mau uso do sistema - são os ataques realizados a pontos fracos

do sistema (pontos conhecidos). Eles podem ser detectados a partir da monitoração

de certas ações.

• Intrusão devido a mudança de padrão - são detectados com a observação de

mudanças de uso em relação ao padrão normal do sistema. Primeiro monta-se um

perfil do sistema, em seguida, através de monitoração, procura-se por divergências

significantes em relação ao perfil construído.

Como a intrusão de mau uso segue padrões bem definidos, ela pode ser descoberta

através da comparação de padrões em relação a auditoria do sistema. Por exemplo, uma

tentativa de criar um arquivo com set UID root pode ser detectada através da análise dos

logs realizados pela chamadas ao sistema.

Uma intrusão devido a mudança de padrões é detectada observando-se divergências

significantes em relação a utilização normal do sistema. Pode-se construir um modelo a

partir de valores derivados da operação do sistema. Estes valores são apurados a partir de

parâmetros do sistema, tais como utilização da CPU, número de conexões por minuto,

número de processos por usuário, entre outros.

Uma variação significativa nestes padrões pode ser um indício de intrusão. Devido

ao grupo de valores que podem definir a utilização normal do sistema, pode-se assumir o

seguinte:

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 18


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• A exploração das vulnerabilidades de um sistema envolve a utilização

indevida/anormal do sistema; então, podem ser descobertas violações de segurança

a partir de padrões anormais de uso de sistema.

• Intrusões devido à mudança de padrões são difíceis de serem detectadas. Não

existe um padrão fixo que possa ser monitorado, desta forma deve-se trabalhar com

aproximação. O ideal seria a combinação de padrões humanos com programas.

Desta forma, o sistema seria monitorado constantemente a procura de intrusão ao

mesmo tempo em que teria a capacidade de ignorar as ações de usuários legítimos.

2.5.2 Detecção de uma Intrusão

Muitas ferramentas de IDS realizam suas operações a partir da análise de padrões

do sistema operacional e da rede tais como: utilização de CPU, I/O de disco, uso de

memória, atividades dos usuários, número de tentativas de login, número de conexões,

volume de dados trafegando no segmento de rede, entre outros. Estes dados formam uma

base de informação sobre a utilização do sistema em vários momentos do tempo, outras já

possuem bases com padrões de ataque previamente montadas permitindo também a

configuração dos valores das bases bem como inclusão de novos parâmetros.

Com estas informações, uma ferramenta de IDS pode identificar as tentativas de

intrusão e até mesmo registrar a técnica utilizada.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 19


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3 SISTEMAS DE DETECÇÃO DE INTRUSÃO

Um Sistema de Detecção de Intrusos (IDS) é uma ferramenta de Segurança

Computacional que se bem desenvolvida e programada poderá ser aliada a outros

dispositivos de segurança, como firewall, para incrementar a proteção dos sistemas e dados

da rede.

Um IDS é uma aplicação que detecta ataques na rede ou no computador. O IDS

pode ajudar a tratar ameaças em invasões na rede ou em sistemas computacionais. Segue

alguns benefícios de se usar um IDS:

• Detectar um ataque: O IDS pode informar se existe um worm na rede, se a mesma

está sendo atacada ou se um computado está comprometido.

• Fortalecer políticas: Um IDS pode monitorar uma rede interna para verificar o

comportamento da rede interna e o uso de políticas aceitáveis.

• Proporcionar trilhas de auditoria: O IDS pode prover uma trilha de auditoria, para se

saber como começou o ataque e de onde ele veio.

• Justificativa do recurso: Um IDS pode armazenar informações sobre como o firewall

está trabalhando e exatamente quantas pessoas estão “de fora”. Essa informação é

muito importante quando justificativas para o melhoramento do firewall e de recursos

da rede são necessários.

Dessa forma, um IDS constitui uma segunda linha de defesa, que tem sido o foco de

muitas pesquisas recentemente. Esse interesse é motivado por um bom número de

considerações. Algumas dessas considerações estão listadas a seguir:

• Se um intruso é detectado rapidamente, ele pode ser identificado e retirado do

sistema antes que qualquer dano seja feito. Quanto mais cedo se detectar um

intruso, menos riscos de ações prejudiciais o sistema estará correndo;

• Um sistema de detecção de intrusões eficiente pode servir como um meio de

desencorajar a ação de intrusos;

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 20


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• A detecção de intrusões habilita a aquisição de informações sobre técnicas de

intrusão que podem ser usadas para reforçar a prevenção na ação de intrusos;

A detecção de intrusões é baseada na suposição de que o comportamento de um

intruso difere do comportamento de um usuário legítimo de forma que possa ser

quantificado. Naturalmente, não se pode esperar que exista uma exata distinção entre um

ataque e uma ação normal de um usuário. Mas usando-se abordagens estatísticas e de

probabilidade pode-se chegar a resultados bastante satisfatórios.

3.1 Tipos de IDS

Basicamente, os IDSes são classificados da seguinte maneira:

• Baseados em Host (Host Based), que realizam análises somente no host ou servidor

onde o mesmo foi instalado;

• Baseados em rede (Network Based), que analisam o tráfego de um segmento

independentemente do número de servidores instalados. Os IDSes baseados em

rede ainda podem ter outras classificações, geralmente baseadas em assinaturas

(signature based) e baseados em tráfego (traffic based).

• Baseados em kernel (Kernel Based), que cuida basicamente de bufferOverflow,

estouro da capacidade de armazenamento temporário.

Essa classificação será mais bem detalhada nos itens a seguir.

3.1.1 IDS baseados em Redes (NIDS)

Sistemas de Detecção de Intrusos baseados em rede são aqueles que monitoram o

tráfego de um segmento de rede inteiro. Uma placa de interface de rede (NIC – Network

Interface Card) pode operar em dois modos:

• Modo normal: onde os pacotes destinados ao computador (como determinado pelo

endereço ethernet ou MAC do pacote) são retransmitidos da rede para o host, e

quadros com outros endereços são descartados pelo host.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 21


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• Modo promíscuo: tem o objetivo de analisar todo o tráfego que passa por aquele

segmento de rede, mesmo não sendo destinados para aquela máquina.

Uma placa de rede normalmente pode ser trocada do modo normal para promíscuo,

e vice-versa, usando funções de baixo nível do sistema operacional que diz diretamente a

placa de rede para fazer essa mudança. Sistemas de Detecção de Intrusos baseado em

redes normalmente requerem que a placa de rede esteja em modo promíscuo.

3.1.1.1 Sniffers de Pacotes e Monitores de Rede

Sniffer é um programa ou dispositivo que monitora o fluxo de dados em uma rede.

Sniffers de pacotes e monitores de rede foram projetados originalmente para ajudar no

processo de monitorar o tráfego de uma rede Ethernet.

Esses produtos basicamente capturam todos os pacotes que trafegam na rede, uma

vez capturados, surgem várias possibilidades:

• Pacotes podem ser contados: contando os pacotes e somando seu tamanho total

durante um determinado tempo (incluindo overheads como cabeçalhos de pacotes) é

possível ter uma boa indicação da utilização da rede.

• Pacotes podem ser examinados detalhadamente: por exemplo, seria possível

capturar um conjunto que chega a um servidor Web para diagnosticar algum

problema com o servidor.

Produtos sniffers de pacotes ficaram mais sofisticados nos últimos anos. Programas

como Ethereal e versões mais recentes do Network Monitor podem desmontar vários tipos

de pacotes para mostrar que tipo de comunicação está ocorrendo dentro dos pacotes.

Sniffers de pacotes também podem ser usados de modo destrutivo. Por exemplo, um

sniffer de pacote pode ser usado para descobrir uma senha Unix de alguém observando os

pacotes telnet, pois uma vez que o invasor tenha comprometido a rede, uma de suas

primeiras ações poderia ser a instalação de um sniffer de pacote.

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3.1.1.2 Sniffers de Pacotes e Modo Promíscuo

Todos os sniffers de pacotes requerem que a interface de rede esteja em modo

promíscuo. Somente em modo promíscuo todos os pacotes recebidos pela NIC irão ser

repassados para o sniffer. O sniffer normalmente requer privilégios administrativos na

máquina que está sendo executado de forma que o hardware da placa de rede possa ser

manipulado para estar em modo promíscuo.

Outro ponto a se considerar é a utilização de switchs no lugar de hubs numa rede.

Observe que os pacotes recebidos em uma interface de um switch não serão sempre

enviados a outras interfaces do switch. Por isso, em um ambiente que utiliza switchs no

lugar de hubs (segmento único), o uso de sniffers de pacotes freqüentemente será inútil.

Infelizmente, do ponto de vista da segurança, um sniffer de pacote é um benefício

limitado. A tarefa de capturar todos os pacotes da rede, desmontá-los, e manualmente

executar uma ação baseado no conteúdo do pacote é muito demorado, até mesmo para um

grupo de especialistas treinados. Isto é basicamente o que um sistema de detecção de

intrusão baseado em rede faz.

3.1.1.3 Tipos de NIDS

Os IDSes baseados em redes podem eventualmente ser divididos em:

• IDS baseado em assinaturas (signature based), a análise é realizada através de

assinaturas de ataques onde o conteúdo dos pacotes é analisado e comparado com

ataques conhecidos, identificando anomalias através de uma base pré-definida.

• IDS baseado em tráfego (traffic based), a análise é baseada nos cabeçalhos dos

pacotes e, por definição, não há análise de seus conteúdos. Na prática, isto significa

que alguns ataques não serão capturados por um IDS e vice-versa. Também é

verdade que um IDS baseado em tráfego exige um esforço muito maior do

profissional que realizará as análises e identificará dentre o tráfego capturado, o que

é ataque e o que não é. O conceito de falso positivo, onde tráfego legítimo é

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 23


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considerado ataque erroneamente, é agora transferido para o analista responsável.

Cabe a ele garantir a identificação de ataques através de sua análise.

3.1.1.4 Atividades Principais

Alguns dos tipos de detecção contra intrusos que um IDS baseado em rede pode

realizar estão apresentados a seguir:

• Examinar pacotes que passam pela rede.

• Para pacotes legítimos, permitir sua passagem (talvez os registrando para futura

análise).

• Encerrar a transmissão do pacote enviando as mensagens connection closed do

TCP ou port unreachable do ICMP para o sistema alvo e o que está enviando o

pacote, quando um pacote arrisca a segurança ou integridade de um sistema.

Dessa maneira, um IDS baseado em rede pode executar uma efetiva segunda

camada de defesa para um sistema que está atrás de um firewall, Ilustração 3.1. Algumas

implementações também usam IDS no lugar do firewall, porém, isso não é recomendado.

Sistemas de detecção contra intrusos baseado em rede podem executar,

opcionalmente, algumas outras tarefas, por exemplo:

• Monitorar a rede por Port-scan,

• Monitorar conexões válidas por ataques bem conhecidos,

• Identificar tentativas de falsificações de IP de vários tipos.

Quando uma atividade indesejável é detectada, um sistema de Detecção de Intrusos

baseado em rede pode realizar ações. Essas ações podem incluir interferências no futuro

tráfego do intruso ou reconfigurar um firewall próximo para bloquear todo tráfego

proveniente do computador ou rede do intruso, Ilustração 3.1.

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Ilustração 3.6 – IDS como segunda camada de defesa da rede.

3.1.2 IDS baseados em Hosts (HIDS)

Uma vez que um pacote tenha atingido o computador destino, ainda há disponível

uma terceira linha de defesa além do firewall e monitor de rede. Ela é chamada de Sistema

de Detecção de Intrusos baseado em Host, do inglês Host Intrusion Detection System

(HIDS), e está disponível em vários tipos.

3.1.2.1 Tipos de HIDS

Os dois principais tipos de sistemas de Detecção de Intrusos baseado em host são:

• Monitores de rede: monitoram as conexões do host e tentam determinar se

quaisquer dessas conexões representam uma ameaça. Conexões de rede que

representam algum tipo de tentativa de invasão são contra-atacadas. Observe que

estes são diferentes dos sistemas de Detecção de Intrusos baseado em rede devido

a só capturar o tráfego de rede destinado ao host em que está sendo executado, e

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 25


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não todo tráfego que passa na rede. Por essa razão eles não requerem modo

promíscuo da interface de rede.

• Monitores de host. Estes monitoram arquivos, sistemas de arquivo, logs ou outras

partes do host procurando tipos específicos de atividade suspeita que poderiam

representar uma tentativa de invasão (ou uma invasão bem sucedida). A equipe de

administração de sistemas pode então ser notificada sobre qualquer problema

encontrado.

3.1.2.2 Atividades Principais

As principais funções desempenhadas por um IDS de host são:

1. Monitoramento de Conexões

É possível na maioria dos hosts monitorar os pacotes que tentam acessar o host antes

desses pacotes serem passados para a camada de rede do próprio host. Este

mecanismo tenta proteger um host interceptando os pacotes que chegam ao host antes

deles causarem qualquer dano.

Algumas das ações que podem ser tomadas incluem:

o Detectar tentativas de conexão a portas TCP ou UDP não autorizadas, como

tentativas de conectar a portas onde não há serviços. Isto é freqüentemente

indicativo de um possível cracker fazendo um poke around (inspeção) para

encontrar fraquezas.

o Detectar Portscan. De novo, esta é uma questão que deve ser enfocada,

alertando um firewall ou modificando a configuração IP local para negar

acesso ao host de um possível invasor.

2. Monitoramento de Atividade de Login

Apesar dos melhores esforços de administradores de rede e os mais recentes softwares

de Detecção de Intrusos, ocasionalmente um invasor se moverá silenciosamente e

conseguirá conectar em um sistema usando um tipo de ataque desconhecido. O invasor

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 26


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obterá uma senha de rede por meios desconhecidos (sniffer de pacote ou outra maneira)

e terá a habilidade de entra remotamente no sistema. Procurar por atividade incomum no

sistema é um trabalho de análise. Esse tipo de análise monitora tentativas de logon e

logout, e alerta o administrador do sistema as atividades que são incomuns e

inesperadas.

3. Monitoramento de Atividade do root

O objetivo de todos invasores é obter acesso de superusuário (root) ou administrativo no

sistema que eles têm comprometido. Sistemas com boa manutenção e seguros que são

usados como servidores Web e banco de dados irão normalmente ter pouca ou

nenhuma atividade do superusuário (root) exceto em tempos específicos do dia ou noite

para agendadas manutenções de sistema. Felizmente, os crackers não acreditam em

manutenção de sistema. Eles raramente agem nas janelas de tempo das manutenções

agendadas e freqüentemente trabalham em horas estranhas do dia. Eles realizam

atividades no sistema que são incomuns até mesmo para o mais ativo administrador de

sistema. Há uma linha de defesa: monitorar qualquer ação realizada pelo usuário root ou

administrador do sistema. Muitos sistemas Unix permitem registrar todas as atividades

do usuário root e pacotes como Logcheck podem então examinar estes registros a

procura de atividades incomuns e notificar sobre isso.

Administradores de sistemas operacionais Open Source (código aberto) tem uma opção

final: alterar o kernel para registrar tipos específicos de atividades. Como isso é feito está

fora do escopo desse trabalho, no entanto há vários sites na Internet que detalham como

fazer isso.

4. Monitoramento de Sistemas de Arquivos

Uma vez que um invasor tenha comprometido um sistema (e apesar de suas melhores

esperanças e melhores esforços dos sistemas de Detecção de Intrusos que você

utilizará, ninguém pode contar completamente que um dia um invasor não irá

comprometer um sistema), então começará a mudar os arquivos no sistema. Por

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exemplo, um invasor bem sucedido poderia querer instalar um sniffer de pacote ou

Portscan, ou modificar alguns dos arquivos do sistema ou programas para desabilitar

algum método de Detecção de Intrusos.

Instalar um software no sistema normalmente envolve modificar alguma parte do

sistema. Estas modificações normalmente serão na forma de modificar arquivos ou

bibliotecas no sistema.

Programas como Tripwire, Fcheck e AIDE são projetados para detectar quando arquivos

são modificados e alertar o administrador do sistema sobre essas mudanças.

Por exemplo, as seguintes abordagens podem ser utilizadas:

o Criar MD5 ou outro checksum criptográfico de tudo do sistema de arquivo e

armazenar estes em bancos de dados. Quando um arquivo mudar, seu

checksum irá mudar.

o Armazenar a data e hora de criação e modificação de todos os arquivo do

sistema de arquivos. Procure por quaisquer mudanças nesses tempos.

o Manter um registro de qualquer programa suid (executado como root por

qualquer usuário) do sistema. Se quaisquer desses ou mudar ou se um novo

for instalado ou apagado então há um problema.

o Os métodos usados pelo Tripwire, Fcheck e AIDE variam um pouco, mas eles

são todos baseados nos métodos anteriores. Estes programas também se

preocupam em ter certeza de que o banco de dados de checksum

criptográfico conhecido não foi comprometido. Por exemplo, seria possível

para um invasor com conhecimento de sistemas operacionais e softwares de

detecção de intrusos modificar os arquivos do sistema e também modificar o

checksum criptográfico do banco de modo que nada pareceria ter sido

modificado.

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3.1.3 IDS baseados em kernel

Sistemas de detecção de intrusos baseados em kernel são uma nova forma de arte e

estão começando a ser utilizados em plataformas mais comuns, especialmente no Linux e

outros sistemas UNIX.

3.1.3.1 Atividades Principais

Há dois sistemas principais de detecção de intrusos baseado em kernel disponível

para Linux. Estes são OpenWall e LIDS. Estes sistemas utilizam a abordagem de prevenir

buffer overflows, aumentando a proteção do sistema de arquivos, bloqueando sinais e

geralmente dificultando um invasor de comprometer um sistema. O LIDS também previne

certas ações do usuário root como instalar um sniffer de pacote ou modificar as regras do

firewall.

3.2 Consoles e Sensores

Consoles e sensores são responsáveis pela averiguação do tráfego de um

determinado segmento da rede da empresa, onde normalmente estão localizados recursos

críticos como servidores. Eles não conhecem quem pode ou não acessar determinado

recurso, o que é admitido ser acessado, nem quando o recurso pode ser acessado. Eles

apenas sabem quais são os padrões de tentativa de mau uso dos recursos disponibilizados

naquele segmento. Pode se entender que o console e o sensor ficam à espera de ações

suspeitas e são capazes de avisar quando essas atividades ocorrem.

3.2.1 Gerência

A gerência geralmente é feita por uma console, que é a interface entre o sistema de

detecção de intrusos e o administrador. O console recebe todas as informações que foram

concentradas e serve como apresentação do panorama atual, bem como pode armazenar

um conjunto de registros de todas as ocorrências de mau uso. Essas informações ajudarão

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ao administrador determinar qual o perfil de cada uma das tentativas de invasão mais

freqüentes.

Uma verificação de detecção de intrusão é baseada na análise de console do IDS.

Uma empresa, ao comprar um IDS observa os seguintes fatores:

• Real-Time;

• Capacidade de resposta automática;

• Detecções reais;

• Interação do sistema com os sistemas operacionais como Windows Server/UNIX.

Para todas as detecções mostradas no console, o analista tem a oportunidade de

analisar o evento desejado. O sistema determina a construção de um relatório, ao qual o

analista revê e comenta antes de enviar. Um sensor fora da proteção do firewall é definido

para detectar ataques que originalmente venham da Internet. DNS, e-mail, e Servidores

Web são o objetivo principal de todos os atacantes direcionados à Internet. Estes sistemas

de detecção têm interagido com a Internet para uma melhor proteção contra invasões. Desta

forma, deve-se ter um software de IDS que informe bem por meio do console tudo que

acontece na rede.

3.2.2 Sensores

Um sensor é responsável por enviar alarmes para um console de gerenciamento

quando uma atividade não autorizada for detectada. O sensor pode fornecer detalhes da

atividade bem como controlar outros sistemas, como roteadores, para terminar as sessões

não autorizadas.

Um sistema baseado na detecção de intrusão não estará trabalhando corretamente

se o sensor não estiver colocado corretamente.

Apesar de nem todos os ataques poderem ser detectados, um sensor na saída do

firewall é a melhor localização para tentar detectar o ataque. O benefício desse tipo de

localização é que a análise permite determinar quais são os tipos de ataques a que um site

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e firewall estão expostos. É recomendado sensores IDSes em todos os segmentos de rede

e IPSes nas interconexões mais importantes, como, por exemplo, redes de parceiros,

Ilustração 3.2.

Ilustração 3.7 – Localização dos sensores.

O lugar mais comum para a localização de um sensor é fora do firewall, mas

certamente não é o único lugar que beneficia a empresa. Muitos sensores podem ser

usados em lugares opcionais para o suporte da segurança, incluindo os seguintes:

• Redes interligadas podem direcionar conexões para clientes e fornecedores muitas

vezes sobre a proteção do firewall pessoal;

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• Sub-Redes que parecem ter o objetivo externo (Internet), ou que têm mostrado

indicações de intrusão ou outras irregularidades.

3.2.2.1 Classificação de sensores

De acordo com o seu campo de ação, os sensores podem ainda ser classificados de

dois tipos:

• Sensores de rede: Estes devem localizar-se em segmentos estratégicos, observando

o tráfego da rede, o formato de pacotes, entre outros;

• Sensores de hosts: Estes ficam dentro dos servidores críticos, observando as ações

realizadas no sistema operacional, as ações dos serviços e o comportamento da

pilha TCP/IP.

3.2.2.2 Características de sensores

Os sensores devem interagir entre si a fim de construírem uma matriz de eventos

que tem por objetivo a qualificação do padrão de ataque, minimizando, desta forma, a

ocorrência de alertas falsos (falso positivo).

Outras características fundamentais são: o gerenciamento centralizado, a

possibilidade do sensor interagir com outros elementos de rede como firewall, roteadores e

consoles de gerência; e a possibilidade de construir uma base de conhecimento centralizada

de forma a permitir uma visão ampla do nível de segurança da rede.

Desta forma, quando algum ataque for detectado pelos sensores, torna-se possível

ações de conta-ataque que podem ser: envio de e-mail para o administrador, envio de

mensagem via pager, ativação de alertas nas estações de gerência via SNMP,

reconfiguração de elementos de rede como firewall e roteadores, e até mesmo o

encerramento da conexão através do envio de pacotes de reset (flag RST do TCP) para a

máquina atacante e para a máquina atacada, com o objetivo de descarregar a pilha TCP.

Em um sistema de segurança, uma característica de fundamental importância é o

aprendizado constante com a utilização de estratégias múltiplas.


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3.3 Assinaturas

Os programas de Detecção e Prevenção de Intrusão sabem como selecionar uma

política de segurança. Cada sistema de prevenção de intrusos trabalha o fator sites/firewall

em seu Sistema de prevenção de intrusos. Infelizmente, muitas análises que utilizam a

detecção de intrusão não dão importância às políticas dos filtros e procuram apenas

indicadores (assinaturas) de ataques conhecidos. Existem razões preliminares para que isso

aconteça:

• O firewall e o IDS não buscam muita informação;

• O analista não explora a ferramenta.

O resultado é que se o sistema for projetado para aceitar uma política de segurança,

muitos locais podem não adotar a mesma política. A maioria de sistemas de Detecção de

Intrusos muitas vezes não são configurados para combinar com todas as políticas. Isto

sobrecarrega o filtro dos softwares de detecção.

As assinaturas de intrusão estão ainda em desenvolvimento. Não obstante,

softwares de detecção de vírus conseguem filtrar, atualmente, cerca de 20.000 detecções de

assinaturas de vírus. As indústrias de antivírus são capazes de reagir à novos vírus

rapidamente. Freqüentemente, muitos trabalhos são desenvolvidos para analisar uma

assinatura isolada e atualizar o software de antivírus para incluir no filtro o novo código

disponível e distribuí-lo pela Web.

3.4 Estímulos e Respostas

Grande parte dos IDSes possuem altas taxas de falsos positivos. Em outras

palavras, não definem com absoluta certeza se o tráfego que atravessa a rede é prejudicial

ou inócuo e alarmam mesmo quando não há problema. Então, cabe ao analista fazer a

distinção entre um ataque real e um falso positivo. Para tomar essa decisão, é preciso

definir quando um tráfego aparenta ser normal e quando não é. Ou seja, é preciso definir o

comportamento esperado para uma aplicação típica e para os protocolos de rede.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 33


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As RFCs são documentos padrões sobre os quais o TCP/IP e a Internet foram

construídos. Elas descrevem como algo deve supostamente trabalhar quando todos seguem

as mesmas regras. Infelizmente os hackers descobriram que diferentes implementações do

TCP/IP reagem de forma diferente com o intuito de violar os padrões definidos nas RFCs.

Esse é um dos principais artifícios de hacking: explorar condições excepcionais que

os desenvolvedores do código TCP/IP não previram. Hackers atentam para a identificação

do sistema operacional, enviando estímulos estranhos e observando as respostas e reações

dos hosts. Existem respostas únicas para os mesmos estímulos dependendo das

circunstâncias e da disponibilidade do serviço requisitado. As respostas também dependem

da capacidade do host ou roteador de responder a uma conexão em particular. Cada

protocolo possui suas respostas esperadas.

Existem inúmeras variações de atividades anormais, com diferentes propósitos.

Algumas tentam evadir a vigilância dos IDSes/IPSes e enganar a filtragem. Outras são

descaradamente hostis. Deve-se tomar cuidado para não confundir atividades que

realmente são respostas normais do host e também entender que programas como o Nmap

usam um estímulo único para deduzir respostas, identificando características peculiares do

sistema operacional.

Não se deve nunca menosprezar as atividades percebidas: um echo reply de

ICMP, não necessariamente significa que o host de origem não seja um agressor. Se há

alguma dúvida quanto a atividade observada, o melhor conselho é examinar todo o

datagrama capturado e verificar seus campos de cabeçalho e dados procurando por

anomalias. Deve-se adotar a atitude de que nada é previsível quando se analisa o tráfego

de uma rede.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 34


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4 SISTEMAS DE PREVENÇÃO DE INTRUSÃO

Os Sistemas de Prevenção de Intrusos (IPS) constituem uma nova ferramenta que,

atualmente, é considerada uma das primeiras linhas de defesa de um sistema de

informações. Em poucas palavras, o sistema age através da monitoração silenciosa dos

pacotes de rede, alertando quando identificar uma determinada seqüência que venha a se

concretizar como um ataque. Na maioria dos casos, o IPS toma ações pró-ativas,

derrubando as conexões mal intencionadas antes que venham a causar algum prejuízo para

o sistema protegido.

A prevenção de intrusão é uma tecnologia recente e promissora na área de

segurança de redes. Os sistemas de prevenção de intrusão surgiram como uma evolução

dos IDSes e combinam a capacidade de profunda inspeção de pacotes com características

de filtragem naturais dos firewalls, porém de forma transparente.

A diferença entre IPS e IDS está no fato de que, enquanto os IDSes agem somente

após a ocorrência da intrusão, como um alarme que detecta a presença de um invasor, os

IPSes foram desenvolvidos como medidas de prevenção, como o próprio nome já diz, para

bloquear possíveis ataques antes que eles tenham sucesso, ou pelo menos para limitar

suas conseqüências negativas, caso venham a ocorrer.

IPS e IDS são ferramentas de segurança que se complementam, por isso não podem

ser vistos como soluções opostas. A tecnologia de IPS tem evoluído muito nos últimos

tempos, mas surge como um novo recurso de proteção para uma rede, não como um

substituto a outras tecnologias.

4.1 Surgimento da Necessidade da Pesquisa

IPS é uma adição essencial, mas não constitui um substituto aos firewalls (barreiras

de proteção). Quando esses são configurados corretamente evitam o tráfego indesejável.

Uma vez que o intruso tenha acesso a um sistema dentro da rede, outros sistemas

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 35


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tornam-se vulneráveis, e embora o firewall não pare esse tipo de ataque, o IPS sim.

Monitorando o tráfego da rede atrás do firewall, o IPS pode detectar e terminar tentativas de

obter acesso não autorizado. Outra vantagem é que utilizando um IPS dentro da rede pode-

se reduzir boa parte do tráfego indesejável, ou seja, mesmo se o administrador escolher não

terminar as conexões indesejáveis, vários alarmes serão gerados pelo IPS para indicar que

o firewall não está fazendo seu trabalho adequadamente.

4.2 Princípios fundamentais

4.2.1 Defesa ativa

Um dos ramos principais e novos da prevenção do intrusos é a chamada defesa

ativa, ao contrário da defesa passiva, como monitoração passiva de sistemas e redes, as

listas de controle de acesso (ACLs) nos roteadores e os firewalls. A defesa ativa significa a

análise da condição dos sistemas e das redes fazendo que é apropriado para tratar o que

está errado. De acordo com Dave Dittrich da Universidade de Washington, há quatro níveis

da defesa ativa:

• Levantamento de dados locais, análise e bloqueio;

• Levantamento remoto de dados externos;

• Levantamento remoto de dados internos; e

• Alterações de dados remotos, supressão do ataque e interdição.

A Ilustração 4.1 mostra uma possível arquitetura da defesa ativa. Os numerosos

hosts dentro de uma rede hipotética coletam dados de detecção de intrusos e emitem a um

analisador central, sempre que apropriado, emite mudanças de políticas aos hosts

individuais, mantém e executam determinadas instruções na memória, mudam o índice de

determinados arquivos, e assim por diante. O firewall externo é a camada mais externa da

infra-estrutura da defesa ativa, detecta ataques relativamente diretos tais como SYN

flooding. Os IDS baseado em rede, dentro dessa rede, recolhem informações dos sensores

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 36


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localizados no gateways externos e na entrada de diversas sub-redes; envia mudanças de

ACLs para os firewalls e dados aos analisadores centrais onde as bases dos ataques serão

decifrados.

Ilustração 4.8 – Princípio fundamental de defesa ativa.

Um dos fatores mais importantes (e controversos) da defesa ativa e da prevenção de

intrusos está em determinar uma resposta apropriada. A noção da resposta apropriada inclui

uma consideração chamada proporcionalidade de resposta, o que assegura que a resposta

seja proporcional à ameaça. No caso de um host está inundando uma rede com pacotes

fragmentados, bloquear o tráfego desse host, certamente é a resposta mais apropriada. Se

uma grande quantidade de hosts operados por uma ISP atacassem repetidamente uma

organização, o bloqueio de todo o tráfego do range de endereços IPs da ISP, poderia ser

uma possível resposta. Alguns defensores da defesa ativa acreditam que mesmo que um

host remoto esteja atacando repetidamente a rede de uma organização, contra-atacar o

host talvez com a inundação utilizando pacotes fragmentados, causando desse modo um

crash, seria o curso de uma ação apropriada.

Embora a prevenção de intrusos pareça promissor (como mencionado), ainda é

muito recente. As taxas de ataques externos para sistemas de prevenção de intrusos, não

são elevados a ponto de necessitar um excesso de preocupação com ataques.

Adicionalmente os alarmes falsos podem facilmente causar um eficiente DoS em sistemas

individuais. Os sistemas de prevenção de intrusos futuramente, poderão impedir uma

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 37


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quantidade maior de ataques, não somente a nível de host individuais, mas também dentro

de redes de organizações e possivelmente dentro da própria Internet. A última possibilidade

é particularmente intrigante.

4.2.2 IPS

Os sistemas IPS são similares aos IDSes. Podem ser IPS baseados em hosts

(HIPS), que trabalha melhor protegendo a aplicação ou um IPS baseado em rede (NIPS ou

Inline). As ações do usuário, devem corresponder a ações predefinidas em uma base de

conhecimento; se uma ação não estiver na lista de aceitações, o IPS impedirá a ação. Ao

contrário do IDS, no IPS a lógica deve ser aplicada antes que a ação esteja sendo

executada em memória. Outro método do IPS consiste na comparação dos checksums de

controle de arquivo, há uma listagem de controle de checksums “bons” que é verificada,

antes de permitir que o arquivo seja executado, se não for permitido, o IPS impedirá as

chamadas no sistema.

Um IPS consiste tipicamente em quatro componentes principais:

• Traffic normalizer

• Service scanner

• Detection engine

• Traffic shaper

O traffic normalizer interpreta o tráfego na rede, analisa e reestrutura os pacotes,

assim como executa as funções básicas de bloqueio. O traffic normalizer alimenta a

detection engine e o service scanner. O service scanner, constrói uma tabela de referência,

que classifica a informação e ajuda o traffic shaper a controlar o fluxo de informações. A

detection engine faz uma comparação entre a tabela de referência e determina a resposta

apropriada. A figura abaixo mostra o processo.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 38


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Ilustração 4.9 – Arquitetura de IPS.

Os pontos positivos da prevenção de intrusos:

• Protege a camada de aplicação;

• Previne ataques em vez de simplesmente reagir a eles;

• Pode usar uma aproximação de uma forma particular;

• Fornece uma defesa profunda;

• Permite correlação de eventos em real-time;

Os pontos negativos da prevenção de intrusos:

• Gera falso-positivos, que podem criar problemas sérios se as respostas

automatizadas forem usadas;

• Cria gargalos na rede;

• É uma tecnologia nova;

• É caro.

4.2.2.1 Network Intrusion Prevention (NIPS)

A principal diferença entre uma rede com sistema de resposta ativa e uma rede com

IPS é um dispositivo inline, isto é, está situado exatamente no caminho que os pacotes

passam para chegar na rede. Um roteador pode ser um dispositivo inline, pois ele é

responsável pela passagem dos pacotes IP entre redes conectadas.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 39


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Quando um IPS está inline, entre um atacante e o sistema-alvo. Não somente os

ataques com grande número de mecanismos podem ser parados, mas também ataques

individuais. O IPS inline não é obrigado a repassar pacotes determinados como maliciosos.

Por exemplo, um IPS inline pode derrubar portas em um switch, interagir com políticas de

firewall externos ou ACLs dos roteadores e gerar tráfego de sessão na camada de

transporte.

Outra contramedida importante disponível nos IPSes inline é a modificação dos

dados na camada de aplicação. Essa técnica permite o IPS alterar o pacote de dados de

modo que os ataques na camada de aplicação torne-se inútil antes de atingir o alvo.

4.2.2.1.1 Contramedidas

Existem 4 classes de contramedidas que um IPS de rede pode utilizar para parar um

ataque na rede. Cada classe aplica-se uma camada da pilha de protocolos. As camadas de

sessão e apresentação do modelo OSI foram colocadas dentro da camada de aplicação.

Abaixo, segue a lista das classes de contramedidas e a lista das camadas correspondentes

na pilha de protocolos:

• Contramedidas na camada de enlace: Administrativamente shutdown na porta do

switch que está saindo o ataque. Essa atitude só é praticável para ataques que são

gerados de um sistema local. Ter a possibilidade de parar a porta é importante,

desde que não seja um shutdown indefinido.

• Contramedidas na camada de rede: Interagir com o firewall externo ou roteador, para

adicionar uma regra geral para bloquear todas as comunicações de endereço IP

individual ou a rede inteira. Um IPS inline pode realizar a mesma coisa sem ter que

apelar para um dispositivo externo, desde que pacotes de um IP específico possa ser

simplesmente bloqueado depois que um ataque foi detectado. Similar a respostas da

camada de enlace, os timeouts são importantes na camada de rede, desde que as

modificações nas regras do firewall ou nas ACLs dos roteadores possam ser

removidas.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 40


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• Contramedidas na camada de transporte: Gerar pacotes TCP RST para derrubar

sessões TCP maliciosas ou emitir algum pacote ICMP de erro, dos diversos

disponíveis para responder a um tráfego UDP malicioso. Os timeouts, não são

aplicáveis aqui, porque as bases de contramedidas são dribladas pelo atacante a

cada sessão ou a cada pacote.

• Contramedidas na camada de aplicação: Alertas de dados maliciosos na camada de

aplicação não podem causar danos antes de alcançar o sistema alvo. Essa

contramedida requer que o IPS esteja inline, no caminho da comunicação.

Previamente calculado o checksum na camada de transporte deve ser recalculado

nessa camada. Similar a camada de rede, timeouts não são aplicáveis. Desde que

os efeitos da troca de dados na camada de aplicação sejam transitórios e não

desapareçam uma vez que os pacotes alterados são encaminhados através do IPS

4.2.2.1.2 Resposta ativa baseada em host

Um sistema de resposta ativa para host é normalmente implementado em um

software e é instalado diretamente em um host. Uma vez que um evento suspeito foi

detectado em um host (através do arquivo de log, detecção de um arquivo específico,

chaves de registros associados a algum exploid conhecido, ou um server suspeito

conectado em uma porta alta), um sistema de resposta ativa baseada em host é carregado

com ações. Como em uma resposta ativa baseada em rede, a expectativa para um sistema

de resposta ativa baseada em host as contramedidas não necessariamente prevenirão um

ataque inicialmente bem sucedido. A ênfase está em tentar, amenizar os efeitos e danos

causados por um ataque depois da detecção. Depois que um ataque é detectado, repostas

automáticas, podem incluir alterações de permissões em filesystems, mudando as

permissões de acessos dos usuários ao sistema, automaticamente remover worms ou vírus

do host e então pegar os pasos para remover o código ofendido através das operações

normais do filesystem . O VirusScan é um bom exemplo de antivirus e removedor de

produtos. A adição de novas regras no firewall é uma resposta que normalmente requer o

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 41


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conhecimento de um endereço IP ofendido o qual, às vezes, pode ser extraído do log do

sistema.

Isso pode ser usado para adicionar uma regra de bloqueio contra um IP ofendido

para uma política de filtro de rede local em reposta a monitoração feita por um backdoor em

um sistema Linux.

4.2.2.2 Host Intrusion Prevention (HIPS)

Existem muitas técnicas de resposta ativa e prevenção de intrusos, que podem ser

colocados a nível de host. Com o acesso direto as APIs do sistema operacional e no próprio

kernel, o realce de segurança tido recursos por um host IPS podem ser importantes. A

prevenção de ataques não é somente alertada, mas há ganho na habilidade de detectar

atividades maliciosas, desde que truques de evasão no network IDS e links encriptados

sejam sem sentido. As técnicas de IPS baseados em host incluem mecanismos que serão

reforçados pelo kernel do sistema operacional, código de específico de aplicações que

rodam diretamente com o processo de endereçamento de espaço de uma aplicação, e

medidas de proteção da pilha que serão reforçados por um compilador especializado (ou

runtime no kernel).

Quando uma aplicação está comprometida, tentará provavelmente executar uma

operação que requer uma chamada de sistema, fornecida pelo kernel (exemplo inicialização

de um novo servidor, escrita no disco, ou fazendo uso de uma interface de rede todos

requerem o uso intervenção do kernel). O mecanismo de prevenção construídos

diretamente no kernel é a única coisa que permite ou nega a qualquer aplicação a

habilidade de executar chamadas no sistema. O Linux Intrusion Detection System (LIDS),

fornece um patch para o Kernel do Linux que implementa restrições a chamadas de sistema.

Também deve ser mencionado que no modelo normal do Unix, enquadra-se na categoria

Discretionary Access Control, que não é tão forte quanto as implementações de segurança

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 42


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e capacidade de prevenção dos sistemas que implementam o Mandatory Access Control

dentro do Kernel do sistema operacional.

Prevenção de Buffer Overflow é das mais importantes tecnologias HIPS disponível

devido a vulnerabilidades existentes. Métodos de prevenção de buffer overflow (ou pelo

menos os seus efeitos) são categorizadas em tempo de compilação e tempo de execução:

• Métodos de tempo de compilação envolvem modificações especiais de compiladores

que interferem com o objetivo final de um ataque o qual é forçar uma aplicação a

rodar um código arbitrário fornecido pelo atacante;

• Métodos de tempo de execução são fortalecidos pelo Kernel do sistema operacional

que inclui anormalidades como tornar uma pilha não executável.

4.2.2.2.1 Contramedidas

Algumas contramedidas de resposta ativa e preventiva podem ser utilizadas em um

host para responder e mitigar os ataques:

• Modificação no sistema: alteração de permissões no sistema de arquivos, controle

de usuários, remoção de vírus e worm e reconfiguração do conjunto de regras do

firewall local após o ataque. Todas essas são mecanismos de resposta ativa.

• Mecanismos do kernel: O sistema chama mecanismos de interceptações e de MAC

fortalecidos por aplicações de prevenção de kernel, a partir de recursos

comprometidos, o sistema utilizado por um atacante durante e após tê-lo

comprometido é finalizado usando os serviços providos pelo kernel;

• Prevenção de buffer overflow: medidas de uso de tempo de compilação e tempo de

execução.

4.3 Riscos e impactos

A promessa da proteção de intrusão é muito atrativa, mas há alguns riscos que não

são tão óbvios. Estes riscos devem ser considerados no planejamento de utilização de um

IPS – incluindo o Snort que opera em uma das modalidades do IPS. Sem dúvida há lugar

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 43


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para o IPS na maioria de ambientes. O mais freqüente e pode ser melhor utilizado como

uma outra camada em uma estratégia robusta de defesa profunda. Alguns dos riscos

associados ao IPS são:

a. Interceptação de sessão e identificação do IPS

Quando um sensor do Snort detecta um ataque e termina uma sessão TCP com o envio

de um pacote RST, as características do pacote podem permitir que o atacante descubra

não só que um IPS foi responsável pela finalização da sessão, mas também sobre que

tipo de sistema, o IPS está rodando. Existem algumas ferramentas que analisam como

os sistemas operacionais tratam e transmitem os pacotes, com isso podem fazer uma

suposição sobre o funcionamento do Sistema operacional. Uma dessas ferramentas, é o

p0f (Passive OS fingerprint Tools). Ele simplesmente fica escutando os pacotes na rede ,

o p0f, pode determinar que tipo de máquina emitiu pacote de RST, permitindo ao

atacante descobrir que um IPS está emitindo tais pacotes. Sabendo disso o atacante

pode procurar uma forma de passar ou tornar o IPS inoperante.

b. Quebrar o bloqueio com um Exploid

Se houver um rápido retardo entre a detecção do ataque pelo IPS e uma mudança na

lista de controle de acesso no dispositivo de borda. O ataque poderá acontecer com a

utilização de um exploid, para estabelecer uma conexão através de um backdor. Mesmo

quando se utiliza o IPS e tudo está conforme o planejado, o dispositivo de borda, pode

está atrasado, o que é um outro argumento para adotar uma política de defesa profunda.

c. Auto-imposição Negação de serviço

Alterar o endereço IP de origem em um pacote é uma coisa trivial. O pacote chega ao

IPS e dispara uma solicitação de alteração na lista de controle de acesso em um

roteador ou firewall de borda, obstruindo assim o endereço de origem alterado. Se o

endereço alterado é um sistema que a rede necessita, resultará em uma condição de

negação de serviço. O spoofing de DNS, impede a resolução de nomes, spoofing em um

servidor de e-mail impede a distribuição dos mesmos, pares de roteadores de borda

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 44


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(vizinhos BGP) com o endereço alterado, podem para todo o tráfego de internet. A

maioria das soluções de IPS tentam fazer uma lista de exclusão (lista branca), que

contenha endereços que nunca poderão ser bloqueados, impedindo assim a negação de

serviço. O único problema é assegurar que a lista de exclusão esteja completa.

d. Bloqueio de tráfego legitimo

Se um tráfego correto é identificado de forma errada, como um ataque ou um tráfego

bloqueado, isso terá sérias conseqüências. Por exemplo uma empresa que possui um

comercio baseado em web, possui o seu tráfego bloqueado isso acarretará em perda de

dinheiro.

Não há nenhuma regra real a ser seguida. Tem que conhecer como a rede opera de

forma normal (mesmo de forma extrema, mas normal). A melhor dica é deixar o IPS

rodando em modo de teste durante um período de tempo, prestando atenção no

funcionamento do IPS em vários horários, ajustando os pontos iniciais e os alertas de

modo que o tráfego legitimo não seja bloqueado. Uma análise completa de eventos

bloqueados deve ser feita sobre o curso de vida do IPS para assegurar exatidão nos

testes.

Falsos positivos podem causar no IPS bloqueio de tráfego legítimo. Um cuidado extremo

deve ser tomado para permitir somente a obstrução de alertas que dificilmente geram

falsos-positivos . Essas precauções podem permitir que alguns ataques ocorram, mas

não os ataques que certamente causarão problemas.

4.4 Soluções disponíveis no mercado

Alguns IPSes disponíveis no mercado serão descritos e algumas das características

identificadas devem ser observadas ao escolher um Sistema de Prevenção de Intrusos. Os

sistemas aqui examinados representam um espectro do que está disponível, incluindo

pesquisas, sistemas comerciais e sistemas com código aberto, no entanto, muitos outros

estão surgindo dia a dia.

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 45


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Nem sempre é fácil identificar a melhor solução de detecção de intrusos a ser

implantada. Requisitos técnicos, preços elevados e disponibilidade de recursos, sejam

tecnológicos ou humanos, são alguns motivos que podem inviabilizar a instalação das

ferramentas. Logo, descobrir qual é o melhor sistema ou o mais indicado para um certo

ambiente não é uma tarefa fácil.

4.4.1 Ferramentas gratuitas

No contexto das ferramentas de distribuição gratuita, pode-se citar as seguintes:

4.4.1.1 Snort Inline

O Snort é uma aplicação de segurança desenvolvida por Marty Roesch baseado na

licença GNU/GPL. As três principais funções de detecção: examinador de pacotes (packet

sniffer), registrador de pacotes (packet logger) ou um NIDS.

O Snort_inline, desenvolvido inicialmente por Jed Haile, surgiu como um patch para o

Snort. O Snort_inline é um Intrusion Prevention System (IPS) que usa assinaturas de

Intrusion Detection System (IDS) existentes para tomar as decisões dos pacotes que

passam por ele. Ele usa novos tipos de regras de como serão tratados esses pacotes, por

exemplo, descarta ou rejeita.

O Snort está se tornando rapidamente a ferramenta mais escolhida para prevenção e

detecção de intrusões e, por ser objeto de estudo deste projeto, será descrito com mais

detalhes nos próximos capítulos.

4.4.1.2 LIDS

LIDS (Linux Intrusion Detection System) é um sistema de detecção de intrusão, feito

para proteger sistemas de invasão pelo root. Ele funciona desabilitando algumas funções do

sistema, quando for preciso fazer operações de administração do sistema, pode-se

desabilitar o LIDS.[16]

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LIDS é um conjunto indispensável de ferramentas que vem sofrendo muitas

melhorias nos últimos anos e que ele está no auge do seu potencial com a versão 2.4.24 e

2.6 do kernel do Linux.

As ferramentas que acompanham o LIDS são muito fáceis de utilizar e configurar.

Quem trabalha com segurança e deseja alcançar um nível superior de segurança dentro do

seu sistema.

O LIDS, não é uma ferramenta para se utilizar em micros de usuários devido a

robustez de sua configuração, o que causaria uma série de problemas que o tornam de

certa forma inviável, sendo que também temos ótimas ferramentas de IDS para Linux que

usuários podem utilizar, como Snort, Portsentry, entre outras.

Com o LIDS pode-se restringir qualquer acesso sistema e ele manterá o

administrador totalmente informado de tudo que esta havendo no sistema, qualquer tentativa

de burlar sistemas protegidos pelo LIDS é documentada em emails e nos logs.

4.4.1.3 SnortSam

O SnortSam é um agente que se comunica com o Snort para reconfigurar um (ou

mais) firewalls de modo a impedir conexões hostis.

O Snort possui um plugin que lhe permite interagir diretamente com a firewall, no

entanto, este não é muito flexível.

Para funcionar com o SnortSam, é necessário instalar um plugin no Snort de modo

que estes possam interagir.

Com a criação do Conceito de Agente (SnortSam) e Sensor (Snort), pode-se retirar o

tráfego ao sensor, aumentando a sua performance, e criar uma rede paralela à do tráfego

(uma hipótese) com o(s) sensor(es) e agente(s) a comunicarem entre si, possibilitando que

um único sensor que tenha detectado um ataque de um determinado host, proceda a uma

ordem de bloqueio para diversos firewall de uma vez só.

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O único trabalho do SnortSam (instalado diretamente no FW) é aceitar pedidos dos

seus sensores (pode ter vários), verificando a autenticidade se para isso tiver sido

configurado, e atuar sobre o seu firewall.

4.4.2 Ferramentas comerciais

WatchGuard, NetScreen, Top Layer, Lucid Security, TippingPoint, Vsecure

Technologies, Network Associates, ISS, Enterasys, Arbor Networks, Secos, NFR, Nitro

Security, CA, SourceFire, Tripwire, Ubizen, Symantec.

4.4.2.1 TippingPoint

Intrusion Prevention System (IPS) TippingPointTM garante aos clientes protecção

antiphishing sem quaisquer custos adicionais. A TippingPoint, uma divisão da 3Com, foi uma

das primeiras soluções globais baseada em rede para bloquear os ataques de phishing e

prevenir o roubo de identidades.

O IPS utiliza vários mecanismos para detectar e evitar as ações de phishing,

incluindo proteção contra vulnerabilidades, proteção baseada na detecção de padrões e

proteção baseada no comportamento.

O phishing ocorre quando um perpetrador se faz passar por uma organização

legítima por forma a obter informações pessoais ou financeiras de um indivíduo e utilizá-las

para fins fraudulentos. Dado que, regra geral, as ações de phishing parecem provir de uma

fonte confiável, é extremamente difícil evitá-los e podem acarretar grandes custos para

aqueles que são atacados.

Os phishers utilizam várias etapas no processo do roubo de identidade e o IPS

TippingPoint bloqueia cada uma das fases dessas tentativas.

4.4.2.2 SourceFire

Hoje, as realidades de um perímetro se dissolvendo e aquantidade de sistemas de

detecção de intrusão (IDS) e sistemas de prevenção de intrusão (IPS) estão levando

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 48


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empresas a repensar seus paradigmas de segurança de rede e utilizar um approach mais

eficaz.

A SourceFire, criou o conceito SourceFire 3D - Descobrir, Determinar e Defender - é o

primeiro e único sistema de defesa de rede inteligente e detalhado que unifica tecnologias

de intrusão e gerenciamento de vulnerabilidade para fornecer aos clientes a segurança de

rede em tempo real mais efetiva para os desafios do mundo de hoje.

O conceito SourceFire 3D é um processo de descobrir riscos, vulnerabilidades e

ameaças em tempo real, totalmente integrado; determinando o impacto nos negócios; e

tomando a ação mais precisa e apropriada para defender a rede.

O sistema SourceFire 3D, incluindo SourceFire Intrusion Sensors e Agentes,

SourceFire RNA Sensors e o SourceFire Defence Center, oferece a maior segurança efetiva

disponível. Na verdade, todos appliances SourceFire são Plug-n-Protect para o mais baixo

custo de propriedade. Cada appliance inclui hardware, software, sistema operacional e

banco de dados - pré-instalados para facilidade de instalação, ajustado para alto

desempenho e auto-manutenção.

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5 SNORT

O Snort foi originalmente desenvolvido em 1998 por Marty Roesch apenas como

sniffer, hoje é um sistema de detecção/prevenção de intrusão leve, capaz de realizar análise

de tráfego e registro de pacotes em tempo real em redes IP, porém suporta outras, como

IPX, por meio de extensões personalizadas. Ele pode realizar análise de protocolos,

similaridades ou pesquisa de conteúdo e pode ser utilizado para detectar uma variedade de

ataques e exames, como buffer overflows, stealth port scans, ataques CGI, exames de

SMB, tentativas de OS fingerprint e muito mais. O Snort utiliza uma linguagem de regras

flexível para descrever o tráfego que é coletado ou passado por ele, bem como um

mecanismo de detecção que utiliza uma arquitetura modular do tipo plug-in. Além disso, o

Snort tem uma capacidade de alertar os dados em tempo real, bem como incorpora

mecanismos de alerta para syslog, para um arquivo especificado pelo usuário, para um

socket UNIX ou até mesmo mensagens do tipo WinPopup para clientes Windows utilizando

smbclient.

Snort tem quatro principais funcionalidades. Ele pode ser configurado nos modos:

• Sniffer (farejador), onde simplesmente lê os pacotes da rede e exibe as informações

continuamente na tela, visualizável por:

# snort -v
• Packet Logger (registrador de pacotes), onde os registros dos pacotes são

armazenados em disco, útil para depuração de tráfego em redes, visualizável por:

# snort –v –l /var/log/snort
• Network Intrusion Detection System (NIDS), o mais complexo e configurável, o qual

permite analisar o tráfego da rede, visualizável por:

# snort –v –l /var/log/snort –c /etc/snort/snort.conf


• Inline, o qual incrementa além da funcionalidade do NIDS a possibilidade de que os

pacotes sejam descartados antes que cheguem ao destino, visualizável por:

# snort –v –l /var/log/snort –c /etc/snort/snort.conf –Q

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O Snort pode registrar os pacotes tanto no formato ASCII, padrão, quanto no formato

binário do tcpdump, criando diretórios baseados nos endereços IPs dos hosts remotos.

Plug-ins adicionais permitem extensões de detecções e registros, como, por

exemplo, armazenar os registros em banco de dados (MySQL ou MSSQL), detecções de

fragmentos, detecções de portscan e normalização de HTTP URI.

Em 2001 Martin Roesch fundou a Sourcefire Network Security, mantendo em

paralelo o Projeto Snort. Recentemente, em 06 de outubro de 2005, a Check Point Software

Technologies anunciou a compra da Sourcefire.

5.1 Mecanismo

O mecanismo de processamento de pacotes no Snort utiliza diversos componentes

que realizam tarefas específicas, Ilustração 5.1.

Detection
(plug-ins)

Libpcap Snort Packet Preprocessor Detection Output


Library Decoder (plug-ins) Engine (plug-ins)

Ilustração 5.10 – Mecanismo de processamento de pacotes no Snort.

O caminho percorrido pelos pacotes inclui:

a. Libpcap library

A biblioteca de captura de pacotes é responsável por levar os pacotes da interface de

rede para o Snort. Esse é um processo realizado na camada de enlace do modelo

TCP/IP (camada 2 do modelo de referência OSI). O Snort utiliza Libpcap em sistemas

Linux e Unix, WinPcap em sistemas Windows.

b. Snort Packet Decoder

O decodificador de pacotes trata os pacotes da camada 2 originados da biblioteca de

captura de pacotes. Primeiro ele decodifica os frames da camada de enlace para só

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então decodificar os pacotes dos protocolos IP e TCP ou UDP. Ao finalizar a

decodificação, o Snort tem todas as informações necessárias para futuro

processamento.

c. Preprocessor

O pré-processador tem diversos plug-ins que podem ser habilitados no arquivo de

configuração. O pré-processamento opera na decodificação de pacotes desempenhando

várias transformações nos dados para uma forma mais simples de serem tratados pelo

Snort. Pré-processadores podem alertar, classificar ou descartar um pacote antes que

ele seja enviado para o mecanismo de detecção.

d. Detection Engine

O mecanismo de detecção é o coração do Snort. Ele pega informações pré-processadas

e opera nas camadas de transporte e aplicação (camadas 4 e 7 do modelo OSI),

comparando o que está correlacionado com as informações de regras baseados nos

plug-ins de detecção. Essas regras contêm as assinaturas para ataques habilitadas por

meio do arquivo de configuração.

e. Output

Quando um pré-processador ou uma regra é disparada, um alerta é gerado e registrado,

opcionalmente todo o pacote ofensivo ou apenas o cabeçalho juntamente com os IPs de

origem e destino que geraram o evento.

5.2 Configuração

No arquivo de configuração, por padrão snort.conf, é possível habilitar todos os

módulos ou plug-ins, os quais ativam as assinaturas, os pré-processadores e os tipos de

saída que serão utilizados pelo Snort, também é possível passar parâmetros de execução,

como, por exemplo, que o Snort seja executado enjaulado, limitando assim o acesso ao

sistema de arquivo ao usuário e ao diretório especificado para o chroot.

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A ordem padrão de aplicação de uma regra no Snort é:

alert->pass->log

5.2.1 Variáveis

A maioria das regras (rules) utiliza referências a variáveis de rede definidas no

arquivo de configuração do Snort como, por exemplo:

• HOME_NET se refere aos endereços IPs visíveis pelo IPS na rede interna.

• EXTERNAL_NET se refere a todos IPs não confiáveis, pode-se utilizar “!” para

indicar a negação de outra variável.

A definição de uma variável é simples, por exemplo:

var HOME_NET [172.16.0.0/24]


var EXTERNAL_NET !HOME_NET

indica que o IP da rede interna, HOME_NET, é 172.16.0.0/24 e que os endereços da rede

externa, EXTERNET_NET, são todos excetos os da rede interna.

Outras variáveis, para servidores de DNS, SMTP, HTTP e SQL, são utilizadas sendo

recomendado alterá-las de acordo com a rede a ser protegida, principalmente se existirem

serviços em outras redes sem ser na rede interna.

5.2.2 Preprocessor

Os pré-processadores foram introduzidos na versão 1.5 do Snort. Eles permitem a

funcionalidade para que o Snort seja extensível a plug-ins modulares, os quais podem ser

integrados ao mecanismo do Snort.

Os pré-processadores do Snort podem ser utilizados tanto para examinar anomalias

nos cabeçalhos dos pacotes, quanto para notificar os pacotes, para que, assim, o

mecanismo de detecção possa interpretá-los apropriadamente. Uma quantidade de ataques

pode não ser detectada pelos métodos baseados em assinaturas, logo os

pré-processadores de exame tentam detectar alguma atividade suspeita. Outros

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pré-processadores são responsáveis pela normalização do tráfego, para que possa ser

tratado pelo mecanismo de detecção baseado em assinaturas. Esses pré-processadores

amenizam ataques que tentam evadir, manipulando as características do tráfego, o

mecanismo de detecção do Snort. Adicionalmente o Snort processa os pacotes através de

cada pré-processador tentando descobrir ataques que necessitam mais de um

pré-processador para detectá-lo. Caso o Snort simplesmente parasse de verificar os

atributos de pacotes suspeitos após ele ser detectado em um pré-processador, os invasores

poderiam usar essa deficiência para esconder outro tráfego malicioso.

Os pré-processadores são extremamente úteis e podem realizar:

• Reestruturação de pacotes;

• Decodificação de protocolos; e

• Detecções baseadas em anomalias não disponíveis nas regras e assinaturas.

A sintaxe para habilitar um preprocessor é dada por:

Preprocessor <name>: <options>

O Snort versão 2.4.3 contém os pré-processadores listados a seguir:

• ARP spoof

• ASN.1 detection

• BO

• Flow

• Frag2

• Frag3

• HTTP inspect

• Performance monitor

• RPC decode

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• sfPortscan

• Stream4

• Telnet decode

• X-link2State

5.2.3 Assinaturas

O time de Technical Support Specialists e o Vulnerability Research Team (VRT) da

Sourcefire são peritos em procurar, seguir e documentar vulnerabilidades contra o tempo.

Apoiado por vários recursos da comunidade de usuários do Snort, eles são totalmente

comprometidos com a continuidade em aumentar a segurança de rede corporativa.

O VRT após investir consideráveis recursos trabalham para melhorar a qualidade e

minimizar o tempo de disponibilização de regra, o chamado Tempo Zero, criou as VRT

Certified Rules, disponível ao mesmo tempo para usuários do Snort e da Sourcefire, em até

cinco dias. Cada regra é rigorosamente testada baseada em situações reais antes de ser

divulgada.

As VRT Certified Rules são as regras oficiais do Snort.org e são distribuídas sob

licença comercial. Há três modos de obter essas regras:

• Assinantes: acesso às regras assim que estiverem disponíveis;

• Usuários registrados no Snort.org: acesso às regras após cinco dias de lançadas;

• Usuários não registrados: acesso às regras disponíveis com a versão do Snort mais

recente.

Além das regras oficiais é mantido um conjunto de regras enviadas por membros da

comunidade open source, distribuídas baseada no GPL. O VRT também se encarrega de

testá-las para que elas mantenham o Snort íntegro.

Atualmente, o Snort pode analisar quatro protocolos: IP, TCP, UDP e ICMP em mais

de 40 conjuntos de regras. Os cabeçalhos de regra do Snort devem ser considerados a

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parte principal da assinatura, pois ele identifica o que deve ser feito quando a regra for

sinalizada, qual protocolo deve ser usado e as informações de origem e destino, incluindo

portas, endereços IP e redes. A Ilustração 5.2 mostra a estrutura do cabeçalho de regra do

Snort.

Ilustração 5.11 – Exemplo de assinatura do Snort.

5.2.3.1 Cabeçalho

O campo ação da regra indica para o mecanismo qual operação deve ocorrer

quando a regra for correspondida, durante a fase de análise de pacotes.

As ações da regra são altamente significativas, pois cada uma delas tem um objetivo

e um resultado diferente. Determinar a ação da regra é fundamental e deve ser

cuidadosamente considerado, antes da designação. As cinco ações de regra criadas por

padrão são:

• pass: A ação pass simplesmente ignora o pacote e continua a análise nos pacotes

posteriores;

• log: A ação de regra log permite registrar um alerta de uma maneira que pode

especificar durante a configuração do sensor Snort;

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• alert: A ação de regra alert registra o pacote da mesma maneira que a ação log e

depois alerta o usuário da maneira especificada durante a configuração. Os alertas

podem ser ações muito úteis e devem ser usados eficientemente.

• dynamic: A ação dynamic é única, no sentido de que permanece inativa até que uma

regra activate a dispare. Após ser disparada, ela então atua como uma regra de ação

log;

• activate: A ação de regra activate é a mais complexa criada por padrão dentro do

Snort, pois quando ativada, ela gera um alerta e depois inicia a regra dinâmica

especificada. Isso pode ser excelente para capturar ataques complexos, invasores

usando uma variedade de ferramentas ou mesmo para classificar dados de uma

maneira diferente.

O campo porta serve para determinar quais portas deverão ser analisadas. Por

exemplo:

• ‘1:1000’: a porta 1 a 1000.

• ‘:6000’: onde o número da porta for menor ou igual a 6000.

• ‘6000’:: onde o número da porta for maior ou igual a 6000.

• ‘any’: para determinar “qualquer porta”.

5.2.3.2 Opções

O campo opções é considerado o coração do sistema de detecção do Snort. As

opções, são colocadas entre parênteses ‘()’, separadas por ponto-e-vírgula ‘;’ e as

palavras chaves são separadas dos argumento dois pontos ‘:’.

a. msg

Especifica a mensagem que será exibida no log/alerta quando o pacote for capturado.

Formato: msg:”<mensagem>”.

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b. logto

Grava a saída de todos os pacotes capturados pela regra para um arquivo específico.

Formato: logto”<nome do arquivo>” .

c. ttl

Verifica o campo TTL do pacote, é interessante para identificar problemas de tráfego ou

tentativas de traceroute.

Formato ttl:<numero>.

d. dzise

É usado para testar o tamanho do payload (cabeçalho TCP+dados), é interessante para

se testar tentativas de overflow em determinada aplicação.

Formato: dsize: [> |< ] < numero> [< > < numero> ]

e. content:

É um dos principais recursos do Snort. Permite buscar algum dado específico no

Payload do pacote, como por exemplo, uma palavra ou dados em linguagem de máquina

transcritos em hexadecimal. Pode-se utilizar a opção nocase para ignorar maiúsculas e

minúsculas, a opção ofset para indicar os bits onde os dados começam e a opção depth

para indicar a partir de quais bytes a busca será iniciada.

f. regxp

Permite o uso de metacaracteres para refinar a busca com a opção content.

g. flag

Verifica as flags do cabeçalho TCP que indicam o estado de conexão.

Formato: flags: < valor flag> [,valor mascara].

Segue as opções:

• F FIN - Fim de conexão. Não há mais dados do emissor.

• S SYN - Sincronização dos números seqüenciais. Estabelecimento da conexão

• R RST – Reinicia a conexão

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• P PSH – Envio dos dados

• A ACK - Reconhecimento/ Confirmação

• U URG - Urgente

h. seq

Verifica o campo seq (numero de seqüência) do cabeçalho TCP. Esse número qual

indica um número para o controle da conexão. Útil quando se tem uma aplicação que

gera os pacotes já com o numero seq pré-definido e se quer testar uma tentativa de

violação destes números.

Formato: seq: < numero>.

i. ack

Verifica o campo com o número de reconhecimento (acknowledgment) do cabeçalho

TCP. Se este bit estiver definido, este campo contém o valor do próximo número

seqüencial que o receptor está esperando receber. Útil para detecção de varreduras

vindas da ferramenta NMAP.

Formato: ack: < numero> .

j. resp

Possibilita enviar resposta ao tráfego suspeito, como por exemplo, mandar um reset à

conexão. É necessário compilar o Snort com a opção --enable- flexresp.

Formato: resp: < resposta[,resposta...]>.

Segue as opções:

• rst_snd - envia pacotes TCP- RST para o remetente.

• rst_rcv - envia pacotes TCP- RST para o destinatário.

• rst_all - envia pacotes TCP- RST para o remetente e o destinatário.

• icmp_net - envia um pacote ICMP_NET_UNREACH para o remetente.

• icmp_host - envia um pacote ICMP_HOST_UNREACH para o remetente.

• icmp_port - envia um pacote ICMP_PORT_UNREACH para o remetente.

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• icmp_all - envia todos os pacotes ICMP acima para o remetente.

É necessária a configuração do arquivo de configuração sempre que for

descarregada uma nova versão das regras, por isso é recomendado sempre fazer uma

cópia de segurança.

5.2.4 Saída

Os módulos ou plug-ins de saída podem realizar diferentes operações com os

registros e os alertas de sistema, como:

• Armazenar registros para um arquivo dos eventos gerados, com apenas os

cabeçalhos (fast) ou com todo o pacote ofensivo(full);

• Enviar traps SNMP;

• Enviar mensagens para o syslog com uma determinada facility;

• Enviar os registros para banco de dados como MySQL, MSSQL ou Oracle;

• Gerar uma saída do tipo eXtensible Markup Language (XML);

• Modificar configuração em roteadores e firewalls;

• Enviar mensagens Server Message Block (SMB) para máquinas baseadas em MS

Windows.

Por exemplo, uma tentativa de ataque do tipo MS-SQL Worm propagation, também

conhecido Slammer worm, estando a regra habilitada, gerará um evento do tipo:

[**] [1:2003:2] MS-SQL Worm propagation attempt [**]


[Classification: SQL Attack] [Priority: 2]
10/26-17:59:01.635549 10.0.250.124:1162 -> 192.168.0.3:1434
UDP TTL:30 TOS:0x0 ID:285 IpLen:20 DgmLen:128
Len: 100
[Xref => http://www.securityfocus.com/bi/1233]

O alerta gerado inclui:

• O primeiro número identifica o ID do gerador, que informa qual componente do Snort

gerou esse alerta. A lista de GIDs está no arquivo generators no diretório de

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configuração do Snort. Nesse caso o evento foi originado pelo componente

rules_subsystem, ‘1’, mecanismo de detecção baseado em assinatura, ou seja um

alerta geral do Snort;

• O segundo número é o Snort ID também referenciado como Signature ID, disponível

no arquivo gen-msg.map, no caso, por ser um alerta geral, deve-se verificar a

assinatura disponível no diretório de descrição das assinaturas, no caso

/etc/snort/doc/signatures/2003.txt;

• O terceiro número se refere a revisão da assinatura;

• A identificação da assinatura que disparou o alerta para uma regra específica

• A descrição do alerta

• O nível do alerta, sendo quanto maior o risco do ataque, menor é o número da

prioridade do alerta;

• Os IPs e portas de origem e de destino;

• O momento em que ocorreu o evento;

• O protocolo do ataque; e

• A referência com mais informações a respeito do ataque.

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6 SNORT INLINE

Jed Haile desenvolveu o Snort_inline como um patch para o Snort versão 1.9, sob a

licença de software de código aberto GPL. Tratado como um Gateway IDS (GIDS), pois

utiliza um mecanismo de controle de dados que combina a capacidade de deteccao de um

NIDS tradicional, incrementado com a funcionalidade de filtro de pacotes, típico de firewalls.

O Projeto Honeynet utiliza o Snort_inline como uma importante ferramenta de

pesquisa em seu toolkit, o qual traz o Linux pré-compilado com o Snort_inline.

O Snort versão 2.3.0 RC1 integrou a funcionalidade de prevenção de intrusão (IPS)

do Snort Inline dentro do projeto oficial do Snort. Essa versão contemplou a portabilidade

para Linux, integrando com o firewall IPtables, e para FreeBSD, integrando com o firewall

IPFW.

O Snort_inline atua como um verdadeiro IPS e pode alterar os pacotes na camada

de aplicação em tempo real.

Esse sistema tem se tornando rapidamente a ferramenta mais escolhida para

prevenção e detecção de intrusões.

A implementação mais comum do Snort_inline é em um sistema Linux configurado

em bridge, a qual não é identificada como um hop adicional no roteamento dos pacotes. A

utilização de bridge, a qual não tem endereço IP, entre dois segmentos de rede faz com que

o IPS não seja identificado no caminho de roteamento. Entretanto é possível a integração de

um firewall tradicional integrado com o Snort_inline fazendo NAT para as sub-redes

protegidas.

Um sistema inline de resposta ativa tem a capacidade de anular ataques em vez de

simplesmente alterar as ACLs dos roteadores ou políticas para bloquear o endereço IP do

atacante.

A Ilustração 6.1 mostra o Snort rodando como firewall/roteador/IPS. Quando o ataque

é detectado, todo tráfego futuro dos atacantes é bloqueado.

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Ilustração 6.12 – Disposição do Snort Inline.

6.1 Mecanismo IPtables

O Snort Inline tem o mecanismo de detecção baseado no Snort NIDS. Entretanto o

Snort Inline faz uso da biblioteca de enfileiramento de pacotes, LibIpQ, em vez da biblioteca

LibPCap, Ilustração 6.2.

Bridge

IPtables

IP Detection
Queue (plug-ins)

Libipq Snort Packet Preprocessor Detection/Inline Libnet Output


Library Decoder (plug-ins) Engine Library (plug-ins)

Ilustração 6.13 - Mecanismo de processamento de pacotes no Snort Inline.

O caminho percorrido pelos pacotes torna-se então:

a. Bridge

A bridge deve ter a funcionalidade, habilitada no kernel, de filtragem de pacotes de rede.

b. IPtables

A política do IPtables envia os pacotes para o destino da fila (queue);

c. IP Queue

Enfileira pacotes do espaço do kernel para uma aplicação que esteja rodando no espaço

de usuário

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d. Libipq library

A biblioteca Libipq, provida pelo IPtables, permite que o Snort Inline comunique com o

IPtables, capturando os pacotes da fila no espaço de usuário

e. Inline Engine

O Snort Inline examina cada pacote e consulta as informações de regras do Dectetion

Engine do Snort correlacionando com o Inline Engine (drop, sdrop, reject ou replace)

f. LibNet library

A biblioteca LibNet é uma interface de baixo nível utilizada para injetar pacotes na rede

e é responsável por executar as ações do Inline Engine, utilizada também para o

flexresp.

6.1.1 Mecanismo IPFW

No FreeBSD é utilizado o método IPFW_Forward, habilitado após compilar o kernel,

que encaminha os pacotes recebidos na ponte para o IPFW, o processo continua

funcionando de forma semelhante ao IPtables/Linux.

6.2 Configuração

As etapas de configuração do Snort_Inline são similares de um Snort NIDS, sendo

que os objetivos são diferentes: descartar o pacote malicioso antes que o mesmo alcance o

alvo.

6.2.1 Mecanismo Inline

No Snort Inline foram adicionadas três novas ações para as regras, as quais devem

ser alteradas de acordo com a política de segurança da rede. São elas:

• Drop: Descarta os pacotes usando IPtables e registra via Snort

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• Reject: A comunicação para TCP é fechada utilizando um TCP RST ou uma

mensagem ICMP Port-unreachble para UDP. Descarta usando o IPtables e registra

via Snort.

• Sdrop: Descarta os pacotes utilizando o IPtables, mas a ação não é registrada.

Por exemplo, para descartar todos os pacotes originados da rede externa para os

servidores web, a assinatura seria alterada para:

drop tcp $EXTERNAL_NET any -> $HTTP_SERVERS $HTTP_PORTS (msg:"WEB-ATTACKS


rm command attempt"; flow:to_server,established; content:"rm%20"; nocase;
classtype:web-application-attack; sid:1365; rev:5;)

Também foi incluída uma nova opção:

• Replace: Substitui um texto encontrado no content com uma palavra especificada no

replace.

Por exemplo:

alert tcp any any <> any 80 (msg: "tcp replace"; content:"GET";
replace:"BET";)

A ordem padrão de aplicação de uma regra no Snort Inline é:

->activation->dynamic->pass->drop->sdrop->reject->alert->log

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7 IMPLEMENTAÇÃO

Para realizar o laboratório de implementação deste projeto foi utilizada a topologia da

rede simples, Ilustração 6.1, com um firewal segmentando as redes de gerência, interna,

DMZ e externa fazendo NAT para acesso à Internet. Lembrando que o IPS deve funcionar

de forma transparente para os usuários internos ou eventuais invasores, isto é, em ponte

entre a interface externa do firewall e a rede do provedor de serviços, a Internet. A console

(gerente) deve-se localizar em uma rede de gerência, protegida, definida com o IP

192.168.0.0 e máscara de rede de 29 bits.

.3 Internet
zeus
Rede
Gerência

192.168.0.0/29 .2

Roteador
de borda

.1 IPS
hades

hefesto
(Firewall)
DMZ
Rede Interna

Ilustração 7.14 – Topologia utilizada em laboratório.

A concepção do projeto foi realizada utilizando três máquinas virtuais simuladas pelo

aplicativo VMware Workstation versão 5.x, onde:

a. Hefesto (Deus do Fogo)

Onde será implementado o elemento ativo de firewall, necessário em qualquer tipo rede,

IPtables, realizando NAT;

b. Zeus (Deus dos Deuses)

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Onde será feita a gerência do sensor IPS com interface gráfica baseado em http e

armazenamento dos eventos enviados pelo Snort NIPS em banco de dados MySQL.

c. Hades (Deus do subterrâneo, o oculto)

Onde será implementado a solução NIPS Snort Inline junto com IPtables. Contém três

interfaces de rede, sendo que uma é utilizada para a gerência e as outras duas para

implementação da ponte.

A gerência do sensor poderá ser realizada in loco ou por meio de acesso remoto, em

uma canal criptografado, a partir da máquina de gerência.

Para implementação do IPS e das ferramentas utilizadas para a gerência, almeja-se

utilizar, sempre que possível, o repositório oficial de pacotes do Debian.

7.1 Sistema Operacional

As três máquinas virtuais foram instaladas com o Debian GNU/Linux 3.1 (sarge)

lançado em 06 de junho de 2005 com configuração mínima.

Foram instalados em todas as VMs alguns pacotes úteis ou necessários, são eles:

a. openssh-server

O SSH (Secure Shell) é um programa que permite acessar e executar comandos em

uma máquina remota, provendo uma comunicação cifrada, segura entre os dois hosts,

através de uma rede insegura.

b. ntpdate

É um cliente NTP simples que permite ajustar o horário do sistema automaticamente a

partir de outros sistemas, necessário para determinar o momento exato em que ocorreu

o evento.

c. gcc

GNU C compiler é um compilador necessário para criar os arquivos binários a partir de

fontes de arquivos de instalação.

d. make

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GNU Make é necessário durante a compilação de fontes arquivos de instalação.

7.1.1 Instalação

As versões dos pacotes utilizadas neste projeto foram:

• openSSH 4.2p1

• ntpdate 4.2.0a

• gcc 4.0.3 (prerelease)

• make 3.80

Para instalar os pacotes basta executar os seguintes comandos:

hades:~# apt-get install openssh-server


hades:~# apt-get install ntpdate
hades:~# apt-get install gcc
hades:~# apt-get install make

7.2 Firewall

Para a implementação do firewall IPtables, foram utilizadas duas placas de rede

fazendo NAT para a Internet. Sendo que uma interface está na rede gerência e a outra

conectada no mesmo segmento de rede em que estará uma das interfaces do IPS. Esta

interface obterá o IP dinamicamente de um servidor DHCP disposto no mesmo segmento de

rede da outra interface do IPS. Não foram utilizadas as interfaces que conectam as redes

internas e DMZ, por se tratar de um laboratório.

7.2.1 Configuração

As configurações para as interfaces de rede são listadas abaixo:

hefesto:~# vi /etc/network/interfaces
auto eth0
iface eth0 inet dhcp

auto eth1
iface eth1 inet static
address 192.168.0.1

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netmask 255.255.255.0

Para habilitar a NAT basta adicionar uma regra na tabela de NAT do IPtables, para

isso basta executar:

hefesto:~# iptables –t NAT –A POSTROUTINGS –o eth0 –j MASQUERADE

Para habilitar as regras durante a iniciação do sistema é recomendado criar um

script.

7.3 Sensor

Para a instalação do IPS Snort Inline foi utilizada a versão de kernel 2.6.8, também

disponível no Debian Sarge 3.1, pois esta versão já vem com a bridge com suporte nativo ao

netfilter, o que evita a necessidade recompilar o kernel com esta característica.

Como o sensor terá duas placas habilitadas em ponte, é recomendada uma terceira

interface que servirá para o acesso e armazenamento de eventos na gerência e eventuais

atualizações. Inicialmente, para a instalação de pacotes é necessário acesso à Internet,

para isso é recomendado que a máquina esteja em um ambiente seguro ou até mesmo

baixar todos os pacotes em uma máquina de homologação, para só então proceder com as

etapas no computador que entrará em produção.

As configurações para as interfaces são listadas a seguir:

hades:~# vi /etc/network/interfaces
auto eth0
iface eth0 inet static
address 192.168.0.2
netmask 255.255.255.0
gateway 192.168.0.1

Na seção 6.1 foi descrito o mecanismo do Snort Inline e apresentado algumas

bibliotecas e aplicativos que interagem diretamente com ele.

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7.3.1 Snort Inline

As bibliotecas e programas que são pré-requisitos para que se possa instalar o Snort

Inline são:

• iptables, incluindo as bibliotecas de desenvolvimento;

• libnet, incluindo as bibliotecas de desenvolvimento, versão 1.0.x. Compilar o

Snort_inline com a versão da libnet 1.1.x não funcionará.

• libpcap, incluindo as bibliotecas de desenvolvimento: utilizado para o Snort capturar

passivamente os pacotes.

• libpcre (Perl 5 Compatible Regular Expression), incluindo as bibliotecas de

desenvolvimento: útil para utilização de scripts;

• libmysql, incluindo as bibliotecas de desenvolvimento: utilizado pelo Snort Inline para

enviar os eventos para o banco de dados MySQL.

7.3.1.1 Instalação

As versões dos pacotes utilizados neste projeto foram:

• iptables 1.2.11

• libnet0 1.0.2a

• libpcap0.8 0.9.4

• libpcre3 6.4-1.0.1

• libmysqlclient 4.1.15

Para instalar os pacotes requeridos para o Snort Inline basta executar os seguintes

comandos:

hades:~# apt-get install iptables-dev


hades:~# apt-get install libnet0-dev
hades:~# apt-get install libpcap0.8-dev
hades:~# apt-get install libpcre3-dev
hades:~# apt-get install libmysqlclient14-dev

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Para habilitar a função Inline do Snort é necessário compilar o programa a partir do

código fonte, disponível na página oficial do Snort. A versão utilizada neste projeto foi:

• snort 2.4.3

Para instalar o Snort a partir do código fonte basta seguir os seguintes comandos:

hades:~# cd /usr/src/
hades:/usr/src# wget http://www.snort.org/dl/current/snort-2.4.3.tar.gz

hades:/usr/src# tar xfz snort-2.4.3.tar.gz

hades:/usr/src# cd snort-2.4.3
hades:/usr/src/snort-2.4.3# ./configure --enable-inline
--enable-perfmonitor --enable-flexresp --with-mysql
--with-libipq-includes=/usr/include/libipq/

hades:/usr/src/snort-2.4.3# make && make install

Para testar se o Snort foi está devidamente funcionando basta executar o seguinte

comando:

hades:/usr/src/snort-2.4.3# snort –v

Lembrando que é necessário que o módulo ip_queue esteja ativo para testar o

Snort Inline, para isso basta executar:

hades:~# insmod /lib/modules/2.6.8-2-


386/kernel/net/ipv4/netfilter/ip_queue.ko

hades:~# snort –vQ

Ao final da seção será mostrado como tornar o processo de carregar o módulo

automaticamente.

7.3.1.2 Configuração

Agora que o Snort está instado é necessário fazer algumas configurações para que

ele possa funcionar como NIPS.

Como o Snort contém a funcionalidade nativa de funcionar enjaulado, chroot, serão

criados o usuário e o diretório onde será implementada essa função. O usuário não terá um

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shell e também não será permitido utilizar a conta para acessar o sistema, para isso, basta

executar:

hades:~# adduser --home /var/log/snort --no-create-home --disabled-login --


disabled-password --system --group snort
Adding system user `snort'...
Adding new group `snort' (105).
Adding new user `snort' (105) with group `snort'.
Not creating home directory.

O diretório onde serão armazenados os logs de alertas gerados pelos eventos

também será utilizado para o chroot, para isso, basta executar:

hades:~# mkdir /var/log/snort


hades:~# chmod 700 /var/log/snort
hades:~# chown -R snort:snort /var/log/snort

A obtenção das assinaturas foi descrita na seção 5.2.3, sendo definido que seriam

utilizadas as regras obtidas por meio de registro no Snort.org. Para atualizar as assinaturas

é necessário um código, denominado oink_code, obtido ao se cadastrar.

Para criar o diretório onde serão armazenadas as regras basta proceder:

hades:~# mkdir /etc/snort

O procedimento a seguir pode sempre ser utilizado para atualizar as regras,

entretanto é recomendada uma cópia de segurança prévia. Para obtenção das regras basta

proceder:

hades:~# cd /tmp
hades:/tmp# wget http://www.snort.org/pub-
bin/oinkmaster.cgi/<oink_code>/snortrules-snapshot-2.4.tar.gz

hades:/tmp# cd /etc/snort

hades:/etc/snort# tar xvvfz /tmp/snortrules-snapshot-2.4.tar.gz

Para evitar atividades de cópia de arquivos sempre que forem atualizadas as regras,

é recomendado fazer uma referência aos arquivos originais por meio de links.

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hades:/etc/snort# ln -s rules/classification.config
hades:/etc/snort# ln -s rules/generators
hades:/etc/snort# ln -s rules/gen-msg.map
hades:/etc/snort# ln -s rules/reference.config
hades:/etc/snort# ln -s rules/sid-msg.map
hades:/etc/snort# ln -s rules/sid.map
hades:/etc/snort# ln -s rules/snort.conf
hades:/etc/snort# ln -s rules/threshold.conf
hades:/etc/snort# ln -s rules/unicode.map

A configuração padrão do Snort Inline é feita por meio do arquivo

/etc/snort/snort.conf, o qual será editado para algumas alterações mínimas:

• localização das regras;

• saída dos eventos para que sejam registrados na gerência, MySQL;

• é recomendado configurar a variável HOME_NET afim de diminuir os

falsos-positivos.

Para isso basta proceder:

hades:/etc/snort# vi snort.conf
var RULE_PATH ./rules
output database: log, mysql, user=snort password=snort dbname=snort
host=192.168.0.3 port=3306 sensor_name=hades-IPS

Para utilizar o Snort com todas as opções anteriores e no modo verbose, basta

executar o seguinte comando:

hades:~# snort –v –Q –c /etc/snort/snort.conf –l /var/log/snort –t


/var/log/snor –u snort –g snort

Para utilizar o Snort com todas as opções anteriores e no modo daemon, basta

executar o seguinte comando:

hades:~# snort –D –Q –c /etc/snort/snort.conf –l /var/log/snort –t


/var/log/snor –u snort –g snort

É recomendado criar um script para que o Snort seja iniciado junto com o sistema.

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7.3.2 Bridge

Uma ponte envia o tráfego entre múltiplas interfaces de rede de forma transparente,

isso significa que uma ponte conecta duas ou mais ethernets físicas juntas para formar uma

grande ethernet (lógica).

Para que o Snort Inline rode sobre o modo bridge é necessário que o kernel esteja

compilado com o patch bridge/firewall, caso contrário, a bridge não passará os pacotes para

o IPtables e, consequentemente, não passará os pacotes para o Snort_inline.

Uma ferramenta transparente que filtra o tráfego de redes passando por uma bridge,

muito utilizado no universo Linux é a bridge-nf. Bridge-nf é também referenciada como

bridge-netfilter e br-n. Por meio da bridge-nf é possível uma integração do IPtables com a

ponte para implementar um firewall transparente.

Para o Linux kernel 2.4 é necessário aplicar o patch, A funcionalidade da bridge-nf é

compilada automaticamente no Linux Debian kernel 2.6, o qual tem o netfilter e a bridge

habilitados, por padrão.

Por esse motivo foi definido que o Snort Inline NIPS (hades) fosse instalado com a

versão de kernel 2.6.

Entretanto, como a instalação do sistema operacional foi realizada com a mínima

configuração, é necessário instalar o aplicativo que cria a ponte, sendo definido que seria o

bridge-utils (Linux Ethernet bridging).

7.3.2.1 Instalação

A versão do pacote utilizado neste projeto foi:

• Bridge-utils 1.0.6

Para instalar o pacote da bridge basta executar o seguinte comando:

hades:~# apt-get install bridge-utils

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7.3.2.2 Configuração

O procedimento de criar uma ponte é relativamente simples, sendo necessário

apenas dar um nome para a interface bridge lógica e adicionar as interfaces físicas a ela. Os

procedimentos para realizar uma bridge são:

hades:~# brctl addbr br0


hades:~# brctl addif eth1
hades:~# brctl addif eth2
hades:~# ifconfig eth1 0.0.0.0 up
device eth1 entered promiscuous mode
hades:~# ifconfig eth2 0.0.0.0 up
device eth2 entered promiscuous mode
hades:~# ifconfig br0 up
br0: topology change detected, propagating
br0: port 2(eth2) entering forwarding state
br0: topology change detected, propagating
br0: port 1(eth1) entering forwarding state

Para habilitar a bridge durante a iniciação do sistema é recomendado criar um script.

7.3.3 IPtables

O IPtables é um software firewall, que permite conexões statefull, largamente

utilizado no universo open-source.

7.3.3.1 Configuração

Para habilitar o módulo de fila, provido pelo o IPtables, ao iniciar o sistema, basta

executar:

hades:~# echo ip_queue >> /etc/modules

Para habilitar a fila no IPtables basta adicionar uma regra na tabela de NAT do

IPtables, para isso basta executar:

hades:~# iptables –A FORWARD –j QUEUE

Para habilitar as regras durante a iniciação do sistema é recomendado criar um

script.

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7.4 Gerência

As ferramentas necessárias para a implementação da gerência do sistema de

prevenção de intrusão são:

a. MySQL server

b. Basic Analysis and Security Engine (BASE)

c. Apache web server

A estação de gerência contém uma interface de rede que está configurada para a

rede de gerência

zeus:~# cat /etc/network/interfaces


iface eth0 inet static
address 192.168.0.3
netmask 255.255.255.0
gateway 192.168.0.1

7.4.1 MySQL

O MySQL é um servidor de banco de dados largamente utilizado no universo open-

source.

7.4.1.1 Instalação

Para a instalação do MYSQL, foi utilizado o seguinte comando:

zeus:~# apt-get install mysql-server-4.1

7.4.1.2 Configuração

Com isso, foram instalados os pacotes do mysql-server. Uma vez que os pacotes

foram instalados, foi iniciado o daemon do MySQL usando a linha de comando abaixo:

zeus:~# /etc/init.d/mysql start

Foi configurado o usuário da base de dados. Também, criada a base de dados de

Snort para um uso posterior com o sistema de prevenção de intrusos.

zeus:~# mysql -u root

mysql> set password for \

Sistemas de Prevenção de Intrusão baseado em Software Livre: De 76


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'root'@'localhost'=password('senha');

mysql> create database snort;

mysql> exit

Para a criação das tabelas para o database snort, basta utilizar o modelo fornecido

pelo arquivo de distribuição do Snort.

zeus:~# scp hades:/usr/src/snort-2.4.3/contrib/create_mysql .

zeus:~# mysql –u root -p


Enter password: *****
mysql>connect snort
mysql>source source create_mysql

Um usuário chamado snort será utilizado pelo BASE para conexão à base de

dados snort no MySQL.

mysql>grant CREATE, INSERT, SELECT, DELETE, UPDATE on snort.* to snort;


mysql>grant CREATE, INSERT, SELECT, DELETE, UPDATE on snort.* to
snort@localhost;
mysql>connect mysql
mysql>set password for “snort”@”localhost” = password(“snort”);
mysql>set password for “snort”@”%” = password(“snort”);
mysql>flush privileges;
mysql>exit;

Foi verificado se os usuários e databases existiam realmente no MySQL e se as

tabelas que serão utilizadas para armazenar os logs e informações sobre o Snort e

manipuladas pelo BASE, haviam sido criadas corretamente.

Para verificação de usuários, basta proceder:

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zeus:~# mysql -u root -p

mysql> select user,host from user;


+------------+------------------+
| user | host |
+------------+------------------+
| snort | % |
| root | localhost |
| snort | localhost |
| root | www.mydomain.com |
| snort | www.mydomain.com |
+------------+------------------+

8 rows in set (0.00 sec)

mysql> show databases;


+-------------+
| Database |
+-------------+
| mysql |
| snort |
+-------------+

mysql> connect snort;


mysql> show tables;

+------------------+
| Tables_in_snort |
+------------------+
| data |
| detail |
| encoding |
| event |
| flags |
| icmphdr |
| iphdr |
| opt |
| protocols |
| reference |
| reference_system |
| schema |
| sensor |
| services |
| sig_class |
| sig_reference |
| signature |
| tcphdr |
| udphdr |
+------------------+
19 rows in set (0.00 sec)

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7.4.2 Apache HTTP

O Apache é um servidor HTTP open-source largamente utilizado e portável em

diversas plataformas.

7.4.2.1 Instalação

Para a instalação do Apache com suporte a PHP basta realizar as seguintes etapas:

zeus:~# apt-get install apache2

zeus:~# apt-get install php4

zeus:~# apt-get install php4-mysql

7.4.2.2 Configuração

zeus:~# vi /etc/apache2/httpd.cnf
Load_Module php4_module /usr/lib/apache2/modules/libphp4.so

zeus:~# cat /etc/acidbase/apache.conf >> /etc/apache2/apache.conf

7.4.3 BASE

O BASE (Basic Analisys and Security Engine) é uma ferramenta de análise baseada

em PHP para pesquisar e processar uma base de dados formada por eventos de

segurança, gerados por vários elementos de segurança como IPSes, firewalls e ferramentas

de monitoração de rede . Ele possui várias funcionalidades, sendo elas:

• Ferramenta de query sql e interface de pesquisa para encontrar alertas por meio de

palavras chave (ex. assinaturas, tempo de detecção) bem como informações de rede

(ex. endereços de origem/destino, portas, payload ou flags de cabeçalho);

• Visualizador de pacotes (decoder) que mostra graficamente informações de camada

3 e 4 referentes aos pacotes registrados;

• Gerência de alertas, que provê uma organização lógica dos grupos de alertas para

criar incidentes, excluir os falsos positivos ou arquivar os alertas para transferi-los

para outra base de dados;

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• Geração de gráficos e estatísticas, baseadas em tempo, sensor, assinatura,

protocolo, endereço IP, portas TCP/UDP e classificação.

O BASE tem a habilidade de analisar uma grande variedade de eventos que são

pós-processados em sua base de dados. Existem ferramentas para os seguintes formatos:

• usando o Snort:

o alertas do Snort;

o Logs binários no formato do tcpdump.

• usando o logSnorter:

o IPChains;

o IPtables;

o IPFW.

Quando o BASE é acessado, por meio de uma interface web, ele faz queries à

base de dados (MySQL), e busca todas as informações armazenadas a respeito de eventos

registrados pelo IPSes, apresentando-os em forma de um gráfico de barras. A partir desta

tela pode-se verificar quais foram os alertas gerados e fazer buscas pela base de dados. Ao

se visualizar os alertas, estes possuem uma descrição do tipo de alerta, a prioridade que ele

requer e um atalho para o site do Snort [4], onde se pode obter maiores informações a

respeito do ataque. A gerência da base de dados pode também ser feita através do browser.

Desta forma, o BASE se mostra como uma ferramenta útil e completa permitindo

uma completa administração das informações e da base de dados.

7.4.3.1 Instalação

Para a instalação do BASE, basta seguir os seguintes comandos:

zeus:~# apt-get install php4-gd


zeus:~# apt-get install adodb
zeus:~# apt-get install JPgraph
zeus:~# apt-get install base

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Os vários componentes da instalação do BASE, tem suas próprias dependências

com outros componentes. É importante que os componentes independentes, sejam

instalados primeiramente. Abaixo segue os componentes e seus pré-requisitos:

• MySQL

• Snort

o MySQL Support

• Apache

o OpenSSL Support

o PHP

 OpenSSL Support

 MySQL Support

• BASE

o Adodb

o jpgraph

7.4.3.2 Configuração

Inicialmente é necessário copiar o arquivo de distribuição do BASE para o de

configuração, para isso basta seguir os procedimentos:

zeus:~# cd /var/www/html/base

zeus:/var/www/html/base# cp base_conf.php.dist base_conf.php

Os seguintes parâmetros do arquivo base_conf.php foram alterados de seguinte

forma:

zeus:/var/www/html/base# vi base_conf.php
$BASE_urlpath = "../base";
$DBlib_path = "/var/www/html/adodb";
$DBtype = "mysql";

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$alert_dbname = "snort";
$alert_host = "localhost";
$alert_port = "";
$alert_user = "snort";
$alert_password = "password_from_snort_conf";
$archive_dbname = "snort";
$archive_host = "localhost";
$archive_port = "";
$archive_user = "snort";
$archive_password = " password_from_snort_conf ";
$ChartLib_path = "/var/www/html/jpgraph-1.16/src";

Para acessar o BASE basta abrir um navegador, e informar o endereço da máquina

em que está o BASE, por exemplo, http://192.168.0.3/base ou

http://zeus/base.

Ilustração 7.15 – Tela de configuração inicial do BASE.

Clicar no link “SETUP PAGE”, na próxima página clicar no botão setup AG, aparecerá

uma nova página, com a página abaixo:

Ilustração 7.16 – Tela de status da configuração inicial do BASE.

Aperte no link “HOME”, para ter acesso a página principal. Feito o BASE deve estar

devidamente ativo pronto para analisar os eventos coletados pelo Snort Inline.

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8 RESULTADOS

Decorrida a implementação do sistema de prevenção de intrusão é necessário

avaliar o seu impacto e comportamento na rede, é necessário também analisar o potencial

de prevenção frente a alguns ataques.

A implementação do Snort Inline funcionando como ponte foi inicialmente testada no

Linux Debian kernel 2.4, a qual gerou diversos erros durante a compilação do IPtables com

suporte a Bridge-nf, o que durou aproximadamente três semanas. O escopo do projeto foi

continuado com Snort Inline rodando com IPtables em modo NAT. Como essa situação não

era a desejada inicialmente, foi testado o kernel 2.6, o qual se obteve êxito com o IPtables

rodando em bridge.

Além disso, foi implementada, para melhor visualização dos dados obtidos uma

gerência baseada em HTML.

8.1 Resultados obtidos

Para avaliar o funcionamento do Snort_Inline, iniciou-se uma simulação de

comportamento próximo do real, para isso foram lançados alguns ataques a partir da rede

externa, como pings com tamanhos acima do normal, tentativa de tornar-se root, portscans.

Uma atividade de exploração de vulnerabilidade do servidor web, a fim de acessar os

arquivos do sistema gerou os seguintes alertas:

[**] [1:1122:5] WEB-MISC /etc/passwd [**]


[Classification: Attempted Information Leak] [Priority: 2]
12/01-19:09:55.777632 192.168.189.1:1680 -> 192.168.0.3:80
TCP TTL:128 TOS:0x0 ID:39175 IpLen:20 DgmLen:435 DF
***AP*** Seq: 0xA5B6B438 Ack: 0x221C6EDF Win: 0xFFFF TcpLen: 20

[**] [1:1113:5] WEB-MISC http directory traversal [**]


[Classification: Attempted Information Leak] [Priority: 2]
12/01-19:09:55.777632 192.168.189.1:1680 -> 192.168.0.3:80
TCP TTL:128 TOS:0x0 ID:39175 IpLen:20 DgmLen:435 DF
***AP*** Seq: 0xA5B6B438 Ack: 0x221C6EDF Win: 0xFFFF TcpLen: 20
[Xref => http://www.whitehats.com/info/IDS297]

[**] [119:18:1] (http_inspect) WEBROOT DIRECTORY TRAVERSAL [**]


[Classification: Attempted Information Leak] [Priority: 2]

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12/01-19:09:55.777632 192.168.189.1:1680 -> 192.168.0.3:80


TCP TTL:128 TOS:0x0 ID:39175 IpLen:20 DgmLen:435 DF
***AP*** Seq: 0xA5B6B438 Ack: 0x221C6EDF Win: 0xFFFF TcpLen: 20
[Xref => http://www.whitehats.com/info/IDS297]

Uma atividade de portscan gerou:

[**] [122:3:0] (portscan) TCP Portsweep [**]


10/27-16:14:51.860906 192.168.0.3 -> 200.199.201.237
PROTO255 TTL:0 TOS:0x0 ID:620 IpLen:20 DgmLen:158

Na regra telnet.rules foi criada a seguinte assinatura:

drop tcp any any -> 192.168.0.1 23 (classtype:attempted-user;msg:"DROP


TELNET 23";)

Uma tentativa de comunicação tcp/23 ao firewall (192.168.0.1) gerou:

[**] [1:0:0] DROP TELNET 23 [**]


[Classification: Attempted User Privilege Gain] [Priority: 1]
12/01-18:51:15.594256 192.168.189.1:1530 -> 192.168.0.1:23
TCP TTL:128 TOS:0x0 ID:33624 IpLen:20 DgmLen:48 DF
******S* Seq: 0xDD419BC9 Ack: 0x0 Win: 0xFFFF TcpLen: 28
TCP Options (4) => MSS: 1460 NOP NOP SackOK

Por meio da gerência, BASE, é possível visualizar todos os eventos coletados.

Ilustração 8.17 – Análise de logs no BASE.

Além disso, o IPS Snort Inline foi disposto por cinco dias em um ambiente real

analisando pacotes que eram destinados à porta tcp/25, SMTP, que continham as strings

‘.lnk’, ‘.pif’, ‘.cmd’, ‘.bat’, ‘.msi’, ‘.exe’, ‘.scr’, ‘.vbs’. Durante esses dias pacotes destinados ou

originados da/para a rede interna não foram entregues, sendo descartados pelo Snort Inline.

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8.2 Análise e Discussão dos Resultados

Concluídos os testes de tentativas incidentais de intrusão, pode-se verificar que o

Snort_Inline detectou essas tentativas, registrando-as.

Observou-se que a tentativa de acesso aos arquivos de sistema, foi detectada pelo

mecanismo preprocessor e pelo mecanismo de detecção por assinatura. Esse evento pode

gerar muitos falso-positivos, por exemplo, com simples erros de digitação no navegador

web.

O port-scan foi detectado logo pelo preprocessor e uma simples ação que pode

minimizar os eventos do port-scan na rede é desabilitar o echo-request a partir da rede

externa.

A tentativa de acesso telnet é descartada, entretanto, foi observado que a conexão

demora mais que o normal pra ser finalizada, do lado do cliente, já que não chega ao

servidor.

Esses exemplos demonstram a funcionalidade dos mecanismos de detecção e ação

do Snort_Inline.

Com a implementação da gerência por meio da interface gráfica BASE, tornou mais

acessível a visualização dos eventos coletados.

8.3 Problemas diagnosticados e futuras implementações

Com a utilização do Snort_Inline, foram notados alguns problemas:

a. Disponibilidade do banco

Como os eventos são armazenados em uma máquina remota de banco de dados, caso

não haja conectividade com a máquina de gerência o Snort não é inicializado, o que

pode ser resolvido por meio de um script que faça o teste de conectividade e em caso

negativo altere o arquivo de configuração snort.conf, desabilitando a opção de

armazenamento no banco remoto.

b. Manutenção do arquivo de configuração

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Ao se atualizar as regras é necessário que seja feito um backup prévio das regras

correntes, pois quando da aplicação de uma nova versão, existe a possibilidade de

inclusão ou exclusão de features padrão, o que exige que seja reconfigurado o arquivo

do Snort

c. Assinaturas

O processo de atualização de regras não é simples, pois é necessário alterar todas as

assinaturas as quais se deseja descartar os pacotes, o que pode ser feito por meio de

um script.

d. Eventos repetidos:

A análise de logs pode ser facilitada com aplicativos que agrupam eventos repetidos.

e. Alta disponibilidade

Por o IPS ser inline é necessário que todos os sistemas que o compõem estejam ativos,

caso contrário, causará indisponibilidade à rede. O que pode ser minimizado utilizando

técnicas de load-balance ou redundância de link.

Em redes que trafegam uma grande quantidade de dados é possível que haja perda de

pacotes durante a análise, o que pode ser minimizado com o uso registros de alertas no

formato do binário do TCPDump. Scripts podem ser criados para verificar se todos os

sistemas (Snort e bridge) estão ativos.

f. LiveCD

É possível a implementação de sistemas embarcados rodando em um LiveCD ou até

mesmo em memórias flash, o que é útil pois em uma possível invasão do sistema

operacional, não haveria como danificar o sistema de arquivos.

g. Harden

É recomendado utilizar técnicas que tornam o sistema mais fechado possível em

máquinas diretamente expostas, como é o caso de IPS.

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CONCLUSÃO

A implementação deste projeto ocorreu sob condições limitadas, como falta de um

conhecimento específico do assunto, inicialmente, pouca documentação a respeito do Snort

Inline bem como falta de recursos de maquinário.

A partir do estudo realizado, foi possível conhecer as principais ferramentas

utilizadas para implementar IPS o qual incrementa a proteção de forma ativa, constituindo

um elemento a mais na defesa em profundidade de segurança da informação.

Uma estratégia de segurança baseada em uma plataforma de segurança,

privilegiando a ação preventiva, auxilia não apenas nos esforços de uma melhor

infraestrutura, mas também colabora com o controle dos gastos com segurança da

informação, reduz a complexidade da administração de segurança e melhora as

comunicações entre as equipes responsáveis pela administração de rede, de sistemas e de

segurança.

Prevenção significa detectar e bloquear um ataque antes que este alcance seus

alvos: servidores, sistemas e computadores pessoais. Por meio da análise do tráfego e

mecanismos avançados, os sistemas de prevenção contra intrusos realizam essa tarefa,

detectando tentativas, a partir de ataques conhecidos ou não, de explorar vulnerabilidades

em computadores e sistemas em geral.

Sistemas de detecção e prevenção de intrusos, assim como softwares de antivírus

possuem problemas semelhantes: novos ataques não são detectados porque às vezes não

há uma assinatura para eles - uma das motivações de se continuar o estudo de Prevenção

de Intrusão, fato que as ameaças aumentam constantemente.

Para uma melhor implementação de IPS é necessário que a rede a ser protegida

seja conhecida. Sistemas de proteção devem amadurecer com o tempo visando,

principalmente, minimizar bloqueio de tráfego desejável, custo e gerenciamento. Entretanto

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os IPSes não são a solução para os ataques que ocorrem no cotidiano das redes

corporativas e na Internet, a qual deve ser feita em múltiplas camadas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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/Stuart McClure, Joel Scambray e George Kurtz; tradução de Daniel Vieira. – Rio de

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Pós Graduação em Redes de Computadores

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